quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A palavra é: resignação

Era uma vez uma mocinha que tinha um blog.
Era uma vez uma mocinha que parou de blogar e apagou seus posts.
Era uma vez uma mocinha que voltou a blogar de novo e novamente.
Era uma vez uma mocinha que não para de me atarantar com seus novos posts.

E o último foi esse: Resignação.

Meu comentário está lá, mas eu resolvi postar aqui também (com alguma edição - em itálico), porque nem todo mundo conhece a mocinha (e só por castigo, não coloco o blog dela nos meus links, viu?)
"Veja bem, eu estou do lado de cá, procurando emprego ou qualquer coisa que o valha.
Veja bem, eu estou do lado de cá e não sou um deles.
Veja bem, não é fácil. (não quero dizer – ou admitir – que seja difícil)
Veja bem, eu não quero me resignar e aceitar “qualquer coisa que o valha”. (por isso, entenda, qualquer coisa abaixo da minha formação e/ou experiência)
Não é bem assim que eu vejo o meu mundo.
Recomeçar sim, resignar-me não. Oi, acabei de sair de um estágio. Pois é… (E não teria problema em fazer outro, desde que fosse na minha área, no que gosto de fazer. Ainda tenho tempo, ou estou no tempo de "recomeçar"...)
Não quero aceitar que tenho que ser assim ou assado por não ser “um deles”. Que tenho que ganhar menos, inclusive. Ou que não sou qualificada porque não tenho “certificados” equivalentes.
Às vezes, eu durmo pensando nessa palavra, que seria a melhor forma de viver em paz. (Mas, acordo com outro pensamento. Devem ser os anjos...) Assim como você, penso que isso não é viver (ou é viver menos). Prefiro não me conformar e estar sempre pensando numa saída melhor, mesmo que mais tortuosa.
Seria meu medo hoje: ter que me resignar."
E é por isso que eu não desisto. Ou não quero pensar que desisti...

Um dia de cada vez. Ou até eu quebrar a cara. ;)

No dia que eu deixar de me sentir bem, não estará mais valendo a pena...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Em Berlin é (pode ser) assim...

Você sai num domingo ensolarado com amigos para curtir o dia. Uma amiga veio de Bremen e queria porque queria comer o currywurst berlinense.

Aí, como somos bons amigos, queríamos levá-la para o mais gostoso. Domingo. Sol. Estava fechado.

Paramos numa padaria para marido perguntar se havia outro local por perto que tivesse currywurst. A atendente responde com a cara mais feia do mundo:

- Não sei! Não tenho a mínima idéia! Eu sou vegetariana.

Traduzindo: Você é um maldito comedor de carne, estou pouco me importando para as suas necessidades. Se fode aí. 

Fazer o quê? Eu ri!

E marido ficou todo sem graça.

Gente, sério, precisa disso?


Update: Ui, o comentário da Eliana me fez perceber que pode haver um erro de interpretação. Não é o fato de ser vegetariana, foi a grosseria desnecessária. Já aconteceu de perguntarmos, por exemplo, qual carne (prato) a pessoa indicaria, e a moça, gentilmente, dizer que não pode indicar por ser vegetariana. Então, é só porque berlinense costuma ser muito direto e, às vezes, grosso mesmo. rs

domingo, 25 de setembro de 2011

Sobre o curso de pronúncia

Eu já tive duas aulas. O curso acontece uma vez por semana numa VHS. Tem 17 pessoas dos mais variados países. Só três homens. Mulheres invadem impiedosamente a Alemanha, já perceberam? Rá!

A maioria está na Alemanha há tanto tempo quanto eu. O que nos deixa num nível de alemão semelhante. Eu pensei que eu dividiria sala com pessoas que moram aqui a mais tempo e que teriam vícios de pronúncia sérios para corrigir. Mas não. São pessoas que querem muito melhorar o alemão, ou por questões profissionais, ou para atingir a fluência mesmo.

