quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Línguas mortas

Outro dia, estávamos conversando sobre um texto que a professora levou para lermos. O texto apresentava alguns dados sobre línguas estrangeiras, como é o processo de morte das línguas e qual a influência de algumas delas no alemão.

Em determinada parte do texto, foram citadas três línguas que já foram pro lado de lá (morreram, né?). Uma foi latim, a outra sânscrito e, por último, grego antigo.

Sânscrito? Sânscrito?

A turma sabia que era, sim, uma língua. Mas, ninguém estava se lembrando de onde era, nem a professora. Deu um branco geral na turma.

Aí uma colega que tem IPhone (como ela é chique, né, minha gente?), acessou o novo pai de todos (google) e, enfim, coloriu nossas cabecinhas.

- É de uma região da Índia.
O coro:
- Ahhhhhhhh!
Eu:
- A língua em que foi escrito o Kama Sutra?
O coro de novo:
- Hahahahahahahahahahaha

A minha sorte que não era a professora fofa, mas uma outra que não ficou vermelha de vergonha. Porque se fosse, eu ia procurar um buraco para me enfiar, com certeza.

Eu preciso segurar a minha língua!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Professora nova no curso

Então, que meu professor querido, que esteve conosco no B1 e durante o mês no B2, saiu da escola, tirou férias e, aparentemente, vai ficar um tempo em período sabático. Para ser bem sincera, só conheci essa expressão depois que comecei a conhecer alemães, viu? Porque está pra nascer povo que mais faz isso na vida. Até porque, as empresas e o governo facilitam, né? Você trabalha 5 anos ganhando 80% do seu salário e fica um ano ganhando o seu salário, mas sem precisar trabalhar. É a licença prêmio das universidades no Brasil, mas aqui acontece com muitas outras profissões.

Só que não era nada disso que eu queria falar. Enfim...

Meu professor saiu e nós ainda temos mais um mês de aula. No lugar dele entrou uma professora. Eu adorava as aulas com ele, porque ele é bem provacativo, lia muito, discutia assuntos atuais e a gente podia desenvolver muitos assuntos com ele em sala. Bom para o treino do alemão e para aumentar o vocabulário.

O problema é que a professora que entrou no lugar dele é tão fofa, mas tão fofa, tão fofa (perceberam o quanto ela é fofa?), que não dá vontade de discutir com ela.

Como é que vamos dizer que não concordamos com ela ou falar até um pouco mais alto quando estamos mais entusiasmados (a sala é cheia de latino, gente!), se temos medo de fazer mal a uma coisa tão fofa?

Assim não tem mais graça brincar!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Já me sinto em casa

Há muito tempo, aliás.

No início, eu dizia: "Meu Deus, estou em Berlin!"
Depois: "Meu Deus, estou mesmo morando em Berlin!"
Agora: "Como minha Berlin é linda!"
(Só para constar: já estou aqui há 8 meses)

E tem uma coisa que me deixa confortável, uma visão típica de Berlin que faz com que eu me sinta ainda mais em casa.

Em Londres, tem o Big Ben, em Paris, a Torre Eiffel, na Itália, Pizza, ops, a Torre de Pisa. Em Berlin, temos a Fernsehturm, na Alexanderplatz (Ok, também tem a Coluna da Vitória, Brandenburger Tor... assim como nos outros lugares há outros pontos de destaque. Posso falar desse em específico? Obrigada!).

Da avenida próxima ao nosso apartamento, todo dia posso vê-la. De qualquer ponto da cidade, próximo ao meu bairro, também posso vê-la. São 368 metros de altura. Não é lá uma grande obra de arte ou uma revolução na arquitetura moderna, até porque, foi construída em 65 como o símbolo máximo do comunismo da antiga Alemanha Oriental (a DDR). E na arquitetura, posso dizer que eles não eram bem criativos... ;)
O que importa é que hoje ela é Berlin. A Berlin unificada. A Berlin aonde eu moro. A Berlin que me conforta. A que tenho vontade de voltar quando estou fora.

Olhar pra ela me traz uma sensação que eu não sei explicar.
Estar na Alexanderplatz não é tão bom quanto estar de longe e observar a construção, admirá-la e pensar:
"Estou mesmo em Berlin."

É como se ela fosse onipresente. Vai entender como funciona a minha cabeça, né mesmo?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cadê o glamour?

A pessoa sai de casa para visitar a sogra e ir a uma festa de aniversário em família.
A pessoa resolve que vai estrear o cardigan novo que ela comprou numa conceituada e luxuosa loja alemã. (Qual mesmo?)
Completando o visual com uma calça jeans reta, um lenço no pescoço, uma camisa/blusa/whatever preta e sapatilhas.
Porque a pessoa quer impressionar a família de marido, né?
Tem que fazer jus à fama que o relacionamento deu: ninfeta! (quem não entendeu a piada, levanta a mão!)
E também para completar o conjunto: falar alemão + sagacidade + gostosura. (Eita que a pessoa está se achando, viu?)
Daí que a pessoa sai de casa achando que está arrasando.
Daí que a pessoa viaja 230km até o primeiro destino, mais conhecido como sogra, e descobre que para ficar chique e glamourosa tem que comer muita ração ainda.
Acontece, senhoras e senhores, que a moçoila aqui não tem nada de sagaz.
Ao fechar a porta do carro, ainda em Berlin, ela deixou um pedaço do cardigan preso na porta, tomando vento, chuva e fumaça de motor, porque o pedaço ficou passeando do lado de fora do carro, parecendo cachorro de madame.
E a ninfeta nada chique aqui só percebeu isso quando abriu a porta do carro na visita à sogra.

A sorte, senhoras e senhores, é que o cardigan novo comprado em loja luxuosa alemã não estragou, só ficou com cara de "paletó" de mecânico. (Essa parte, leiam sabendo que a escritora adora uma ficção e exagera quase sempre.)

