sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eu nunca acreditei no amor verdadeiro

Eu nunca acreditei.
Eu sempre achei que seria uma mulher sozinha, sem “alma gêmea”.
No auge (oi?) dos meu 21 anos, já tendo me apaixonado várias vezes e amado uma (eu achava que era amor, mas ele não sobreviveu), pensava que meu destino era só meu.
Os homens que eu encontrava na época não resistiam muito tempo ao meu lado, ou porque tinham medo da minha inteligência e não sabiam reagir a ela (machistas e fracos!) ou porque se apaixonavam no primeiro beijo e eu achava isso muito coisa de adolescente.
Homens têm um jeito estranho de reagir a mulheres inteligentes e independentes. Inteligente eu sempre fui e, aos 21, já era independente. Qual “garoto” de 21 que já é?
E um dia, depois de um evento social que tínhamos que participar por causa da empresa, ele, que era meu chefe, se declara para mim... Em poucas semanas faria 22 e já contava com mais um ano de solteirice.
É claro que eu tomei um susto. É claro que eu não sabia como reagir. Naquele momento, eu era o “garoto” que não sabia o que fazer com uma pessoa daquela na minha vida. Eu me esquivei. Eu disse não. Eu fugi o quanto eu pude.
Mas, eu não consegui. Eu não queria sair da empresa, porque gostava do meu trabalho. Eu não queria sair de perto dele, porque já estava apaixonada...
Eu lutei contra esse sentimento dias a fio. A justificativa que eu utilizava era a de que, pelamordedeus, o que um homem, com H, teria visto em uma caricatura de mulher prestes a fazer 22?
Porém, eu me lembrava da conversa que tivemos no dia em que ele se declarou. Até então, nunca tinha passado pela minha cabeça que isso pudesse acontecer. Eu achava que o carinho que eu sentia por ele era só admiração. Depois descobri que também era amor.
Na conversa, ele me fez várias perguntas. Uma delas me segue até hoje: “quais são seus sonhos?” Jamais alguém havia me feito essa pergunta.
Eu olhava para aquele homem na minha frente que me deixava tonta com seus olhos azuis marcantes, seus cabelos grisalhos e sua barba charmosa. Eu me sentia tão pequena ao lado dele. Não só por causa do seu 1,85m de altura, mas por toda vida que ele havia vivido, todas as experiências acumuladas e porque ele me queria. Incomoda ser querida de um jeito que você não está acostumada a ser.
Desde o início, o interesse dele era na minha vida, nos meus sonhos, na pessoa que eu gostaria de me tornar.
Um dia, claro, eu não resisti e o beijei. E ele me disse “te amo”. Eu não acreditava no amor verdadeiro, eu não respondi “também”, mas fui ficando ao lado dele.
E porque era tão incrível, nunca pensávamos que sobreviveríamos a nós. Toda vez que estávamos prestes a nos despedir um do outro, ele dizia que queria continuar acompanhando a minha vida, que eu não sumisse completamente, que não o deixasse sem notícias. E quantas vezes ensaiamos uma despedida... E quantas vezes ele me perguntou o que fazer com esse amor. Varrer para debaixo do tapete? Esconder no congelador?
Até que, mais uma vez, eu me rendi e decidimos viver esse amor. Desde então, ele tem sido meu amor e minha vida.
Aquele homem que, timidamente, havia se declarado, sem grandes esperanças de ser correspondido. Aquela mulher que acreditava já ser adulta o suficiente para não crer no amor verdadeiro. Aquele casal atípico que enfrentou olhares críticos com humor. Aquela vida em comum que começava a se formar. Aqueles olhos azuis encontrando olhos castanhos. Aquelas noites insones em que ela acordava no meio da noite e se surpreendia com o olhar dele. Aquelas lágrimas derramadas depois de momentos mágicos por achar que era o último encontro, a última vez. Aquela felicidade que transborda no peito e você pensa “é muita coisa para sentir, não cabe num coração pequeno e é preciso dividir”. Aquela vida sonhada em conjunto. Os sonhos dela compartilhados com os sonhos dele. Os dias, os meses, os anos inventados juntos. A mão, o beijo, o abraço...

Eu nunca acreditei no amor verdadeiro. E, por não acreditar, ele se mostrou para mim no seu melhor exemplar.

Eu te amo. Sempre e para sempre.

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Hoje, faz sete anos que fomos apresentados. Eu ainda lembro cada detalhe.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Família é um troço esquisito - IV

Claro que contei para meus pais que já estava trabalhando.

