domingo, 29 de dezembro de 2013

Para 2014

1. Saúde
2. Serenidade
3. Um emprego
4. Viagens
5. Novos amigos
6. Cultivar os atuais
7. Ir regularmente para a academia (Ponto 1!!)
8. Aproveitar os bons ventos
9. Seguir em frente
10. Continuar a minha história

E ser feliz!

Porque tudo faz mais sentido quando estamos em busca da felicidade. Não só quando já somos felizes, mas quando estamos no processo, na caminhada. Só precisamos aprender a olhar a paisagem e valorizar os tropeços.

Que 2014 seja o ano do otimismo e da garra!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Feliz Natal, meu povo!

Muita coisa boa, muito amor e muita fé em dias melhores!

Em breve, voltaremos com a programação normal! :)

sábado, 21 de dezembro de 2013

Quando a criança é o marido

Aviso a marido que vou sair com uma amiga.
- Vocês vão aonde?
- Naquele italiano que te falei, lembra?
- Aquele? Mas, eu queria ir lá pra conhecer com você.
- Ahhh, mas eu mostrei para essa amiga primeiro.

Aí ele olha para mim com a cara mais fofa possível:
- Você deixa eu ir? Afinal, é Natal!

Sabe aquele argumento que criança usa para ganhar presente? Pois...

Eu disse que perguntaria à minha amiga. Escrevi pra ela:
- Se ele não puder ir, sem problemas. Eu digo a ele que ele não se comportou bem durante o ano e por isso vai ficar em casa.

E ela:
- Diga a ele que ele pode ir. Que ele tem um incentivo para se comportar melhor no ano seguinte.

Eu tenho um marido fofo e uma amiga que entra na brincadeira. :)

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Meu 2014 já começou

Porque eu sou agoniada e a vida é curta. Mentira, gente, não é bem assim. Se tem uma coisa que aprendi esse ano foi a ser paciente. Aquele ditado "é devagar que se chega ao longe" faz mais sentido pra mim hoje. :)

Claro que eu não virei o exemplo da paciência. Quem for, tipo, monge do Tibet, favor levantar a mão. Pois...

Negócio é que estou investindo na minha saúde. É aquela coisa: depois que a gente perde algo é que aprende a valorizar, né? Pois²... Desde o meio desse ano estou cuidando um pouco mais de mim, da mente e do corpo. Durante os últimos cinco meses fiz um acompanhamento com uma fisioterapeuta, indo para aquelas "ginásticas para velhos", sabem como é? Pois³... Só que a mordomia acabou e agora a coisa é mais séria.

Esse lenga-lenga todo só pra contar que me inscrevi numa academia perto da minha casa. Já assinei o contrato, já fiz avaliação e essa semana fecho o meu plano de treinamento. Ainda não posso pegar pesado, claro. Nem quero. Meu objetivo é manter o corpo equilibrado, ir aos poucos, devagar e sempre. (Eita! Hoje estou cheia de clichês. Alguém me segura!)

E para me motivar, estou no esquema "Projeto verão 2014" (que aqui é em junho, tá?). Tenho uma amiga que anda de bicicleta para cima e pra baixo, inclusive na neve e no frio negativo. Minha promessa é de conseguir fazer passeios com ela no verão. Berlin tem lugares tão lindos para se visitar. Quero ser capaz de andar quilômetros sem colocar os bofes pra fora. Esse é o meu objetivo. Se, como efeito colateral, eu ganhar uns músculos e pernas firmes, não vou reclamar. hehehehe Mas, vejam bem, são 6 meses de investimento.

Até lá, vida que segue, né?

sábado, 14 de dezembro de 2013

Das desvantagens e suas soluções alternativas

Chega o final do ano e a saudade aperta. Natal na cidade dos meus pais é muito mais legal! A família toda reunida, primos, tios, agregados, cachorros, papagaios, piriquitos e aquela farra. O pessoal que já mudou de estado viaja pra lá, nem que seja pra passar só a noite de Natal. Fazem a festa e vão embora.

Eu adorava, não perdia uma. E as fotos mais palhaças eram minhas e de um tio igualmente palhaço. Os anos que passei Natal aqui na Alemanha foram sem graça. Ano passado, para eu me sentir um pouco mais perto, ligava pra lá o tempo todo e meu irmão, que mora em SP, mas estava na Bahia com a família, deixava a webcam ligada e eu me sentia lá, na sala, fazendo parte.

Depois do São João, essa é a época do ano em que eu sinto mais falta de estar com a minha família. Dessa vez, adicionando o fato de que eu tenho um sobrinho que ainda não conheço pessoalmente. Dói vê-lo crescendo, aprendendo a falar meu nome, sem eu nunca tê-lo pego no colo. Um ano e meio já, daqui a pouco casa. rsrs

Mas, aí, esse ano eu resolvi que meu Natal não seria apenas quatro pessoas jantando, trocando presentes e indo dormir. Eu decidi que eu ia ter minha família por perto, do jeito que fosse possível. Aí, chamei pessoas que também estariam sozinhas na noite de 24 e faremos um Natal à brasileira. E o melhor de tudo é que outras pessoas também aderiram espontaneamente. Será uma noite internacional, cheia de comida, música, brincadeiras e alegria.

Nesse dia, meu coração estará mais quente e eu terei a certeza que o de outras pessoas também.

E as melhores fotos serão as minhas! Rá!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Olhares indiscretos

Saí pra jantar com marido. Fomos a um restaurante típico alemão, para chegar à conclusão que marido cozinha muito melhor e a comida dele é muito mais gostosa. : )

Sentamos em frente ao bar. Sabem como é? Pois. Tinha algumas pessoas esperando que as mesas ficassem vazias e outras só bebendo mesmo. Provavelmente, clientes já conhecidos do local. Até que eu percebo um senhor me olhando. Ele olhava, olhava... E eu olhava de volta e ficava me perguntando qualédemermo desse cara.

Aí, a cena mais patética que poderia acontecer comigo, claro, aconteceu. Por que, né? Eu sou a pessoa que atrai essas coisas, só pode.

Acompanhem comigo:
O senhor estava sentado no bar. Eu conseguia perceber que ele estava me olhando, porque pra olhar na minha direção, ele tinha que virar o corpo.
Determinado momento, a criatura pega um jornal e coloca em frente ao rosto. Sabe aquela coisa de espião em filme? Não era nem assim.
Interpretação zero. Porque ele continuava olhando pra mim. E para isso ele tinha que abaixar o jornal. Aí, como ele fazia? Abaixava o jornal como se fosse uma criança naquela brincadeira de "Cadê Fulano? Achou!"
Não posso esquecer do sorriso no rosto. Que nem era bem um sorriso, era sei lá o quê. Em alemão, eu chamaria de "Grinsen", mas também não chegava a tanto.
Falei pra marido. Marido olhou, percebeu e ficou encarando o senhor. Jacaré parou de olhar? Ele também não.
E a cena de abaixar o jornal se repetia. Eu querendo só comer em paz e conversar com marido.
Até que terminamos e resolvi causar um infarto no "véio". Marido segurou minha mão e eu:

- Quer saber? Me dá um beijo que esse cara vai cair da cadeira agora.

Tasquei um beijão no marido. E acho que o senhor só não escorregou pra debaixo da cadeira porque não tinha espaço.

Agora vê se pode? Eu, hein?

domingo, 8 de dezembro de 2013

Debaixo d'água

Não, não é sobre a tempestade que vou falar. Vou falar de um mico que passei e que tive a memória refrescada por conta das chuvas mesmo. rsrs

Lembram que fui para a festa de um amigo de marido? Então. A cidade aonde foi a festa era perto de Hamburgo. Passamos por lá e almoçamos com as lindas Mel e Bruna. Oi fofíssimas! :)

Na volta, resolvemos novamente passar pela cidade, marido queria poque queria me mostrar o porto e passar por um bendito túnel. E eu:
- Mas, marido, o que tem de especial nesse túnel.
Ele:
- Tem 5km.
Eu:
- E daí?
Ele:
- Amor, tem 5 km de extensão e o túnel é debaixo do Rio Elba.
Eu:
- What? Você vai me fazer passar por debaixo d'água durante 5km?

Tarde demais. Lá estávamos nós no bendito túnel. Foi me dando uma claustrofobia, eu já estava quase hiperventilando.

- Eu não acredito que eu estou embaixo de um rio. Ai, meu Deus, e se essa p$§%&! desaba e a gente está aqui embaixo? Não vai acabar, não? Me tira daqui!!

E marido que é muito sádico, só pode, se acabava de rir do meu "xilique". Quando, enfim, saímos, eu não sabia se ria de alivio, se pulava no pescoço de marido ou se achava a experiência uma coisa maravilhosa.

Condenem-me. Eu sou matuta mesmo. Hunf!

P.S. Eu pesquisei e sei que o túnel tem, na verdade, pouco mais 3km. Mas, ó, não muda nada. Na-da!
P.S. do P.S.: Vocês já sabem: nada de Eurotúnel pra mim.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nunca na história desse país...

Desde que eu vivo aqui, passei por uma tempestade dessas.
Já encarei sensação térmica de -15 graus.
Já encarei granizo, de dentro de casa. hehehe
Já encarei chuvas fortes.
Mas, essa é primeira vez que vou dormir e o mundo está se acabando, acordo e continua se acabando.
As escolas em Berlin tiveram ponto facultativo hoje.
Linhas de metrô e trem não funcionam por conta de árvores caídas nos trilhos.
Telhados saíram voando por aí.
E as ferinhas de Natal, coisa triste, fechadas. Imagino o estrago que as barraquinhas sofreram e o prejuízo dos donos?
Eu sei que para tudo nessa terra tem seguro, mas né?, quem é que quer ter que acionar seguro por conta disso?
Eu olho pra janela e só vejo o vento. E vento se vê, D. Eve? Mas, olhe, se o vento estiver carregado de flocos de neve, com certeza! Dá pra ver velocidade e direção. Assusta.

Assim passei a manhã de hoje: contemplando a força da natureza.

Espero que ela dê uma pausa. De longos meses...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Alemanha, a terra das possibilidades?

Eu tenho recebido alguns email ultimamente sobre o sonho de muitos de virem para Alemanha, recomeçar a vida.

Eu tenho vários exemplos de gente que veio pra cá, inclusive com uma pitadinha de incentivo meu, que se deram bem, gostam do país e estão refazendo seus caminhos. Claro que não sem as dificuldades que todos enfrentamos numa mudança dessas.

Alemanha é um país bonito, com uma política social bacana (mas não sem furos) e com um mercado de trabalho atraente para quem é da área de tecnologia e engenharia. Só que, sinceramente, peca em empreendorismo. Não há um mercado interessante para se abrir pequenas empresas, a não ser o boom de Start ups que acontece aqui em Berlin, por exemplo. São empresas de tecnologia que surgem com uma ideia maravilhosa, conseguem "patrocinadores", mas que, se não decolam em 5 anos, a tendência é fechar mesmo.

Tem trabalho em outras áreas? Tem. Só que é difícil de encontrar. Há os empecilhos. Se você não tem visto de trabalho, você vai ficar sempre na linha do "ilegal". Eu nem preciso falar que os salários, nesses casos, são ó
A diferença é que dá pra viver com pouco por aqui. Claro, se seu nível de expectativas não for tão alto e se não achar que quem vive na Europa é, automaticamente, rico. Não é bem assim. É que a percepção de qualidade de vida aqui é outra. Por exemplo: eu não abro mais mão da liberdade de andar sozinha, às 22h, em Berlin, sem a sensação de estar sendo seguida, ou mesmo correndo risco de vida. Uma vez sentido isso, não se quer perder mais. Em compensação: esqueça empregada doméstica, babá, pedreiro-faz-tudo. A não ser que a renda de casa sobre. Aí dá. Quando se muda de país, há sempre uma perda, mas os ganhos (qualidade de vida, segurança, infra-estrutura, sistema de saúde), no meu caso, compensam.