O cardigan e a loja luxuosa? Cliquem aqui que vocês descobrem.

sábado, 25 de setembro de 2010

O três alemão

Como vocês ficaram surpresos com esse post aqui, resolvi criar uma sessão no blog sobre os hábitos alemães. Não vou falar sobre o que é comum aos europeus e o que é óbvio (entendam: generalizado na cabeça do povo). Vou ficar com os detalhes, como o que vou contar hoje.

Sabem que alemão não faz o "três" na mão como a gente, geralmente, faz?

Vejam essa cena do filme Bastardos Inglórios, é uma cena em que os americanos são descobertos infiltrados no exército nazista alemão. Isso aconteceu por um único detalhe, vejam o momento 0:48s.

Já estavam desconfiando do americano por conta do seu sotaque, apesar dele falar alemão muito bem. Contudo, quando ele pede "drei Gläser" (três copos), tudo vem abaixo.

Por um simples fato: qualquer alemão faria assim
Portanto, se você quer se infiltrar na Alemanha, aprenda a fazer direito. rsrs

P.S. Estou viajando, fui visitar a sogra. ;)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Coisas da língua

Imagine a seguinte situação:

Você está no aeroporto de Frankfurt, chegando do Brasil e a alfândega te para. Eles abrem a sua mala e encontram um monte de coisas não declaradas. Eles vão perguntar o que são e você vai responder:

- Gifts.

Em seguida, uma patrulha da polícita tática especial irá entrar na sala aonde você e sua mala estão e irá pegar cuidadosamente cada item não declarado que você disse ser "gift". Você será encaminhado para uma sala de interrogatório e o policial mau e o policial bom irão te encher de perguntas, dentre elas: "de que grupo terrorista você faz parte?".

Você não vai ter a mínima ideia sobre o que eles estão falando e vai continuar repetindo:
- Mas, são só "gifts". Só "gifts".
E começará a entrar em desespero, até que um intérprete aparece e te pergunta, em português, o que são aquelas coisas.

Você vai responder:
- Presentes.

O intérprete vai rir de você, na sua cara. Porque ele não pode rir dos policiais, obviamente. Depois que ele se controlar, vai dizer para o policiais que você não é terrorista, que seu único erro é não falar alemão. (O fato dos policiais não entenderem inglês fica só entre você e o intérprete)

Você será liberado, terá seus presentes de volta e na saída do aeroporto irá lembrar de olhar no dicionário qual o pecado que você cometeu.

Presente, em alemão é Geschenk. Gift é veneno.

"Boa sorte, amigão, na terra da salsicha." - Irá pensar consigo mesmo.

Texto livremente inspirado nesse daqui.

É claro que vai virar um conto. É claro.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

É só um currículo

Eu sou uma pessoa tão chique, tão cheia de experiências, tão tão (mentirosa também) que marido está tendo problemas em traduzir o meu currículo.

Claro que essa parte seria ele a fazer. Se é pra fazer, tem que ser bem feito, né?

Ele começou neste final de semana e parou na parte de "perfil" (a primeira). Levantou da cadeira chateado, dizendo que estava de cabeça cheia e que preferia ir jogar o lixo fora.

Tudo isso porque ele não estava conseguindo traduzir direito e com segurança. O problema: tem muitas palavras que ele só conhece em português. =P

Depois, eu que sou a "analfabeta". hehehe

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Compras com marido

Marido e eu fomos ao xópis para que ele pudesse comprar algumas roupas de frio. Marido é mais chato que eu para comprar roupas. Eu nunca dei uma camisa de presente para ele, para vocês terem uma ideia. Tudo que eu gosto, ele não gosta. Vai entender...

Aí ele estava experimentando um pullover e eu disse que estava muito grande. Ele pegou um de número menor e se olhou no espelho.

- Está feio aqui. - Ele disse segurando o volume que a roupa fazia na barriga.
- Mas, isso aí não vem junto com o pullover. Isso aí é seu. Só dá pra tirar se emagrecer.
- Então não vou comprar.

Solução prática, rápida e indolor.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Como destruir a infância de uma pessoa

Vocês já ouviram falar nos alemães Irmãos Grimm? São os irmãos responsáveis em transformar os mais famosos contos de fadas em contos populares. (Joga no Google) Eles não têm nada daquele filme tosco que foi feito, viu?

Antigamente, as histórias eram contadas oralmente e eles resolveram registrar os contos e lendas para poder preservá-los e propagá-los. Quando eles escreveram os contos, as histórias eram feitas para adultos e eles, digamos, amenizaram um pouco.

Os irmãos Grimm popularizaram os contos, mas alguns dos mais famosos foram escritos por Charles Perrault. (Google nele)


Porémmmmm,

As histórias originais não são tão lindas quanto as que a Disney conta. E foi assim que eu destrui a infância da querida Jane. Eu só não, o Wernher também (Oi Daniela!). Estávamos aqui em casa e começamos a conversar, não sei porque, sobre contos de fadas e lá fomos nós contar as histórias reais - e cheias de sangue, como eram na época dos Irmãos Grimmm.

Por exemplo:

Cinderela: As irmãs feias e más da Cinderela cortam os próprios pés para que eles possam caber no sapatinho de cristal.

A Bela Adormecida: O príncipe não a acorda com um beijo. Ele a engravida enquanto ela dorme. É o bebê que nasce dessa relação que chupa o espinho do seu dedo.

Branca de Neve: A madrasta má quer os pulmões e o fígado da princesa para comer. E os anões a escravizam (essa parte não estou tão certa assim).

João e Maria: As crianças foram abandonadas pelos pais na floresta para morrerem de fome.

Chapeuzinho Vermelho: O lobo mau é um pedófilo. E ele "come" a chapeuzinho.

E aí, destrui a infância de vocês também? hehehehehe

Se ficaram curiosos, cliquem aqui.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mais sobre os hábitos alemães

Outro dia estava assistindo filme com marido e vi uma cena que me chamou muito a atenção. O filme se passava, em grande parte, numa empresa. Na cena, havia uma reunião com os seus diretores e um deles estava discutindo com o outro. A turma de diretores, para mostrar aprovação, bateu na mesa, como quando a gente quer "isolar" uma coisa, sabe?