Claro que eles ficaram contentes. Mas, não satisfeitos. Meu pai, principalmente, tem um estranho interesse em sempre querer saber quanto eu ganho...

"E a bufunfa é boa?"
"O quê?" - Fingindo que não estava escutando.
"A grana, o salário que vai ganhar, é boa?"
"É mais ou menos, afinal, vou estar ganhando em reais e gastando em euros."
"Sim, mas a nível de Brasil é boa, né?" - ele insiste, hein?
"É um pouco. Pelo menos, não preciso mais ficar pedindo dinheiro para marido para comprar CALCINHA!"

Só assim para encerrar a conversa.

Ele também perguntou o que eu estou fazendo. Aí fui explicar que é produção de conteúdo e tal. E eu perguntei porque ele queria saber (já que ele não entendi nada...) e ele, ao invés de responder que era porque estava interessado em saber o que faço e tal porque é meu pai e toda aquele papo família, foi honesto o suficiente pra dizer:

"É pra eu contar para as pessoas..."

Exatamente, para ele contar para as pessoas que eu estou morando na Alemanha, trabalho, ganho "meu" dinheiro, não dependo do marido e NÃO virei puta!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Metidez para mais de metro ou Como quebrar a cara tentando parecer importante

A pessoa quando se muda para outro país, fica pensando em todas as novidades e descobertas que faz. Comigo não foi diferente.

Um dia, bem no início, marido tinha que escolher que tipo de energia teríamos em casa. Pois é. Aqui na Alemanha, você precisa escolher se quer energia de origem nuclear, de carvão ou eólica.

Como, infelizmente, um comportamento "consciente" ainda depende de uma boa situação financeira, não pudemos escolher a mais limpa disponível (a eólica, claro). Aí marido pegou um convênio em que a energia é 60% de origem eólica, 30% carvão e 10% nuclear. Ou alguma coisa parecida.

Aí lá vai eu, toda metida, querendo impressionar os amigos no Brasil:
"Vou falar com o pessoal que aqui a gente pode escolher que tipo de energia usar e que podemos escolher uma 'limpa'"

Aí marido, do alto da sua sabedoria:
"E qual a novidade disso para um brasileiro?"

"Ora, lá no Brasil só tem um tipo." Eu já me sentindo a "toda toda".

E ele:
"É? E você esqueceu que a energia de uma hidrelétrica é tida como a mais limpa, diferente da nossa? Vai fazer propaganda de quê?" (E esqueci mesmo, porque sei de tudo isso...)

O que eu fiz?

Recolhi-me à minha insignificância e baixei minha bola.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Uma vez pobre...

Eu nunca tive aspirador de pó no Brasil.

Era a vassoura e eu.

Aqui, por causa do carpete, temos um.

Mas, pobre é uma miséria. É pobre até não poder mais.

Toda vez que eu preciso limpar a casa, pego a vassoura...

O aspirador só falta gritar: pega eu! pega eu!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Selos - outra festa

Eu já tinha esquecido que na blogosfera existem os selos para agraciar blogueiros/bloguistas/como queira até que recebi três indicações quase que simultaneamente.

O primeiro foi da Gisley e da Karol, as duas me deram o mesmo selo. E o segundo da Avogi, que acha que meu blog é fofo, ou eu. ;)

Bom, lá vou eu apresentá-los:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjI7FCTJKuvHCReP5ylgJQSzlFDDPFMsTZpvmS5_KprvSARIXVxDLnp_dNS3Lj7C44NOigEYcpQdnqdDzWRpv-YZpPc-O_4aOeK3Iq8ZhHxToC0wTLHFh4CgDrcEhuaoGIyAbyrT3B3zs/s1600/dardod.jpg

Regrinhas:
O Prêmio Dardos é um reconhecimento dos valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.

O ganhador do "Prêmio Dardos" deve fazer:

1. Você deve exibir a imagem do selo em seu blog.
2.Você deve linkar o blog pelo qual recebeu a indicação.
3.Escolher outros quinze blogs a quem entregar o prêmio dardo.
4.Avisar os escolhidos.

E o outro:

http://1.bp.blogspot.com/_uZtbzRKOKhs/S9SxDDSWTyI/AAAAAAAABSY/32luE6jqkfc/s1600/selo_fofo.jpg

Regras desse:
1. Postar o selo no blog;
2. Citar as 3 lembranças mais fofas da infância;
3. Indicar 6 blogs.

