sábado, 30 de abril de 2011

Aí, né?

Aí a pessoa aprende que responsabilidade em alemao é Verantwortung. Aí a pessoa descobre, depois de mais de um ano, que tem outra palavra que significa também responsabilidade: Verantwortlichkeit. Dois substantivos.

Aí a pessoa pergunta a diferenca pro colega de trabalho. O colega responde: "Ah, tem coisas que no alemao é assim e pronto." Vai dizer isso pra mim, meu filho? Tem certeza?

Sério. Alemao às vezes consegue me fazer repensar minha capacidade de compreensao. Em resumo, Verantwortung é a responsabilidade que quando se toma para si, passa a ser Verantwortlichkeit - porque a pessoa é responsável: verantwortlich. (Detalhe: essa foi a explicacao mais lógica que eu consegui, depois de algumas tentativas...)

Aí, né, que tem hora que nao dá vontade de descer para o play!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Escrever

Eu sou o tipo de pessoa que sempre escreveu na vida (desde que aprendeu, claro). Eu ainda tenho minhas agendas e diários guardados. Alguns, inclusive, trouxe comigo da viagem que fiz ao Brasil. Ter o blog, além de terapia, é como tirar tudo o que está dentro de mim, doido pra sair. Meus dedos coçam pra que eu escreva, como agora.

Mas, por que mesmo um blog e não um diário, um caderno de anotações? Por que se expor tanto? Porque eu sempre gostei de escrever, mas também sempre gostei de ouvir e dividir opiniões. E na minha adolescência (momento terapia), nunca tive alguém que me ouvisse... Eu era uma pessoa anormal, quase nerd (para os outros, né?). Eu assistia TV Cultura, enquanto as meninas assistiam Malhação. (Eu era pobre e nao tinha TV a cabo. Pronto, desabafei.)

Bom também é encontrar pessoas por esse mundo dos blogs que compartilha com você. Se não da mesma opinião, mas de experiências semelhantes.

Poxa, Eve, por que você está escrevendo isso tudo agora? Simples.

Porque estou morrendo de vontade de escrever aqui regularmente!!!!!!! Ai, como eu sofro!!!!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fechando um ciclo: trabalho voluntário

Desde que eu comecei a estagiar não vou mais à ONG. A verdade é que estive lá um dia antes do estágio começar e só encontrei uma pessoa. Não tive tempo de voltar, falar com todo mundo, me despedir e agradecer. Falta fazer isso.

Eu vou para o estágio de metrô. Faço uma troca pra chegar lá. Por pura preguiça e falta de preparo físico para ir de bicicleta (tem gente que vai me bater quando ler isso... rsrs). Mentir pra que, né mesmo? =P Eu já falei que sou fracote.

E essas minhas idas e vindas constantes no mundo "subterrâneo" me faz ver cenas cotidianas. Graças ao trabalho voluntário, tenho outra visão. Sim, senhoras e senhores. Na ONG tive contato com uma parcela da sociedade berlinense que eu não teria se tivesse ficado em casa. Uma parcela que, verdade seja dita, é discriminada aqui. Estou falando dos pobres. Das pessoas que recebem ajuda social.

Como brasileira, que conhece a miséria do país (aquela que está em toda esquina e em cada semáforo não nos permitindo esquecê-la, além de ser muito mais crítica), achava ridículo ouvir alemão falar que aqui tem pobreza. Aqui tem, a diferença é que eles não passam fome. Vivem à margem da sociedade. Não podem comprar roupas de marca ou da moda, não vão a restaurantes, não fazem viagens, não sabem o que é o superfluo. Para um brasileiro, isso soa uma bobagem. Soava pra mim.

Porém, o principal eles não têm: auto-estima.

Quem é pobre na Alemanha vive de ajuda social, não tem trabalho e é mal visto pela sociedade às vezes, até por não viver nela (e muitos fazem a sua própria. Punks, oi?)

Eu não estou justificando a vagabundagem. Isso tem em todo lugar, inclusive na miséria. Não dá pra generelizar tanto. 100% das pessoas que recebem Hartz IV não são "vagabundos profissionais".