Aí eu perguntei a marido porque eles estavam fazendo isso. Ele me respondeu que é assim mesmo. Alemão não bate palmas nesses casos.

Sabe quando você está no meio de uma discussão e dá uma resposta bem dada, que encerra a conversa e o pessoal bate palma? Então, eles bateram na mesa várias vezes.

Marido disse que bater palma é exagero e que na escola dele é assim também, ou seja, no ambiente profissional.

Aí, a besta aqui ficou pensando em quantas vezes ela já "exagerou" batendo palmas por aqui. Na terceira lembrança, desisti de ficar pensando sobre isso, pois não queria chegar à conclusão de que já paguei muito mico exagerado nesse país...

Vou guardar essa para quando eu estiver trabalhando.

domingo, 19 de setembro de 2010

Sobre pontos fortes

Não é novidade para ninguém que quando uma pessoa vai morar em outro país, com uma língua que lhe é estranha, a primeira coisa que ela perde, além da sua capacidade de comunicação, é seus pontos fortes.

Eu que sempre me orientei à escrita e fala, então, podem imaginar como me senti nos primeiros meses: uma analfabeta completa.

Ultimamente, com as minhas pesquisas de mercado, avaliando as minhas possibilidades e oportunidades, cheguei a uma conclusão interessante. Talvez ela sirva só para mim e para outras pessoas que morem numa cidade como Berlin. Mas, se ajudar ao menos mais uma pessoa, já está valendo.

Eu sou administradora, como tal aprendi a pensar a longo prazo, nos pontos fortes e fracos, nas oportunidades e ameaças da vida. E aprendi também a transformar a fraqueza na força, a ameaça na oportunidade.

Leio em alguns blogs que ser estrangeiro é complicado, principalmente num país em que você sempre será estrangeiro, mesmo nascendo aqui, pois eu não tenho o sangue alemão. Serei pra sempre a "de fora", a "einwander" (imigrante).

Eu me via como mulher e estrangeira, sem um bom alemão e sem experiência comprovada no país. Sub-emprego na certa. Só que eu não aceito isso. Eu não quero um sub-emprego. Posso aceitar um estágio numa empresa, num escritório, algo que eu saiba que pode me possibilitar uma chance de crescimento, mas caixa de supermercado só seria em última instância. (Não, eu não estou desmerecendo a função, estou optando não disperdiçar os meus 8 anos de estudos universitários - graduação e pós)

Então, qual foi a minha conclusão? Meu ponto fraco, ser estrangeira, transformei numa força. Eu sou estrangeira. Sempre serei. Por que não transformar isso num ponto forte?

Por que eu digo isso? Em Berlin - o mercado que estou estudanto, claro - existem diversas fundações não governamentais e instituições governamentais de apoio ao estrangeiro, de apoio à mulher estrangeira. Encontrei uma fundação que captou recursos para realizar melhorias sociais no bairro onde moro, eles oferecem vagas de estágio para jovens engajados na causa dos estrangeiros. Encontrei outra instituição especializada em ensinar empreendedorismo para mulheres estrangeiras, dentre os cursos: marketing, administração, vendas, relacionamento com cliente (eu, eu, eu e eu). Descobri empresas orientadas ao mercado da America Latina. Descobri que ser estrangeira, nesse caso, é o meu diferencial. E, ao contrário do foco de algumas dessas instituições - estrangeiros sem estudos ou experiência profissional como clientes - eu tenho um currículo para mostrar. Se brasileiro ou não é outro assunto a ser discutido entre meu futuro contratante e eu.

O que eu quero dizer é que o que você considera ponto fraco, se mudando a perspectiva, mudando o foco das atenções (leia: pare de olhar para o seu umbigo, como eu parei), pode se tornar um ponto forte, te oferecer novas oportunidades.

Eu vou me candidatar a vagas desse tipo. Eu vou tentar me orientar a esse mercado. Se eu vou obter sucesso é outra parte da história que volto aqui para contar depois.

Só queria dizer que adquiri novos pontos fortes. É essa a jogada-chave. O xeque-mate virá depois, com o tempo, com a análise das jogadas, derrotando cada um dos meus adversários. Nesse momento, a maior sou eu mesma.

Bora lá, derrubar a Eve antiga e construir uma nova.

sábado, 18 de setembro de 2010

Máquina fotográfica

No mesmo dia que fomos ao restaurante tailandês, tiramos algumas fotos porque foi aniversário de uma das colegas.

A menina que tinha a máquina, usa uma profissional, daquelas que você tem que olhar através do visor da máquina e não pelo display (falei alguma burrice?). Ela tirou algumas fotos nossas e também queria aparecer em outras.

Aí chamou a gorçonete e pediu que, por favor, ela tirasse uma foto. E está lá a garçonete tentando visualizar a imagem pelo display e minha colega sem conseguir explicar por onde ela tinha que olhar. Porque, né?, nosso alemão não era melhor que o da garçonete tailandesa e vice-versa. Até que ela pegou a máquina e mostrou como tinha que ser - nada como a mímica para salvar nossos dias. Estou virando expert. Bom, tiramos a foto.

O detalhe fica para o que essa colega contou depois. Ela disse que estava num bar com uma amiga argentina e queria tirar uma foto delas. Tinha um grupo de jovens na outra mesa e ela pediu que tirassem a foto. E ela dizia: "Como as máquinas antigas.", "Olha no visor como antigamente." e nada do pessoal entender.

Aí foi que ela percebeu que o pessoal da mesa nunca tinha tirado uma foto "da forma antiga", eram todos jovens demais para isso.

Das duas, uma: ou a tecnologia tem mudado muito rápido, ou estamos mesmo ficando velhos (ela, eu não!).

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Então...

