quarta-feira, 30 de outubro de 2013

FAQ. 26 - É caro viver/morar em Berlin?

Algumas pessoas já me perguntaram isso e eu sempre digo que não. Não é caro mesmo. Principalmente se você comparar com outras cidades da Alemanha, como Munique e Hamburgo, e se lembrar que estamos falando da capital do país e do turismo.

Claro que a cidade tem seus bairros chiques, aonde sair para comer é caro, os aluguéis são salgados e as pessoas também mais exigentes. Mas, no geral, morando em Berlin, dá para encontrar vários lugares aonde se pode pagar menos pelo aluguel e continuar morando perto do centro, como o meu bairro. Ou comer por 5 euros o prato.

Alimentos é outra coisa muito barata por aqui, por conta dos supermercados conhecidos como Discounters (Lidl, Aldi, Netto...). São supermercados que vendem mercadorias ou de marcas desconhecidas ou não tão famosas com preços bem mais em conta. Quem sabe procurar, acha produtos muito bons. E as verduras e frutas têm qualidade.

Perto da minha casa, tem um Lidl. Outro dia fui comprar alguns itens que faltavam em casa. Como eu estava sem dinheiro na carteira, resolvi que ia pagar com cartão. Peguei o que precisava e não fiz a conta de quanto ia gastar.

Cheguei no caixa, passei as compras e a minha surpresa quando vi que deu 4,59. Eu comprei:
  • 0,5kg de ameixa: 1,01
  • 1kg de pera: 1,19
  • Verduras para sopa (Suppengrün): 0,79
  • 1L de leite: 0,65
  • 250g de pão integral: 0,95 
Caso eu ainda quisesse comprar café, manteiga/queijo e o macarrão para a sopa, teria gasto mais cerca de 3,00.

Aí, eu fiquei boba ao constatar que com cerca de 8 euros eu teria comida para três dias e algumas coisas ainda iam sobrar para dias seguintes. (Esquece que eu não pensei no açúcar e no sal/temperos. Concentre-se nos preços.)

Tipo: 3 dias, 8 euros por pessoa: 80 euros de alimentos por mês. Mais 20 euros de extras: como o bendito do sal, sabonete, detergente, pasta de dente...

E se for morar numa república, então? Aluguel de um quarto "quente": entre 300 e 400 euros (depende do tamanho, da localização...). O ticket mensal do transporte num contrato anual sai por 60 euros (eu acho).

Fez as contas? É ou não é barato? :)

P.S. Falei do essencial pra viver, né?

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Tinha uma ponte no meio do caminho

Pessoa foi visitar uma amiga que mora perto de sua casa. Pessoa foi andando. Era noite. No meio do caminho, uma ponte. Uma ponte interditada. Só a passagem de pedestres estava aberta.

Pessoa olha para o meio da ponte e vê uma construção. Pessoa pensa: "Oxe, como foi que eu nunca vi essa construção aqui? Estou cega? Distraída?". Pessoa segue o caminho e continua pensando. Até que vê quatro carros estacionados e volta a pensar: "Oxe, interditaram a ponte e mantiveram os carros 'dentro'? Como pode?"

Pessoa segue andando e matutando. Até que vê um cara com uma camisa escrita "crew" e mais à frente alguns trailers estacionados. A ficha cai e a pessoa fica se sentindo a mais burra e fácil de iludir de todas as criaturas que ela conhece. Porque ela jurava que aquela construção era real. E, gente, era, era muito real. Era sim!

E os carros que estavam lá, claro, eram "de época". Dois Trabis e dois Ladas. A equipe de cenografia está de parabéns, porque, olhando bem, eles recriaram o Check Point Charlie (um dos lugares, que na época da Alemanha Oriental, fazia controle de passaportes) na ponte e pessoa besta ficou pensando primeiro que era cega e não que eles estavam usando o espaço para uma filmagem.

Fica anotado, Produção.

Olhem só o que eu achei?? Uma foto de uma filmagem "quase idêntica" no mesmo lugar por onde "a pessoa" passou! Agora digam se não parece real! Digam!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Tipo assim: bundas

Aí você quer passar um sábado em família, no conforto do seu lar, assistindo um pouco de cultura inútil na TV e os pimpolhos enteados escolhem um programa imitação do Jackass para assistir.

Bom, se é pra entreter você com piadas inclusive preconceituosas dos apresentadores, como quando um deles falou dos gregos e fez uma relação com a crise do país, digo que o programa atendeu ao objetivo.

O programa consiste, basicamente, em levar os dois apresentadores para lugares remotos no mundo, como Nova Zelândia, Austrália e Brasil (remotos, viu?), para que lá, eles pudessem realizar tarefas nada fáceis, como jogar um anel dentro de um vulcão ativo a la Frodo. Algumas vezes eu ri, não vou mentir.

Daí que no Brasil, o cara tinha que ir não sei aonde para tomar um diaxo de uma bebida indígena. Bom, não era bem no meio da floresta que ele ia beber, mas na periferia do Rio de Janeiro. E para ele saber qual seria a atividade que ele tinha que realizar (essa que eu já contei), ele foi num show de popozudas para buscar o envelope.

Dito e feito: o cara não só levou uma surra de bunda, como uma das dançarinas ainda pulou com todo o gosto em cima das pernas dele, enquanto ele estava no chão. Eu juro que eu pensei que tinha quebrado, tamanha violência que foi.

Só que o apresentador não conseguiu realizar a tarefa e, como castigo, no palco, de volta à Alemanha, ele leva mais 30 "surras de bunda". De quem? De uma brasileira popozuda, claro. E pra variar, uma mulher fruta, a Maçã.