Eu reclamei do inverno no último post. Mas, em alguns dias, já estarei adaptada às temperaturas novamente. Tem gente que não aguenta de jeito nenhum. Aí, o inverno passa a ser um ponto negativo. Uma questão de perspectiva.

Vir pra cá pra tentar a sorte assim, sem planos, não é legal. A não ser que você fale alemão, tenha um visto (ou perspectiva de) e dinheiro guardado para arriscar. Mas, olha aí, isso já é um plano. Porque, diferente de outros países na Europa, a língua é importante aqui. Tem gente que trabalha falando inglês? Tem. Mas, são casos raros. E a maioria na área de tecnologia. Porque oi? Códigos de programação (Java, C#, Delphi) são universais.

Encontrou o homem/a mulher dos seus sonhos e quer vir pra cá? Venha! Case! Seja feliz com seu amor. Agora saiba que há muito o que se fazer para ser feliz fora do casamento. Aprender alemão, procurar e arrumar um trabalho, se adaptar à nova cultura etc. Eu acredito em histórias de amor e dou o maior apoio. Não há nada mais forte que o amor para se vencer barreiras. Eu sei. Sinto na pele há 10 anos. :)

A diferença está na cabeça, nas expectativas, em como você escolhe viver suas escolhas. Eu escolhi ser feliz, aonde quer que eu esteja e tento fazer do lugar aonde estou, o melhor lugar para viver. Não é à toa que eu escrevo um blog para rir. Ninguém disse que seria fácil, mas eu aprendi cedo a rir de mim mesma. Melhor exercício de autoconhecimento.

Querem vir para Alemanha? Venham. Mas, venham de pé no chão, tá?

Caso queiram continuar me escrevendo, fiquem à vontade. O endereço de email não está ali por acaso. Eu irei responder, mesmo que demore. :)

Boa sorte para nós! Sempre!

sábado, 30 de novembro de 2013

Todo ano, novembro faz tudo sempre igual

Já virou ladainha, eu sei. Todo ano eu volto aqui e falo a mesma coisa. Mas, quer saber? Não dá! Eu tenho que falar mesmo. E o blog é meu. Rá!

Eu nem posso me queixar muito dessa vez, porque, tem até tido dias ensolarados, em que eu acordo e a sala está toda iluminada com o sol da manhã. Melhor forma de acordar nesse inverno ever, acreditem.

Mas, gente! 16h já é noite. Está frio. Meu cérebro para de funcionar nesse exato momento. E meu corpo fica se perguntando porque, raios, eu ainda não jantei e não estou me arrumando para dormir. Vejam vocês. Criatividade e vontade nulas para fazer alguma coisa. Fico navegando na net, meio perdida, sem saber que rumo eu tomo na vida, até desistir de viver e desejar hibernar. Verdade.

Eu não me lembro direito como foi meu processo de adaptação nos anos anteriores, quanto tempo durou, por exemplo. Porque o corpo sempre precisa de um tempinho para perceber que a estação mudou e a brincadeira acabou. Sim, ainda não é 21 de dezembro. Teoricamente, ainda é outono. Teoricamente, claro.

Esse ano tá foda. Pronto, falei. Saí outro dia às 16h30 de casa, ó, não sei como, mas eu cheguei muída no meu destino. Parecia que um caminhão tinha me atropelado. Se fosse só o frio, né? Mas nãããããoooo, tem o vento que invade as ruas de Berlin nessa época. Aí, além de você ser forçado a vestir quilos de roupas, e tentar manter-se quente, ainda tem que tentar manter-se em pé! Rá! Vida super fácil.

Rezando para meu corpo se adaptar logo e dia 21 de dezembro chegar. Porque aí vou poder reclamar com razão e ainda fazer a contagem regressiva para a estação seguinte. Hohohohoho

Pelo menos, novembro já foi!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Uma questão de território

Lembram desse colega de Tandem? Então. Eu gosto dele. Eu dei uma sorte danada por ter encontrado pessoas legais para fazer tandem (encontros em que aprimoramos as línguas. Eu, alemão. Ele, português). São pessoas queridas que quero manter como amigos. Mas, né? Não era sobre isso especificamente que eu queria falar.

Tempos atrás, encontrei-me com esse colega e ele me disse que tinha uma coisa para me contar. Eu, toda apreensiva, achei que fosse algo sério. Ele, sem graça:

- Estou me encontrando com outra brasileira para fazer tandem.
Eu:
- O quê!?!?!?! Você está me traindo??? - e a cara de espanto estampada.
- Eu sabia! Eu estava em casa, pensando num jeito de te contar, sem que você reagisse assim.

E caímos os dois na gargalhada.

Porque é assim, eu não sou uma pessoa ciumenta. Não mesmo. Eu só gosto de marcar território. Eu vi primeiro, é meu! :)

Não sou muito fã em dividir amigos. A não ser que estejam todos num círculo e uns sejam amigos dos outros. Dividir com um estranho, não! Humpf!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Do tempo

Outro dia, assistíamos um talk show, quando uma atriz alemã aposentada disse que tinha vivido 52 anos com o marido, até que ele faleceu.

Automaticamente, virei para marido e disse:
- A gente consegue também, né?
Ele, sem pensar:
- Claro!
E ficamos um bom tempo de mãos dadas...

Nem fizemos as contas. Só tínhamos a certeza que ficaríamos juntos. Ponto.

10 anos já foram. Faltam "só" mais 42 anos. Mas, aí, além de prometer ficarmos juntos todo esse tempo, marido também tem que prometer viver até os 99. Ou, quem sabe, 100.

Hoje, estou fazendo 32. : )

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Pensamentos aleatórios

- Não troco meus 31-quase-32 por nenhuma idade antes disso. Mesmo tendo ficado doente, mesmo tendo passado bons bocados, mesmo tendo chorado milhões de vezes e tendo pensado em pular atrás de um trem outras tantas. Mesmo. Mesmo depois de dois anos nessa pindaíba. Não troco, não dou, não vendo. Porque quando me olho no espelho, eu morro de orgulho das marcas, das cicatrizes, das rugas, dos cabelos brancos, da guerra que eu venci. Porque eu sei que nada foi em vão. Porque eu sei que minha história está sendo escrita. Porque eu sei que meu caminho é um caminho de um sentido só: para frente. E, como sempre diz a minha mãe: "o que é meu está guardado". Eu sei que nada é por acaso. Só um pouco mais de paciência.

Um dia volto aqui para escrever que uma coisa extraordinariamente boa aconteceu (não, não será uma gravidez!) e aí vocês vão dizer: "you see?" : )

- Já decidi: quando tiver um escritório, terei um cachorro. Porque ele me acompanhará para o trabalho. E as "pausas" para o café, serão as pausas passeando com ele. E quando o tiver, será adotado. Porque, de vez em quando, faço uns passeios pelo site do Tierheim de Berlin e vejo cachorros com olhares tão tristes, precisando de tanto amor. Eu quero dar esse amor pra eles. Ou, pelo menos, para um deles.

- Eu ando muito sentimental e manteiga derretida esses dias. É o aniversário se aproximando (sexta, para quem quer saber).

sábado, 16 de novembro de 2013

Sobre a questão do elogio

Eu bem falei aqui que tem alemão (a pessoa) que fica bobo quando ouve um estrangeiro falando bem alemão (o idioma). E eu acho muito chato, quando eu percebo que alguém está "elogiando" porque, simplesmente, não acredita que um estrangeiro pudesse falar alemão tão bem, ou melhor do que ele imaginava que fosse possível.

Marido participou de um workshop sobre discriminação e racismo. Uma das instrutoras é uma iraniana que mora na Alemanha desde os 5 anos. Ela usou como exemplo a questão que eu citei aí em cima.

Agora imaginem vocês que a moça foi praticamente alfabetizada em alemão, frequentou a escola e fez faculdade em alemão. O que diabos faz um alemão pensar que o alemão (o idioma, viu?) dela não deveria ser bom para se assustar com o nível dela? Ora bolinhas!

Marido contou que eu penso o mesmo e blá blá blá. Aí ela conta que se alguém vem com essa de "Nossa! Como você fala bem alemão!", ela responde "Mas, você também!". E pronto! Achei a resposta perfeita.

Claro... como expliquei no post anterior, deixa eu quebrar a barreira de 5 anos. Por enquanto, vou encarar como elogio. Mas, depois, essa será minha resposta padrão. Senti uma "admiração" disfarçada, vou largar a resposta: "Você também!"

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Histórias de uma festa - Parte final

O amigo que deu a festa é amigo de marido desde o ginásio. Eles se conhecem há mais de 40 anos (abafa). Esse amigo tem quatro irmãs. A mais velha foi pra Namíbia, lembram? As duas mais novas conheci também, mas foram conversas rápidas. A segunda do meio sentou à mesma mesa e ficamos conversando a festa toda. Super simpática, pastora, mãe de duas filhas, casada com um holandês.

Uma das filhas, inclusive, fala português e teria ficado muito feliz em ter me conhecido, segundo a mãe, se o carro dela não tivesse quebrado no meio do caminho e ela ficasse sem poder ir à festa. Ela estava vindo da Holanda, aonde estuda.

No meio de um papo, a filha mais velha senta conosco e a mãe nos apresenta, e a filha, sem nem pensar, pergunta apontando para marido:

- Era por ele que você era apaixonada na infância???

A mulher deu um pulo na cadeira, ficou vermelha, roxa, lilás, azul e gritava:

- Oh meu Deus! Oh meu Deus! Que vergonha!

Marido, obviamente, vermelho também. Eu na maior gargalhada, achando o máximo a mulher estar envergonhada por conta de um amor de juventude. Que, segundo eles, nunca foi correspondido porque ela era menor e ele tinha namorada. E ainda vem me pedir desculpas.

Mas, gente, e eu lá vou me incomodar por uma coisa que aconteceu quando eu nem era nascida ainda? hahahahahahaha

domingo, 10 de novembro de 2013

Histórias de uma festa - Parte 2

Ainda na festa de bodas de prata de amigos...

Fomos apresentados à vizinha do casal, que bem poderia ser parente da Donatella Versace (o mal é a língua!). Foi uma apresentação bem rápida, porque era muita gente para conhecer, reencontrar e fazer small talk.

A festa foi num salão de festas não muito grande, mas apropriado para a quantidade de pessoas e para a programação. Tempo passou e fui ao banheiro. Quem eu encontro lá? Essa vizinha, que puxa papo comigo toda simpática:

- Ai, será que você teria um pente?
- Infelizmente, não.
- Que pergunta boba a minha. Claro que você não precisa de pente. O jeito é pentear o meu com os dedos mesmo...
- Cabelo curto é mais prático. - digo.
- Ah, mas se eu tivesse esse tipo de cabelo e esse rosto que você tem, eu também usaria o cabelo assim. - E saiu sorrindo.

Posso dizer que deu vontade de abraçar a mulher? 

Apidêiti: Atendendo a pedidos, fotos!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Histórias de uma festa - Parte 1

Semanas atrás, fomos marido e eu para a festa de um casal de amigos em uma cidade perto de Hamburgo. Eles comemoravam suas bodas de prata. Foi uma festa chic. Marido aproveitou a festa para reencontrar velhos amigos, amigos da época da escola, vejam só.

Num desses encontros, a irmã mais velha do amigo de marido contava para a gente da sua última viagem de férias para a Namíbia. Perguntamos se ela gostou. Se arrependimento matasse...

Ela:
- Ah, os negros ficavam lá, nos empurrando coisas para comprar. Os negros isso, os negros aquilo... Um dia, teve um acidente e nós passamos de carro por ele, uma amiga que estava conosco, que é enfermeira, parou para ajudar. Mas, já tinham muitos negros lá e a gente não tinha muito o que fazer. Nós seguimos viagem e no posto mais próximo, avisamos do acidente.

Ela contava e eu passava mal. Primeiro, que ela não precisava usar a palavra "negro" para definir os moradores do país. Por que ela não falava "pessoas", por exemplo? Segundo, ela estava como "estrangeira" lá, um pouquinho mais de respeito seria esperado. Terceiro, ela estava falando com uma brasileira. O que ela achou que eu fosse pensar?