Daí que a frustração, pelo menos essa específica, passou. Tanto porque comprei o secador que estava precisando e os cremes necessários para domar a minha juba (claro, preciso estar linda e maravilhosa para o caso de novas caixas de chocolates aparecerem por aqui), quanto porque hoje vislumbrei um novo horizonte no curso.

Continuamos o simulado hoje e voltei aos meus 80% de acerto. E só não foi 100% por falta de atenção minha. Fizemos a parte de "Hörverstehen" (audição).

Ontem, a parte do teste que fiz é chamada de "Sprachbausteine", onde se tem um texto com algumas lacunas que você deve preencher com palavras, geralmente conjunções, preposições e advérbios, para que o texto faça sentido. Perguntem a minha professora de português se era boa nisso, perguntem. Minhas fraquezas, meu povo. Fazer o quê, né? Ninguém é perfeito, só quem já morreu.

E ainda tem pegadinha. São 10 lacunas no texto e 15 opções de respostas. Nada pode ser fácil: nem a língua, nem o teste. Tá vendo aí, você? (Já diria meu irmão)

Eu não desisti de aprender alemão. Eu preciso fazer esse certificado, já que é o que começa a ser aceito no mercado de trabalho. Eu não posso ficar com uma nota final baixa, porque alemão é muito "cricri" com isso e quer ver números. E eu quero fazer AGORA, porque eu sou teimosa e foi para AGORA que eu planejei.

De vez em quando desanima e eu pergunto a marido porque é que ele não nasceu português, espanhol ou inglês. Mas, também devo dar graças a Deus que ele não nasceu polonês. No polonês, ao invés de três declinações, são seis. Eu pularia atrás do trem, certeza.

É isso, agora é meter a cara nos estudos. A prova é em 4 semanas.

P.S. Eu falo alemão com marido. De vez em quando. Como é que eu vou querer ter (e manter) a razão nas nossas brigas se eu não domino a língua, hein? hein? Me digam...
P.S. 2 Mentira, a gente quase não briga.
P.S. 3 Enjoei de PS.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Daí que eu frustrei

Tem dois dias que estou fazendo o simulado do certificado que farei no final do curso B2. Amanhã eu termino todo o teste.

Daí que ontem eu tinha feito uma média de 80% de acertos.

Daí que hoje eu fiz 40%. E, para ser sincera, acertei 40% no chute, viu? Porque o texto não era fácil e tinham palavras que eu nunca tinha visto na vida. Na vida! Olha o drama. (Não contem pra ninguém: eu também usei o dicionário. Xiiiiiu, não pode!)

Daí que eu voltei pra casa frustrada. Opa, de novo essa palavra em menos de uma semana? Uia, minha vida tá bouaaaa, hein?

Cansada, escrevi no blog, respondi e-mails, esperei marido chegar e corri pro abraço. Carência mode on eterno.

Deitei. Tentei dormir. Nada.

Aí, né?, vou fazer o que toda mulher faz nesses momentos de tristeza profunda (draaaama de noooovo). Porque como eu deixei lá no twitter:

@eveberlin: Eu não sei você, mas eu curo minhas frustrações comprando (coisa úteis, obviamente). Vou ali gastar meu óirros (meus não, né? duzotro)

Volto com um secador e algumas coisas totalmente úteis e necessárias na minha vida (cremes pra cabelo, casaquinho, porta-treco e bijouterias).

Para manter isso também preciso de um trabalho.

P.S. Esse post foi programado. Nessa hora, já estou lá me acabando no xópis!

P.S 2. A pessoa é pobre até para "curar" frustração. Voltei do xópis e gastei míseros 50 euros. Marido agradece.

P.S. 3. Óia, D. Jane, seu comentário foi muito motivante, viu? kkkkkkkkkkkkk

Sessão nojinho

Eu acho que vou abrir uma sessão "nojinho" nesse blog. Sério.

No curso (de novo sobre ele - mas, fazer o quê se é a única coisa que tenho feito ultimamente, né?), sentamos quase todos no mesmo lugar. Normal, precisamos nos sentir confortáveis e seguros pelo menos assim.

A colega mexicana senta ao meu lado esquerdo e, hoje, ela me chamou para mostrar uma coisa que estava no chão da sala, embaixo da sua mesa. Outra turma usa a sala à tarde.

Ela tomou um susto:
- Nossa! Olha para isso!

Eu olhei e me arrependi. Juro para vocês.
- Como podem ter um comportamento como esses? Não entendi isso. - ela imenda.

E eu com a mão na boca, tentando apagar a visão que tive. Pausa. Como é que se apaga memória com a mão na boca? Fim da pausa.

Atenção: o texto a seguir contém spoiler. Não continue lendo se não quiser saber o que foi que eu vi. Mulheres grávidas não estão recomendadas a ler. ;)

Tinham unhas embaixo da mesa. Unhas!!!! E não eram quaisquer unhas. Eram unhas gigantescas! Só de lembrar me dá nojo novamente.

Qual foi o cidadão que teve a brilhante ideia e coragem de fazer isso numa sala de aula? Um roedor compulsivo? Eowwww!

Maldito(a)!!

Imaginem a minha cara:
Rezando para que alguém tenha limpado...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Primeira vez no médico

Consegui meu plano de saúde assim que casei. De lá pra cá, fiquei esperando não sei o quê para marcar consultas necessárias. Mentira, sei sim. Fiquei esperando a boa vontade de marido para fazer isso, pois a moça aqui ainda não sabe falar em alemão ao telefone. (Olha aí mais um bloqueio, minha gente!)

Eu preciso ir em três especialistas: de pele, de mão e de mulé. Se é que vocês entenderam.

O de mão eu fui ontem. Um ortopedista especializado em mão. Isso era óbvio, né? Ok. Deixa pra lá.