Morri de orgulho! Só que não. Duas vezes.

p.s. Quem quiser ver o vídeo do programa clica aqui. É só ignorar o alemão e assistir os primeiros minutos. Está tudo lá.

Apidêiti: Achei um vídeo com uns trechos do programa, mas com o foco na atividade que o cara não conseguiu realizar. Podem pular logo para o minuto 4:28 e assistam até o final para ver a entrada da Maçã (ui!)

domingo, 20 de outubro de 2013

Sobre as rosas

Daí você faz aniversário de casamento, né? Se bem que, bom, peraí, não é bem casamento. Nós moramos juntos há mais de dez anos. Só que, desde sempre, chamo marido de marido e, pra mim, sempre foi casamento.

Ocasamento oficial mesmo, só aconteceu em 2010. Outra história.

Não era sobre isso que eu queria falar, como geralmente eu faço com os meus arrodeios... Eu tinha esquecido o que significavam as bodas de 10 anos e fui procurar. Pedi para marido procurar em alemão também. Aí, descubro que na Alemanha, algumas bodas são diferentes das brasileiras.

Vejam só vocês, as bodas de quatro anos no Brasil, chamamos de Bodas de Frutas, Flores ou Cera. Na Alemanha, de Seda. E eles ainda marcam alguns meios anos, como o 12 anos e meio, que é o Bodas de "Salsa" (momento risos). Entre outras que não vou ficar citando aqui pra não ficar grande demais o post e não chegar aonde quero chegar. Opa, pronto, parei!

Claro que se o de dez anos não fosse também diferente, eu não teria motivo para escrever aqui, né? Pois.

No Brasil, eles chamam de Boda de Zinco ou Estanho. Na Alemanha, Bodas de Rosas. Olha que coisa mais fofa???? Fico com a versão alemã.

E o melhor: o marido deve presentear a "marida" com 10 rosas no dia.

Agora eu pergunto ocês: ganhei alguma rosa no nosso dia? Nada, nothing, nichts!

Justo isso? Não, né? Então, cês dão licença que estou indo ali cobrar com juros, tá?

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Nani deles

Desde que decidi cortar o meu cabelo curto, frequento um salão alemão, antes ia num turco do meu bairro.

Nesse salão, só pode ir com horário marcado que você faz pelo site deles ou por telefone. Eu, claro, prefiro fazer pelo site, porque telefone, ainda mais em alemão, não é muito a minha praia. Essa semana, o site estava com problemas e tive que ligar.

Quem me atendeu foi um rapaz e fez as perguntas rotineiras. Aí eu disse que queria que fosse com a Susanna, a cabelereira que sempre corta o meu cabelo.

Aí, ele fala:
- Com a nossa Nani?
Eu:
- Sim, com a Nani. - e dei uma risadinha.

Eu achei tão fofinho o jeito que ele disse "nossa Nani". Ainda mais porque eu a acho super fofa, tem cara de "Nani" mesmo.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Renovação dos votos

Para comemorar 10 anos, alianças novas. Sim, senhores. Porque renovamos os votos, as juras e os sonhos. O amor é o mesmo de sempre. Depois das dificuldades, ainda mais forte. E eterno. Sem mais.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Problemas da vida moderna: água quente

Então que a pessoa tem que ir para o curso e acorda cedo porque a viagem de trem leva quase 40 minutos até o local da aula. Acordar cedo no outono significa acordar com temperaturas ainda baixas, sabe-se lá, 5 graus.

Então que a pessoa quer sair para o curso cheirosinha e "acordada" depois de um banho.

Então que a pessoa entra no banheiro, tira a roupa (não pensem bobagens, meninos!) e abre o chuveiro.

Ai a pessoa espera. Espera... Espera... Nada da água começar a esquentar.

Até que ela desiste, né? Está frio, ela está pelada e a água não esquenta. Problema é que ela quer um banho de qualquer jeito.

Para não perder tempo, o que ela faz? Recorre ao modo alemão de higienização: a bendita toalhinha.

Sai de casa se sentindo incompleta.

Quando volta, à noite, vai direto verificar se a água quente já voltou. E toma aquele banho gostoso, só de vingança, super quente de 20 minutos.

E vai dormir feliz!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Rapidinhas

- Aquele momento em que você não sabe o que é concentração, mas precisa muito dela. Vários dias assim. Quem aguenta?
- Feliz que nem pinto no lixo: identificar um par de brincos dentre os que você tem e nunca mais tinha arriscado a usar que não inflama sua orelha. Sendo "mocinha" de novo.
- Quebrar a unha bem no meio, daquela forma que não tem conserto, só dor mesmo, no momento de ir para uma festa e o único curativo à mão é um gigante e nada chamativo.
- Seu pai fazer aniversário de 60 anos, enquanto o de casamento é 34. Duas semanas depois é a vez da sua mãe, 58 e você, mais uma vez, não está por lá pra abraçá-los. Nessas horas, a saudade aberta.
- Fazer uma entrevista toda em inglês, mais de uma hora falando e terminar se sentindo a última bala do pacote, mesmo sabendo que falou um monte de coisa errada. Falei, né? Isso que importa.
- Ter amiga mostrando Berlin pro povo com estilo. Na verdade, duas. A Bela Isa também.
- Não conseguir dormir antes de marido vir para a cama. Porque está frio e ele é meu cobertor de orelha, como diria a senhora minha mãe.
- Estar desejando um bolo de cenoura, daquele brasileiro, e ainda não ter feito por não ter liquidificador em casa. Pode isso, Arnaldo? Comprarei um. Prometo. E farei o bolo também, ora bolinhas.
- Árvores mudando de cor e eu achando tudo lindo. Como sempre. :)
- E só!