Como era uma festa e eu não estava a fim de criar climão, simplesmente ignorei-a o resto do dia. Quem quer contato com esse tipo de pessoa? Eu mesmo não!

Pena dela, que ainda define o mundo em cores.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Modéstia à parte

Fui na Agá e Eme pra comprar um cinto e uma meia-calça. No meio do caminho, peguei duas blusinhas. Quatro peças, anotem aí.

Fui para o caixa. Menina do caixa tira os dispositivos de segurança, os cabides e passa as mercadorias. Eu percebi que ela só tinha passado três peças. Enquanto ela terminava o procedimento, eu pensava:

- Vixe, a moça esqueceu a blusinha.
- Ah, mas são só 4,95.
- Ih... e se eu passar pela porta e apitar? Vai ser um vexame.
- Será que eu vou dormir em paz sabendo que eu estou levando a blusinha de graça?
- Coitada da moça, e se penalizarem ela de alguma forma depois?
- Mas, são só 4,95.

Aí ela informa o valor das compras e eu entrego meu cartão. Pensamentos a mil.
- Moça, você cometeu um erro.
- Oi?
- Você só passou três peças, são quatro.
- Oh, foi mesmo! Obrigada por avisar.

Refaz a compra, olha pra colega e diz:
- Não é mais todo dia que encontramos pessoas honestas assim.

Eu saí de consciência leve. Melhor assim. Quem tem que dar satisfações para o meu travesseiro depois sou eu.

Chamem-me de besta. Nem ligo.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

FAQ. 26 - É caro viver/morar em Berlin?

Algumas pessoas já me perguntaram isso e eu sempre digo que não. Não é caro mesmo. Principalmente se você comparar com outras cidades da Alemanha, como Munique e Hamburgo, e se lembrar que estamos falando da capital do país e do turismo.

Claro que a cidade tem seus bairros chiques, aonde sair para comer é caro, os aluguéis são salgados e as pessoas também mais exigentes. Mas, no geral, morando em Berlin, dá para encontrar vários lugares aonde se pode pagar menos pelo aluguel e continuar morando perto do centro, como o meu bairro. Ou comer por 5 euros o prato.

Alimentos é outra coisa muito barata por aqui, por conta dos supermercados conhecidos como Discounters (Lidl, Aldi, Netto...). São supermercados que vendem mercadorias ou de marcas desconhecidas ou não tão famosas com preços bem mais em conta. Quem sabe procurar, acha produtos muito bons. E as verduras e frutas têm qualidade.

Perto da minha casa, tem um Lidl. Outro dia fui comprar alguns itens que faltavam em casa. Como eu estava sem dinheiro na carteira, resolvi que ia pagar com cartão. Peguei o que precisava e não fiz a conta de quanto ia gastar.

Cheguei no caixa, passei as compras e a minha surpresa quando vi que deu 4,59. Eu comprei:
  • 0,5kg de ameixa: 1,01
  • 1kg de pera: 1,19
  • Verduras para sopa (Suppengrün): 0,79
  • 1L de leite: 0,65
  • 250g de pão integral: 0,95 
Caso eu ainda quisesse comprar café, manteiga/queijo e o macarrão para a sopa, teria gasto mais cerca de 3,00.

Aí, eu fiquei boba ao constatar que com cerca de 8 euros eu teria comida para três dias e algumas coisas ainda iam sobrar para dias seguintes. (Esquece que eu não pensei no açúcar e no sal/temperos. Concentre-se nos preços.)

Tipo: 3 dias, 8 euros por pessoa: 80 euros de alimentos por mês. Mais 20 euros de extras: como o bendito do sal, sabonete, detergente, pasta de dente...

E se for morar numa república, então? Aluguel de um quarto "quente": entre 300 e 400 euros (depende do tamanho, da localização...). O ticket mensal do transporte num contrato anual sai por 60 euros (eu acho).

Fez as contas? É ou não é barato? :)

P.S. Falei do essencial pra viver, né?

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Tinha uma ponte no meio do caminho

Pessoa foi visitar uma amiga que mora perto de sua casa. Pessoa foi andando. Era noite. No meio do caminho, uma ponte. Uma ponte interditada. Só a passagem de pedestres estava aberta.

Pessoa olha para o meio da ponte e vê uma construção. Pessoa pensa: "Oxe, como foi que eu nunca vi essa construção aqui? Estou cega? Distraída?". Pessoa segue o caminho e continua pensando. Até que vê quatro carros estacionados e volta a pensar: "Oxe, interditaram a ponte e mantiveram os carros 'dentro'? Como pode?"

Pessoa segue andando e matutando. Até que vê um cara com uma camisa escrita "crew" e mais à frente alguns trailers estacionados. A ficha cai e a pessoa fica se sentindo a mais burra e fácil de iludir de todas as criaturas que ela conhece. Porque ela jurava que aquela construção era real. E, gente, era, era muito real. Era sim!

E os carros que estavam lá, claro, eram "de época". Dois Trabis e dois Ladas. A equipe de cenografia está de parabéns, porque, olhando bem, eles recriaram o Check Point Charlie (um dos lugares, que na época da Alemanha Oriental, fazia controle de passaportes) na ponte e pessoa besta ficou pensando primeiro que era cega e não que eles estavam usando o espaço para uma filmagem.

Fica anotado, Produção.

Olhem só o que eu achei?? Uma foto de uma filmagem "quase idêntica" no mesmo lugar por onde "a pessoa" passou! Agora digam se não parece real! Digam!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Tipo assim: bundas

Aí você quer passar um sábado em família, no conforto do seu lar, assistindo um pouco de cultura inútil na TV e os pimpolhos enteados escolhem um programa imitação do Jackass para assistir.

Bom, se é pra entreter você com piadas inclusive preconceituosas dos apresentadores, como quando um deles falou dos gregos e fez uma relação com a crise do país, digo que o programa atendeu ao objetivo.

O programa consiste, basicamente, em levar os dois apresentadores para lugares remotos no mundo, como Nova Zelândia, Austrália e Brasil (remotos, viu?), para que lá, eles pudessem realizar tarefas nada fáceis, como jogar um anel dentro de um vulcão ativo a la Frodo. Algumas vezes eu ri, não vou mentir.

Daí que no Brasil, o cara tinha que ir não sei aonde para tomar um diaxo de uma bebida indígena. Bom, não era bem no meio da floresta que ele ia beber, mas na periferia do Rio de Janeiro. E para ele saber qual seria a atividade que ele tinha que realizar (essa que eu já contei), ele foi num show de popozudas para buscar o envelope.

Dito e feito: o cara não só levou uma surra de bunda, como uma das dançarinas ainda pulou com todo o gosto em cima das pernas dele, enquanto ele estava no chão. Eu juro que eu pensei que tinha quebrado, tamanha violência que foi.

Só que o apresentador não conseguiu realizar a tarefa e, como castigo, no palco, de volta à Alemanha, ele leva mais 30 "surras de bunda". De quem? De uma brasileira popozuda, claro. E pra variar, uma mulher fruta, a Maçã.

Morri de orgulho! Só que não. Duas vezes.

p.s. Quem quiser ver o vídeo do programa clica aqui. É só ignorar o alemão e assistir os primeiros minutos. Está tudo lá.

Apidêiti: Achei um vídeo com uns trechos do programa, mas com o foco na atividade que o cara não conseguiu realizar. Podem pular logo para o minuto 4:28 e assistam até o final para ver a entrada da Maçã (ui!)

domingo, 20 de outubro de 2013

Sobre as rosas

Daí você faz aniversário de casamento, né? Se bem que, bom, peraí, não é bem casamento. Nós moramos juntos há mais de dez anos. Só que, desde sempre, chamo marido de marido e, pra mim, sempre foi casamento.

Ocasamento oficial mesmo, só aconteceu em 2010. Outra história.

Não era sobre isso que eu queria falar, como geralmente eu faço com os meus arrodeios... Eu tinha esquecido o que significavam as bodas de 10 anos e fui procurar. Pedi para marido procurar em alemão também. Aí, descubro que na Alemanha, algumas bodas são diferentes das brasileiras.

Vejam só vocês, as bodas de quatro anos no Brasil, chamamos de Bodas de Frutas, Flores ou Cera. Na Alemanha, de Seda. E eles ainda marcam alguns meios anos, como o 12 anos e meio, que é o Bodas de "Salsa" (momento risos). Entre outras que não vou ficar citando aqui pra não ficar grande demais o post e não chegar aonde quero chegar. Opa, pronto, parei!

Claro que se o de dez anos não fosse também diferente, eu não teria motivo para escrever aqui, né? Pois.

No Brasil, eles chamam de Boda de Zinco ou Estanho. Na Alemanha, Bodas de Rosas. Olha que coisa mais fofa???? Fico com a versão alemã.

E o melhor: o marido deve presentear a "marida" com 10 rosas no dia.

Agora eu pergunto ocês: ganhei alguma rosa no nosso dia? Nada, nothing, nichts!

Justo isso? Não, né? Então, cês dão licença que estou indo ali cobrar com juros, tá?

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Nani deles

Desde que decidi cortar o meu cabelo curto, frequento um salão alemão, antes ia num turco do meu bairro.

Nesse salão, só pode ir com horário marcado que você faz pelo site deles ou por telefone. Eu, claro, prefiro fazer pelo site, porque telefone, ainda mais em alemão, não é muito a minha praia. Essa semana, o site estava com problemas e tive que ligar.

Quem me atendeu foi um rapaz e fez as perguntas rotineiras. Aí eu disse que queria que fosse com a Susanna, a cabelereira que sempre corta o meu cabelo.

Aí, ele fala:
- Com a nossa Nani?
Eu:
- Sim, com a Nani. - e dei uma risadinha.

Eu achei tão fofinho o jeito que ele disse "nossa Nani". Ainda mais porque eu a acho super fofa, tem cara de "Nani" mesmo.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Renovação dos votos

Para comemorar 10 anos, alianças novas. Sim, senhores. Porque renovamos os votos, as juras e os sonhos. O amor é o mesmo de sempre. Depois das dificuldades, ainda mais forte. E eterno. Sem mais.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Problemas da vida moderna: água quente

Então que a pessoa tem que ir para o curso e acorda cedo porque a viagem de trem leva quase 40 minutos até o local da aula. Acordar cedo no outono significa acordar com temperaturas ainda baixas, sabe-se lá, 5 graus.

Então que a pessoa quer sair para o curso cheirosinha e "acordada" depois de um banho.

Então que a pessoa entra no banheiro, tira a roupa (não pensem bobagens, meninos!) e abre o chuveiro.

Ai a pessoa espera. Espera... Espera... Nada da água começar a esquentar.

Até que ela desiste, né? Está frio, ela está pelada e a água não esquenta. Problema é que ela quer um banho de qualquer jeito.

Para não perder tempo, o que ela faz? Recorre ao modo alemão de higienização: a bendita toalhinha.

Sai de casa se sentindo incompleta.

Quando volta, à noite, vai direto verificar se a água quente já voltou. E toma aquele banho gostoso, só de vingança, super quente de 20 minutos.

E vai dormir feliz!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Rapidinhas

- Aquele momento em que você não sabe o que é concentração, mas precisa muito dela. Vários dias assim. Quem aguenta?
- Feliz que nem pinto no lixo: identificar um par de brincos dentre os que você tem e nunca mais tinha arriscado a usar que não inflama sua orelha. Sendo "mocinha" de novo.
- Quebrar a unha bem no meio, daquela forma que não tem conserto, só dor mesmo, no momento de ir para uma festa e o único curativo à mão é um gigante e nada chamativo.
- Seu pai fazer aniversário de 60 anos, enquanto o de casamento é 34. Duas semanas depois é a vez da sua mãe, 58 e você, mais uma vez, não está por lá pra abraçá-los. Nessas horas, a saudade aberta.
- Fazer uma entrevista toda em inglês, mais de uma hora falando e terminar se sentindo a última bala do pacote, mesmo sabendo que falou um monte de coisa errada. Falei, né? Isso que importa.
- Ter amiga mostrando Berlin pro povo com estilo. Na verdade, duas. A Bela Isa também.
- Não conseguir dormir antes de marido vir para a cama. Porque está frio e ele é meu cobertor de orelha, como diria a senhora minha mãe.
- Estar desejando um bolo de cenoura, daquele brasileiro, e ainda não ter feito por não ter liquidificador em casa. Pode isso, Arnaldo? Comprarei um. Prometo. E farei o bolo também, ora bolinhas.
- Árvores mudando de cor e eu achando tudo lindo. Como sempre. :)
- E só!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Bons amigos, boas ideias!

