Olha, não sei os alemães, mas os berlinenses...
Alguém me disse uma vez que, na Inglaterra, a pontualidade é germânica. Enquanto para nós, brasileiros, é britânica. Então, dá para imaginar que a alemã é ainda mais precisa, certo? Errado.
Constumo dizer que minha sina aqui em Berlin é conseguir ser ainda mais pontual que os berlinenses. Marcou comigo? Se eu não me perder no meio do caminho (acontece...), chego no horário marcado. Eu já perdi a conta de quantas vezes fiquei esperando. Mas, né? Não é aquela espera de "oh meu Deus! meia hora!". É coisa de 10 ou 15 minutos.
Claro que em caso de compromissos profissionais, reuniões marcadas para começarem às 10h45, irão começar às 10h45. Também ninguém é louco de chegar atrasado numa entrevista de emprego, né? Acho eu.
Já no dia a dia... hehehehe
Uma vez, conversando com marido sobre isso, cheguei à conclusão que aqueles 10 ou 15 minutos de atraso significam uma demonstração de rebeldia. Sério.
É que o sistema é tão correto, tão exato (há controvérsias), que atravessar a rua com o sinal vermelho ou chegar atrasado vira "anarquia".
Agora imaginem vocês se minha teoria está correta e a rebeldia berlinense se resume a coisas desse tipo? Uma geração perdida, coitados!
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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
FAQ. 26 - É caro viver/morar em Berlin?
Algumas pessoas já me perguntaram isso e eu sempre digo que não. Não é caro mesmo. Principalmente se você comparar com outras cidades da Alemanha, como Munique e Hamburgo, e se lembrar que estamos falando da capital do país e do turismo.
Claro que a cidade tem seus bairros chiques, aonde sair para comer é caro, os aluguéis são salgados e as pessoas também mais exigentes. Mas, no geral, morando em Berlin, dá para encontrar vários lugares aonde se pode pagar menos pelo aluguel e continuar morando perto do centro, como o meu bairro. Ou comer por 5 euros o prato.
Alimentos é outra coisa muito barata por aqui, por conta dos supermercados conhecidos como Discounters (Lidl, Aldi, Netto...). São supermercados que vendem mercadorias ou de marcas desconhecidas ou não tão famosas com preços bem mais em conta. Quem sabe procurar, acha produtos muito bons. E as verduras e frutas têm qualidade.
Perto da minha casa, tem um Lidl. Outro dia fui comprar alguns itens que faltavam em casa. Como eu estava sem dinheiro na carteira, resolvi que ia pagar com cartão. Peguei o que precisava e não fiz a conta de quanto ia gastar.
Cheguei no caixa, passei as compras e a minha surpresa quando vi que deu 4,59. Eu comprei:
Aí, eu fiquei boba ao constatar que com cerca de 8 euros eu teria comida para três dias e algumas coisas ainda iam sobrar para dias seguintes. (Esquece que eu não pensei no açúcar e no sal/temperos. Concentre-se nos preços.)
Tipo: 3 dias, 8 euros por pessoa: 80 euros de alimentos por mês. Mais 20 euros de extras: como o bendito do sal, sabonete, detergente, pasta de dente...
E se for morar numa república, então? Aluguel de um quarto "quente": entre 300 e 400 euros (depende do tamanho, da localização...). O ticket mensal do transporte num contrato anual sai por 60 euros (eu acho).
Fez as contas? É ou não é barato? :)
P.S. Falei do essencial pra viver, né?
Claro que a cidade tem seus bairros chiques, aonde sair para comer é caro, os aluguéis são salgados e as pessoas também mais exigentes. Mas, no geral, morando em Berlin, dá para encontrar vários lugares aonde se pode pagar menos pelo aluguel e continuar morando perto do centro, como o meu bairro. Ou comer por 5 euros o prato.
Alimentos é outra coisa muito barata por aqui, por conta dos supermercados conhecidos como Discounters (Lidl, Aldi, Netto...). São supermercados que vendem mercadorias ou de marcas desconhecidas ou não tão famosas com preços bem mais em conta. Quem sabe procurar, acha produtos muito bons. E as verduras e frutas têm qualidade.
Perto da minha casa, tem um Lidl. Outro dia fui comprar alguns itens que faltavam em casa. Como eu estava sem dinheiro na carteira, resolvi que ia pagar com cartão. Peguei o que precisava e não fiz a conta de quanto ia gastar.