Só digo que vi pessoas que em outra época tinham trabalho, mas, por algum motivo (queda do muro, por exemplo), perderam seus postos de trabalho e, em alguns casos, nem suas profissões existem mais. São incapazes de se realocar por um motivo ou por outro (alcolismo, doenças mentais, dificuldades de aprendizagem etc.). São socialmente inúteis. Auto-estima pra quê?

Pra mim, o trabalho voluntário foi uma das melhores coisas que fiz pra ajudar na minha integraçao aqui. Eu consigo entender os dois lados um pouco. O das pessoas que alimentam esse sistema com o seu trabalho. E o das pessoas que são alimentadas por ele.

Tudo isso também depois que eu vi o presidente da ONG chegar um dia embaixo de alguns centímetros de neve com um sapato furado. Ele não andaria congelando o pé se pudesse comprar outro, né? Vagabundo ele não é, tão pouco alcólatra. Mas, recebe ajuda social.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Marcação de território

Estou eu, linda, loira e de cachinhos no estágio, realizando uma atividade que o VP de vendas me passou (leia: formatando uma apresentação da empresa no power point... rs) quando entra uma mulher na sala.

Pausa importante: Na sala, sentam o VP, eu e meu chefe. Nesse dia, meu chefe estava viajando. Fim da pausa

A mulher entra. Bom, já disse isso. Tá, mas a mulher entra na sala e vai diretamente na minha direção. Eu sou macaca velha em certos assuntos, sabe? Já passei por essa situação mais de uma vez. Na Alemanha, foi a primeira. Explico a seguir.

A mulher se apresenta:

- Oi, sou Frau Fulana, mulher de Herr Fulano.

Era, nada mais, nada menos, que a mulher do VP. *Suspiros*

Ele estava surpreso com a presença dela ali. Eu voltei a fazer o que estava fazendo enquanto eles trocaram uma ou duas frases até que ela não resistiu e perguntou sem conseguir disfarçar:

- Trabalham só vocês dois aqui?

- Não, minha senhora, fica tranquila. - Deu vontade de responder. Mas, o VP foi mais rápido e respondeu:

- Não. Aqui em frente (dele) senta o Beltrano, que está viajando hoje. E ela é estagiária...

Sentiram o menosprezo? Também senti. Foi proposital e necessário.

A mulher, meu povo, estava lá para marcar o território DELA. Pra mostrar PRA MIM que o cara tem DONA. Eu ri. Eu ri muito.

Olha, minha senhora, seu marido até que é gatinho. Mas, preciso dizer que o meu é muito mais, tá? Além de eu não precisar de outro alemão na minha vida. E só porque você ouviu falar que eu era brasileira, não significa necessariamente que eu sou uma mulata linda do bundão que „to-do homem europeu“ gostaria de ter ao lado. Vai com essa sua visão única pra lá, ok?

A distinta deve ter tomado um susto por eu não ter correspondido à visão única dela, hein? Ao invés de uma mulata linda, uma branquela sem sal.

E ele, coitado, ficou sem graça.

Gente, depois dessa não dá pra levar a sério uma pessoa assim.

Eles saíram pra almoçar ou sei lá o que e eu fiquei sozinha na sala rindo. Eu não conseguia parar de rir de tão ridículo que foi.

Situaçãozinha patética, viu? Oxe!

domingo, 24 de abril de 2011

Mudando a postura

Quando fiz um mês no estágio, tive uma conversa com o meu chefe. Basicamente, eu queria saber quais eram os planos dele para a área e no que eu poderia ajudar. Não só ele respondeu essas perguntas, como me passou muitas informações sobre a empresa, as pessoas, o negócio e alguns pontos de vista pessoais. Foi uma conversa reveladora, que me fez rever conceitos e tomar certas decisões, mudar a minha postura. Não, ele não reclamou de meu desempenho. Mas, eu percebi, através da conversa, que eu teria muito mais espaço e chances de desenvolver coisas na empresa. Coisas que eu sei e gosto de fazer. Ele me deu liberdade pra isso.