O problema ao receber selos é que vc fica com dúvidas sobre para quem enviar os selos. No meu caso, seriam 21 pessoas (15 + 6) ou as mesmas 15 receberiam os dois selos, ou as mesmas 6... ai, não sou boa de matemática... hehehehehe

Para não fazer injustiças, indico todos que estão ali na minha lista de blogs que leio, inclusive, devolvendo para quem me deu. Nada mais justo. =P

Agora, as minhas 3 lembranças fofas da infância:
1. Meu café da manhã. Coisa que só criança inventa: bolacha cream cracker quebrada no café com leite. Sempre que estou em crise, recorro a esse mesmo artifício... A infância era mais segura, né? rsrs
2. Cafuné da minha mãe. Sempre.
3. Os cachorros e gatos que tive no período.

Pronto. Tarefa cumprida.

Obrigada!

Crianças sabem ser fofas!

No sábado passado, fomos a Hannover comemorar o aniversário de 90 anos de minha sogra. A família estava toda presente. Se fosse no Brasil, família toda significaria umas 50 pessoas. Como é na Alemanha, eram 15. =P

Marido tem quatro sobrinhos, todos adultos, desses, dois têm filhos. A sobrinha-neta (é, gente, ele é mais velho, não esqueçam) do meio tem 3 anos e é uma coisa muito fofa. No meio da festa, fizemos amizade e ela já estava sentada no meu colo na maior empolgação.

Estava conversando com marido e cunhado em português e ela no meu colo, falou:
"Será que vocês podem começar a falar certo?"
Em alemão, obviamente.

E meu cunhado perguntou:
"Por quê?"

"Porque eu não estou entendendo nada!"

Agora imaginem a mesma cena com uma criança loirinha, de olhos azuis, fofinha e com um sorriso no rosto.

É de derreter, né? rsrs

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Está virando festa!

Desvirtualizei mais uma! Na verdade, uma família inteira, a delirantemente feliz. Eles estiverem aqui no dia 20 e 21. Dormiram no meu humilde acampamento com cara de apartamento. =P

Estava programado sol e um pouco de calor nesses dias, mas foi só eles chegarem que até gelo teve. Choveu, fez sol, caiu granizo, fez sol, choveu, o Bebeto passou mal, choveu de novo, fez sol, choveu mais uma vez. Por fim, voltaram pra casa e ficamos aguardando o horário de matar a saudade da comida brasileira que a Liza tanto queria.

Lá ainda nos encontramos com a beijoqueira, Jane.

Mas, já percebi que a moça fala demais. É, pois é! Vamos aos fatos:
Ela disse que o filho dela era muito traquina. Não é verdade! O filho dela é uma criança feliz e brinca no canto dele. Um fofo.
Ela disse que ia dar trabalho aqui em casa. Nem senti que eles estavam nos visitando e ainda nos deu presentes e comprou um bolo delicioso.
Ela disse que ia comer todas as comidas brasileiras no bar. Deixou metade da comida no prato e como boa mineira, só comeu pão de queijo.

Viu? hehehehehehehe

No mais, ela é uma fofa e tem uma família, realmente, feliz.

E de quebra, ainda encontramos uma leitora dos nossos blogs. Oi, Lilian!

Foram tempos divertidos e muito proveitosos!

Beijos em vocês!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Atacando de alemã!

Eu gastei uma fortuna em roupas para a primavera! E cadê a bendita?? Sol de vez em quando é só pra disfarçar!

Não aguento mais olhar para o céu nublado.

Ter os dedos das mãos congelados.

As unhas roxas.

O vento frio no rosto. Ai minha pele!

Porque, diabos, as pessoas insistem em jogar lixo no chão? A lata de lixo está ali, ó!

Pausa.

Aí, eu saio, caminho nas ruas e sou agraciada com uma chuva de pétalas de flores. O vento também tem seu propósito.

Mais um pouquinho à frente e um esquilo gigante e "ruivo" aparece na árvore do parque. Parecia bem alegre.

Chegando perto do curso, uma senhora velhinha que caminhava de braços dados com um jovem, olha pra mim e dá um tchauzinho. Eu sorrio pra ela.

Reclamar? Oi? Do que? O dia ficou lindo!