Cheguei no caixa, passei as compras e a minha surpresa quando vi que deu 4,59. Eu comprei:
- 0,5kg de ameixa: 1,01
- 1kg de pera: 1,19
- Verduras para sopa (Suppengrün): 0,79
- 1L de leite: 0,65
- 250g de pão integral: 0,95
Aí, eu fiquei boba ao constatar que com cerca de 8 euros eu teria comida para três dias e algumas coisas ainda iam sobrar para dias seguintes. (Esquece que eu não pensei no açúcar e no sal/temperos. Concentre-se nos preços.)
Tipo: 3 dias, 8 euros por pessoa: 80 euros de alimentos por mês. Mais 20 euros de extras: como o bendito do sal, sabonete, detergente, pasta de dente...
E se for morar numa república, então? Aluguel de um quarto "quente": entre 300 e 400 euros (depende do tamanho, da localização...). O ticket mensal do transporte num contrato anual sai por 60 euros (eu acho).
Fez as contas? É ou não é barato? :)
P.S. Falei do essencial pra viver, né?
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
FAQ. 25 - Como é o contato físico entre alemães?
Não vou dizer que é nulo, porque estaria mentindo.
Nesses mais de três anos de Alemanha já vi muita coisa. Já vi casal se beijando em festa, andando de mãos dadas no parque, trocando carinhos na minha sala durante um jantar, se agarrando no metrô (adolescentes)...
Uma amiga alemã abraçou outra amiga alemã e só largou depois que a outra se acalmou. A mocinha tinha levado um pé na bunda. Entre familiares, abraços e carinhos também são bem comuns.
Mas, preciso confessar que é diferente. É mais raro do que no Brasil. Se um casal sai com amigos, eles não trocam carinhos na frente dos amigos, porque eles saíram com os amigos e não pra namorar, certo? Lógica alemã.
Acontece que, no Brasil, o povo é, digamos assim, mais quente. O que não significa que o alemão seja totalmente frio. Chamemos de discrição. Não tocar, não acariciar não é tabu. Eles só não fazem do jeito como a gente faz.
Sem falar que, no inverno, nem eu ando de mãos dadas com marido. É a mão na luva e no bolso. :)
Independente de como eles agem, eu não deixo de agir do meu jeito "brasileiro". Se eu sou apresentada a alguém, ofereço o aperto de mão. Depois de um bom papo e algumas coisas em comuns, ou se eu fui com a cara do cidadão/cidadã, na hora de me despedir, olho nos olhos da pessoa, digo: "jeito brasileiro" e parto pro abraço.
Alemão nenhum nunca negou um abraço meu. Nunca me senti rejeitada. O que eu percebo é que eles abraçam de volta, até mais apertado. E de uma segunda ou terceira vez que nos encontramos, eles não têm mais cerimônia e oferecem o abraço.
Se fosse o caso de não gostar, eles me chamariam de louca e iam querer distância de mim. O que mostra também uma certa flexibilidade. Eu quebro o gelo, eles amolecem. :)
Nesses mais de três anos de Alemanha já vi muita coisa. Já vi casal se beijando em festa, andando de mãos dadas no parque, trocando carinhos na minha sala durante um jantar, se agarrando no metrô (adolescentes)...
Uma amiga alemã abraçou outra amiga alemã e só largou depois que a outra se acalmou. A mocinha tinha levado um pé na bunda. Entre familiares, abraços e carinhos também são bem comuns.
Mas, preciso confessar que é diferente. É mais raro do que no Brasil. Se um casal sai com amigos, eles não trocam carinhos na frente dos amigos, porque eles saíram com os amigos e não pra namorar, certo? Lógica alemã.
Acontece que, no Brasil, o povo é, digamos assim, mais quente. O que não significa que o alemão seja totalmente frio. Chamemos de discrição. Não tocar, não acariciar não é tabu. Eles só não fazem do jeito como a gente faz.
Sem falar que, no inverno, nem eu ando de mãos dadas com marido. É a mão na luva e no bolso. :)
Independente de como eles agem, eu não deixo de agir do meu jeito "brasileiro". Se eu sou apresentada a alguém, ofereço o aperto de mão. Depois de um bom papo e algumas coisas em comuns, ou se eu fui com a cara do cidadão/cidadã, na hora de me despedir, olho nos olhos da pessoa, digo: "jeito brasileiro" e parto pro abraço.