O professor não é professor de alemão, ele é ator (quis dizer que tem a formação, né?). Acho o máximo, porque a técnica que ele usa é ótima. Achei ele uma figuraça, simpático, articulado e super bem humorado. Já na primeira aula, fizemos vários exercícios vocais. Ele disse: "Alemão não é língua fofa, não. Não tem que falar fazendo biquinho, tem que abrir a boca mesmo." Eu quase perguntei a ele qual era a novidade. =P

Na segunda aula, treinamos o sch, ch, sp, st... Meu povo, meu pescoço voltou pra casa sozinho. Porque, orra meu, todos os movimentos são friamente exagerados. ;)

Pelo que já senti das aulas, virão muitos micos por aí. Porque, oi? Tentar falar uma palavra que é o meu maior problema sem cuspir, grunhir ou desistir vai ser um desafio.

A promessa é de melhoras. Veremos.

Atenção, meu leitores: este blog está com uma suspeita de vírus, por conta do link com o blog avogi.blogspot.com. O link já foi retirado e estou resolvendo do meu lado de cá, com anti-vírus e o que mais for necessário. Sugiro a vocês, queridos leitores, que passem um anti-vírus nos seus computadores por garantia. O meu não denunciou nada, mas não custa nada fazer esta ação. Eu vou passar outro anti-vírus, além do avast que já tenho, pra ter 100% de certza. Se alguém tive ainda problema de acesso ao blog, por favor, mande-me um email comunicando. Agradeço às usuárias de Mac que me alertaram, Dani e Billy. Beijos!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

FAQ. 23 - Você se adaptou bem à Alemanha?

Alguns brasileiros me fazem essa pergunta. Muitos alemães, principalmente aqueles que eu encontro casualmente, sempre me perguntam. E eu respondo frequentemente: sim, não foi difícil.

Não foi difícil por vários fatores:
  1. Sou casada com um alemão há quase 8 anos. Mesmo vivendo no Brasil, já estava acostumada com o "jeito" alemão.
  2. Vim morar em Berlin, que não é nenhum "Dorf" (povoado) super conservador e tem muuuuitos estrangeiros. Tem bairros aqui (o meu) aonde a maioria (80%) dos moradores é de origem estrangeira.
  3. Dizem que eu sou mais alemã que brasileira. Não costumo ser muito emotiva e ligada demais à família. E quando pisam no meu calo, falo meRmo.
  4. Minha situação aqui está, de certa forma, melhor do que a que eu tinha no Brasil. Isso facilita. Estou falando de qualidade de vida.
  5. Fiz amigos, alemães (herdados do marido) e brasileiros (herdados do blog) super legais que me dão a maior força.
Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, fiquei pensando se meu mundo da adaptação é assim tão perfeito e colorido. Cheguei a conclusão que, opa, pera lá, tem algumas coisas, sim, das quais ainda não me adaptei.

Números: por maior que seja a dificuldade em aprender alemão, dificuldade maior ainda é me adaptar aos números aqui. Eu entendo a frase inteira, falou um número nessa frase, me perdi. Aí, lá no fundo da parte do cérebro que codifica línguas que eu não sei qual é, fico tentando juntar os caquinhos e pensar que o "12 centenas, oito e cinquenta" que o cara falou é nada mais nada menos que 1.258. Sim, 12 centenas = 1.200. Oito e cinquenta: 58. Coisa é quando ainda tem número depois da vírgula. Para aí o trem na ponte, que eu vou pularrrr!!!

Horário: Como consequência, não entendo as horas ainda. Alguém me explica porque, cargas d'água, a gente vai se encontrar às 20h30 e você me diz "meia nove"? Argh! Tá, quando eu digo não entendo, quero dizer que demoro séculos para codificar a mensagem, certo? Certo.

Pelados: Eu não vou me repetir, leiam essa história aqui. ;) O que significa que nunca irei numa piscina pública, muito menos numa sauna. Quando vou aos lagos, preciso me concentrar na água, só na água. rs

Festas: não tem quem me faça achar graça em festas alemãs. Gente, que povo mais chato e sem entusiasmo. Geralmente, eles formam grupinhos, só conversam com quem conhecem, falam coisas chatas para serem conversadas em festa (política, economia, trabalho...) e eu fico com cara de paisagem. Porque, pourannn, já é difícil me comunicar numa festa, imagina quando se tem motivação nenhuma pra fazer isso? Marco presença, conto uns minutinhos, pego minha bolsa, digo tchau e vou embora.

Produtos para o meu cabelo: alguém explica para esse povo que, quando eu compro um shampoo, eu não preciso de mais volume? Tudo aqui é para "mais volume". Eu tenho que sair garimpando nas prateleiras.

