sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Minhas impressões

Fui para o Brasil depois de um ano morando na Alemanha. Fiquei na casa dos meus pais a maior parte do tempo. Eu sabia que ia encontrar tudo igual. Se não mudou quase nada em 30 anos, não mudaria em 1, né mesmo? Não fui com grandes expectativas quanto a isso. (falo da minha família, viu?)

Só que ter encontrado as coisas dos mesmo jeito foi estranho. Parecia que o tempo em que estive na Alemanha foi um longo sonho. Acordei e estava tudo normal como sempre foi. A única coisa que era diferente eram as perguntas de amigos e parentes: como está na Alemanha? O que quer fazer nesse novo ano? Quais seus planos? etc etc. O resto, minha rotina, inclusive, era tudo igual.

A cidade em que morei cresce a olhos vistos. Mas, isso desde uns 5 anos atrás. Fruto do desenvolvimento do país. O número de carros na capital aumentou. Fruto do recorde de venda de carros do ano passado. Achar pedreiro para fazer uma obra particular é um sacrifício, pois estão todos alocados em construtoras. Fruto das facilidades nos programas de financiamento de casa própria do governo. O país cresce. Não é novidade. Eu já saí de lá acompanhando esse ritmo. Eu fiz parte desse crescimento. Então, de certa forma, não foi uma mudança sentida.

Para mim, contudo, a desigualdade social pareceu muito mais gritante, muito mais urgente... A comparação foi inevitável.

Eu achei estranho a reação de algumas pessoas, os comentários de outras e a forma como umas agiam comigo. Mas, também já estava preparada pra isso. Uma das minhas melhores amigas nem me perguntou se estava feliz. Aliás, não fez nenhuma pergunta direta sobre mim e minha nova vida. Tento entender o fato dela ser ciumenta e se sentir sozinha... Porém, penso que nesse caso, só quem está sendo amiga sou eu, né?, tentando entendê-la. Mérito meu. Vai pra conta do Papa, na minha listinha de coisas boas que fiz. (Sou interesseira, né? rs)

Vi pouca gente, considerando a quantidade de emails e telefonemas que fiz. Contudo, quem eu encontrei, valorizei cada minuto do encontro e da amizade. Inclusive, as novas que fiz ou solidifiquei (Oi, Tania! Oi, Celine!).

No mais, agora estou na minha casa, pensando nos meus planos e definindo melhor meus objetivos para esse ano. Vamos ver o que acontece daqui pra frente! Sigam-me os bons!

17 comentários:

  1. Eve, acho que um dos melhores benefícios da distância é revelar quem são de fato as pessoas que importam; que gostam da gente; que torcem pelo nosso sucesso. Eu já fui ao Brasil duas vezes depois que mudei pra cá. Nessa última, vi apenas os amigos de verdade, aqueles que distãncia nenhuma separa.
    Beijão e boa sorte nesse novo ano!

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  2. Eve, acontece algo parecido comigo quando vou visitar minha família no interior da Bahia, hoje moro em MG. Nem sei quem são meus amigos lá, algumas pessoas que brincaram comigo na infância passam por na rua e nem me cumprimentam mais. Não querem saber como estou aqui, apenas querem saber quando vou voltar para lá...
    É estranho como fica a relação entre as pessoas. Agora imagino você em outro país, com uma cultura totalmente diferente!!!!
    Tenho a premissa que por mais que o Brasil se desenvolva, os brasileiro não vão acompanhar esse ritmo...
    Um Abraço

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  3. Eve, pessoas assim, que não perguntam como estamos, são aquelas que tem um medo da felicidade da gente, infelizmente! e saiba que elas existem em qualquer parte do MUNDO.

    Beijos

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  4. Me pergunto se qdo eu voltar ao Brasil vou ter essa sensação de que tudo continua igual ou se minha vida que foi mto movimentada. rs

    Isso que vc comentou da sua amiga, eu estou sentindo na pele. Tenho um grupo de amigos há 10 anos e sempre os amei mto, sempre procurei estar presente e td mais. Sabe aquela chata que liga para desejar boa sorte numa entrevista de emprego? Sou eu! rs

    Meses antes da minha mudança definitiva, essas pessoas que eu considerava meus melhores amigos não me ligaram uma única hora para perguntar como eu estava, se precisava de ajuda e talz. Confesso que fiquei mto triste e tenho repenso na amizade.