Então que esse final de semana estive num casamento alemão. O primeiro em que vou. A sobrinha de marido casou oficialmente no início do ano e fez a cerimônia religiosa e a festa agora pra poder reunir todo mundo. Porque, claro, ela não podia só casar, ela tinha que convidar família e amigos para o fim de mundo aonde ela mora. Sete horas de carro daqui de Berlin, óia só e ainda na Alemanha.

À princípio, estávamos meio "assim-assim", achando que ia ser uma coisa brega, porque, segundo as más línguas, casamento alemão é meio chato e marido já conhecia outros de outros carnavais. Como eu nunca tinha ido em um, não poderia dizer nada.

Casamentos alemães são famosos pelas brincadeiras que fazem com os noivos ou que os noivos fazem com os convidados. Não tinham bricandeiras nesse, mas boas ideias.

Como a da árvore de desejos, que eu já conhecia, aonde você escreve desejos para os noivos e pendura numa árvore de verdade. Ou numa muda, no caso deles. Essa árvore deve crescer com eles, dentro de casa ou no jardim. E quando eu escrevo árvore, pense em um arbusto, uma palmeira ou coisa assim. Não pensem numa jaqueira ou numa castanheira, façam-me o favor. :)

Outra boa ideia foi o coração de gelo. Os noivos desejaram dinheiro. Aí, os amigos juntaram um monte de moedas e colocaram pra congelar em forma de um coração. Numa estrutura, penduraram o coração e colocaram velas embaixo, para que, no decorrer da festa, o coração fosse derretendo e as moedas caíssem num balde. Representando uma "constante prosperidade".

Mas, a mais legal na minha opinião foi a ideia dos cartões postais. Os amigos juntaram 52 cartões postais, escreveram o endereço do casal e marcaram em qual semana determinado cartão deveria ser mandado. Caberia aos convidados apenas colocar uma mensagem. Assim, no decorrer de um ano, uma vez por semana, o casal receberá um cartão postal com uma mensagem amiga que o fará lembrar de um dia especial em suas vidas. Espero que todos mandem. Eu, claro, peguei o meu.

A festa foi simples, com comida gostosa, um bom ambiente, para cerca de 100 pessoas. Saí de lá bem leve, com a certeza que quem tem amigos criativos e presentes assim, não precisa de muito mais coisas na vida.

Cheers!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Histórias de banheiro (oi?)

Caso 01:
Durante as minhas viagens, já reparei que sempre encontro brasileiros nos trens/vôos/ônibus em que estou. Nessa última viagem não foi diferente. Estava no banheiro do aeroporto quando entram duas brasileiras. Cada uma em sua cabine,  uma grita pra outra bem alto (gritar alto já é redundante o suficiente, né?):
- Olha! A descarga é automática!
Dica: quer comentar, comente. Mas, de pé de ouvido, você nunca sabe se terá um espião por perto. =D

Caso 02:
Num café em Amsterdam, com as "minas", na porta do banheiro do local esperando que ficasse vazio, porque só tinha um. Chega um cara e fala em inglês com a gente:
- Vocês podem usar o banheiro masculino. Aqui na Holanda não nos importamos com isso.
- Está limpo?
- Sim.
- Então, eu vou.
E lá foi a Line usar o banheiro masculino. Ela, viu? Eu, não. hahahahaha

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Um final de semana dutch

Um final de semana prolongado, diga-se.

Então que, como vocês sabem, eu sou uma pessoa muito ousada e se você me convidar um dia para ir na sua casa, cuidado, eu irei!

Não foi diferente com a Line. Há tempos ela comentava para ir visitá-la, há tempos eu dizia que queria ir e enrolava. Até que um dia, mandei email pra ela e pedi que escolhesse um final de semana que ela tivesse tempo para mim. E nesse "impulso", fui parar na casa da Brisa. Porque, é óbvio, que a casa não pertence à Line e seu marido. A cachorrinha é sucesso garantido.

Eu teria uma porrada de histórias para contar dos dias que passei lá. Mas, vou ficar com algumas curtinhas:
- primeira noite, jantando na casa dela, comendo uma melancia docinha de sobremesa, depois de duas taças de vinho, arrumei um jeito "adorável" de descobrir que a Brisa adora frutas. Não entendi meu estado de bebedeira até agora para ter conseguido fazer com que a melancia saltasse da minha mão e se espatifasse no chão. Dizem as más línguas que tem fantasma naquela casa, só pode.
- Amsterdam foi o máximo, se levarmos em conta que passamos mais tempo sentadas batendo papo num museu do que vendo as próprias obras. Até que a Si levanta e grita: "gente, o museu vai fechar!" Muitas gargalhadas, muitas histórias, inclusive daquelas que se conta para os netinhos. (Si, eu sei o que você fez no verão passado! hahaha) Além de chuva.
- Mulher na estação de trem me deixa comprar um ticket que não será impresso sem me avisar, porque ela queria ter a certeza de que a máquina estava quebrada mesmo. Eu não queria estar no lugar dela, quando Line disse poucas e boas. Mulé burra da peste!
- De todas que eu queria encontrar, inclusive a Beth, ficou faltando a Eliana. Do jeito que eu me conheço, capaz de bater na porta dela de surpresa um dia desses. Pois, me aguarde, mocinha.

Foram dias ótimos, conversas maravilhosas e momentos que guardarei na memória.

Ainda mais que as meninas, além de lindas, são suuuuper fofas! Brisa inclusa.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

E quem disse que aqui não tem disso?

Vivendo e aprendendo nessa terra de meu Deus...

Em três anos e meio, posso contar nos dedos a quantidade de vezes que passei por isso. Mas, dessa vez, foi a mais "pedreira" de ser. hahahaha Já devem imaginar o que aconteceu, né? Pois...

Pense num médico. Em um de qualquer especialidade: dentista, ginecologista, proctologista. Ok, peguei pesado, eu sei. A verdade é que, exceto para receber boa notícia, não somos muito fãs de ir ao médico, certo. Eu menos ainda.

E quando eu vou ou volto do médico, sempre tenho a mesma cara. Essa aqui:
Eu diria que é aquela cara que minha mãe chama também de "cara de quem comeu e não gostou.".

Aí, imagine você, uma pessoa com essa cara andando pelas ruas e passa um senhor de bicicleta por ela. Entre ele e ela, só o espaço da bicicleta, porque ele a empurrava na calçada.

Ele passa por essa pessoa e solta um:
- tsc, tsc, süß.... (algo como: ui, ui, docinho)

Véeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiiiiii!?!?!?!?! Na boa?

Eu nem olhei pra ele diretamente. Mas, se olhasse, ela teria visto que a cara lá de cima mudou para uma careta de desprezo que ele não ia gostar, com certeza.

Nada contra receber elogios na rua. Depende do quê e de como, né? Nesse caso, posso dizer que não rolou química.=P

sábado, 7 de setembro de 2013

Pão e sal

É muito provável que eu não tenha contado essa história aqui, porque eu não me lembro e porque eu já procurei nos arquivos e não achei. Então, lá vai:

Quando nos mudamos pra cá, nos idos de janeiro de 2010 e entramos no nosso apartamento, uma das primeiras visitas que recebemos foi a de cunhado. De presente de "boas vindas", ele nos deu pão e sal.

Aí vocês pensam: "What!? Que presente mais doido! O que se faz com pão e sal?" Mas, nãooooo. Explico:

Provavelmente não só na Alemanha, como em outros países europeus (estou chutando pra ver se faço gol), essa tradição existe: quando se visita alguém que acabou de casar ou de se mudar para uma casa nova, costuma-se levar pão e sal. Eu digo "costuma-se", porque meu cunhado foi o único que fez isso conosco e nunca vi em outras ocasiões acontecendo também. Devo ressaltar que cunhado também é um cara conservador? Pois é.

E o que significa ganhar pão e sal? Significa desejar, para as pessoas que recebem, prosperidade e fartura. Legal, né?

Agora, porque será que estou contando essa história mais de três anos depois?

Simples. Porque resolvi ir ali entregar a minha porção de prosperidade e fartura pra essa mocinha aqui e seu marido. Sejam bem vindos na Batatolândia!

Seré que eu alemanizei? :)

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Cuidado com o que se ensina

Eu faço tandem com três pessoas. Duas em alemão/português e outra inglês/português. Enquanto estou "de boa na lagoa" (sei...), vou aproveitando meu tempo assim também.

Essa semana encontrei um rapaz, que já virou amiguinho. Saímos pra tomar um café. Quando saí de casa, estava quente, mas, por via das dúvidas, coloquei um lenço na bolsa.

A tarde, sem muito sol, ficou mais fresquinha e como estou correndo de resfriado como vampiro corre de água benta, coloquei o lenço no pescoço. Daí noto que tinha uma linha puxada. Sabem como é? Eu tentei consertar, achar a origem e ir puxando, até voltar ao mais normal possível.

Estávamos andando, indo em direção à estação, quando ele para no caminho e fala:
- Pera, eu sei qual o problema. Você me ensinou essa palavra.

Abre a mochila, pega o caderninho e procura a palavra que ele diz ter aprendido.

- Achei! Então... err... seu lenço está assim porque é... é... MIXURUCA!

Aí eu acelero o passo e deixo-o falando sozinho. Porque, né? Na próxima, me chama de "bonitinha, mas ordinária".

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Nível altíssimo

Pessoa raramente lembra dos sonhos que tem. Geralmente quando lembra, por ex., sonhar com uma prima que não vê há anos, é porque, dias depois, pessoa vai receber um sinal de fumaça dessa prima.

Claro que, então, pessoa tem que procurar significado de todos os sonhos que ela tem e é capaz de lembrar. O que não foi diferente essa noite.

Pessoa sonhou que estava num parlamento/congresso/ministério alemão e tinha muitos políticos. Muitos deles vinham falar com ela e diziam: "está lembrada da nossa reunião às 10h?". E pessoa totalmente perdida, sem lembrar que tinha marcado esses compromissos. Amnésia define.

O sonho já estava "absurdioso" demais, e aí vem um que não sei quem é e diz: "nós temos uma reunião às 14:10h, a Chanceler (sim, ela mesma) quer conversar com você. Passarei aqui pra te pegar com o helicóptero, porque o encontro é em Washington". What??? Pois é. Coerência define.

Aí pessoa vira uma pilha de nervos, porque não tem a mínima ideia do que será discutido na reunião e resolve ir fazer não sei o quê, não sei aonde e olha para os pés. A pessoa está rigorosamente vestida como manda o figurino do local: um terninho vinho lindo. Disso ela lembra. Mas, no pés.... Nos pés, um tênis colorido fajuto e sujo e uma meia roxa de lã. Hipster define.

Corre para o hotel para procurar um sapato que combinasse com o terninho. Vasculha o armário todo e só acha sapatilhas de números maiores que o dela. A maior bagunça. O tempo passando, a hora do encontro chegando e o helicóptero esperando. Ela tendo crises de ansiedade, até que acha uma sapatilha bege que cabe. Detalhe: a sapatilha que ela tem no mundo real. Bota no pé e vai com ela mesmo. Loucura define.

Saindo do hotel, descobre que, porque perdeu o horário, tem que pegar uma moto para chegar ao local da reunião. Tipo: é em Washington! Aí ela pensa: "eu devia estar com meu tênis agora!" WTF define.