Update: Alguns erros de digitação (e nem sei se de português tb) e a história do "esquilo gigante e ruivo" me deixaram com fama de chapada! Hahahahaha Mas, ó, eu juro que o orégano que eu fumei é do bom. E o esquilo era "gigante" porque era maior do que os que estou acostumada a ver por aqui. Os erros eu corrigi, eu acho. =P

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Das coisas que eu deixei pra trás

Estava conversando com uma prima de 16 anos pelo MSN esses dias.

Ela está apaixonada por um menino que mora em outro estado, a 300km dela. Ela quer fazer faculdade lá, não por causa dele, pois isso ela já quer há mais tempo. Como ela faz vestibular final desse ano e acha que passa (é minha prima, ora), eles estão "prometidos" um para o outro.

O problema é que essa promessa já cobra resultados, do tipo que ele não quer que ela vá em festas porque ele tem ciúme e blá, blá, blá. Esse papo a gente bem conhece.

Aí estávamos falando sobre isso e eu dizendo a ela que não é bem assim, que se ela quer muito uma coisa que acha certa, não pode deixar de fazer por proibição do outro. Que isso é coisa de mulher sem vontade, que fazer isso quando o namoro nem começou, imagina depois.

A questão é se ele confia nela ou não. Ser desejada por outros ela sempre será, porque ela é bonita, inteligente, tem um corpão (é minha prima, ora! cof! cof!) e que ela não tem culpa disso e não pode carregar essa culpa pelo resto da vida senão ela acabará embaixo de uma burca!

Tá bom! Eu fui radical. Mas, a intenção era assustar mesmo. A última coisa que quero é uma mulher sem vontade e opinião na minha família (é minha prima, ora! de novo!).

Depois dela soltar um:
"Porra, Vey, você broca!" que no linguajar baiano adolescente quer dizer: "Você falou tudo" ou "Você mandou muito bem" ou só "Você é foda!" Ops, me empolguei. Parei!

Ela solta um:
"Viu que eu te disse que você não deveria me deixar nessa altura da minha vida?"

E o pior (ou melhor) é que ela disse isso mesmo quando eu contei pra ela que estava vindo pro lado de cá.

Aí o que eu fiz? Chorei.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Como uma boneca...

Todo mundo sabe do problema que eu tive com o feijão e seus efeitos.
Eu já não aguentava mais e, claro, em um momento, não me segurei e gritei de onde estava pra marido:
"Ahhhhh! Parece que eu estou esvaziando!!!"

Pronto. Motivo para gargalhadas dele e minhas por muito tempo.

Como uma boneca...
Inflável...
esvaziando.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Fanatismo - Florbela Espanca

Hoje, começo uma série de textos direcionados para a pessoa mais especial da minha vida.

A seguir, deixo um poema da portuguesa Florbela Espanca, cantado por Fagner e Zeca Baleiro (vídeo). Vocês não achavam que uma beleza dessa vinha de homens, hein? rsrs

Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”


"Já te falei de tudo, mas tudo isso é pouco diante do que sinto."

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Estou trabalhando!

Eu não sei nem por onde começar. Sério.
Ainda não caiu a ficha (essa velha expressão me persegue, peso da idade. Alguém me ensina outra, faz favor?)

Eu comentei aqui que estava pensando no que fazer com a minha profissão depois que me mudei pra Alemanha. Tenho uma graduação e um MBA. Por isso cobrei de meu pai "orgulho" da "doutora" que ele já tem na família há (ou "a"? Agora fiquei na dúvida) mais tempo. (Mentira, gente, que meu pai não é - muito - assim, tá? Sou eu que estou carente!)

Em 2008 e 2009, trabalhei com um tema que uma vez que você conhece, estuda, se aprofunda, não tem mais o direito de sair da área: sustentab*lidade. E o meu maior desejo é permanecer nela, continuar fazendo o que acredito que devo fazer e o que gosto de fazer.

Eu também gosto de escrever, tenho um blog profissional onde publico meus artigos nessa área e em outras correlatas. Tenho cerca de 8 mil visitas por mês. É pouco, eu sei. Mas, foi a partir dele que eu consegui os meus melhores contatos profissionais. Dessa vez não foi diferente.

Uma pessoa de SP acessou o meu blog e deixou um comentário perguntando se eu poderia divulgar determinada publicação. Eu mandei um email pedindo detalhes para saber se iria ou não divulgar (não posso juntar meu nome a qualquer coisa, né?). A pessoa me mandou o texto na íntegra. Como sou da área, não resisti e fiz algumas críticas. O que acontece em seguida é uma sequência de felizes acontecimentos. A pessoa gostou das minhas críticas, me contratou para fazer a revisão do texto e agora estou num projeto maior.