Eu deixei claro pra ele que, apesar de estar contratada como estagiária, eu não me sentia estagiária. Minha experiência profissional não me permite agir assim. Mesmo não sendo funcionária, me propus a realizar alguns projetos, como o planejamento de marketing e consultoria (junto com ele, óbvio) para os próximos meses. A área de consultoria está em construção e foi a minha experiência na área e no tema (sustentab*lidade) que fez com que eu fosse contratada.

Não importa se no final do contrato de estágio irei sair da empresa. O que importa é que estou aproveitando a oportunidade que me foi dada para desenvolver um trabalho. Além de tudo que eu vou aprender. O alemão ainda é um obstáculo e será ainda por muito tempo. Mas, não posso ficar me escondendo atrás dele, esperando que um belo dia eu acorde fluente e entendendo tudo e todos. Fadas madrinhas não existem. Não como as dos contos de fadas.

Eu resolvi agir, estar ao lado do meu chefe e fazer um bom trabalho. Por isso uma mudança de postura é necessária. Eu dei graças a Deus que essa conversa foi numa sexta-feira, assim, tive o final de semana para colocar as ideias no lugar. Foi muita informação, muitos planos e muitas intrigas também. Foi o que mais me impressionou. Uma empresa pequena, com poucos funcionários e já com tantos problemas de vaidade. Contudo, como eu mesma disse a ele: eu sei jogar muitos jogos. E sei mesmo. Não vou mentir. Profissionalmente, sou uma pessoa muito diferenete dessa aqui que vocês conhecem através do blog. Sou aguerrida, pro-ativa e quase maquiavélica (Como O Príncipe, não como o termo foi vulgarizado hoje em dia, tá?). Administração está no sangue, se é que vocês entenderam. =P

Então é isso. Arregaçar as mangas e dar a cara pra bater.

P.S. Vale a pena dar a cara pra bater num estágio? Hallo!? Não é só um estágio, é a minha primeira oportunidade profissional na Alemanha. Muita coisa pode surgir disso. Ou eu posso provocar que surja, né? Pois é.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Psiu!

No Brasil, usamos o famoso „psiu“ para muitas coisas: para chamar o garçom, para chamar a gatinha da vizinha (a de rabo e quatro patas), para os meninos chamarem as meninas gatinhas e para chamarmos a atenção das pessoas ou pedir silêncio, né? Pois bem.

Aqui na Alemanha, „psiu“ é pra chamar cachorro. Ou nem isso, às vezes. O cachorro até pode se sentir ofendido.

Portanto, nunca, jamais, em tempo algum, faça o que eu fiz no segundo dia de estágio, tá? Não chamem a sua colega com um „psiu“, porque vai acontecer o que aconteceu: ela vai olhar, mas vai olhar com uma cara de poucos amigos e você vai querer enfiar a cara em qualquer outro lugar mais apropriado.

Porque ela não é cachorra e você não é doida. Na dúvida? Hallo!

P.S. Feliz Páscoa procês! Aqui é feriado de sexta à segunda! Dessa vez eu vou poder me encher de chocolate!! (Risinhos felizes)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A bendita porta

A porta da entrada do prédio em que estamos morando agora é muito grande e pesada. Ela tem aquele dispositivo que a faz voltar sozinha, sabem qual é? Pois é.

Acontece que a pessoa aqui esqueceu de passar na fila de força antes de nascer e é uma pessoa fraca. Dois quilos pra ela é peso. Estão entendendo o drama?

Aí, a pessoa aqui tem que passar todo dia por essa porta. E o que ela faz? Ela usa toda a força do mundo pra abrir a porta, claro. Só que a porta é pesada e volta sozinha, né? Né. Aí, o que a porta faz?

Volta com tudo e bate nas costas da coitada aqui, jogando-a como um pacote na calçada. Olha pra um lado, olha pra outro. Ufa! Ninguém viu.

Há muito tempo que não levo um empurrão na minha vida. Valeu por essa, senhora porta!