E o que ela faz? Sobe na moto, bota o capacete e "se pica" para o encontro. Do resto, não lembra mais.

Agora a pergunta de um milhão de dólares: que p&%$a de metáfora contém o sonho? Que pessoa não nasceu pra isso? Terninhos, reuniões políticas, helicóptero... tudo é coisa demais pra cabecinha dela?

Vai entender a dinâmica das coisas, né? Eu, hein?

p.s. Em seis três semanas é eleição nesse país. Deve ter sido isso.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

É o que tem pra hoje



"The future is a small town, where we all gonna move to someday.
I saw the future. I did. And in it I was alive.
My God! I was alive."

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Diminuindo a cobrança ou Como ouvir "certo" o que as pessoas querem dizer

Eu já estava entrando naquela fase em que ficava meio desconfiada quando eu participava, invariavelmente, do seguinte diálogo:
- Mora aqui há quanto tempo?
- (Insira aqui qualquer tempo a partir de 3 anos...)
- Aprendeu alemão aqui ou já falava antes?
- Aprendi aqui.
- Poxa, parabéns, você fala alemão muito bem pra quem está aqui só a (vide primeira resposta).

Eu ficava pensando: ou o nível de exigência desse povo é muito baixo. Ou eles não esperam que um "estrangeiro" seja capaz de falar alemão bem. Ou as duas coisas juntas. Já tive muitas discussões com marido por conta disso, e ele achava que eu devia entender como elogio.

Acontece que eu não estou satisfeita com meu nível de alemão. Eu ainda tenho um sotaque muito forte e poderia usar melhor o vocabulário que eu conheço. Porque eu compreendo 99% do que um jornalista da ZDF fala, mas não sou capaz de falar como ele. E quem é, né? Não dá para se comparar com um nativo, ainda mais um que estudou para falar "bonito". Detalhes...

Eu já estava entrando no limite que divide a alegria em receber um elogio e o de me sentir "insultada" pelos mesmos motivos. Eu pensava: "ora bolinhas, eu já estou aqui há 3 anos e meio e esse povo acha meu alemão bom? Oi? Tem alguma coisa errada aí."

Foi depois de mais um diálogo desses (e acontece sempre assim) que eu percebi que, olha, é elogio sim. Ainda. Talvez, quando eu quebrar a barreira dos cinco anos, volte a pensar desse jeito. Mas, por agora, vou voltar a ouvir como elogio. Por quê?

Porque eu me dei conta que no primeiro ano eu não falava alemão. Eu aprendia. Eu precisei do segundo ano quase todo para destravar. Falava, mas ainda me prendia aos meus medos e escorregadas. Hoje, não tenho medo de falar errado. Vou lá e falo. Entro em discussões e ainda mando o povo calar a boca.

Então, se eu for colocar no papel a minha experiência com o aprendizado da língua (eu ainda aprendo), vou perceber que eu tenho 3 anos e meio de Alemanha, porém, não falo alemão há 3 anos e meio.

E, vou dizer, saiu um peso das minhas costas depois de constatar isso.

domingo, 18 de agosto de 2013

Os meus passos

Comecei o curso na quarta-feira, né? Turma legal. 7 mulheres e 1 homem. Mas, parece que no próximo módulo chegarão ainda alunos novos, então, pode mudar. Única "de marte" do grupo. Quanto a isso, sem problemas. Professor de uma parte do conteúdo é francês e não fala alemão melhor que eu. Rá!

No horário do almoço, íamos todos juntos para almoçar e conversávamos amenidades. Aí que uma colega me pergunta:

- Você dança?
- Não. Por que a pergunta?
- Porque a gente conhece os estereótipos dos países, mas é bom sempre perguntar pra se ter certeza, né?

Achei fofo, confesso.

- Ah sim, eu danço de vez em quando, mas se você quer saber se eu danço samba, respondo que não.
- Mas, você parece uma pessoa que dança bastante.
- Por quê?
- A forma com você anda. A sua postura é bonita.

Achei fofo, confesso.²

- Ah, sim, mas desde quando cheguei na Alemanha, observo isso. As mulheres brasileiras andam de forma mais sensual do que as alemães. A gente mexe mais o quadril pra andar.
- Mesmo? Que interessante.

Melhor que perguntar de cara: Você sabe sambar? E o carnaval? De quebra, ainda faz um eleogio gentil. Ponto pra coleguinha.

sábado, 10 de agosto de 2013

"Levanta-te e anda"

Pessoa foi com a família por parque.
Abre parêntesis: Pra quem não sabe, enteada é cadeirante. Fecha parêntesis.
Sentaram enteada na manta e ficaram todos juntos conversando e aproveitando a tarde fresca.

Em determinado momento, as costas da pessoa cansaram e ela se sentou na cadeira de rodas. Sentido-se super à vontade, ficou por lá até a hora de irem embora.

Aí pessoa resolve sair da cadeira para dar lugar à dona. Nessa hora, passa um cara perto e olha completamente espantado para a pessoa que vos escreve, obviamente. E ficou olhando embasbacado até sumir no caminho.

Eu bem acho que ele pensou ter presenciado um milagre: eu andei!

Mas né? Tive que decepcioná-lo. O milagre só ficou por aí mesmo. :)

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sou dessas

- que acessa sites de compras e seleciona as roupas e acessórios que ela nunca vai comprar, porque não tem grana pra isso. Mas, fica se imaginando e esperando que um dia tenha.
- que vê a nova campanha da Marc O'Polo e suspira por todos os poros. Por que, né? O negócio dela é os "maduros".
- que quer soltar fogos porque as aulas em Berlin começaram hoje. O marido, que é professor, volta a trabalhar, e os enteados voltam pra escola. Por uma semana, ela terá, durante o dia, a casa só pra ela.
- que já pensou em mestrado, já fez uma Weiterbildung, e agora vai começar outra, mais longa, mais complexa e mais difícil. Mas, não está nem aí, porque o que ela quer mesmo é se sentir viva novamente. Começa dia 14 e espera ter histórias pra contar.
- que além de fazer tandem com dois alemães, ainda arrumou um britânico pra ver se perde a trava do inglês finalmente. E fica morrendo de inveja do quanto ele sabe sobre o Brasil, se perguntando aonde foram parar as aulas de história que teve na escola. Elas existiram mesmo?
- que fica programando viagens (Holanda, Bélgica...) na expectativa de arrumar um emprego que pague as passagens, porque estada ela já tem. Né? Né? Né?
- que fica olhando para o material de estudos para transferir a carteira de motorista (ela tem a brasileira) e bate a maior preguiça porque ela não vê sentido em ter carro na Alemanha, ainda mais em Berlin. Mas, marido quer e ela gostaria de fazer esse agrado pra dividirem os trechos em viagens.
- que nessa onda de calor, ao invés de sair de casa pra curtir, se tranca e não sai nem por reza. Porque, além do calor ser muito, ela não pode tomar sol. A vida, essa safadinha!
- que vai pro médico e mente, dizendo que não está sentindo dor e o médico olha pra cara dela e diz: eu sei que está doendo. E ri, porque só tem isso pra fazer mesmo.
- que está, aos poucos, taking her life back!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Pensativa...

Outro dia, na estação do metrô (de novo...), tinha um senhor muito bêbado. Os bombeiros tentavam convencê-lo a ir com eles, mas ele não queria. Não entendi muito bem, mas, aparetemente, os bombeiros insistiram o quanto podiam e depois desistiram, o deixando lá. Não dá pra forçar a ajuda, né?

Eu não me senti à vontade ficando perto desse senhor, porque parecia que a qualquer momento ele ficaria de estômago vazio, se é que vocês entendem. Ao meu lado tinha um cara. Eu olhei pra ele e sorri. Eu não queria que ele pensasse que estava me afastando por conta dele, mas sim por conta do bêbado.

Só que o meu sorriso abriu uma porta de comunicação. Entramos no metrô e o cara sentou perto de mim, me procurava com o olhar. Eu me senti incomodada. Eu não percebia o que estava acontecendo. Desci na minha estação de casa e ele desceu também. Ele andou ao meu lado e falou comigo.

- English?
- A little bit. German also.
- I English, Italian and Arabic.
- Oh!

E segui. Ele seguiu ao meu lado.

Sai da estação. Acelerei o passo. Dobrei na esquina da minha casa e ele ficou lá parado, com ar de perdido.

Só quando estava abrindo a porta do prédio que entendi o que estava acontecendo. Ele precisava de ajuda. Pelas línguas que ele dizia falar, no mínimo, alguém que atravessou o mediterrâneo, ficou perdido na fronteira da Itália e veio parar num "campo" de asilados por aqui. E eu, com a minha incapacidade intelectual de mudar a língua do meu cérebro de forma automática, não fui capaz de entender o que ele queria, não fui capaz de perguntar: "Do you need any help?"

Eu ainda voltei, procurei e ele não estava mais lá. Por algumas horas, senti-me a pior pessoa do mundo.

Já faz mais de dois meses e eu continuo me sentindo assim. Espero mesmo que ele tenha encontrado alguém melhor no caminho dele.

sábado, 27 de julho de 2013

Um tropeço

Em Berlin, é comum estar andando pelas ruas mais centrais da cidade e se deparar com as conhecidas "Stolpersteine" (pedras em que se tropeça) que, na verdade, não são pedras, mas placas indicativas que informam que naquele determinado prédio morava alguém que foi, durante a guerra, deportado e morto. Maioria, claro, judeus.

Eu sempre olho com curiosidade para essas "pedras". Não foi diferente quando passei por uma com o meu primeiro nome. Primeira vez que vi o meu nome correto, exatamente da forma como assino. Tirei uma foto com o celular e fui pra casa.

Esqueci a foto. Depois, lembrei que minha prima gosta de história e mandei a foto pra ela, com a mesma introdução que iniciei esse texto. Só aí olhei mais atentamente para a foto: eu havia tirado a foto dos nomes de uma família. Pai, mãe e filha. E percebi que a minha chará foi deportada e morreu no campo de concentração de Auschwitz quando tinha apenas 7 anos.

Meu tropeço do dia foi na história dessa menina. Foi numa história que podia ter sido a minha. A sua. A nossa.


As marcas ainda estão lá para homenagear, para não esquecer.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Ramadã e a Tapioca

Na sexta-feira, convidei ladies para a minha casa, três brasileiras e uma alemã. A promessa era que seria uma tarde de chá e café, que foram devidamente substituídos por champagne e suco porque estava calor e tapioca (que na Bahia, chama-se beiju também). Dondocas!

Fofa 1 e Fofa 2 (eu só conheço gente fofa, tá?) chegaram quase que ao mesmo instante e fomos para a cozinha preparar as tapiocas. Quer dizer, a Fofa 1 foi, porque cozinha e Eve não combinam. Olhem o nível da exploração da amizade.

Prepara a massa, coloca a panela no fogão, acende o fogo e...
"Esse fogo está muito fraquinho, não?"
"É......"
"Gente, eu acho que estamos sem gás!!!" (meu fogão é a gás)

E meu mundo caiu! A gente estava sem gás pra fazer as benditas e desejadas tapiocas!! Eu estava sendenta de vontade! Só tinha tomado café da manhã para aproveitar e, de repente, descubro que não tinha gás!

Famintas, depois que as outras chegaram, atacamos os biscoitinhos que tínhamos e ficamos de bate-papo. Até que eu lembrei de uma máquina de fazer Waffles que temos. Foi o que salvou a tarde. Máquina na tomada, massa sendo preparada e a gente disfarçando a frustração de não termos as tapiocas pra comer.

Mas, Eve, o que tem o Ramadã a ver com tudo isso?? Explico:

Toca a campanhia. Era a vizinha do meu andar perguntando se também estávamos sem gás. Disse que sim. Ela fala: "Minha mãe convidou a família e agora não tem como cozinhar." Eu: "E eu convidei amigas e estou com o mesmo problema!". Rimos. Ela pergunta se tinha como entrar em contato com a empresa. Desço pra pegar o número que fica no mural do prédio. Volto e ela já está ligando e me avisa que eles iam demorar mais um pouco para reestabelecer a ordem. O que não foi novidade pra mim. Essas coisas, quando acontecem, demoram horas apenas.