Vai durar 7 meses. Vou ganhar uma graninha, que servirá para complementar nossa renda e nos deixará com alguma folga no orçamento (que estava bemmm apertado). O tempo é o necessário para aprender alemão de forma satisfatória para conseguir um emprego aqui no país, que é o principal objetivo. Afinal, se me mudei, minha vida tem que estar toda do lado de cá, né?

Depois, quem sabe, ainda consigo um trabalho nessa mesma área aqui na Alemanha? Está tudo indo tão bem, por que não pode continuar dando, não é mesmo???

Porque eu estou feliz e adoro essa música:



O violão, a voz... lembra-me um fim de tarde na praia... Olha eu começando a sentir saudades da Bahia. Hehehehe

Um ótimo final de semana!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Os homens e sua relação com panos de limpeza

Compramos, dias atrás, nossas cortinas, aquelas semi-transparentes, que servem apenas para tirar a visão das pessoas que passam na rua.

Marido colocou as cortinas apenas na extensão dos vidros. Para isso, precisava fazer pequenos furos na madeira das janelas para colocar os suportes. Estava eu, preocupada com as roupas pra lavar e ele lá, trabalhando.

Daí que entro no nosso quarto e vejo o pano de prato em cima da janela.

"Amor, pra que esse pano aí?"
"É para tirar o pó dos buracos para poder colocar o prego."
"E não tinha pano melhor para fazer isso, como o pano de limpeza, por exemplo."
"Mas, esse não é de limpar também?"
"Pratos, querido. Pratos!"

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Eu e o feijão. O feijão e eu.

Desde que marido chegou na Alemanha que ele quer comer feijão. E eu estava enrolando, porque quem sabe cozinhar sou eu e cozinha não é o meu lugar preferido da casa, néam?

Só que eu não pude evitar que, no dia da apresentação da Mineirinha aqui em Berlin, ele comprasse um quilo de feijão. Na Livraria, uma livraria lusófona, que vende muitos produtos brasileiros, inclusive guaraná, tinha feijão.

Resolvi cozinhar o feijão essa semana, depois de ter comprado todos os ingredientes, os mesmos que eu uso no Brasil, exceto pela carne de sol que não achei aqui.

O bendito do feijão levou mais de uma hora cozinhando. A panela de pressão aqui é um pouco diferente da que eu conheço e quando tentei abrir a primeira vez para ver, foi feijão para muitos lados da cozinha. Primeira parte.

Lá vai eu limpar a cozinha...

Depois de pronto, servi para o jantar. O danado ficou até gostoso. Sentamos à mesa às 19h. Eu lembro que ainda pensei: é bom comer cedo pois faz a digestão antes de dormir...

É... faz...

Eu fiquei com uma azia do tamanho do mundo. Parecia que tinha um tijolo no meu estômago. Dormi mal, tive cólicas horríveis, de não conseguir me mexer e agora escrevo esse texto da cama.

Três meses sem comer feijão e dá nisso: rejeição. Será que já virei alemã? =P

Marido só sentiu uma leve azia... e já comeu feijão de novo.

O feijão? Por mim, ele estraga na geladeira! Humpf!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Orgulho de pai

Eu falo com meus pais todo final de semana. Quem me contou que meu irmão entrou na faculdade foi meu pai. Claro que depois liguei para o dito cujo e procurei saber mais detalhes.

Meu pai me contou todo orgulhoso que o filho dele estava fazendo faculdade e que a empresa estava pagando a outra metade da mensalidade (de R$ 900,00, psiu, não contem pra ninguém!). Eu fiquei feliz, desejei que ele conseguisse se manter no curso, disse que agora ele deveria estar muito feliz também porque era uma coisa que ele queria, blá, blá, blá.

Aí, para fechar a conversa, meu pai solta essa:
"Sabe, ele agora é o engenheiro da empresa..."

É, meu pai, é. Um mês de aula e o povo do interior já está chamando meu irmão de "Doutor".

E eu? E eu? Humpf!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Como dizer, sutilmente (ou não), que você está ficando velha

Estava, a senhora que vos escreve, pensando no aniversário que acontecerá em novembro, num final de semana.

Aí eu pensei que seria interessante fazer uma festa, pois seria o primeiro aniversário na Alemanha e tal... Fiquei falando um monte de coisa e marido ouvindo. Daí que eu parei e disse:
"Acho que vou fazer tudo isso no meu aniversário de 30 anos. É só em 2011 mesmo."