(Post escrito no meu laptop com acentos! Hehehehe)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Rapidinhas (parcialmente sem acentos)

- Descobri aonde tem acento agudo no teclado alemao. =P
- Eu exagerei, nao estou completamente sem internet. Tenho uma móvel no laptop de marido. Mas é lenta e compartilhada com ele, né? Ai só dá tempo de ler e responder uns emails e vir aqui matar a saudade.
- Também exagerei (eu sou o exagero em pessoa, tá? Sagitariana...) quando falei que a mudanca já tinha acabado. Ok, as caixas foram esvaziadas, mas essa parte de furar parede, achar problemas no apartamento e comprartuuudo o que falta nao é legal...
- Depois de um mes na empresa, acostumada com os timbres de vozes e diccao, consigo entender melhor as pessoas. Além deles terem muita paciencia comigo... hehehe
- E também comeco a descobrir o que tem em toda empresa: egos e vaidades. =P
- Eu fico reparando como as mulheres se vestem nessa época. Queria muito saber fazer combinacoes com leggings/meias, mas minhas pernas de sabiá nao me deixam aa vontade. Dicas?
- E sapatilhas? Acho lindas. Nos pés das outras, claro.
- Minha auto-crítica está aflorada. (Nem perceberam, né?) Preciso tomar cuidado para nao virar um robo. To falando do estágio mesmo.
- Eu to sentindo muita falta de uma internet rápida e acessível do meu computador. Tenho tando babado para eu contar. Nao me deixem esquecer de contar da "marcacao de territorio" que eu passei. Essa é imperdível.
- Parabens pra Karol, De e Deby que fizeram aniversário recentemente. E para quem mais fez e nao fiquei sabendo. =D
Bjs, povo meu!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sem lenco, sem documentos, sem acentos

sem conta bancaria, sem internet e sem telefone.
Depois da mudanca, o caos!
Que durou, milagrosamente, soh um final de semana.
Agora soh falta a tecnologia.
No servico, a Alemanha deixa a desejar muitas vezes, viu? Tem SEIS semanas que pedimos a transferencia da linha. Pois eh.
Ai colega do trabalho me diz que a dele demorou TRES meses. Morri com essa!
Mas o apto estah quase pronto. Falta pintar a sala e os corredores (nunca vi apartamento com tanto corredor, meu Deus!) e comprar tapetes.
Depois coloco fotinhos.
Vou sumir, mas nao me esquecam que sou uma pessoa carente, hein?
Beijos!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sobre a conta bancária

Bom, eu tentei abrir uma conta bancária três semanas atrás pra poder receber meu salário(zinho). O banco é um desses de internet que não cobram tarifa de manutenção. Fiz a solicitação pela net e mandei os documentos pelo correio. Uma semana depois, mais ou menos, eles me escreveram pedindo um comprovante de residência atualizado. Eu entendi a necessidade e fui lá no Bürgeramt, paguei 5 euros pelo documento extra e mandei pra eles. Dez dias depois (ontem), recebi a correspondência negando a abertura da conta neste banco.

Eu pensei: porque eles me pediram um comprovante de residência atualizado, se já não estavam querendo abrir a conta? Porque não foi ESSA informação que fizeram com que eles me negassem o serviço, uma vez que eles já sabiam aonde eu morava. Na carta, eles alegaram que foram considerados vários critérios, como situação profissional; cadastro de credor, chamado SCHUFA (o Serasa daqui); e outra coisa que eu esqueci.

Ok, sou "desempregada", por não ter ainda um emprego "normal" (estágio não é emprego). Mas, contas como essas são também para pessoas assim. Eu sou casada. Ou seja, se eu não trabalho (ou trabalhasse), teria como marido pagar as contas, como ele faz, na verdade. Não tenho dívidas.

Minha conclusão: eles negaram a conta por, provavelmente, dois motivos: o lugar aonde moro (que é um bairro tido como de foco social, apesar do trecho aonde eu moro é quase centro da cidade) e o fato de ser estrangeira "recém chegada" ao país. Eu fiquei puta por causa disso. Primeira vez, em mais de um ano de Alemanha, que me senti discriminada.