    Estou aqui há mais de uma semana e não avisei o dia que fui embora do Brasil pra eles. Pergunta se alguém me enviou um email? Mto frustrante pra mim e preciso aprender a como lidar com isso.

    Quem sabe um dia consigo alcançar sua evolução e entendê-los... Dai tb vou mandar pra conta! rs

    Sucesso nos seus planos e que seus objetivos se tornem realidade neste ano.

    Força!

    Bjs,
    Manddy
    http://tourdubaiguide.blogspot.com

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  5. Eve, sei exatamente o que você sentiu. Quando a gente sai do cenário a sensação que tenho é que de alguma forma muitas pessoas apagam da memória (ou deixam só na memória, sei lá) a nossa existência. Quando voltei para o Brasil mandei email "pro pessoal" dizendo que queria ver, que estava com saudade e tal. Só consegui ter contato importante com uma amiga, o resto foi por telefone ou um encontro sem vergonha. Fazer o quê né?
    Uma coisa engraçada foi que eu ficava procurando mudanças em Salvador e estava tudo igual (com exeção das barracas de praia que foram derrubadas), as pessoas tinham a mesma rotina, os mesmos sonhos (ou falta deles) e eu cheia de vida, de coisas engraçadas para contar. Aí que minha família foi ótima e passei bons momentos com eles e também com essa minha amiga (estudamos juntas desde a 6a série).

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  6. Oi Eve! Que bom ver você me incluindo aí na lista das amizades novas que avançaram! Eu acredito em relacionamentos surgidos no meio virtual. Para uns, parece evidente que são possíveis; mas, há muita gente cética e até cínica em relação a eles. Eu vejo tudo como uma grande salada, online/offline, pessoal/profissional, cá e lá. Gosto de juntar as turmas (tipo apresentar você e Joceny, que, por sua vez, eu também só conhecia da web, mas estudou junto e é amiga de uma outra amiga minha). A vida não precisa ser tão compartimentada. Nós é que nos apegamos aos rótulos, ao que separa, quando deveríamos aproximar mais tudo - domínios, classes, situações.

    Quanto ao assunto do post, o contexto do retorno pra casa, a gente precisa se lembrar que, para quem ficou, rola uma sensação de abandono, às vezes. E a aparente indiferença pode ser autodefesa. Afinal, foi você quem caiu no mundo e viu mil coisas diferentes. De repente, o outro se sente 'menor'. Nem precisa ser ciúme, pode ser só defesa contra a temida rejeição.
    Além disso, de fato a vida segue. Eu também tinha essa sensação quando voltava de férias pra casa nos primeiros anos morando longe da família. De certa forma, me ofendia ver que estava tudo seguindo em frente, na mais perfeita normalidade, sem mim. Quer dizer, reclamamos quando a família cobra nosso retorno, mas, ao mesmo tempo, é até pior sentir que eles se acostumaram e já nem sentem sua falta. Ou pelo menos é a impressão que a gente tem quando vê tudo seguir sem a gente. Depois, passa. Todo mundo, inclusive nós, precisa de tempo pra se acomodar na nova realidade, pra aprender a lidar com ela.

    Beijo

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  7. sabe Eve eu já me acustumei c emails n retornados, telefonemas nem me imagino recebendo, claro além da minha familia, + eu continuo a ligar, mandar mensagens, lembrancas enfim... acho q é a carencia em q vivo aki q me torna + tolerante,´+ acho q qd voltar ao Brasil as coisas mudam lá eu n estarei carente e ai adeus tolerancia... + sabe qual é a maior cara de pau q já vi ? o ser humano n lembra de mim nem no natal e ai agora me chama no skype e me diz q tá vindo passar ferias aki, se podem fikar de mala, cuia e filho na minha casa ? claroooo q sim ainda te empresto meu carro :) toleranciaaaa ou burrice ? me pergunto....

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  8. Eu vivi exatamente isso...mas em 1996! Foi a primeira viagem ao Brasil depois de dois anos morando fora (Dublin e Amsterdã). E ainda fui com namorado novo inglês (futuro ex-marido, mal sabia eu).

    Naquela época, o que mais me assustou foi ver como as pessoas tratavam as EMPREGADAS. Aqui elas valem (e custam) ouro!

    Em julho irei pela primeira vez em 12 anos e estou me preparando pro CHOQUE CULTURAL (isso mesmo). Não só em termos de desigualdade social - que também tem aqui na Holanda, eu mesma moro num bairro de imigrantes e Amsterdã está cheia deles, a classe pobre (embora não dê pra comparar pobreza de primeiro mundo com pobreza de terceiro mundo mas enfim...