Eu falei 2011 como se fosse, assim, coisa de próximo século, sabe?

Aí marido lindo que amo tanto vira pra mim e diz:
"Ah é? Então corre com esses preparativos que JÁ é ano que vem?"

Aí a ficha caiu. Pois é, sou do tempo da ficha ainda. :(((((

"Caramba! (claro que o palavrão não foi esse, mas faz de conta) Já é ano que vem??? Morri!"

Se eu não amasse tanto esse homem, jogava todos os meus anos na cara dele!!! Como se ele fosse novo! Rá!

domingo, 11 de abril de 2010

Sincronicidade - Parte 03

Meu irmão saiu de casa quatro anos atrás, para tentar a vida em SP e porque era apaixonado por uma paulista.

Ele arrumou um trabalho, ela fazia faculdade e trabalhava, reformaram uma casa, compraram móveis e se casaram um ano depois da chegada do meu irmão.

Ela terminou a faculdade esse ano. Foi promovida no trabalho. Ganha mais do que ele e ele assumia as tarefas de casa pois tinha mais tempo que ela.

Agora que ela se formou, ele fez ENEM e passou. Conseguiu uma bolsa parcial e a empresa, com medo de perdê-lo, resolveu pagar o restante da mensalidade. As aulas começaram mês passado.

Meu irmão começou a faculdade de Engenharia Mecânica aos 25 anos. Orgulho desse menino!

Desvirtualizando mais uma!

Dessa vez foi a Mineirinha mais famosa da Alemanha (sem desmerecer a próxima que irei conhecer no dia 20! =P)

Ela e sua família estiverem na nossa casa para um café com torta e pude conhecê-los. E que família fofa! O marido dela fala português tão bem quanto o meu, mas com menos sotaque e com uma pequena diferença: ele nunca morou no Brasil.

Por que alemão tem tanta facilidade para aprender outras línguas?

O filho mais novo, o Daniel, é uma coisinha fofa. Não tínhamos brinquedos em casa e ele se virou com os pregadores de roupa coloridos que temos.

Ela trouxe um singelo presente amarelo e verde que já está devidamente no seu lugar, para dar uma cara diferente para a nossa varanda. Nosso apartamento ainda carece de personalidade... rs

Depois do café fomos para A Livraria para que ela pudesse apresentar seu livro para outras pessoas. Ela aproveitou o momento e nos deixou com várias palavras de reflexão. Lá também encontramos a outra fofa, Jane, que ficou conosco até o final.

Foi só uma pena que não conseguimos nos despedir.

Mas, uma visita ao seu paraíso já está sendo pensada. Aguarde.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Simples assim

Eu disse aqui que demos entrada na papelada do casamento. Depois disso, tínhamos uma declaração afirmando isso e poderíamos ir no Ausländerbehörde, órgão responsável pelos migrantes, para tentar prolongar meu visto, que é de turista, até a gente ter a data do casamento, ou ter casado definitivamente.

Muitas pessoas já disseram que foram maltratadas lá, outras disseram que mais ou menos, já outras disseram que foram muito bem tratadas.

Para ser atendido é preciso marcar hora. Só que, como nós conseguimos a declaração muito em cima (falta 10 dias para o meu visto expirar), resolvemos tentar a sorte e ir ontem sem marcar mesmo. Levamos todos os documentos necessários.

Chegamos e, imediatamente, nos dirigimos à sala que distribui as senhas. Fila com quatro pessoas. A menina que nos atendeu foi super simpática, perguntou o motivo, marido explicou, mostrou a declaração de intenção de casamento, ela pediu cópia da declaração, do meu passaporte, da identidade dele e o formulário de pedido de visto preenchido. Entregamos tudo e ela nos pediu 2 horas para resolver. Até aqui, não sabíamos o que era "resolver" para ela.

Voltamos para casa, almoçamos e marido voltou lá na hora combinada. Uma hora depois ele estava em casa com meu visto prolongado para mais três meses!

Só preciso voltar lá agora quando já tiver casada!

As coisas estão ou não estao indo bem?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Gracinha

Eu tenho uma colega espanhola no curso. Ela é linda. Eu acho. É inteligente, tem um estilo chique, alternativo, todo dela, cabelos negros todo repicado, olhos verdes, traços finos, alta, pernão, coxão.

Na hora de falar, quando ela não consegue ou não sabe uma palavra ou outra, faz cada careta. Mas, ela é tão bonita que as caretas ficam interessantes.