Calcinhas: Outro post sobre o assunto.

Reclamar do tempo ou perguntar se sinto falta do calor: Dá vontade de falar: "meu filho, faz favor de mudar o disco nessa vitrola? Tudo aí no seu discurso é velho."

E por último, mas não menos importante: Ser estrangeiro mesmo tendo nascido no país, só porque seus pais não têm o sangue alemão. Pra quem veio de país colonizado, essa regrinha é difícil de aceitar.

E aí, você, amiga ou amigo, o que falta pra se adaptar?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Brechó. Só que ao contrário

Então que o outono tá aí, né?

Bom, já está aí há um tempão, a gente é que finge que não viu porque quer acreditar piamente que o verão não foi essa merreca que foi, né mesmo?

Então² que estou fazendo um brechó. Sim, brechó. Só que ao contrário. Como assim, Bial?

Assim, vou explicar: eu preciso/quero/desejo/namoro uma jaqueta jeans e/ou casaco de couro (pode ser sintético, tá?). Só que nesse momento de dureza total (estou juntando para, entre outras coisas, comprar um casaco de inverno, de INVERNO mesmo, nas liquidações de janeiro, por exemplo, e um notebook que o meu está morrendo - quatro anos, já) não tenho encontrado casaquinhos fofos, lindos e que me agradem pelo preço, assim, pagável, sabe?

Aí, tive a ideia de fazer um brechó. Sim, brechó. Só que ao contrário.

Se você é menina esperta, já entendeu a cara de pau da senhoura aqui, né? Menina exxxperta, 25 anos de praia, hein? (Abafa os quebrados... rs)

Então³ que eu estou aqui pedindo, porque claro, eu podia tá roubando, eu podia tá matando... Mas, só estou aqui pedindo, para que você, amiga querida, que tem uma dessas peças em casa e, simplesmente, enjoou dela e quer fazer outra mocinha querida feliz (o/), passe-a adiante. E quando eu digo passar adiante, quero dizer: enviar diretamente para o meu endereço, certo? Certo!

Como minha cara de pau não foi lustrada com óleo de peroba suficiente, quem me fizer a caridade de matar essa minha carência, ops, necessidade, ganha um lindo presentinho a ser definido ainda. Presentinho, tá? Presentinho...

Se eu não ganhar nenhum, tudo bem. Acho que eu consigo sobreviver com isso... Juro que não vou jogar praga em ninguém. Juro.

Tamanho? 36/38

Sim, eu sou adepta do Second Hand, brechó, trocas e tudo o que combina comigo e com a economia de dinheiro. Eu sempre passo adiante também. ;)

Aguardando, ansiosamente, centenas de comentários! Viu?? Viu??

P.S. Preciso escrever que não precisam levar à sério? Obrigada!

Update, 22.09, 19h30: Meu povo, esse post está publicado numa comunidade do orkut "*CONFISSÕES* casada c/ gringo", não sei em que condições ou circunstâncias esse post foi parar lá. Gostaria de deixar claro algumas coisas: não faço parte dessa comunidade; não tenho uma vida miserável na Alemanha; economia não é sinônimo de pobreza/desgraça; eu escrevi um P.S. para o post (alguém leu o post até o final?); por fim, não estou na Alemanha por dinheiro. Minhas leitoras e leitores de longa data entenderam o texto. Sim, eu rastreio os acessos.
 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Das coisas esquisitas (eu, o post, a história e o resto)

Eu não ia escrever, porque né? Com-pli-ca-do.

- Pessoa está conversando comigo na net, com direito a webcam, videozinho e mimos. Pessoa me pergunta como está mesmo a vida, trabalho, estudos... Estou ainda digitando a resposta e pessoa já mudou de assunto. Tipo, oi? Interesse, cadê? Vem falar de sei lá o quê.

- Aí, eu sou teimosa e respondo mesmo assim. "Ah, estou desempregada!" pra ver se a pessoa se interessa pela desgraça alheia. "Oh, mesmo? E agora?". Estou eu, lá, digitando a resposta ainda. Pessoa muda de assunto de novo. "Ah, não posso esquecer, Fulana perguntou por você." Porra! Desisto.

- Pessoa sabe que conversas assim só rolam de ano em ano. Porque, né? Não é todo dia que pessoa tem tempo pra mim, pra net, pra webcam...