Meu problema é o seguinte: de um dia para o outro, no ano passado, apareceu o que eu vou chamar de "cisto" no pulso direito. A mão inchou, ficou roxa e o cisto bem grande. Fui ao médico no Brasil e ele me passou um anti-inflamatório forte. A mão parou de doer, desinchou, mas o "cisto" continuou lá. Até que de uns dias pra cá, passou a deixar a minha mão dormente, às vezes.

No médico alemão, indicado por uma amiga médica, fui diagnosticada com uma espécie de tendinite. Ele me atendeu bem, tentava falar devagar e bem claro para eu entender e jogava a minha mão de um lado para o outro para saber aonde doía. Doía, né? Claro.

O negócio pode ter sido causado por diversos motivos, inclusive por uma mudança hormonal. O tendão ou algo perto disso tem um canal por onde passa um líquido, esse canal entupiu (estou bem de entupimento esses dias, hein?), formando esse "cisto". Tenho três alternativas de tratamento:
1. Imobilizar a mão por duas semanas para ver se some.
2. Caso isso não dê certo, corticóide na mulher aqui. E o médico disse que não é fã.
3. Se o corticóide não funcionar, uma pequena cirurgia, com anestesia local, para desobstruir o canal.

Claro que concordei com o primeiro tratamento. Então, semana que vem, a blogueira aqui estará de molho. Duvido que eu consiga ficar sem escrever, porque é meu vício. Mas, deve ficar bem irregular.

E se não funcionar, estou quase pulando direto para a cirurgia, viu? Eu bem sei o que corticóide pode fazer com uma mulher.

Contudo, é a minha mão direita. A minha mão direita. DIREITA!!!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Comida tailandesa

Essa é uma dica para quem é do nordeste e tem saudade de comer moqueca, ensopados e outras coisinhas. Ou eu sou a única que ainda não tinha ido em um restaurante tailandês e sou muito tapada.

Anyway, eu fui semana passada em um restaurante tailandês com algumas meninas do curso. Eu nunca tinha ido, apesar de sempre dizer querer ir e acabar preferindo um grego ou pizza. É, pizza.

Fiquei lá olhando o cardápio até achar um prato que leva leite de coco. Os meus olhinhos brilharam. Verduras, curry, leite de coco e a carne que você poderia escolher dentre frango, boi e porco (eu imagino que outros restaurantes também possuem a opção de camarão) e salivei para esse prato.

Pedi. Demorou, mas chegou. E foi uma delícia. Não fosse pela carne, diria que foi quase uma moqueca (sem dendê, claro) e o sabor do leite de coco reavivou outras memórias do meu paladar. Imagina se fosse com camarão?

Então, para quem quer ter um revival quase perfeito, sugiro dar uma busca nos pratos que são preparados com leite de coco. Afinal, a Tailândia também é orientada ao mar, não é?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Consultório sentimental

Querido leitor,

Preciso dividir uma situação com vocês.

Como sabem, marido trabalha como professor aqui em Berlin, além disso, ele é Analista de Sistemas (não, ele não conserta computadores, ou não deveria). A escola em que ele trabalha - pública, viu? - adquiriu Smart Boards para as salas e não usa mais quadros.

A pessoa que tinha que instalá-los durante as férias não fez. As aulas começaram (ano letivo aqui começa em agosto) e não tinha nada funcionando e o diretor da escola pediu, pelamordedeus, que marido ajudasse. Acabou que marido instalou todos os Smart Boards da escola e as aulas puderam acontecer tranquilamente.

Depois que ele fez o trabalho que ele tinha que fazer, duas professoras engraçadinhas resolveram agradecer, em dias diferentes, com caixas de chocolates, com direito a bilhetinho e tudo.

Ele chega em casa, todo felizinho, mostrando o chocolate que ganhou num dia. No outro, vem todo cabreiro, contando que ganhou DE NOVO outra caixa de chocolate. Elas deixaram em cima da mesa dele na sala de professores. Não teve contato pessoal, segundo ele. Será que acredito? ;)

A prova do crime:
A ajuda que eu quero é a seguinte:

Opção 01: Castro meu marido?
Opção 02: Castro as mulheres?
Opção 03: Mando chocolates com bilhetinhos para os maridos delas?
Opção 04: Como os chocolates e agradeço a gentileza?
Opção 05: Apareço na escola linda e maravilhosa para marcar território?
Opção 06: Ou, esqueço porque isso é só coisa da minha cabeça?

Agradeço a colaboração de todos!

P.S. Eu nem vou dizer que o desenho na caixa do primeiro é sugestivo, porque, porra, chamar meu marido de gato já é demais.
P.S 2. Alguém conseguiu ler o "Dear Lord of the Boards" do bilhete? Eu mato, ou deixo continuar viva? (Opção 07)
P.S 3. Na caixa dos "gatinhos" está escrito "Muito obrigada pelo trabalho 'esforçoso' na moderna tecnologia.", no bilhete está "Querido Sr. dos Quadros (?), muito obrigada MAIS UMA VEZ pelos Smart Boards".
P.S.4 O bilhete está assinado com o primeiro nome. O que significa intimidade pelas bandas de cá.
P.S.5 Barulho, confusão e gritaria.

domingo, 12 de setembro de 2010

Ser suscetível

Vocês já pararam para pensar em como somos suscetíveis? Capazes de sermos facilmente manipulados pelo senso comum?

Tiro por mim. Eu sempre, sempre, sempre escuto aqui na Alemanha que o seu maior defeito é o tempo, que venta muito, que faz frio, isso e aquilo...

De tanto ouvir, já começo a ficar chateada quando chove, o sol se esconde, levo vento frio na cara - apesar de nunca ter gostado mesmo do vento. Até porque, ainda estamos no verão. Ou, deveríamos estar. Ok, próxima semana já é, oficialmente, outono. Só que esfriou já em agosto. E vocês viram, com o episódio da bicicreta, que eu ainda não estou 100% adaptada.

É engraçado. Quando estávamos saindo do inverno, entrando na primavera, fazia 15 ou 16 graus e todo mundo ficava feliz, porque estava começando a esquentar. Agora, faz a mesma temperatura e ficamos chateados, já que sabemos que irá esfriar, e muito.