Alemão nenhum nunca negou um abraço meu. Nunca me senti rejeitada. O que eu percebo é que eles abraçam de volta, até mais apertado. E de uma segunda ou terceira vez que nos encontramos, eles não têm mais cerimônia e oferecem o abraço.
Se fosse o caso de não gostar, eles me chamariam de louca e iam querer distância de mim. O que mostra também uma certa flexibilidade. Eu quebro o gelo, eles amolecem. :)
sábado, 11 de fevereiro de 2012
FAQ. 24 - Alemão fala alemão correto?
Uma leitora deixou essa pergunta em umas das últimas postagens e achei interessante comentar. Eu acho que eu já comentei sobre isso em alguns posts, mas nunca em um específico. Então, aqui está.
A língua alemã tem várias facetas. Aham, novidade. O alemão que a gente aprende nos cursos de alemão é chamado de Hochdeutsch (alemão padrão, digamos assim). É aquele alemão usado na literatura, no ambiente profissonal, na TV, no rádio... A gramática é correta, a pronúncia também.
Só que existem os dialetos para esculhambar tudo, né? Na Alemanha, se não estou enganada, existem 25 dialetos. Alguns com sua própria gramática e regras. Ainda tem os dialetos suíços e austríacos. Aí fica uma salada só. Existem cursos, inclusive, para ensinar dialetos.
Em regiões como no sul da Alemanha, os dialetos são ainda mais presentes na cultura. Acho que o mais famoso é o bávaro. Sem falar nos povoados, né? Aonde tem gente que nem Hochdeutsch consegue falar (que é o que eles aprendem também na escola, ou deveriam aprender. Sei...).
Aqui em Berlin, se fala o Berlinerisch (valeu, Jane!). Eu sei muito pouca coisa sobre esse dialeto, pois tenho contato com poucas pessoas que o falam (Alô, nem fluente direito em sou em alemão, vou me preocupar em aprender dialeto por agora? Não, né? Faz favor). Claro, eu escuto no metrô, no supermercado... Poucas vezes alguém usou pra falar diretamente comigo.
Algumas diferenças no dialeto de Berlin, por exemplo, é que, ao invés de se falar "ich" (eu), as pessoas falam "icke". Ou ao invés de perguntar "Was?" (o quê?), elas perguntam "Wat?". E por aí, vai.
Se levarmos em consideração o alemão padrão, o Hochdeutsch, nem todo alemão fala alemão corretamente. Eu mesma aprendi a usar genitivo no curso (o que não significa, necessariamente, que uso corretamente, né?). Eu já ouvi muito alemão, mesmo em ambiente profissional, usar o dativo no lugar do genitivo. Aí, dá aquela alegria por dentro, do tipo: "Rá! Nem você sabe alemão perfeito!". Vingancinha...
Tá, ok, esse último parágrafo só vai entender quem conhece alemão e agora deu preguiça de explicar. Sabe como é, tenham pena de mim. ;)
That's all folks!
Atualizando: Meninas, obrigada pelos complementos nos comentários (eu não consegui comentar, por isso, escrevo aqui.). Nas ruas de Berlin, tem o "slang" ou coisa parecida, não sei se escrevi certo e é mais falado por jovens de origem turca, eles falam mais "x" do que "ch", tipo, ao invés de "ich" com o "ch" pronunciado na garganta, eles falam "ixi" com a boca cheia. rsrsrs Ahhh, não sei explicar, tem que ouvir.
Sobre mim: continuo no hospital.... os médicos precisam acompanhar a evolução do tratamento.
A língua alemã tem várias facetas. Aham, novidade. O alemão que a gente aprende nos cursos de alemão é chamado de Hochdeutsch (alemão padrão, digamos assim). É aquele alemão usado na literatura, no ambiente profissonal, na TV, no rádio... A gramática é correta, a pronúncia também.
Só que existem os dialetos para esculhambar tudo, né? Na Alemanha, se não estou enganada, existem 25 dialetos. Alguns com sua própria gramática e regras. Ainda tem os dialetos suíços e austríacos. Aí fica uma salada só. Existem cursos, inclusive, para ensinar dialetos.
Em regiões como no sul da Alemanha, os dialetos são ainda mais presentes na cultura. Acho que o mais famoso é o bávaro. Sem falar nos povoados, né? Aonde tem gente que nem Hochdeutsch consegue falar (que é o que eles aprendem também na escola, ou deveriam aprender. Sei...).