    Tenho medo da mentalidade de algumas pessoas. Sem falar no comportamento do macho brasileiro (desculpem aí...), da qual não sinto a menor falta.

    Enfim, estou me preparando.

    beijos!

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  9. Eve,
    Lembre-se que sua vida agora é aí!O que ficou pra trás...ficou!
    Que os teus planos sejam acertados!
    Beijo!

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  10. Oi Eve!
    Sinto o mesmo, desde sempre que moro fora de lá..
    Qdo o meu destino de férias é Brasil, tenho essas mesmas impressoes..
    Cada escolha, claro tem que ter uma renúncia. Mas eu amo minha casa, minha vida, meus amigos daqui, é a minha vida.
    Boa sorte p vc, e que cresça muito na sua nova casa de há 1 ano. Felicidades pra vcs 2!!
    beijo

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  11. Tava com saudade de vocÊ. Tinha perdido seu link (não me pergunte porque, sou uma analfabeta da net). que bom que nos encontramos de novo. Já reenviei seu convite.
    Quanto ao seu post anterior, mas que moleque folgado, hein? rsrsrs

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  12. Hum eu reparei no "minha casa", legal que vc sabe onde quer está!
    Ai Eve, e quando a gente vai atrás e o povo segue achando que não é nada mais que nossa obrigação, afinal nós é que fomos embora.
    Não sei me dá uma dor, mas hoje em dia é mais de pena, poxa eu era tão feliz enquanto não sabia que a amizade era imaginação minha.
    Sabe aquela coisa de namorar com fulano, mas fulano se desconfiar acaba kkkk, pronto igual, ainda bem que vc já soube no 1o ano, ganhou tempo.

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  13. Po, eu acho a comida alema quase completa. Carboidrato, proteinas e fibras. So falta mesmo o ferro do feijao! Esse a gente cozinha um kg, congela e vai esquentando as porcoes a cada dia no microondas!

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  14. Eu voltei aqui neste post só para ler os comentários e saber da experiência das pessoas que vivem fora e "perdem"o contato com as pessoas que tínhamos como amigas. Pois é...nossa fiquei impressionada, todos na mesmíssima situação. Os amigos que ficaram são meros estranhos. Meu marido diz que sou eu que deixei de existir para eles quando saí das vistas deles. Acho injusto porque eu sempre busquei contato, sempre! Mas é aquele história: Longe dos olhos, longe do coração. O duro é quando fazem contato só por interesse: trazer algo que eles querem ou ir passar férias na sua casa...aí eu me revolto. Mesmo assim trago, pra tentar aproximação, mas que nada, a pessoa pega a encomenda e some! E eu é que fico na mão! Vivendo e aprendendo...

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  15. Oi Eve,
    Concordo com vc em relação aos amigos. Parece que eles se afastam ainda mais e que não estão nem ai pra gente. Com o tempo a gente acaba vendo mais mesmo são os mesmos amigos, os que sempre nos ligam e que realmente podemos chamar de amigos. Isso ajuda a saber quem se interessa e se importa com a gente, mesmo estando longe. Chamaria de seleção natural de amizade! ;)
    Beijos

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  16. Ola todos daqui, eu estou vivendo ha quase 8 anos na Espanha, e ao contrario vejo muitas mudanças em SP, e muitas mudanças nas pessoas tambem, isso mesmo, mesmo aqueles amigos que eram considerados grandes amigos, mudaram, sao estranhos, poucos sobraram. É como alguem disse aqui, parece que somos apagados da vida destas pessoas, também acho entendo de alguma forma, afinal, quando estamos longe deixamos de fazer parte da rotina da vida das pessoas, quando eu estava la, bem ligava pra uma amiga pra ir ao cinema, ou sei la, e agora, bem depois de 8 anos, claro, se minhas amigas vao ao cinema, nem se lembram mais de mim.
    Estou prestes a retornar, pq perdi minha mae, e bem uma série de coisas aqui, falta de emprego, relacionamento assim, assim, e estou morta de medo deste retorno, de nao me acostumar, de nao me adaptar, acho que passa pela cabeça de todos que estao fora. Nao é ?
    Bem, ou seja, depois que deixamos o país, tudo muda de alguma maneira, o tempo passa pra nós e para todos...

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