- Eu tenho que digitar, porque se eu falar, pessoa não escuta, já que tem problemas auditivos. E, olha, em português, eu digito muuuuito rápido. Sabe, muito? Então...

- "Ah, eu queria ver como está o seu cabelo." Pronto, já viu? Tchau. Porque né? Tira qualquer vontade da pessoa de manter uma conversa de qualidade.

- Tipo assim, depois de anos você percebe que, porra, aquela historinha de ninar que contavam nada mais era que puro preconceito. Porque, minha filha, você é branca e tem o cabelo duro. Aonde já se viu branco de cabelo duro? Você não pertence a essa família de cabelos lisos e sedosos. "E seu cabelo está sempre horrível, aff, dá um jeito nele."

- Mãe, o meu cabelo é lindo, tá?

Sim. A própria.

Uma palavra? Terapia.

domingo, 18 de setembro de 2011

Fechando um ciclo: estágio

Então, né? Seis meses se passaram e muitas histórias foram contadas.
Eu quase fui contratada. Quase.
Fui elogiada.
Paguei inúmeros micos.
Rodei a baiana.
E, enfim, "desisti" do doce.

Mas, olhando só as coisas bonitas, foi um tempo tão bom. Foi um tempo em que saía feliz de casa, que tinha ideias, em que minha criatividade foi reconhecida e aproveitada, em que fiz alguns amigos, que melhorei meu alemão... Só eu sei o quanto eles foram pacientes e dedicados. Meu chefe, principalmente.

Ganhei flores quando eu cheguei. Ganhei flores quando saí (e um vale compras da Dussmann - a vaquinha agora foi deles!).
Na ultima semana, tinha um arranjo tão lindo na empresa que eu tinha que registrar. Das coisas bonitas que encheram meus olhos.
Outra coisa que encheu meus olhos foram lágrimas. Que eu não derramei, mas ficaram visívies. Eu sou meio durona (ou me faço de), mas ouvir o poderoso chefão me falar coisas doces e dizer que ele está à disposição para me ajudar a encontrar um novo emprego, foi simplesmente mais do que eu pedi. E ele me deu um abraço tão quente e sincero. Sabe aquele abraço de urso? Então...

Eu também ganhei um "Zeugnis" 100% perfeito. Na Alemanha, é super importante a carta de referência da empresa. E foi tão legal da parte da empresa o que fizeram. Ainda terminaram a carta assim: "Esperamos que os caminhos profissionais da Frau da Zilfa se cruzem com os nossos frequentemente, para podermos ter a oportunidade de acolhê-la como funcionária um dia." Se bem que, eu mereço, né?

Primeira experiência profissional aqui e um "Zeugnis" desses... Oh, quem foi que disse que estou na pior? rs

É isso. Agora é guardar as boas lembranças, colocar os planos em ação e movimentar-me. Muito! Porque eu sei que não vai ser fácil.

P.S. Será que ainda chegará o dia de fazer um post: "Fechando um ciclo: alemão"? rsrsrs

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dica importante do dia

Se você, como eu, não gosta de frequentar salão, principalmente por ter tido mãe cabelereira e nunca ter gostado de ouvir seu nome saindo da boca das clientes, mas é obrigada. Porque, né, mãe queima filme de filho sempre quando pode, imagina sendo ela cabelereira? Imagina aí, ainda numa cidade do interior? Odilho!

Portanto, o que não se deveria fazer? Sair por aí contando que quer se divorciar, né mesmo? Porque, olha, essas coisas não se faz num salão. Principalmente se não era isso mesmo que você queria dizer. NÃO ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA DIZER!!! Uma letra sempre pode fazer uma grande diferença. (E um pronome reflexivo também, mas como não preciso dele pra montar a piada, deixa fora do babado, né?)

Dica importante do dia da tia Eve? Vamos lá aprender a diferença?

(sich) scheiden lassen: divorciar-se
(die Haare) schNeiden lassen: cortar (os cabelos)

Aprenderam? Pois é.

É claro que essas coisas não acontecem comigo. Foi com uma amiga de uma amiga, sabe? Então, menina, verdade...