Volto para as "minhas" meninas, eram 17h por aí, me dou conta que é Ramadã, período em que os muçulmanos jejuam durante o dia e só podem comer com o pôr do sol. Aí bateu o desespero: gente, eles ficam o dia todo sem comer, as famílias se reúnem à noite nas casas pra "bater aquele prato" e estão sem gás? Tadinhos...

Por sorte, às 18h, quando fui conferir novamente, o gás já estava de volta aos devidos canos do prédio. Nós ficamos sem as tapiocas, mas a vizinha libanesa aposto que fez a festa dela.

Da próxima, antes de fazer essas promessas, compro um fogão elétrico!

sábado, 20 de julho de 2013

Como testar um coração

Veja a janelinha do skype da pessoa subindo ali no cantinho.
Clique e abra o bate-papo.
Escreva: "oi amor da minha vida"
Aguarde.
Leia a resposta: "oi"
Aguarde.
Leia a frase seguinte: "tem certeza que não mandou pra janela errada?"
Responda: "tenho."
Aguarde.
Levante, vá até a sala ao lado, abra a porta e olhe para a cara do seu marido.
Diga: "não, meu amor, eu não errei a janela."
Olhe bem nos olhos dele e dê risada.
Por míseros dois segundos, ele bem pensou que o "erro" aconteceu.
Até porque, tem anos que você não vê a necessidade de falar com ele por skype, porque ele está sempre ao alcance.

Vocês riem.
Saia da sala e volte para onde estava.
Repita o processo.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Está falando comigo?

Aí que a pessoa vai numa exposição de fotos com marido e fica lá, perdida entre tantas fotos interessantes e os textos que as acompanhavam.

Aí que eles não estavam lá sozinhos, né?

Aí que eu adoro pagar um mico de vez em sempre.

Estava vendo uma fotos quando falo em português:
- Olha só os detalhes dessa foto. Você reparou? Hein? Hein?

*Silêncio*

Olho para o lado e não era o marido que estava ali, mas um homem "aleatório" que me olhava com cara de interrogação. E eu, em alemão:
- Oh, me desculpe, eu pensei que fosse meu marido.

Sorri e saí correndo atrás do marido. Cheguei meio esbaforida perto dele, que, claro, me pergunta o que tinha acontecido.
Eu, mais vermelha que tudo:

- Ah, eu falei com aquele cara pensando que era você.

Obviamente, o cara ainda olhava pra mim e sorria. Eu só queria arrumar um buraco e esconder a cara. Se eu falo com ele em alemão, ia bem pensar que eu tava tentando puxar conversa.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Verão, seu lindo, resolva sua vida!

Né? Porque se alguém perguntar como está sendo o verão aqui, vou responder: "Foi ótimo! Caiu numa quarta e numa quinta respectivamente."

Pois, únicos dias que os termômetros marcaram mais de 30 graus em Berlin foi a duas semanas atrás.

Mas, né, isso são detalhes tão pequenos de nós dois, ops, do verão. Porque bom mesmo é quando, depois de uma semana chuvosa, o céu abre, o sol aparece e a temperatura está gostosa. Parace que eu estou reclamando, só que a verdade mesmo é que eu adoro quando as temperaturas estão entre 22 e 28 graus. Chegou nos 30 e eu já começo a me desesperar. Ultrapassou 30, começo a passar mal. Me chamem de fresca. Alemanha não foi feita para ondas de calor. Acreditem. :)

Voltando à situação que estou desde o início do texto tentando descrever... Pois bem. Depois da onda de calor que durou dois dias e chegou a 38 graus, as temperaturas baixaram até os 13 graus nos dias seguintes e choveu chateosamente. Verdade. Essa semana é que parece que vai esquentar de novo. Só que não. Explico.

Na segunda-feira resolvemos dar uma voltinha pela cidade e aproveitar um Biergarten. Já eram umas 21h quando queríamos voltar pra casa, mas antes, parar num café pra beber algo e curtir o "tempo" que nos restava. Dobrávamos a esquina de uma rua, quando marido olhou para o céu e disse: "Melhor voltarmos pra casa agora..."

Acompanho a visão dele e o que vejo é um céu com nuvens escuras e carregadas, além de relâmpagos."Opa, bom mesmo!"

Voltamos para casa, entramos, fechamos a porta, nos aconchegamos e CABUMMMM!!!! Uma tempestade, com direito a raios caindo na torre da Alexanderplatz, uma ventania e eu assistindo tudo da janela. :)

Agora, espero que a temperatura suba um tiquinho nos próximos dias e o sol apareça para eu poder tomar um solzinho, porque, povo, o negócio aqui tá branco!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Run, Eve, run!

Sexta-feira passada foi o Fête de la Musique (com biquinho francês), um festival de música que começou em Paris anos atrás e se espalhou por aí, chegando até Berlin. São bandas, grupos, artistas que se apresentam nas ruas e em clubes da cidades.

Fomos, né? Estávamos ali em Kreuzberg (bairro), perto de uma estação de metrô. Assistimos, inclusive, um grupo de percussão do Brasil muito bom. Só não me perguntem o nome, esqueci.

Paramos num café pra tomar um espresso e voltarmos pra casa. Estávamos batendo papo, quando uns três carros e quatro motos da polícia aparecem e começam a passear pela rua. Os carros estacionam, as motos seguem. Por conta do ponto aonde estávamos, deduzimos que fosse uma manifestação. Pois é, aqui, quase todo dia tem uma. :)

E a gente ficou pensando: será que já vem? será que tem muita gente? será que...? Quando marido fala:
- O nosso carro está bem no caminho. Se eles (a polícia) fecharem a rua, não sairemos daqui tão cedo.

Sem que eu protestasse, ele levanta, vai lá dentro pagar a conta do café e volta dizendo:
- A gente tem que chegar no nosso carro antes da polícia. Corre!

A criatura divina do meu marido começa a correr!! O carro estava a uns 500 m de onde nós estávamos. A gente corria, e um policial de moto meio que na mesma velocidade que a gente, seguia na rua. Parecia perseguição, coisa de cinema.

Chegamos ao carro e tínhamos que agir rápido, sair da vaga e partir antes que a rua fosse fechada.

E não é que conseguimos? Sim, era uma manifestação. Na verdade, duas. Uma em cada ponta da rua. Junta isso com o pessoal que estava curtindo o festival. Carnaval é fichinha. =P

Primeira vez que fugi da policia na minha vida.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Curtinha da Imigração

Como contei, estive lá semana passada e entreguei a papelada. Conversa vai, conversa vem, marido tentando manter um clima leve e tal. Eu me limitava a entregar os documentos, mostrar aonde as informações necessárias estavam e pronto. Chega uma hora que a atendente fala:

- Bom, agora eu preciso ouvir um pouco mais da sua mulher falando alemão.

Um claro recado para marido fechar a matraca. :)

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Dia do Fico, o meu

Hoje foi o dia de ir ali bater na porta do Ausländerbehörde (Imigraçao) para solicitar novo visto.

Quando casei, recebi logo um visto para os três anos. Como o tempo passa mais que rápido, já tem mais de três anos que estou na terra da Nutella e da batata.

Passados os três anos de moradia na Alemanha e casamento com o meu alemão, tinha direito ao visto de permanência. Meu "Termin" estava agendado desde abril e hoje foi o dia.

Aqui em Berlin, eles pedem o comprovante de participação no curso de integração (ou equivalente, o telc, por ex.), contrato de aluguel, comprovante de renda do requerente e/ou do cônjuge, comprovação do seguro de saúde (apresentar só o cartão serve), uma foto e outros documentos que eles podem pedir na hora.

Como eu tenho muita sorte com o atendimento daqui, a moça foi super simpática e gentil. Depois de 2h, o processo estava finalizado. Tive que pagar a bagatela de 135 óiros e em 6 semanas receberei minha "carteira de identidade". Enquanto ela não chega, tenho uma declaração datada de hoje afirmando que já posso ficar nessa terra ad eternum, caso não volte para o Brasil, claro.

O visto agora é independente do casamento. Marido disse que não tem mais como me chantagear. Mal sabe ele que, a partir de hoje, quem pode chantageá-lo sou eu. Qualquer coisa eu falo: "quer que eu vá embora? Olha que eu vou, hein?"

Até parece... rsrsrs

Próximo passo? Requerer a cidadania alemã, já que não perderei a brasileira. Mas, isso fica pra depois, minha dose de paciência para burocracia já foi esgotada esse mês.

Pois então, se é pro bem de todos e felicidade geral da Alemanha, digam a eles que fico!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Berlin, ontem: Brasil e Turquia

Ontem fomos às ruas de Berlin para, pacificamente, mostrar apoio aos movimentos no Brasil. Éramos cerca de 400 brasileiros e estrangeiros.
Em alemão: "SP: pessoas presas por terem consigo vinagre, contra o efeito das bombas de gás lacrimogênio"

Desde que os movimentos começaram, mesmo tendo começado por "20 centavos" e que não permaneçaram por esse motivo, houve uma escalação, se espalharam pelo Brasil e pelo mundo. Ficou mais forte. 20 centavos foram só a gota d`água.

Como explica esse trecho da fala do sociólogo espanhol Manuel Castells: Todos estes movimentos, como todos os movimentos sociais na história, são principalmente emocionais, não são pontualmente indicativos. Em São Paulo, não é sobre o transporte. Em algum momento, há um fato que traz à tona uma indignação maior. Por isso, meu livro se chama REDES de indignação e de esperança. O fato provoca a indignação e, então, ao sentirem a possibilidade de estarem juntos, ao sentirem que muitos que pensam o mesmo fora do quadro institucional, surge a esperança de fazer algo diferente. O quê? Não se sabe, mas seguramente não é o que está aí. Porque, fundamentalmente, os cidadãos do mundo não se sentem representados pelas instituições democráticas. Não é a velha história da democracia real, não.

Aqui na Alemanha, a polícia esteve nas ruas para garantir o nosso direito de nos manifestarmos, fechando as ruas e controlando o trânsito. Na foto a seguir, vocês veem o porta-voz da polícia. Era com ele que os organizadores conversavam. Os policiais eram meros coadjuvantes.
Aí você vai dizer: "ahhh, mas no Brasil teve vandalismo". Pode até ser. Mas, não justifica a violência e a opressão contra todo uma massa de manifestantes. Pega o vândalo e leva embora. Deixa que o povo se manifeste. Se organize. Não aja com desespero. Tenha preparo profissional.

Eu vi um vídeo de uma família sendo atacada em sua própria varanda, no 7° andar do prédio, por estar filmando. O que é isso? Ditadura? Censura? Tem alguma coisa errada aí. E não podemos permitir que o Estado tome conta das nossas vidas, nos tire os direitos de liberdade de expressão e de ir e vir.

E o que eu tenho a ver com isso tudo daqui da Alemanha? Eu sou brasileira. E sinto-me orgulhosa de que agora o povo está nas ruas, enfrentando a polícia e o descaso do Estado. Uma vez que nos manifestamos aqui e mostramos como o Estado daqui nos trata, pode, além de aumentar a força do movimento, mostrar para os governantes como é mesmo que se faz democracia!

Utopia? Quem sabe. Mas, eu vou colocar a cabeça no travesseiro sabendo que eu fiz minha parte. Não vou parar. Não estarei mais nas ruas, mas meu grito vai muito mais além. Eu tenho a Internet. Você também. Espalhe a esperança de dias melhores.

P.S. Outro ponto alto das manifestações de ontem em Berlin: os turcos se juntaram a nós!! E nós a eles.
Em alemão: "Taksim é em todo lugar. Em todo lugar há resitência"

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ainda é diferente

Dias atrás, estava no metrô (estava demorando com mais casos de metrô, né?), em pé, quando entra uma alemã de meia idade, um menino no carrinho se esbaldando na maçã, acho que nem tinha dois anos ainda e uma menina de uns 5 ou 6 anos. O menininho era a coisa mais linda. Ela, como estava com o carrinho, ficou em pé ao lado da porta, a menina senta.