Estou me policiando, pois prometi para mim que não iria cair nessa paranóia de inverno. Não quero estragar minha crença de dias bonitos e ainda mais melhores (é possível isso?), só porque está frio, chovendo ou nevando.

E meu aniversário é em novembro. Dizem ser o mês mais feio do ano. Eu sempre gostei de fazer aniversário - enquanto não me sentir muito velha - e quero ter o mesmo prazer no meu dia, como nos anos anteriores.

Com ou sem sol.

P.S. Ando meio melancólica, perceberam? Elementar, meu caro Watson. Isso se chama TPM.

sábado, 11 de setembro de 2010

Dona de casa frustrada

Parece brincadeira. No único dia da semana que eu acordo com vontade de dar uma geral na casa (entenda: lavar banheiro, arrumar cozinha, colocar roupa pra lavar e tirar o pó da casa, com ajuda de marido, óbvio), alguma coisa conspira contra.

Acho que é zica de tanto eu falar que adoro ser dona de casa. Leiam essa frase com toda ironia do mundo agora. ;)

A pia da cozinha entupiu. A máquina de lavar louças lavou as louças (dãaaaa!) com água suja que não estava descendo pelo ralo. A mesma água que subiu pelo cano da pia... Sem mais comentários. Pia inutilizável até um encanador aparecer por aqui.

Enquanto a desgraça acontecia na cozinha, estava lavando o banheiro, quando descobrimos que a banheira também estava entupida. Marido foi tentar tirar o ralo, o parafruso quebrou de tão velho e nada pôde ser consertado. Resultado: Alguém me empresta um banheiro para tomar banho?

Para compensar, vamos comer pizza para não sujar pratos. Pizza congelada no almoço.

E o provável final de semana mais bonito dos próximos meses passando por aqui. Pelo menos isso.

Vou ali relaxar!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

De novo sobre o curso...

;)

Na minha turma tem quatro asiáticos. Três coreanos e uma japonesa. Eles vão invadir a Alemanha, vocês vão ver. rsrs

Tem uma coreana que estudou hotelaria e quer fazer um mestrado em administração aqui. É a primeira que eu conheço que não é da área de artes. Mentira, o coreando também não é. Ele é engenheiro e quer fazer um mestrado na área de energia alternativa.

Mas, o melhor mesmo é a japonesa, além de ser fofa (eu já contei aqui minha admiração pelos asiáticos?), ela tem um nome que me lembra uma coisa. E toda vez que a chamam, eu lembro imeditamente. Seu nome?

Chihiro.

Alguém lembra do filme? =P

P.S.
Pessoas, não é um filme espeeeciaaal, mas é um filme muito bonito e pensei que fosse mais popular. Na verdade, nem queria fazer mistério. rsrs

Por isso, coloco o trailer do filme no post.

A mensagem principal do filme é que, seja o que for, passe pelo que você passar, não esqueça quem você é.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sobre o Brasil

No curso, tive que fazer uma apresentação para a turma e escolhi falar sobre o Brasil e a pobreza. Porque eu cansei de ouvir o professor falar coisas que não sabe sobre o Brasil, se espantar porque eu não conheço a Amazônia e me mandar ir de carro ou de barco até lá. Oi?

Porque eu cansei de ouvir que o Brasil não é perigoso porque está crescendo e se desenvolvendo e toda vez que eu escutava isso lembrava de todas as vezes que corri risco de assalto, que fui molestada na rua (isso aconteceu, infelizmente, e não foi uma nem duas vezes), que tive a casa arrombada, que minha mãe assistiu uma execução na cidade de interior onde ela mora às 14h, do meu amado primo que foi assassinado numa tentativa de assalto e de todas as "pequenas" perdas que sofri e outras pessoas também sofreram por lá. (Já experimentaram fazer queixa do roubo de um celular? O policial vai rir da sua cara.)

Só que eu cansei até de explicar. Eu tentando fazer um monte de asiático "bem nascido" e europeu "bem de vida" (cada um com seus problemas, né) entender o que é uma favela, porque ela pode ser perigosa, como funciona o programa bolsa-família, o que é trabalho informal, o que é ter ricos que não pagam impostos, como pode existir um salário mínimo de R$ 500 quando um juíz recebe mais de R$ 20 mil, entre outras coisas.

Cansei não só porque estava falando em alemão, mas porque eu cansei de retratar a minha realidade. Cansei de pensar no retrato de uma favela quando falava de uma. Cansei de pensar no sofrimento do nordestino na seca, quando falava da região. Cansei de lembrar da pobreza em que meus pais já viveram. Cansei de lembrar que existem mais de 190 milhões de pessoas nessa situação...

Cheguei em casa esgotada. Não consegui dormir à noite com um pensamento fixo na cabeça. Levantei e coloquei no papel. Às 04h da manhã, só conseguia pensar nisso:

"Eu não me sinto bem quando falo do Brasil porque meus pais são 'pobres' - minha mãe foi cabelereira e hoje tem uma pequena loja e meu pai é, até hoje, motorista de caminhão, sem direito a uma aposentadoria. Eu era classe média e trabalhei com pessoas mais pobres. Hoje, na Alemanha, eu sei o que as pessoas deveriam e poderiam ter. E eu sempre me pergunto 'Por que elas não têm?'"

Ainda tem algo engasgado aqui...

Bicicreta

Como alguns sabem, ganhei uma bicicleta de presente de casamento. Eu usei muito a bicicleta no verão para ir para o curso e fazer alguns passeios.

Aí veio as férias, as viagens e eu dei férias para a bichinha também. Essa semana, resolvi que voltaria a ir para o curso com ela. Quem disse que eu aguentei?

No primeiro terço do caminho já estava com os bofes pra fora. Fazia um pouco de frio e muito vento. Venta muito em Berlin quando a temperatura está baixa. Minhas orelhas começaram a doer e minha pernas também. Era o frio. E eu achava que estava de roupa adequada. Achava.

