sábado, 27 de novembro de 2010

Um vídeo de 94

Para quem pergunta como é a relação dos alemães com estrangeiros, aqui vai um curta-metragem de 94, filmado em Berlin e ganhador do Oscar de melhor curta daquele ano.

O vídeo vale para algumas coisas:
Para verem como era a Berlin de 94. Já mudou tanto.
Para entenderem um pouco a opinião de algumas pessoas (sim, a opinião da Sra. ainda é atual.)
E para perceberem que, como no vídeo, a Sra., algumas vezes, está sozinha em sua opinião. Ou são os alemães que se calam...

Eu teria reagido igual ao rapaz. Sem tirar, nem por. Conversar, às vezes, não leva a nada... É preciso agir. hehehehe

Preciso abrir um parêntesis: Nem todos os "estrangeiros" entram na categoria de estrangeiros que a Sra fala no filme. São uma parte que não se integra, que não aprende alemão e explora (voluntaria ou invonlutariamente) o sistema social. São esses que são tão criticados. Mas, como quase tudo na vida é generalização, cai tudo no pacote "estrangeiro" e, às vezes, estamos todos no bolo. Para essa discussão, deixo as pessoas que têm mais tempo de Alemanha falarem algo.

Ah, sim! O título do curta (Schwarzfahrer) faz alusão à palavra "negro" em dois sentidos. Um deles é que, assim como no Brasil, a palavra "negro" também é usada para indicar algo ilegal, como mercado negro, na Alemanha é igual, e o título se refere ao transporte clandestino/ilegal (viajar sem ticket, por exemplo). O outro sentido, vocês saberão assistindo ao vídeo.

Segue o vídeo com legendas em inglês:




Para quem interessar:
Na quinta, a escola onde marido ensina, recebeu a visita do rapper Harris para discutir o tema integração, proposto por um professor de alemão. Saiu na Stern, e quem entende alemão pode ler neste link aqui.
A música do rapper (Nur ein Augenblick - "apenas um momento") citada na reportagem discute a participação dos estrangeiros no processo de integração. O cantor é filho de alemã com africano, tem "cabelos pretos, olhos castanhos e pele escura" (como se descreve na música) e questiona o porquê de jovens estrangeiros falarem tão mal da Alemanha, não aprenderem alemão direito e ainda quererem viver aqui.
Na reportagem, ele diz: "Integração significa se interessar" e na música:
"Deutsch sind alle Nazi's? Hmm, von wegen
Wenn alle Deutschen Nazi's sind warum willst du dann hier leben?"
(Alemães são todos nazis? Hmm, que nada
Se todos os alemães são nazis, por que você quer viver aqui, então?)

13 comentários:

  1. Ahhh quando eu comecei a ler seu post já sabia de que vídeo se tratava! eu vi o vídeo no curso de alemao e adorei!! principalmente o que o rapaz fez rsrs bem feito pra velhinha! mas infelizmente existe ainda muita gente que pensa assim.

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  2. Olá!!


    Gostaria de convidar vc para participar do nosso 2º Amigo Oculto de Natal, as inscrições estão abertas para quem quiser participar, será uma linda festa de confraternização virtual. Para saber mais detalhes e se inscrever passe no meu blog.

    Abraços e obrigada!!

    Ξ ѕ t є я

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  3. Sensacional!
    Todo preconceito é burro! A atitude do rapaz mostrou uma inteligência superior e a capacidade de extrair da própria situação uma "resposta" ao que ele sempre vinha fazendo: Engolindo tudo!

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  4. Olá Eve!

    Bela observação. Me fez pensar o quanto a gente acha que é discriminado e na verdade, estamos nos excluindo, esperando que alguém nos integre ao todo, ao invés de tomar uma atitude. Muito bom, gostei!

    Espero que tenhas um novo dia de sol! Abraço!

    Thiago

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  5. hahaha, genial! Engraçado é que eu conhecia uma história parecida, só que num trem inglês! Já não me lembro dos detalhes, mas o desfecho era o mesmo. Mas assim, com esse pano de fundo, ficou muitíssimo mais interessante.

    Ainda vou escrever um post sobre as velhas senhoras europeias. Cada uma é de um jeito, mas sempre tive um misto de medinho e admiração pelas alemãs, kkk... Elas são barra pesada! :)

    Adorei o vídeo. E quando a gente vê a Angela Merkel admitindo que a ideia do multiculturalismo na Alemanha... bem... não deu certo e faiô, dá mesmo o que pensar!

    bjk
    Mônica
    @madamemon

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  6. Vc sabe q minha família é totalmente alemã sabe, mas nesse aspecto ninguém se posiciona igual a velhinha...

