Eu tinha duas preocupações principais quando decidi vir morar na Alemanha.
A primeira de sempre: a solidão de minha mãe. Não que ela seja uma pessoa sozinha. Ela tem irmãos, cunhados, sobrinhos, afilhados e amigos perto dela. A solidão de minha mãe é a casa. Ela tem uma casa grande, feita para uma família que está espalhada nos cantos desse mundo. O marido é caminhoneiro desde sempre. Meu irmão mora em SP há quatro anos. E eu, que podia estar com ela sempre que dava vontade, vim parar aqui. Ou seja, ela passa os dias sozinha em casa. Quando volta do trabalho, encontra uma casa vazia. Quando vai dormir, muitas vezes, dorme sozinha. E eu ficava de coração apertado quando pensava nisso.
A outra preocupação é de ordem prática. Com a mudança pra Alemanha, teria que parar de trabalhar e recomeçar minha vida profissional por aqui. Isso não seria um grande problema, porque estou nova, se não fosse por um detalhe: meus pais sempre foram autônomos e cometeram o erro de não planejar a aposentadoria. Desde sempre, eu sei que teria que ter uma renda que pudesse ajudá-los nessa fase. Só que meus pais estão velhos e cansados. Apesar de novos, envelheceram com o peso do trabalho e da vida. As estradas acabaram com o meu pai. O esforços de minha mãe como cabeleireira e, agora, costureira, acabaram com suas articulações. Por isso, a urgência de uma aposentadoria chegou mais cedo do que eu esperava. E eu estou aqui, recomeçando e sem renda extra para eles.
Mas, como mostrei nesse post aqui, o universo conspira a nosso favor.
Um belo dia, meu pai, em mais uma das suas viagens nesse mundão de meu Deus, encontrou alguém de uma forma bem inusitada.
Num posto de gasolina:
"Quem é o dono daquela carreta assim e assim?"
"Sou eu."
"Senhor, eu te ultrapassei na estrada umas três vezes e fiquei pensando numa coisa: você não quer trabalhar para mim?"
"Como?"
"É que eu tenho uma fábrica de postes, que está trabalhando para a empresa de energia do estado, e preciso de carretas para transportar o material. Você tem interesse?"
"Claro. Mas, quais as condições?"
"São essas e essas. Te contrato por um ano, que é o tempo em que dura o serviço."
"Acho que dá pra fazer."
"Só tem uma coisa, são viagens entre as cidades tal e tal."
"Maravilha! Fica 20km da cidade em que moro."
É inacreditável, mas assim que aconteceu.
E agora meu pai tem um bom contrato de trabalho por um ano - tempo que preciso para achar o meu - e está todos os dias em casa!
As minhas duas principais preocupações foram para onde? Para o saco! Gott sei Danke.
Que bom Eve!!! Uma preocupacão a menos. Eu sei como é esse tipo de aflicão,de pensar o que pode acontecer com a nossa familía, ainda mais no Brasil que a gente não tem garantia de nada e aqui não temos como fazer muito. Mas Deus vai tomando conta...
ResponderExcluirBjs
Eve,
ResponderExcluira gente sempre colhe boas coisas quando as plantou. Tenho certeza que tudo está dando certo para voce e para sua familia por causa do coracao bondoso que voces carregam e as coisas maravilhosas que estao plantando pela vida.
Feliz demais por voce e pela conquista do seu pai!
Beijos
Deus nunca falha!
ResponderExcluirEntendo muito bem a tua preocupação com teus pais, é a mesma que eu tenho com os meus. Com fé consigo.
Beijo
Ah, nada como o Universo conspirando a favor, né? Mas a gente colhe o que planta, baby. Com certeza as coisas estão dando certo porque a sua energia é boa. Certeza que muitas outras coisas boas estão vindo ainda!
ResponderExcluirbjk
Mônica
É Deus abrindo os caminhos, guiando vcs, cuidando dos mínimos detalhes! Ele nunca nos deixa só! Se vc tiver uma Bíblia, quero deixar uma palavra de encorajamento no salmo 103.
ResponderExcluirBjos!
tá vendo só? O acaso nao existe, com confianca e paciencia tudo se encaixa. Agora vc tem mais tranquilidade para se encaixar por aqui.
ResponderExcluirBjs
Fantástico! Fico feliz por vc, Eve! Adorei ter te conhecido, viu?
ResponderExcluirUm beijo estalado,
Sandra
Dios escreve certo por estradas tortas.
ResponderExcluirAinda to passada de não ter te conhecido.
Bjs