Ao meu lado, uns três pré-adolescentes sentados. Eles estavam conversando sobre sei lá o quê. Passa-se uma ou duas estações e a mulher fala para a menina que se preparasse que já iam descer.

Enquanto isso, os pré-adolescentes conversavam entre si, um cutucando o outro e dando risadinhas, quando o mais corajoso de todos se dirige à mulher:
- Desculpa...
- Pois não?
- Esse menino é seu filho?
Ela ri sem graça e responde:
- Sim, ele é meu filho. A menina também.

Saem do metrô.

O mais corajoso vira para os outros e diz:
- Viu? Eu disse.

E qual o mistério?
As crianças eram negras. A mulher, branca.

Estranho pra mim é que a pergunta tenha vindo de três "estrangeiros". Pois, os meninos tinham traços turcos/árabes. Chupa essa manga!

O que me faz pensar também em quantas vezes essas crianças terão que passar por essa pergunta na vida...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O que não fazer de jeito nenhum

Mesmo que você tenha uma prima de 20 anos que você adora e fica na maior fofoca pelo whatsapp, ela lá e você aqui.
Mesmo que esteja rolando uma festinha na sua casa.
Mesmo que, por isso, você tenha bebido uma garrafa de vinho sozinha para comemorar seu retorno.
Mesmo que você queira mostrar pra sua prima que você está bem e feliz.
Mesmo que seja final de semana e a família de lá tenha resolvido se reunir na praia para comemorar o aniversário de um tio.
Mesmo que essa prima esteja lá, no meio da família.
Mesmo.

Não vá para o banheiro da sua casa, enquanto estão todos na sala, para gravar um vídeo vexatório e mande para sua prima.
Porque mesmo que ela te ame, ela perde a prima, mas não perde a piada.
Ela vai mostrar para toda a família que está reunida. E sua mãe vai dizer: "nunca vi minha filha assim". Mas, você também está feliz, não esqueça disso.

Mesmo assim, não faça.
No dia seguinte você vai acordar não só de ressaca, como arrependida!
Palavra de quem tem experiência!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mudança de hábitos e vida nova


2013 começou diferente. Porque não dizer, promissor. Enfim, tenho minha saúde de volta. Enfim, posso recomeçar a vida. Mas, como todo baque, em seguida, vem a mudança. Pena precisarmos, muitas vezes, de uma porrada pra admitirmos que alguma coisa precisa mudar nas nossas vidas.

Tirando a adolescência, minha vida adulta foi muito sedentária. Até então, não me preocupava com a saúde do meu corpo, com a alimentação, com noites bem dormidas. Não era muito vaidosa, achava que ter um peso legal já era o suficiente.

Aí veio a fase punk, em que meu sistema imunológico ficou mais frágil que uma bolha de sabão e eu precisei dar a volta por cima. Eu aprendi a importância de um corpo saudável, acompanhado da mente, claro. Aprendi a importância de manter os músculos em atividade, para não perdê-los. Acredite, eu senti falta deles. Aprendi que alguns minutos numa bicicleta levantam qualquer astral. Aprendi que não custa nada dar um pouco mais de atenção para o seu corpo. Aprendi que tem coisas que eu gostava de fazer quando era criança que, hoje, ajudam a distrair minha mente e a relaxar. Quem precisa de meditação quando se pode também "esquecer o mundo" desenhando e pintando?

E melhor que isso: aprendi a vibrar com os meus pequenos avanços. Começar fazendo 10 minutos de malhação, porque era só o que o corpo aguentava, e passar para 1h e 10 min em 5 semanas, querendo mais.

Meu compromisso agora é comigo. É manter o ritmo. É olhar para o espelho e dizer: you rock! É admitir que saúde está ligada a alimentação, movimento constante e um amor. E continuar com tudo isso. Porque eu ainda tenho muita química pra tirar do meu corpo e ainda não cheguei ao ideal. Foram só 5 semanas, ainda preciso de um ano pra poder arriscar mais, para alcançar o equilíbrio.

O que importa é que o ponta pé inicial já foi dado e a vontade de continuar está aqui. Saúde!

A Si e a Ana devem estar orgulhosas de mim agora.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Meu sotaque me condena...

Entro no elevador e uma senhora me pergunta se já havia chegado no térreo. Eu respondo que não, que ainda estávamos no quinto andar.

- Você é de onde? - ela me pergunta.
- Sou de Berlin.
- Ah, mas você não é uma berlinense de verdade, né?
- Sou brasileira. - disse sorrindo.
- Eu ainda não tive a oportunidade de conhecer o Brasil.
Notem, por favor, o "ainda". Tão velhinha que usava um andador.
- É um país bonito. - puxei a brasa pro meu lado.
- Eu perguntei porque sou muito curiosa. Percebi no seu sotaque. - e deu um sorriso maroto.

A pessoa responde: "estamos no quinto andar" e a outra percebe que você não é desse planeta país.

A conversa foi fofa, pelo menos.

domingo, 26 de maio de 2013

Gentileza

Marido já veio me visitar duas vezes. Toda vez que ele vem, a gente vai pra um bar que descobrimos na cidadezinha. É o bar local, aonde se encontram os amigos e a cerveja custa 1,20, um prato custa a partir de 4,50. Pois é. Interior.

E eu percebi um hábito maravilhoso dos locais. Eles entram no bar e cumprimentam mesa por mesa, batendo nela, fazendo um "toc toc". Eu nunca vi isso em lugar nenhum. Fiquei muito surpresa. Achei de uma gentileza tão grande.

Não é uma coisa que eles fazem só com os conhecidos, nem com uma mesa só. Eles fazem em todas as mesas por onde eles passam, fizeram na nossa mesa. Jovens, adultos e mais velhos. Entravam no bar e nos cumprimentavam. Saíam, nos cumprimentavam.

E eu lá, com um sorriso mais besta na cara, achando o máximo a forma que eles criaram de dizer: "oi, eu te vi, você existe pra mim." Tá, ok, foi assim que eu interpretei.

Na hora de sair, fizemos o mesmo, batemos na mesa no nosso caminho e o pessoal lá sentado sorriu pra gente de volta.

Um ato simples, uma lição pra mim.

Marido disse que isso não é coisa só da cidade, que é da região. Alguém que já passou por isso pode confirmar? Estou numa cidadezinha entre Weimar e Jena.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A amiguinha daqui



Era domingo e estava passeando no parque da cidade que é uma graça. Sentada em um banco estava a senhorinha que sorria pra mim, talvez por me reconhecer do "spa". Sorri de volta e continuei o passeio. Estava um dia lindo.

Depois de mais uma duas voltas, comprei um sorvete e resolvi sentar ao lado dela e puxar conversa. Ela estava com o celular na mão e fala assim:
- Estou aqui com meu Smartphone, no whatsapp com meu neto.
- O.o
- É, minha filha que me deu. Eu achava que não ia aprender, mas aprendi.
E o celular vibra.
- Oba, deve ser meu neto me respondendo. Ah, não, é um email. Peraí que vou ler.
- O.o

Minha cara, né?

Minutos depois chega um casal de velhinhos. Velhinhos mesmo. Sentam ao nosso lado e começam a conversar com a senhorinha. E ela começa a falar do que? De celular, internet... A mulher do casal só falava dialeto, eu não entendia patavinas.

Daí minha nova amiguinha vira pra ela e fala:
- Ich habe mit meinem Enkel gechattet. (Algo como: estava conversando no chat com meu neto)
 A velhinha nada diz. Aí a amiguinha:
- Você não tem ideia do é que "chat", né?

Eu juro que eu tentei me segurar, mas não deu. Eu caí na gargalhada. Imaginem a cena e me deem razão, por favor.

Nesse dia, haveria uma "seresta" no parque. Tem todo domingo pra entrenter o povo da cidade e que ficam nas clínicas de reabilitação. A cidade funciona por isso, né? E o que eles fizeram nesse tempo? Fofocaram.

Juro. Nunca vi velhinhos tão fofoqueiros na vida. Vinha uma pessoa de cabelo vermelho e eles: "aff, olha esse cabelo". Passava um rapaz com tatuagem e eles: "vixe, que feio! Deve doer pra fazer." "E olha para aquela lá de sombrinha. Ela não aguenta o sol, não?"



Eu não fofocava junto porque eles eram muito mais rápidos do que eu. Eu só ria, ria, ria... E assim, ficamos amiguinhas e tomamos café todo dia juntas. Hehehe

domingo, 12 de maio de 2013

Sinal de vida: umas rapidinhas (ui ui ui)


- O pessoal aqui fala dialeto. Demorei séculos para me acostumar e evitar crises de gargalhada na frente das pessoas. Lembra um pouco o bávaro, mas é mais engraçado. E eles ainda trocam todas as vogais por "o". Lindo, né? Eu me acabando pra pronunciar ä, ö, ü e eles resolvem trocar tudo por "o".
- A maioria é idoso. E quando não são do interior, são do interior. Povo de Dorf, se é que vocês me entendem.
- No início, por conta dos dois detalhes aí de cima, a comunicãção era restrita a "bom dia" e "bom apetite". Agora, já me meto nas conversas e não quero nem saber. Fiz até uma amiguinha, uma senhora super simpática. Mas, essa merece um post só pra ela. Outro dia.
- Tem um médico aqui que pensa que é galã de novela mexicana. E as senhorinhas suspiram por ele.
- Estou me acabando na musculação. Mesmo. Músculos começam a aparecer no meu corpo. Bem tímidos, claro. Pra quem não sabia o que era músculos há tempos, já dá pro gasto. Por consequência, eles também doem.
- Além da musculação, ainda tem fisioterapia, massagem, hidroginástica, ginástica para as costas, técnicas de relaxamento e o que me dá vontade de fazer nas horas vagas. Ou seja, deitar na cama, morta de cansaço. Porque, óbvio, essas atividades são condensadas no meu dia. Pra quem não aguentava andar mais do que 2 km...
- Eu sei que 5 semanas não operam milagres. Porém, será o empurrão necessário para eu continuar as atividades quando voltar pra casa.
- No mais, a cidade tem 3 mil habitantes, tem um castelinho aqui perto fofinho e o pessoal é simpático. Faço caminhadas no parque na cidade, que é uma graça.

As fotos ficam pra próxima, internet não está colaborando agora. Viu, Rosa? :)


 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Recarregando as baterias

Quem acompanha o blog há um tempo, sabe que 2012 não foi o meu ano mais saudável. Fiquei doente, tive que parar de trabalhar por conta disso, precisei engavetar planos e sonhos, entre outras coisas. Foi um ano pesado.

Esse ano, entrei na fase de recuperação. E, a partir de hoje, depois de muita burocracia, vou passar 5 semanas numa clínica de reabilitação. Calmaê! Não fiquei viciada em remédios, não estou indo me desintoxicar. hahahaha

Estou indo para o que eu poderia relacionar a um Spa. Ficarei essas semanas fazendo muita fisioterapia, atividade física e relaxando, porque ninguém é de ferro. Perdi músculos, estou estressada. Estou indo recuperar o corpo e a mente.

Quero voltar pronta pra enfrentar "a vida real" de novo.

Aí vocês me perguntam: e quem vai pagar a conta? Tirando alguns poucos casos específicos, não tenho do que reclamar do plano de saúde daqui. Foi uma recomendação do próprio plano, que encaminhou o pedido para a previdência alemã e, depois de muitos formulários para lá e pra cá, essa reabilitação foi aprovada e será paga pela previdência.

Depois desse período, serei "julgada" novamente como "capaz de trabalhar" e poderei voltar ao mercado de trabalho com a consciência leve. Não estarei devendo a ninguém, nem ao meu plano, nem à previdência e, principalmente, nem ao meu corpo.

Por isso mesmo, estou fazendo uma pausa por aqui. Primeiros dias, que acho que serão mais difíceis, não acessarei Internet para me concentrar totalmente. Mas, eu volto. Provavelmente, com um monte de micos pra contar. Espero, né?