E fala palavrão!

Solta cada "caralho" naquela sala que é uma beleza. E fica vermelha quando ela sabe que a gente percebeu que era palavrão.

Ela tem um jeito tão honesto (e irônico) de ser, que a primeira pérola que ela soltou quando o curso começou foi:

"Meu namorado foi só um pretexto para vir morar aqui em Berlin."

Eu digo o quê depois dessa?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sincronicidade - Parte 02

Eu tinha duas preocupações principais quando decidi vir morar na Alemanha.

A primeira de sempre: a solidão de minha mãe. Não que ela seja uma pessoa sozinha. Ela tem irmãos, cunhados, sobrinhos, afilhados e amigos perto dela. A solidão de minha mãe é a casa. Ela tem uma casa grande, feita para uma família que está espalhada nos cantos desse mundo. O marido é caminhoneiro desde sempre. Meu irmão mora em SP há quatro anos. E eu, que podia estar com ela sempre que dava vontade, vim parar aqui. Ou seja, ela passa os dias sozinha em casa. Quando volta do trabalho, encontra uma casa vazia. Quando vai dormir, muitas vezes, dorme sozinha. E eu ficava de coração apertado quando pensava nisso.

A outra preocupação é de ordem prática. Com a mudança pra Alemanha, teria que parar de trabalhar e recomeçar minha vida profissional por aqui. Isso não seria um grande problema, porque estou nova, se não fosse por um detalhe: meus pais sempre foram autônomos e cometeram o erro de não planejar a aposentadoria. Desde sempre, eu sei que teria que ter uma renda que pudesse ajudá-los nessa fase. Só que meus pais estão velhos e cansados. Apesar de novos, envelheceram com o peso do trabalho e da vida. As estradas acabaram com o meu pai. O esforços de minha mãe como cabeleireira e, agora, costureira, acabaram com suas articulações. Por isso, a urgência de uma aposentadoria chegou mais cedo do que eu esperava. E eu estou aqui, recomeçando e sem renda extra para eles.

Mas, como mostrei nesse post aqui, o universo conspira a nosso favor.

Um belo dia, meu pai, em mais uma das suas viagens nesse mundão de meu Deus, encontrou alguém de uma forma bem inusitada.

Num posto de gasolina:
"Quem é o dono daquela carreta assim e assim?"
"Sou eu."
"Senhor, eu te ultrapassei na estrada umas três vezes e fiquei pensando numa coisa: você não quer trabalhar para mim?"
"Como?"
"É que eu tenho uma fábrica de postes, que está trabalhando para a empresa de energia do estado, e preciso de carretas para transportar o material. Você tem interesse?"
"Claro. Mas, quais as condições?"
"São essas e essas. Te contrato por um ano, que é o tempo em que dura o serviço."
"Acho que dá pra fazer."
"Só tem uma coisa, são viagens entre as cidades tal e tal."
"Maravilha! Fica 20km da cidade em que moro."

É inacreditável, mas assim que aconteceu.

E agora meu pai tem um bom contrato de trabalho por um ano - tempo que preciso para achar o meu - e está todos os dias em casa!

As minhas duas principais preocupações foram para onde? Para o saco! Gott sei Danke.

terça-feira, 6 de abril de 2010

FAQ - 8. Afinal, esse casamento sai ou não sai?

Sai. E como sai.

Semana passada fomos no Standesamt (é asim, meu zeus?) para dar entrada nos papéis. Enfim, tínhamos todos os papéis em ordem e uma tradutora pra mim.

Pois é, leram certo. Precisei convidar uma amiga colombiana que mora aqui na Alemanha com seu marido alemão e que já moraram no Brasil por sete anos (que salada, né?) para me ajudar.

Chegando lá, a amiga tradutora tinha que dizer tudo o que a mulher estava fazendo no sistema para que eu soubesse o que estava acontecendo. Isso foi determinação da mulher mesmo. Depois eu tive que assinar um juramento onde eu afirmava que nunca, jamais, em hipótese alguma, já tinha me casado no Brasil ou na Alemanha. Só assim a mulher concluiu nosso pedido de casamento.

Só que agora, e porque o Brasil não emite uma certidão de aptidão para casar e por isso a Alemanha tem que fazer esse papel com todos esses documentos, teremos que esperar cerca de quatro semanas para um juiz dizer que está tudo ok e só depois podemos marcar a data.