P.S. Tipo assim, eu cortei o cabelo. Assim, tirei uns quatro dedos, ou seja, acabou-se as camadas. O ar selvagem deu lugar ao de menina comportada. (Sei...) Mas, quando só o pedreiro repara e seu marido pergunta se "você foi mesmo ao salão", não tenho muita motivação para contar por aqui, não. Drama, minha filha, drama. E uma dose de charme também. Até porque, do tempo que eu cortei, o cabelo já cresceu. rs

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Coisas bonitas

É claro que eu fiquei reflexiva esses dias, né? A minha cabeça não fica vazia. (Lembrem-se daquele ditado.)

Mas, não era sobre isso que eu queria falar. Eu quero falar sobre coisas bonitas. Sim, as bonitas.

Os textos bonitos que leio, as pessoas bonitas que encontro (e não estou falando de aparência física), as palavras bonitas que escuto, os momentos bonitos que vivo, a amor bonito que tenho... as coisas bonitas.

As coisas bonitas que tenho na minha vida, que fazem parte dela. As coisas bonitas que estão ao meu redor e nem sempre reparo. As coisas bonitas que eu reparo.

As coisas bonitas. Aquelas. Isso mesmo.

Aquelas coisas bonitas que me fazem pensar e lembrar de como sou bonita. Sim, porque eu também tenho as minhas belezas. E não estou falando da aparência física, de novo.

Aquelas coisas bonitas da cidade. Passear à noite, perceber que a cidade é ainda mais bonita nesse período.

Aquelas coisas bonitas dos amigos. Ouvir de uma que sempre teve vontade de conversar comigo, desde quando me conheceu, mas que não conseguia por conta da língua. E agora que pode, fica feliz. Com um sorriso bonito e sincero no rosto.

Aquelas coisas bonitas que o marido diz, por mais simples que sejam. Como querer fazer um jantar especial para aquecer o estômago e o coração.

Aquelas coisas bonitas dos desafios novos. O gosto do movimento, da motivação, de produzir e reproduzir ideias.

Aquelas pessoas bonitas que você encontra aleatoriamente no seu caminho. Que, nossa, como são interessantes. Por mais diferentes que sejam. São bonitas.

Aquela coisa bonita que dá quando sentimos saudades de pessoas que nos amam e que amamos.

Aquela coisa bonita de dizer "eu te amo". E ouvir também.

Aquela coisa bonita que dá como lampejo no cérebro e você percebe que só existem coisas bonitas quando se vê bonito.

Por mais que seja mais fácil olhar o feio. É no belo que a gente encontra coragem. Porque da desgraça, da casa perdida na enchente, por exemplo, que a gente vê aquela família muito mais unida que antes, com vontade de reconstrução.

Porque a reconstrução é bonita. A reinvenção também. Tudo é bonito quando se tem um propósito bonito.

As coisas bonitas ficam mais bonitas.

O belo, a beleza e as coisas bonitas existem.

Eu vejo coisas bonitas. Eu vejo coisas bonitas em você. Porque eu quero ver bonito.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mini-férias

O que eu fiz esses dias? Terapia. Sério.

Se a cabeça está bagunçada, melhor começar a arrumar, né? Então...

Os últimos dias foram de arrumação. Comecei com a casa. Aham. Passei para o meu pequenino escritório, que é nada mais, nada menos que no cantinho do meu quarto. A estante bagunçada, a mesa toda desarrumada, documentos para colocar em ordem, livros... Enfim.
Eu fui percebendo que a proporção que eu ia arrumando as coisas, colocando em ordem, ia me sentindo mais leve. Primeiro, acho que trabalho "braçal" libera a mente, você se concentra naquilo e pronto, nada mais importa.

Depois, começar a ver a casa limpa, com ar novo, papéis e caixas no lugar, vai dando vontade de criar mais, os pensamentos ficam mais claros e dá gosto de sentar novamente à mesa para desenvolver algo.

Também organizei a minha agenda. Nos últimos dias (e semanas), ideias legais que tive, sites interessantes que encontrava, anotava tudo na agenda sem critério. Agora, peguei um caderninho e fiz listas. Mas, não são somente listas. São planos, metas e objetivos. O que eu sempre fiz, verdade. Só que dessa vez tem gostinho especial. Tem gostinho de coisa nova. Tem gostinho de realizações. Sim, realizações.