Aqui em Berlin, se fala o Berlinerisch (valeu, Jane!). Eu sei muito pouca coisa sobre esse dialeto, pois tenho contato com poucas pessoas que o falam (Alô, nem fluente direito em sou em alemão, vou me preocupar em aprender dialeto por agora? Não, né? Faz favor). Claro, eu escuto no metrô, no supermercado... Poucas vezes alguém usou pra falar diretamente comigo.
Algumas diferenças no dialeto de Berlin, por exemplo, é que, ao invés de se falar "ich" (eu), as pessoas falam "icke". Ou ao invés de perguntar "Was?" (o quê?), elas perguntam "Wat?". E por aí, vai.
Se levarmos em consideração o alemão padrão, o Hochdeutsch, nem todo alemão fala alemão corretamente. Eu mesma aprendi a usar genitivo no curso (o que não significa, necessariamente, que uso corretamente, né?). Eu já ouvi muito alemão, mesmo em ambiente profissional, usar o dativo no lugar do genitivo. Aí, dá aquela alegria por dentro, do tipo: "Rá! Nem você sabe alemão perfeito!". Vingancinha...
Tá, ok, esse último parágrafo só vai entender quem conhece alemão e agora deu preguiça de explicar. Sabe como é, tenham pena de mim. ;)
That's all folks!
Atualizando: Meninas, obrigada pelos complementos nos comentários (eu não consegui comentar, por isso, escrevo aqui.). Nas ruas de Berlin, tem o "slang" ou coisa parecida, não sei se escrevi certo e é mais falado por jovens de origem turca, eles falam mais "x" do que "ch", tipo, ao invés de "ich" com o "ch" pronunciado na garganta, eles falam "ixi" com a boca cheia. rsrsrs Ahhh, não sei explicar, tem que ouvir.
Sobre mim: continuo no hospital.... os médicos precisam acompanhar a evolução do tratamento.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
FAQ. 23 - Você se adaptou bem à Alemanha?
Alguns brasileiros me fazem essa pergunta. Muitos alemães, principalmente aqueles que eu encontro casualmente, sempre me perguntam. E eu respondo frequentemente: sim, não foi difícil.
Não foi difícil por vários fatores:
Números: por maior que seja a dificuldade em aprender alemão, dificuldade maior ainda é me adaptar aos números aqui. Eu entendo a frase inteira, falou um número nessa frase, me perdi. Aí, lá no fundo da parte do cérebro que codifica línguas que eu não sei qual é, fico tentando juntar os caquinhos e pensar que o "12 centenas, oito e cinquenta" que o cara falou é nada mais nada menos que 1.258. Sim, 12 centenas = 1.200. Oito e cinquenta: 58. Coisa é quando ainda tem número depois da vírgula. Para aí o trem na ponte, que eu vou pularrrr!!!
Horário: Como consequência, não entendo as horas ainda. Alguém me explica porque, cargas d'água, a gente vai se encontrar às 20h30 e você me diz "meia nove"? Argh! Tá, quando eu digo não entendo, quero dizer que demoro séculos para codificar a mensagem, certo? Certo.
Pelados: Eu não vou me repetir, leiam essa história aqui. ;) O que significa que nunca irei numa piscina pública, muito menos numa sauna. Quando vou aos lagos, preciso me concentrar na água, só na água. rs
Festas: não tem quem me faça achar graça em festas alemãs. Gente, que povo mais chato e sem entusiasmo. Geralmente, eles formam grupinhos, só conversam com quem conhecem, falam coisas chatas para serem conversadas em festa (política, economia, trabalho...) e eu fico com cara de paisagem. Porque, pourannn, já é difícil me comunicar numa festa, imagina quando se tem motivação nenhuma pra fazer isso? Marco presença, conto uns minutinhos, pego minha bolsa, digo tchau e vou embora.
Produtos para o meu cabelo: alguém explica para esse povo que, quando eu compro um shampoo, eu não preciso de mais volume? Tudo aqui é para "mais volume". Eu tenho que sair garimpando nas prateleiras.
Calcinhas: Outro post sobre o assunto.
Reclamar do tempo ou perguntar se sinto falta do calor: Dá vontade de falar: "meu filho, faz favor de mudar o disco nessa vitrola? Tudo aí no seu discurso é velho."