Agora é esperar e torcer para dar tudo certo e esse casamento sair logo! Humpf!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Oportunidade para jornalistas recém-formados

Olha só que o-por-tu-ni-da-de!

Para jornalistas recém-formados que falem português (língua materna) alemão, nível 3 do TestDAF e que queiram morar na Alemanha, klar!

Estágio na DW, em Bonn, por 18 meses com especialização na área.

Bolsa? 1400 euros.

Mais informações aqui!

Eu queria ter estudado jornalismo... a sede da DW em Berlin é do lado do meu apê!!!

domingo, 4 de abril de 2010

Como fazer um homem desistir de te incentivar a ter "independência"

Por enquanto, estou sem renda. Por enquanto!

Aí preciso pedir dinheiro pra marido para comprar algumas coisas... Eu preciso aprender a fazer compras sozinha. E ele quer isso, claro.

Daí que um dia, no início da primavera, olhando para o meu guarda-roupa, percebi que não tinha roupas "meio termo", ou tinha roupa para o inverno (as que ganhei) ou tinha roupa para o verão (as que trouxe). O mesmo com sapatos.

Inventei que, por causa disso, iria a um shopping que tem aqui perto, comprar uma saia ou short, um sapato/sapatilha/tênis/whatever e um casaquinho. Como o shopping é popular e, aqui, roupa é relativamente barata - pensando em euros, claro - decidi que 50 euros seriam o suficiente (pobre é pobre até na hora de pedir).

Marido me deu 80 e eu tinha 20 na minha carteira... Imaginem a tentação.

Depois de uma hora e meia andando pelo shopping sozinha e comprando, encontro marido, que me pergunta:
- Sobrou algum dinheiro?

Errrr.......Quer dizer.... Hihihihihihihi

Vocês sabem, né? Tanto tempo sem comprar nada, fazendo isso sozinha, num shopping. Bom, não precisa de explicação.

Saldo:
01 vestido
01 short
03 blusas
01 casaquinho
01 sapatênis
01 lenço
01 legging

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Páscoa

Um pequeno feriadão para descansar do curso de alemão. Do dia 02 ao dia 05. Só volto no dia 06. Iupi!!!

Esses dias em casa, recebendo e fazendo visitas. Vendo crianças procurando ovinhos de chocolate. Os dias tranquilos. Vendo crianças comendo chocolate. O jardim florindo. Vendo crianças com a boca suja de chocolate. O céu azul. Sentindo cheiro de chocolate nas ruas. A páscoa. Os ovinhos. Os coelhinhos. As crianças se deliciando de chocolate. E eu aqui.

SEM PODER COMER CHOCOLATE!!

Tanta coisa para eu herdar da minha mãe, tinha que ser, justamente, ACNE?!?!?!?!?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Adolescentes...

Eu já disse uma vez aqui que quando volto do curso passo em frente a uma escola e seus alunos se vestem como aqueles rappers americanos. Eu sempre passo por essa escola um pouco desconfiada.

O bairro em que moro é mau visto pelos alemães por causa da concentração de turcos e de pessoas que vivem de assistência social (um assunto bem delicado no país). Mas, até que demos sorte e as pessoas que nos visitam afirmam que a região é segura e tranquila. Realmente é. Exceto por essa escola.

Eu não gosto muito de adolescentes. Acham-se infalíveis e indestrutíveis. E essa certeza os fazem derespeitar pessoas e regras. Vivem querendo passar uma imagem de segurança que eles não têm. Mostrando que são homens/mulheres, durões, procurando um lugar na sociedade que ainda não é deles. Eu não fui uma adolescente muito rebelde, nem de festa eu gostava, não andava em bando... Acho que por isso, gosto menos ainda de alguns adolescentes que conheço (como eu, existem as excessões).

E o que aconteceu dias atrás me fez rever alguns conceitos (ou comprová-los). Voltando do curso, no mesmo horário em que esses alunos saem da escola, me vi, involuntariamente, numa briga de gangues ou sei lá o que era aquilo.

Só sei que vi o grupo se formando, um arrodeando o outro, quando vi e porque não devia dar as costas antes de saber para onde ir, já estava no meio do quebra-pau. Adolescentes. Turcos. Brigões. E eu lá.

Fiz-me de invisível, passei pelo bolo da torcida que gritava "bate, bate!" e cheguei em casa inteira.

Como a briga terminou, não tenho a mínima ideia. Só sei que onde há fumaça há fogo!

Na dúvida, mudei meu caminho. =P