Ontem saí pra passear, aprovetar o sol e sequei (secamos, hein, Cássia?) uma garrafa de pro-secco. Re-la-xei! rsrs

Eu não vou ficar parada, né? Nunca. Porque o mundo não para para (papapaparapapatimbum) me esperar. E nem queria que parasse. Já basta ter podido ficar de preguiça na cama nas primeiras horas do dia. =D

Mini-férias no fim. Agora é mãos à obra. De novo!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Momento "Oh, meu Deus!"

Então que eu ia escrever um blá, blá, blá aqui bem chato. Aí eu me dei conta que nem eu mais aguento essa história. Tem uns dois meses que estou vivendo isso. Dessa história, tiro algumas lições. A mais importante: a palavra não só existe, como a aplicação também: ludibriar. (Tão pensando que vocês só aprendem palavras novas em línguas novas?).

Sabe aquela história de tirar doce de criança? Pois é. Imaginem aí que isso aconteceu comigo quase todos os dias nas últimas quatro semanas. Detalhe: sempre tinha um desafio novo para eu ganhar um doce mais gostoso do que o anterior que já me tinha sido tirado. E o seguinte também sempre era. Nem chegava a tirar a embalagem. Pior, no final, descobri porque não conseguia nem tirar a embalagem: o doce (ou os doces) não existia.

Isso também pode ser considerado tortura psicológica? Porque foi assim que me senti no final. De um lado, aliviada, porque a palhaçada ia acabar. Mas, de outro. cansada, muito cansada. E como eu falei lá na empresa: man muss wissen, wann es Zeit ist, aufzugeben (É preciso saber quando é tempo de desistir.).

Estou em casa. E, oh, meu Deus, preciso de uma pausa. Cabeça cheia de planos, dos velhos e dos novos. Precisando parar para colocar tudo em ordem e recomeçar de alguma forma. Eu estou bem. Só preciso relaxar.

Então, vou aqui (porque, oi? não vou viajar) tirar mini-férias, depois eu volto.

Tschüss!
P.S. O doce, que até então não existe, está sendo oferecido ainda. Mas, ó, quer saber mesmo? Leck mich am Arsch!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Loriot e eu

Na verdade, vou escrever, mas até agora não entendi que tipo de mico foi esse que paguei. Estou com vergonha de perguntar a marido...  

Mas, antes, uma explicação para entender o post: Loriot foi um humorista alemão super conhecido que morreu recentemente aos 87 anos.

Semana passada fui fazer a inscrição do curso de pronúncia que quero fazer. Para fazer inscrição numa Volkshochschule para um curso de alemão, precisa ir pessoalmente. Às vezes, eles quebram o galho por telefone mesmo, mas não foi esse o caso. Tive que ir lá.

Cheguei às 15h15 por aí e só fui atendida duas horas depois. O processo é lento, meu povo! A quantidade de gente que quer/precisa fazer um curso não está no gibi. Minha senha foi a 60 e o atendimento começou às 13h. Imagine aí. Enfim...

Minha senha foi chamada, sento lá na cadeira e a atendente me pergunta:
- Em que posso ajudar?
- Eu gostaria de fazer o Ausprartreinin.
- Desculpa, não entendi. Que curso você quer fazer?
- AUS-SPRACHE-TRAI-NING! (bem devagar, claro e alto. E também nem sei se a separação silábica é essa mesmo, tá? Tá.)
- Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
A mulher da outra mesa também:
- Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

E eu com cara de q?, sem entender.

Aí a atendente se controla e diz:
- Foi quase um Loriot! Bom, mas agora vamos à sua inscrição... (e continuou o processo...)

Ela foi super simpática, tá, gente! Depois ela mesma disse que estava precisando de Lesentraining, porque ela não conseguia ler meu nome. O_o

Cheguei em casa e contei o mico pra marido. O que ele faz? Se acaba de rir também.

Vou me candidatar à vaga de humorista (inconsciente).

P.S. Acho que encontrei a justificativa de tanta risada: (Loriot é o narrador.)

domingo, 4 de setembro de 2011

Ainda me surpreendo

Essa semana fui aos correios pra mandar uma encomenda, uma caixinha bonitinha e fofinha. Eu, tapada como sou, não sabia se tinha que comprar o pacotinho antes na prateleira ou se a atendente faria isso pra mim. (Mentira, eu sabia que eu tinha que comprar antes, eu mesma empacotar e só depois ir ao caixa pra despachar a encomenda. Mas, ó, está pra nascer pessoa mais acomodada que eu nessa vida. Não custava nada tentar, né?)