Desejem-me sorte! Beijos!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Curiosidades sobre a Alemanha - a minha versão

Depois do textos do francês, alguns brasileiros que moram em outros países estão fazendo a mesma lista. Li uma lista de um brasileiro na Alemanha e como acho que posso contribuir com outros pontos, estou fazendo a minha versão.

Ao contrário do que muitos vão pensar, não é uma comparação do tipo certo ou errado, melhor ou pior. É claro que, com base na minha visão brasileira, consigo perceber o que é diferente na cultura alemã. Tomem esse texto como um relato de fatos e observações minhas nesses mais de três anos na Alemanha. E como toda lista, há muita generalização.

  1. Aqui na Alemanha se gosta muito de esporte. Gostam de futebol, basquete, hóquei... Mas, o esporte preferido mesmo é o de reclamar. Reclamam se o tempo está ruim, se está bom, se o trem atrasa 5 minutos, se você faz uma paradinha estratégica no meio da rua...
  2. Aqui na Alemanha se assoa o nariz em qualquer lugar, inclusive, à mesa. E eles não são nada discretos. Não se assuste se estiver tranquilamente sentado num banco de praça e alguém passar por você e fizer sons nada agradáveis num lenço de papel.
  3. Por falar em lenço de papel, aqui na Alemanha, eles sempre têm lenços de papel nos bolsos, nas bolsas... Podem ser usados, do inverno passado, ou novinhos, ainda no pacote.
  4. Aqui na Alemanha, não existe o hábito de se tomar banhos várias vezes ao dia. E muitos nem tomam todo dia. Isso também no verão. Eles dizem que gastam a pele e o hábito é perceptível no ar, nessa estação.
  5. Aqui na Alemanha, existem milhares de quilômetros de ciclovias por todo o país. Os ciclistas andam para todos os lugares e, muitas vezes, em qualquer tempo. Inclusive embaixo de temperaturas negativas.
  6. Aqui na Alemanha, pedestre sempre tem prioridade. Os carros param para você atravessar. A menos que o pedestre esteja, por distração, ocupando a ciclovia. Aí, ele vai ouvir a buzina ou os gritos de ciclistas mais estressados para sair do caminho deles.
  7. Aqui na Alemanha, existem inúmeros parques. Bonitos, organizados e bem cuidados, tanto pela prefeitura quanto pelos moradores.
  8. Aqui na Alemanha, existem inúmeros parques. Aqueles em que se pode fazer churrasco, aquele em que se pode deixar o cachorro solto e aqueles em que terá uma mulher fazendo topless e cinco metros depois, uma de burca.
  9. Aqui na Alemanha, no verão, cada metro quadrado de grama nos parques ou praças é disputado. Os alemães parecem lagartixas se expondo ao sol, depois de meses de inverno e escuridão. (Thiago, essa é pra você!)
  10. Aqui na Alemanha, tem as quatros estações bem definidas. Assim como as estações mudam, o humor também muda. Coitados de nós quando o inverno é longo....
  11. Aqui na Alemanha, ser gay é ok. O prefeito de Berlin é gay. No seu discurso de posse, ele disse: "eu sou gay, e está bom assim!".
  12. Aqui na Alemanha, existem todos os tipos de moda. Você pode encontrá-las todas num único  dia nas ruas. Ou numa única pessoa.
  13. Aqui na Alemanha, você pode sair com um moicano (o corte de cabelo) verde, azul ou lilás, uma roupa rasgada e ninguém vai apontar o dedo te criticando. Eles vão olhar, mas vai ficar só no olhar.
  14. Aqui na Alemanha, pode-se encontrar pessoas bebendo cerveja às 10h da manhã. Alguns já estão bêbadas nesse horário.
  15. Aqui na Alemanha, é normal encontrar pessoas peladas nos parques durante o verão. Principalmente, em estados da antiga DDR. Eles ainda acham estranho quando os brasileiros estranham esse comportamento.
  16. Aqui na Alemanha, existem saunas mistas. As pessoas ficam peladas lá, mulheres e homens. E estranham se brasileiros não aderem a esse comportamento.
  17. Aqui na Alemanha, ser machista está fora de moda. Mas, ainda existe muito sexismo. Muito.
  18. Aqui na Alemanha, o transporte público é integrado e, relativamente, pontual. O ônibus vai chegar a poucos minutos da partida do metrô, do bonde ou do trem. Com a mesma passagem, você pode andar em todos eles, na mesma cidade.
  19. Aqui na Alemanha, não tem cobrador ou catraca nos metrôs, trens ou bondes. Mas, existe fiscalização regular. Caso você seja pego sem passagem, a multa é de 40 euros. Nos ônibus, o cobrador é o motorista.
  20. Aqui na Alemanha, ainda existe nazismo e um partido político neo-nazista. Porém, quando essas pessoas organizam uma passeata em determinada cidade, aonde 200 neo-nazistas estarão presentes, 2000 civis estarão na mesma rua para impedir essa manifestação e mais 3000 policiais estarão nas ruas para impedir surtos de violência. (Números meramente ilustrativos)
  21. Aqui na Alemanha, pobreza não é passar fome, mas não participar da sociedade.
  22. Aqui na Alemanha, pelo menos em Berlin, vivem cerca de 140 nacionalidades diferentes.
  23. Aqui na Alemanha, um estrangeiro nascido na Alemanha, com passaporte alemão, continua, frequentemente, sendo tratado como estrangeiro, fazendo parte da população com "história de migração".
  24. Aqui na Alemanha, os caixas automáticos ficam expostos nas ruas.
  25. Aqui na Alemanha, é mais fácil um carro dormir na rua aberto e, no dia seguinte, continuar no mesmo lugar, do que uma bicicleta. Melhor não arriscar nem uma coisa nem outra.
  26. Aqui na Alemanha, existe o "bairrismo". Berlinenses acham que Berlin é melhor que Hamburg, os de Hamburg acham que Hamburg é melhor que Berlin. E o muniquenses acham que Munique é melhor que o resto da Alemanha. :)
  27. Aqui na Alemanha, quando se visita alguém em sua casa, costuma-se tirar os sapatos e deixar na entrada. Você vai entender isso num dia de muita neve e lama, caso alguém entre na sua casa e esqueça de tirar os sapatos. Principalmente, se seu chão for encarpetado.
  28. Aqui na Alemanha, quando se visita alguém em casa pela primeira vez, costuma-se levar algum "mimo". Pode ser um vinho, flores, chocolate...
  29. Aqui na Alemanha, alemães gostam muito de viajar. Viajam pelo próprio país, pela Europa, África, Áméricas... Por isso, eles podem te olhar de cara feia se você disser que nunca esteve na Amazônia.
  30. Aqui na Alemanha, os alemães acham meia hora para chegar de um lugar ao outro dentro de uma cidade, muito tempo. 200km é muito longe.
  31. Aqui na Alemanha, toma-se sorvete em qualquer época do ano. Quase.
  32. Aqui na Alemanha, também existe o chá ou café da tarde, com bolo ou biscoitos.
  33. Aqui na Alemanha, vinho é muito barato. Até o chileno.
  34. Aqui na Alemanha, homem faz xixi sentado quase sempre. O que dá pra entender, se levar em consideração que quem limpa mesmo o banheiro é ele.
  35. Aqui na Alemanha, não existe empregada doméstica. Só os muito ricos têm. Mas, existe faxineira. Que são, muitas vezes, estrangeiros ou estudantes universitários precisando de renda extra.
  36. Aqui na Alemanha, muito mais em Berlin, as marcas das guerras ainda são visíveis, principalmente quando se anda nas ruas e se vê no chão uma plaquinha dourada em frente a alguns prédios: "nessa casa morou a família Y, enviada para o Campo de Concentração na data X e morta na data Z"
  37. Aqui na Alemanha, remédio só é obtido com receita médica, é "gratuito". Porém, dependendo do remédio, pode-se pagar uma taxa de 5 ou 10 euros. Mas, xaropes, vitaminas e analgésicos comuns, por exemplo, podem ser comprados sem receita.
  38. Aqui na Alemanha, existe corrupção, sonegação de imposto e "jeitinhos". Como o caso de plágio da tese de doutorado do ministro. Por conta disso, ele teve que renunciar ao caso. Ou o antigo presidente, que foi acusado de tráfico de influência e também saiu. E as contas na Suíça dos ricos alemães dizem muita coisa.
  39. Aqui na Alemanha, a última categoria de estrangeiros é a dos refugiados. Ninguém quer e muitos fingem que nem existem. Contudo, por conta do seu histórico de guerra, a Alemanha não nega a entrada. Só dificulta a permanência.
  40. Aqui na Alemanha, muita coisa é "Do it yourself", porque mão de obra é muito cara. Pintar a casa e montar os móveis é responsabilidade dos moradores.
  41. Aqui na Alemanha, em 99% das casas de classe média pode-se encontrar móveis da IKEA. Não só porque são mais em conta, como porque são fáceis de montar.
  42. Aqui na Alemanha, os alemães fazem o número 3 com a mão usando o polegar, indicador e dedo médio. Lembram da cena de Inglorious Bastards?
  43. Aqui na Alemanha, garçons e atendentes de lojas falam inglês nas grandes cidades. Mesmo que seja macarrônico.
  44. Aqui na Alemanha, o rival no futebol é a Holanda. Na economia e cultura, a França.
  45. Aqui na Alemanha, em muitos lugares, como restaurantes ou prédios residenciais, cachorros são mais bem vindos do que crianças pequenas.
  46. Aqui na Alemanha, os cachorros são bem educados, quase não precisam de coleiras.
  47. Aqui na Alemanha, os estrangeiros têm mais crianças que os alemães.
  48. Aqui na Alemanha, estudante universitário recebe ajuda financeira para estudar. Entra na universidade por mérito de nota.
  49. Aqui na Alemanha, nas escolas, a nota mais baixa é o 6 e a mais alta é o 1.
  50. Aqui na Alemanha, economicamente, o muro que dividia a Alemanha Ocidental da Oriental ainda existe.
  51. Aqui na Alemanha, internet é rápida e barata. Existem planos de telefonia que incluem o telefone fixo, celular e a internet num mesmo pacote, num mesmo preço.
  52. Aqui na Alemanha, tem muito feriado. No Natal, por exemplo, dia 26 é feriado. Na páscoa, a sexta e a segunda. 
  53. Aqui na Alemanha, o ano letivo começa em julho/agosto. As férias escolares são: 6 semanas no verão, 2 semanas no outono, 10 dias no Natal e Ano Novo, 1 semana no inverno, 2 semanas na Páscoa. As datas variam de estado para estado.
  54. Aqui na Alemanha, não se fala abertamente de dinheiro, salário etc. Os funcionários são proibidos de falar quanto ganham para os colegas de trabalho, por existir a "livre concorrência".
  55. Aqui na Alemanha, existe uma palavra para cada tipo de "amigo". Colega de trabalho, colega de república, colega de escola, colega de faculdade, amig@/namorad@.
  56. Aqui na Alemanha, é o aniversariante que leva o bolo para os colegas de escola/faculdade/trabalho.
  57. Aqui na Alemanha, é importante olhar a previsão do tempo antes de sair. Pode estar fazendo sol, mas estará frio. Pode estar um céu azul lindo, mas vai chover no fim do dia. E pode nevar em pleno mês de abril.
  58. Aqui na Alemanha, batata é o feijão com arroz de todo dia. Trazida pro país há 300 anos, salvou a fome dos alemães em muitos períodos por resistir ao frio e poder ser armazenada por muito tempo.
  59. Aqui na Alemanha, você não pode chamar alguém com "Psiu!", "psiu!" é para cachorro. 
  60. Aqui na Alemanha, tem praia. Tanto no mar, quanto em rios ou lagos (áreas de banho). Só que sem coqueiro. Pessoas vão de sunga ou biquinis. Ou trocam de roupa lá, na sua frente. Ou ficam pelados mesmo.
  61. Se eu não parar agora, a lista não teria fim.