Cheguei ao curso e a reação que eu tive foi esquentar as orelhas com o lenço que estava usando no pescoço. Eu fiquei com medo de que inflamassem. Vento frio não é uma coisa legal.

Para voltar foi um pouco mais fácil, pois já tinha feito um pouco de sol e a temperatura tinha subido mais um "cadinho".

Mas, mas, mas... foi a última vez. Com essa ventania, continuo indo a pé para o curso. 2km de caminhada também é exercício. O pessoal que anda de bicicleta com esse tempo por aí que me desculpe, mas eu sou muito fresca para esses assuntos. E vocês uns corajosos. rsrsrs

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O mundo começa a mudar

quando é seu marido que vai para o shopping fazer compras.

- Estou indo para o shopping me divertir um pouco com compras. Não me espere.

Oi?

Ok. Eu sei que ele vai voltar com camisas e eletrônicos. Além da feira da semana e de uma torta para mim. Mas, que é raro, é.

Só o meu faz essas coisas. Por isso que é meu.

;)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Domingo em família

Domingo foi dia de ligar pra casa. Dessa vez, resolvi ligar primeiro para a casa da minha avó paterna, única que ainda vive. Depois ligaria para meus pais e meu irmão.

Justo nesse dia, foi um dia de almoço em família por lá. Não só encontrei a minha avó, como meus pais e o resto dos tios em casa. Passei um tempão conversando com eles e dando boas risadas.

Até que um tio, que já tinha falado comigo ao telefone, toma-o da mão de meu pai e pergunta:
- E o cara lá fez a cirurgia?

Pausa. Esse meu tio fez uma cirurgia de próstata para retirar o que era o princípio de um câncer e eu tive um amigo alemão com o mesmo problema que conversou com ele sobre a cirurgia. Desde então, ele sempre perguntou pelo "cara lá". Fim da Pausa.

- Meu pai não te contou? Eu disse para te avisar. Ele fez a cirurgia há uns quatro meses.
- E está bom?
- Está sim, já voltou a trabalhar e tudo.
- Eu pergunto se está "levantando".
- Ahhhh tio, isso eu não sei, não dá pra perguntar.
- Tá ou não tá?
- Ai, não sei mesmo. Pelo menos, a mulher dele não está reclamando. hahahahaha!
- Hahahahaha! Porque aqui está levantando sim. Tudo certinho.
- Hahahahahaahaha! Eu não precisava ouvir isso!

E o pessoal atrás dele, inclusive o meu pai que esperava o telefone, se acabando de rir! Nas gargalhadas mesmo.

O que umas doses de cerveja não fazem com um homem!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

FAQ - 14. Você não vai procurar trabalho, preguiça?

Eu vou procurar. Só não sei se vou achar. ;)

Está chegando a hora de começar a procurar um emprego aqui em Berlin. Não só pelo tempo que se passou, mas pelo alemão que já aprendi, pelo dinheiro que preciso ganhar e pelas experiências que preciso adquirir.

Neste momento, principalmente, o emprego servirá para ter experiência no mercado daqui e para melhorar o meu alemão. Porque eu preciso ter contato com as pessoas, ora bolas, para que isso aconteça.

Não adianta ir para o curso, assistir quatro horas de aula todo dia e chegar em casa falando português. Assim, nunca vou ter um bom alemão.

Já estou fazendo o B2 e, segundo as minhas pesquisas, é o nível de alemão que começa a ser aceito em algumas empresas. No final de outubro farei a prova para o certificado.

Mas, eu tenho quase certeza que não irei arrumar diretamente um emprego. O que vou conseguir, se e quando conseguir, será um estágio. Aqui, está na moda contratar estagiários (não precisam estar estudando), para fazer o mesmo que o empregado faria, só que por 1/5 do que seria pago para um, ou menos ainda.

Eu já pensei em me oferecer para trabalhos voluntários, em dar aulas de português para alemães, em entrar em contato com instituições para estrangeiros, etc etc etc. Já pensei um monte de coisas, mas ainda tenho muito o que fazer antes disso. Nem o currículo em alemão tenho ainda.

Para mim, o que importa nesse momento é quebrar barreiras. Antigamente, quando eu pensava que estava chegando a hora de arrumar um estágio/emprego/whatever, eu ficava morrendo de medo, angustiada, achando que não daria conta. Hoje em dia, graças a Deus, esse sentimento mudou e estou ansiosa para ter uma oportunidade.

Como já disse uma vez, tudo vem com o tempo, inclusive a segurança que eu preciso. O certo é respeitar isso, já que não tem ninguém e nenhuma circunstância me pressionando senão eu mesma.

Se souberem de algum trabalhinho pra mim (que não seja sujo. rsrs), podem me dizer. ;)

domingo, 5 de setembro de 2010

Leipzig

Ontem fomos conhecer Leipzig, cidade a cerca de 200 km de Berlin, em Sachsen. A cidade tem 525 mil habintantes e muita história.
Foi lá que Bach regeu um coral.
Foi lá que a resistência à época da DDR deu início, na Thomas Kirche.

E foi lá que aconteceu a maior batalha do século 19 na Europa, com direito a um monumento de 91 metros em sua homenagem. O maior da Europa, e arrisco, o mais bonito.

O mumento se chama Völkerschlachtdenkmal (Monumento à Batalha dos Povos), sua construção foi concluída em 1913, no centenário da batalha, que ocorreu entre os dias 16 e 19 de outubro de 1813, envolveu 500 mil soldados, numa luta corpo a corpo, matou 110 mil e outras dezenas de milhares depois, nos hospitais.

A Batalha ocorreu porque a Suécia, Prússia (Alemanha ainda não era Alemanha na época), Rússia e Áustria se juntaram para lutar contra o avanço das tropas de Napoleão. E os povos venceram, mandando Napoleão de volta à França.