E como pessoas acomodadas precisam de truques, eu tenho o meu: um sorriso bem simpático no rosto. Porque posso ser acomodada, mas não sou besta, tá? Tá.

Eu, com meu melhor sorriso no rosto - e o sotaque estrangeiro, claro - chego para a atendente, uma senhorinha de uns 60 anos, e digo:
- Eu só queria saber se eu tenho que comprar o pacotinho antes, ou se a Senhora faz pra mim... (sorriso cínico, né?)

Aí a senhorinha olha pra mim, olha para as prateleiras e responde:
- Você teria que comprar um pacotinho primeiro, mas estou vendo que não tem nenhum do tamanho da caixinha bonitinha e fofinha (licença poética, ok?) que você quer enviar.

Eu, ainda sorrindo:
- E agora?

Ela, sorrindo disfarçamente (acho que ela queria rir do meu alemão. rsrs)
- A encomenda é pra onde?
- Holanda.
- Um momento.

Aí a senhorinha entra lá no que eu acho que era o escritório e volta com um pacotinho já pronto, do tamanho que eu precisava e ainda com papel extra pra proteger a minha caixinha bonitinha e fofinha que eu queria mandar pra Holanda.

Ela mesma coloca as coisas no pacote, lacra e depois despacha. Eu só precisei preencher o endereço. Ainda vira pra mim e diz:
- Vou cobrar como carta, ok?

Oi? A senhorinha pegou um pacotinho, ela mesma empacotou e só vai cobrar como carta? Gente, meu sorriso é tão fantástico assim?? Morri.

Falando sério, tem mais de um ano e meio que estou na Alemanha e ainda me surpreendo como as pessoas me atendem por aqui. Nunca fui maltratada e eles são sempre solícitos.

Não estou dizendo com isso que o preconceito não existe. Existe. Só posso imaginar que eu tenho tido sorte e agradecer por isso. Como sempre...

P.S. Pela fama do atendimento alemão, a mulher poderia me fazer sair da fila, procurar a caixa na prateleira, me fazer ir em outra loja dos correios para comprar uma do tamanho certo e ainda falar tudo isso grosseiramente.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Pedreiros, sempre eles

Então que os homens alemães são bem discretos quando o assunto é mexer com alguma mulher. Aliás, discretos demais. Eles não mexem. Podem até olhar, mas você não vai ouvir nenhum gracejo/gracinha. Pausa: Preciso dizer que generalizei? Não, né? Ok. Prossigamos. Fim da pausa.

Mas, como toda generalização é burra, vamos de excessão exceção, né mesmo? (Estou ficando burra, como a generalização! Abafa.)

Berlin é um canteiro de obras permanente. Oi, nunca disse isso? Verdade. Quase toda esquina tem um. Ou para ampliação de linhas de metrô, consertos de trechos de ruas ou encanamentos/fiações. Fora a construção civil, viu? Depois da queda do muro, além de terem muitos prédios horroríveis (horríveis + terríveis, pegou?) abandonados que, futuramente, ou são reformados ou derrubados para dar lugar a coisas mais aconchegantes, também há terrenos vazios ainda. Imagina aí, terrenos vazios no centro de uma cidade como Berlin. Imaginou? Ouro, hein? Pois é.

E o que tem em canteiro de obras? Pedreiros. Eles mesmo.

E o que pedreiro adora fazer? Mexer com mulé! Porém, contudo, todavia, entretanto, duvido que você escute:

- Psiu, gatinha!
- Ohhh lá em casa...
- Goshtosa, mano!
- Sssshhhh (parecendo uma cobra no cio, sabe?)

Entre outras baixarias que eu não vou publicar aqui pra manter a impressão de que sou fina.

Se bem que, serei humilde agora (sei, senta lá...), pode ser que eu não seja "merecedora" de elogios equivalentes, e por conta do meu super-ultra-mega-cabelodiferente-cheiosdecachinhos-aovento, chame a atenção. Porque ainda não esqueci o

- Wow! Schöner Haarschnitt... (Uau, bonito corte de cabelo!)

que eu ouvi ao passar por onde? Por um canteiro de obras...

Rá!