E por último, mas não menos importante: Ser estrangeiro mesmo tendo nascido no país, só porque seus pais não têm o sangue alemão. Pra quem veio de país colonizado, essa regrinha é difícil de aceitar.
E aí, você, amiga ou amigo, o que falta pra se adaptar?
Não foi difícil por vários fatores:
- Sou casada com um alemão há quase 8 anos. Mesmo vivendo no Brasil, já estava acostumada com o "jeito" alemão.
- Vim morar em Berlin, que não é nenhum "Dorf" (povoado) super conservador e tem muuuuitos estrangeiros. Tem bairros aqui (o meu) aonde a maioria (80%) dos moradores é de origem estrangeira.
- Dizem que eu sou mais alemã que brasileira. Não costumo ser muito emotiva e ligada demais à família. E quando pisam no meu calo, falo meRmo.
- Minha situação aqui está, de certa forma, melhor do que a que eu tinha no Brasil. Isso facilita. Estou falando de qualidade de vida.
- Fiz amigos, alemães (herdados do marido) e brasileiros (herdados do blog) super legais que me dão a maior força.
Números: por maior que seja a dificuldade em aprender alemão, dificuldade maior ainda é me adaptar aos números aqui. Eu entendo a frase inteira, falou um número nessa frase, me perdi. Aí, lá no fundo da parte do cérebro que codifica línguas que eu não sei qual é, fico tentando juntar os caquinhos e pensar que o "12 centenas, oito e cinquenta" que o cara falou é nada mais nada menos que 1.258. Sim, 12 centenas = 1.200. Oito e cinquenta: 58. Coisa é quando ainda tem número depois da vírgula. Para aí o trem na ponte, que eu vou pularrrr!!!
Horário: Como consequência, não entendo as horas ainda. Alguém me explica porque, cargas d'água, a gente vai se encontrar às 20h30 e você me diz "meia nove"? Argh! Tá, quando eu digo não entendo, quero dizer que demoro séculos para codificar a mensagem, certo? Certo.
Pelados: Eu não vou me repetir, leiam essa história aqui. ;) O que significa que nunca irei numa piscina pública, muito menos numa sauna. Quando vou aos lagos, preciso me concentrar na água, só na água. rs
Festas: não tem quem me faça achar graça em festas alemãs. Gente, que povo mais chato e sem entusiasmo. Geralmente, eles formam grupinhos, só conversam com quem conhecem, falam coisas chatas para serem conversadas em festa (política, economia, trabalho...) e eu fico com cara de paisagem. Porque, pourannn, já é difícil me comunicar numa festa, imagina quando se tem motivação nenhuma pra fazer isso? Marco presença, conto uns minutinhos, pego minha bolsa, digo tchau e vou embora.
Produtos para o meu cabelo: alguém explica para esse povo que, quando eu compro um shampoo, eu não preciso de mais volume? Tudo aqui é para "mais volume". Eu tenho que sair garimpando nas prateleiras.
Calcinhas: Outro post sobre o assunto.
Reclamar do tempo ou perguntar se sinto falta do calor: Dá vontade de falar: "meu filho, faz favor de mudar o disco nessa vitrola? Tudo aí no seu discurso é velho."
E por último, mas não menos importante: Ser estrangeiro mesmo tendo nascido no país, só porque seus pais não têm o sangue alemão. Pra quem veio de país colonizado, essa regrinha é difícil de aceitar.
E aí, você, amiga ou amigo, o que falta pra se adaptar?
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
FAQ - 22. Folga, quequiéisso?
Estou de folga. Pois é, pois é, pois é!
Tirei uma semana de folga do estágio. Oi? Estagiário tira folga? Não, não tira. Estagiário tem férias. Rá!
Tirando o salariozinho, a lei é a mesma para funcionários comuns, pelo menos, o contrato que assinei é. Então que aqui se tem direito a dois dias úteis de férias por mês trabalhado. (Pausa para vocês fazerem as contas.)
Sim, isso mesmo. Por ano, um trabalhador na Alemanha tem direito a 24 dias úteis de férias. O que significa cinco semanas em casa sem fazer nada. Mas, calma, a alegria acaba aí. Porque não se paga 1/3 a mais do salário só porque se tira férias.