Mas, o monumento é mais que isso. Chamou a minha atenção pelo que ele significa. No topo e dentro, existem 16 guerreiros de cabeça baixa, representando a tristeza e o respeito pelas perdas na guerra, 8 máscaras funerárias, representando a dor da morte ou "o morrer" e 4 estátuas, representando as virtudes dos povos.

Tapferkeit: Bravura.
Glaubenstärken: A força da crença
Völkeskraft: O poder do povo
Opferbereit: Disposição ao sacrifício.

É claro que tanto os nazistas quanto os russos (DDR) usaram muito o significado do monumento para promoção política. Pensem apenas nos povos. Só neles, como uma coisa só.

Recomendo muito a visita.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Nem só eu pago mico ou Tudojuntomisturado

Estava no intervalo da turma de alemão - pausa. Ihhh, agora que as aulas começaram, vocês vão encher o saco de tanto ler sobre isso. Fim da Pausa - conversando com os colegas latinos do curso e uma mexicana estava falando sobre o seu novo trabalho (ela é cientista, tá?) e uma proposta que ela tinha que escrever, quando uma colega pergunta quanto tempo ela ia precisar. E ela responde:

- Pero no mucho because ich muss arbeiten.

Vocês vão ler a frase duas vezes que eu sei.

Perguntamos de novo e ela deu a mesma resposta.

- Fulana, você está falando três línguas ao mesmo tempo.
- Ah é....

E continuou a conversa em espanhol. Melhor ficar segura na língua materna, né? ;)

Como eu sou uma pessoa poliglota (cof! cof! cof!), traduzo o que ela quis dizer: Mas não muito, porque eu tenho que trabalhar.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Duas vezes - Blog Day!


Fui indicada para o Blog Day duas vezes, pela Garota Enxaqueca e pela Jane. Obrigada, meninas!

O Blog Day foi dia 31/08 e os selos deveriam ser postados e entregues nesse dia. Mas, como nem tudo na Internet é rápido, recebi e estou postando com um certo atraso.

Eu tenho que escolher 5 blogs para quem vou entregar o sele e justificar a minha escolha. Não gosto muito de indicar, mas como eu preciso explicar a indicação, é bom que vocês ficam sabendo alguns motivos para eu ler determinados blogs.

Querido Deus, obg por me exportar:
porque a mulher é poderosa, sempre escreve de forma divertida, com gírias que só ela usa e ainda brinca na edição de uns vídeos bem legais.

Crônicas Urbanas
: quando eu crescer, quero ser como a Mônica. Ela fala sobre o que dá vontade, de um jeito tão claro e humorado, que se ela fosse me dar uma bronca, agradeceria. rs

Arte da Flor
: não preciso dizer muita coisa, leiam o último post dela e vocês irão entender.

Ela é americana... da América do Sul: pensamos parecido em muitas coisas e ela sempre escreve como eu gostaria de escrever e meu jeito "curto e grosso" não deixa.

E o quinto lugar vai para todos os outros blogs que leio e estão ali do lado. Eu leio porque gosto como escrevem, me identifico com algumas histórias e alguns já são grandes amigos.

Produtos de limpeza

Se você é uma pessoa preguiçosa, sem tempo ou o oposto, adora fazer a limpeza da sua casa, o melhor lugar para você é a Alemanha.

Aqui tem produto para todo tipo de sujeira. Eu faço parte do grupo dos preguiçosos e não tenho puztfrau. Óbvio. Então, ter descoberto isso fez meus dias mais felizes! =P

Além dos produtos básicos como desinfetante e desengordurantes de todos os jeitos que você pode imaginar e amaciante para todo tipo de tecido (ok, não é produto de limpeza, mas vale a lembrança), existem tantos outros que, ao menos eu, não sabia que existia.

Antimofo para a cortina do banheiro? Tem.
Limpador específico para azulejos do banheiro? Tem.
Limpador do rejunte (me senti um pedreiro agora) do azulejo? Tem.
Pano para aplicação de cada produto: com microfibra, de alto poder de absorção, específico para pó e outras coisas? Tem.
Produto para limpar vidro das janelas? Tem.
Para tirar restos de tinta? Tem.
Deixou suco cair no carpete e fez aquela mancha? Tem uma espuminha mágica que você passa, deixa secar e PUFF! a mancha sumiu.
Para tirar manchas de qualquer tipo, inclusive sangue e outra coisa que fiquei com vergonha de escrever? Tem. (Gente, eu sou uma menina recatada, tá?)

E mais uma infinidade que eu lembrava, mas que, escrevendo o texto, me esqueci. Ah sim, eu sou uma pessoa esquecida também.

Quem sou eu?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Alguns hábitos são estranhos

Um hábito estranho que eu sempre notei mas que, também estranhamente, nunca havia comentado aqui é o hábito que algumas pessoas têm em assoar o nariz em público.

É claro que, com o tempo frio, você está caminhando na rua ou numa sala com outras pessoas, sente a necessidade de assoar o nariz. Não precisa estar resfriado para isso. E como é constante, as pessoas se acostumaram a fazer isso na frente de outras. Eu faço, só que não como vou relatar a partir de agora.

Na turma de alemão tem um espanhol que está resfriado. Consequentemente, ele estava com "problemas" no nariz e tinha que assoá-lo mais vezes do que uma pessoa normal submetida a baixas temperaturas.

Só que ele assoava o nariz com tanta força, tão alto e tão frequente que começou a incomodar a turma.

Imagina você numa aula de alemão, a professora passando uma informação importante e no momento da resposta:
- FOOONNNNNNNNNN!!!
- O que, professora?
- FONNNNNNN!
- Esquece, deixa pra lá.

Era mais ou menos assim.

E querem saber mais? Ele abria o lenço o tempo todo para achar um "cantinho" seco. E a gente lá, tendo que conviver com aquela vista... o lenço branco, todo amarelado. "Eca!" - vocês pensaram. Eca mesmo!

Para isso existem os lenços de papel! (Ambientalistas, vocês não leram isso.)