Marido tomou minhas dores e ligou para o atendimento deles hoje de manhã. Esculhambou mesmo. Disse que eles perderam uma cliente em potencial muito boa, porque eu tenho nível superior, já tive empresa no Brasil, blá, blá, blá e só porque sou estrangeira "recém chegada", eles não tinham o direito de me discriminar. Usou até a palavra racismo, que aqui na Alemanha é muito forte (Aliás, em qualquer lugar!). A resposta da atendente? O banco usa muitos critérios e nós não tínhamos como provar o que marido alegou. Ou seja, assumiu, né?

Agora, lá vou eu pra outro banco tentar abrir a conta. Dessa vez, marido vai comigo a tiracolo pra garantir que tudo saia nos conformes. Porque, na hora de rodar a baiana, ainda me falta muito alemão e marido é mais baiano do que eu. ;)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sentindo dor em alemão

Estagiário, além de servir cafezinho e tirar xerox (isso é veeeelho, pra que ter máquina de café e impressora a laiser, né?), também serve pra carregar peso.

Estava a estagiária aqui ajudando na arrumação da "festa", quando a porta do armário que ela estava ajudando a carregar fecha bem no dedo dela.

Gritar de dor num ambiente profissional não pega muito bem (apesar de um colega ter gritado hoje por ter derramado café na roupa. Detalhes...). Só que, meu povo, até eu lembrar, no momento da dor, como é que se fala dedo em alemão, o bichinho já estava roxo e amassado. Porque, né, "dedo" não é uma coisa que se fala todo dia, não entrei no automático ainda.

Quando eu, enfim, lembrei, meu colega soltou a porta que ele segurava EM CIMA DO MEU DEDO por não tê-lo visto lá. Colega bonzinho esse, hein?

O evento?
Eu não paro de me surpreender com os berlinenses, viu? Foram "apenasmente" 100 pessoas. Mas, não pensem vocês que todas as 100 estavam na lista. Dos 160 inscritos, só uns 60 apareceram. Os outros 40 foram pessoas que receberam o convite, mas não confirmaram a presença, mesmo que estivesse explícito no convite essa necessidade.

Então, cai por terra: planejamento, respeito à regras (porque não foi de nenhuma autoridade, é verdade) e seriedade (porque alguns se comportaram como se estivessem num churrasco).

Eu? Bom, eu sobrevivi. Não fiz caipirinha, mas ajudei no "bar" e na arrumação durante a festa (Leia: catando os copos sujos que o povo larga em qualquer canto da empresa). Detalhe: quem estava no bar fazendo e servindo os drinks foi a própria gerente, tá? Serviço VIP. =P

P.S. Corro o sério risco de ficar sem internet nos próximos dias por conta da mudança.


P.S. que não é P.S.: Eu estou muito puta da vida porque, pros critérios de uma banco mequetrefe qualquer, eu não tenho condições de ter uma conta bancária. Oi? E ainda demoraram 10 dias para me darem uma resposta. Vou ter que ir pra outro banco fazer tudo de novo. Scheisse!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Tipo assim, tá?

Tipo assim, a empresa organizou um evento que acontecerá amanhã. Nada demais. Um encontro pra "troca de cartões"aproveitando uma conferência que haverá em Potsdam da quinta ao sábado.

Tipo assim, que a assistente tirou férias, e a gerente deixou o email do evento comigo pra eu receber as inscrições. Coisa informal, só o nome da pessoa e do(a) provável acompanhante. Planilhinha básica.

Tipo assim, que quem está organizando o evento é a gerente e o VP de vendas, que fica na mesma sala que eu. E hoje saí com ele pra fazer comprinhas básicas para a noite de amanhã.

Tipo assim, que eles não sabiam mais o que fazer, porque toda hora tinham que ligar para o Catering para dar o novo número de inscritos.

Tipo assim, que eram esperadas, no máximo 60 pessoas.

Tipo assim, que hoje ainda estava recebendo inscrições (alemães não sabem se programar? Gente, mito que cai) e o VP e eu já estávamos rindo da situação. Porque, né, chorar é que não íamos.