    Não existem justificativas. Vc pode ser oq for, mais existe algo universal: CARATER

    Bjusss

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  7. Eu não acho que a velha estava sozinha em sua opinião, todos se calam, assim como foi na época da guerra, onde nunca houve um movimento de resistência dentro da Alemanha. Todos foram coniventes, e depois vêm com esse discurso de que "quem convidaram os estrangeiros", como ela fala. Eles mesmos! Não conseguiram nada sozinhos como ela fala, se não fosse a ajuda braçal dos turcos e cia a Alemanha estaria no chão até hoje. O problema foi que os "ëstrangeiros" convidados eram de uma cultura muito diferente, e aí o choque realmente foi grande e repercute até hoje. A resposta do rapaz foi ótima, mas eu não teria o sangue frio dele e se fosse um dos passageiros teria mandado ela calar a boca com certeza.

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  8. Menina, nada melhor do que deixar o povo falar besteira sozinho, hein?

    E não, não sou a favor de ilegal em país alheio, que não quer aprender a língua mas quer fazer vida e pé de meia por aqui.

    Seria a mesma coisa que os gringos virem pro BR, abrir restaurante e hotel, não pagar impostos, não falar português e só contratar gente da nacionalidade deles.Ninguém nunca ia concordar com isso por lá, mas por aqui as pessoas tendem a achar que os americanos são muito rígidos com isso.O presidente quer legalizar o povo que vem vivendo dos impostos dos americanos há muito tempo.

    Quando os ilegais tentam cruzar a borda do México ou do Canadá e são pegos, eles ficam na prisão por 1 ou 2 meses...Do bolso do povo americano sai cerca de 3 bilhões de dólares por ano só pra manter esse povo na cadeia. Da onde vem esse dinheiro?Dos impostos.

    Eu não concordo com o que a velhinha fez, pq ela julgou sem saber se ele tinha um ticket ou não, mas é como o cara do texto disse: integração significa se interessar - se não tem interesse, volte!

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  9. Eve, por aqui também a coisa é assim também, muitos não se integram, vivem mais de 7 anos e ainda não falam nem um nivelzinho da língua, outros recebem dinheiro do governo.
    Eu acho assim, já que eu moro na Holanda, lá vou eu aprender holandês, aprender um pouco da cultura, fazer do país minha casa. bjuss e bom domingo

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  10. O video é excelente, já conheço há uns anos e sempre revejo. Muito muito bom!

    Ma, na época da guerra teve movimento de resistencia na Alemanha sim. Sao pouco conhecidos, mas muito alemão pagou com a vida por resistir. Staufenberg e Cia., Dietrich Bonhöfer e o movimento estudantil da Rosa Branca (conhece os irmãos Scholl?) são alguns exemplos.

    Ademais, não é porque os estrangeiros ajudaram a reconstruir a Alemanha que eles tem o direito de "encostar" na ajuda social do Estado, não fazer o menor esforço para se integrar e ainda por cima empurrar a própria cultura goela dos Alemães. Acho o cúmulo do absurdo que alguns estejam aqui há vinte anos e sequer falem Alemão! Total falta de interesse e esforço.

    Beijo

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  11. (Meu comentario nao aparece! vou tentar de novo...)

    Ma, teve resistencia contra o Nazismo dentro da Alemanha sim. Muito alemao pagou com a vida por resistir. Staufenberg, A Rosa Branca, Dietrich Bonhöfer sao alguns exemplos. Confira, em alemao: http://de.wikipedia.org/wiki/Widerstand_gegen_den_Nationalsozialismus

    Já o filme, acho otimo, um dos melhores curtas ever! E a questao da integracao, nao é porque estrangeiro ajudou a reconstruir que tem o direito de encostar na ajuda do social do Estado enquanto outros trabalham. Muito menos tem o direito de enfiar a propria cultura pela goela abaixo dos alemaes. Acho o cumulo do absurdo que alguns estrangeiros morem aqui ha 20 anos e nao saibam sequer falar alemao!

    Integracao e uma via de mao dupla. Se quem chega nao tem interesse e nao se esforca, nao tem politica e receptividade que deem jeito.

    Beijos!

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  12. Po, agora foi em dobro. Esse blogspot é doido.

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  13. adorei o curta! bjs

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