140 pessoas confirmadas para um espaço de uns 60 m² é malabarismo, hein?

Vou treinar muito a minha cara de "arranjo de festa", porque, tipo assim, quem é que eu vou entender no meio desse povo todo? Acho que vou me oferecer pra fazer caipirinhas...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Mudanças

De estação: a primavera chegou, com ela os pássaros, as flores, os brotos das árvores, o horário de verão e minha insônia. Pois é. Ano passado, nessa mesma época, tive dificuldades para dormir. Deitava com sono e o danado resolvia ir embora. Rolava para um lado e para o outro. Foi a minha professora de alemão que disse que isso era coisa de mudança de estação. Agora está escurecendo perto das 20h. Acho que o corpo ainda não se acostumou com isso... E fico com cara de palhaça na cama contando carneirinhos. Vida que segue...

De cabelo: a raiva até que passou. O corte ficou bonito e mais leve. Mais prático também. Só que eu queria deixar o cabelo crescer. Por isso, tinha dito para a cabelereira diminuir a diferença entre as camadas, para o cabelo ficar mais pesado e crescer decentemente. Aí o que ela faz? Repica o cabelo mais ainda. Exatamente o que eu não queria. Confesso que gostei do resultado. Apesar de ter que deixar minha vontade de ter um cabelão de Gal Costa nos anos 70 para mais tarde. Muito mais tarde agora.
Se olharem direitinho, tem camada começando na altura dos olhos e o comprimento está um pouco abaixo do ombro. (Ahhhh, olhaí meu celular novo! hahahahaha)

De apartamento: A quinta mudança em pouco mais de dois anos... Virei cigana e não sabia. Mas, dessa vez devo ficar um boooommmm tempo sem me mudar. Por que mudamos? Apenas por um motivo: precisávamos de um apto maior. Os meus enteados virão morar com a gente ano que vem. Está 100% certo que minha enteada vem, já o enteado não sei. A enteada vai terminar o ensino médio final desse ano e vem pra cá pra estudar. Ela precisa não só de um quarto, como de um prédio sem escada na entrada e com elevador, já que ela é cadeirante. Achamos esse mês passado e não podíamos deixar a oportunidade passar. Porque, apesar de Berlin oferecer muita acessibilidade, a maioria dos prédios daqui tem escadas na entrada. E esse é no mesmo bairro que já moramos e de onde não queríamos sair. Próximos dias serei pedreira, pintora, faxineira, empacotadeira e arrumadeira... Ó céus... Esse final de semana, pintei o quarto da gente e duas janelas. Resultado:

Luva? O que é isso!?

Se sumir, já sabem que me perdi no meio da bagunça.

sábado, 2 de abril de 2011

Teatro

Fui ao teatro a primeira vez aqui em Berlin no ano passado, em dezembro.

Assisti à peça O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertrolt Brecht (Não, não é o finado lá da Escolinha do Prof. Raimundo, ok?) e foi num teatro lindo, na Berliner Ensemble (sim, francês, mas só o nome). Entendi parcialmente as falas. A sorte era que eu já conhecia a história.

O palco simples, a peça simples, mas o teatro grandioso. Com um teto lindo com desenhos em relevo e um lustre gigantesco, um foyer (eita, me babei toda só pra escrever isso!) cheio de detalhes. Senti-me umas décadas atrás, uma condessa. Cof! Cof! Cof!

Se vocês foram ao site e olharam algumas fotos, devem ter pensado que paguei um preço exorbitante para assistir à peça, hein? Erraram feio.

Ticket adulto na área em que sentei: 20 euros.
Ticket adulto no lugar aonde eu realmente me sentiria uma condessa (camarote): 10 euros
Crianças e estudantes até 29 anos (o povo aqui estuda muito, gente!): 7 euros

Não dá pra negar, cultura aqui é barata. Fato.

P.S. Meu povo, como meu celular deu a louca e resolveu não funcionar, perdi o contato de um monte de gente (inclusive números do Brasil). Então, mandem-me, please, os contatos novamente, tá? A Direção agradece.