Tirando, óbvio, o fato de que, em algumas profissões e empresas, férias precisarem ser programadas e acertadas com a gerência (oi, médico não pode sair no meio do plantão, né?), acho muito mais simples tirar férias aqui do que no Brasil. No meu caso, só precisei perguntar ao chefe se podia tirar férias nos dias que eu queria (ele não tinha motivo pra negar), preencher um formulário e, pronto, tinha minha semaninha de folga (primeira parte do contrato foram três meses, lembram? Então...)
Além disso, se eu quisesse ficar seis sextas-feiras sem trabalhar, ao invés de tirar uma semana e um dia de folga/férias, poderia. Ou se quisesse tirar dois dias essa semana e dois dias daqui a quinze dias, a mesma coisa. Se eu já tivesse um ano, e quisesse tirar duas semanas em janeiro para ir ao Brasil e outras três semanas pra curtir o verão de Berlin (cadê esse verão, meu povo?) também poderia. Claro, chefinho tem que liberar.
Tem mais: provavelmente vocês perceberam que eu não precisei trabalhar um ano primeiro para só depois ter direito às férias, né? Pois é. Não precisa.
Chique, né?
Como nada é perfeito, vou fazer a proposta de se pagar 1/3 a mais nas férias (e entrar para a fila do desemprego).
Tirei uma semana de folga do estágio. Oi? Estagiário tira folga? Não, não tira. Estagiário tem férias. Rá!
Tirando o salariozinho, a lei é a mesma para funcionários comuns, pelo menos, o contrato que assinei é. Então que aqui se tem direito a dois dias úteis de férias por mês trabalhado. (Pausa para vocês fazerem as contas.)
Sim, isso mesmo. Por ano, um trabalhador na Alemanha tem direito a 24 dias úteis de férias. O que significa cinco semanas em casa sem fazer nada. Mas, calma, a alegria acaba aí. Porque não se paga 1/3 a mais do salário só porque se tira férias.
Tirando, óbvio, o fato de que, em algumas profissões e empresas, férias precisarem ser programadas e acertadas com a gerência (oi, médico não pode sair no meio do plantão, né?), acho muito mais simples tirar férias aqui do que no Brasil. No meu caso, só precisei perguntar ao chefe se podia tirar férias nos dias que eu queria (ele não tinha motivo pra negar), preencher um formulário e, pronto, tinha minha semaninha de folga (primeira parte do contrato foram três meses, lembram? Então...)
Além disso, se eu quisesse ficar seis sextas-feiras sem trabalhar, ao invés de tirar uma semana e um dia de folga/férias, poderia. Ou se quisesse tirar dois dias essa semana e dois dias daqui a quinze dias, a mesma coisa. Se eu já tivesse um ano, e quisesse tirar duas semanas em janeiro para ir ao Brasil e outras três semanas pra curtir o verão de Berlin (cadê esse verão, meu povo?) também poderia. Claro, chefinho tem que liberar.
Tem mais: provavelmente vocês perceberam que eu não precisei trabalhar um ano primeiro para só depois ter direito às férias, né? Pois é. Não precisa.
Chique, né?
Como nada é perfeito, vou fazer a proposta de se pagar 1/3 a mais nas férias (e entrar para a fila do desemprego).
quinta-feira, 30 de junho de 2011
FAQ - 20. Você já sofreu discriminação?
Vou contar algumas historinhas para vocês.
Eu sou do interior da Bahia e estudei em escola particular, paga com muito custo pelos meus pais, em Feira de Santana (falo mermo). Na minha turma ainda tinham mais algumas outras meninas da minha cidade. Éramos 4. Por meus pais não terem muito dinheiro, a escola, apesar de particular, não era A melhor. Nós éramos chamadas de "As Internacionais", por sermos do interior. E não era uma brincadeira saudável. Não éramos chamadas para os programas da turma, porque morávamos longe e, na cabeça dos colegas, não podíamos participar, por exemplo. No final, fomos as únicas a passarem no vestibular (e em universidade pública) sem fazer cursinho antes.
Uma vez, fui fazer uma pesquisa qualitativa e etnográfica (antropólogos e sociólogos de plantão, óia eu aqui, hein?) em Porto Alegre, depois de já ter feito a mesma pesquisa em Recife e no Rio. Eu ouvi do recepcionista do hotel em que fiquei: "Por que não contrataram alguém daqui pra fazer esse trabalho? Por que tinha que ser uma nordestina?". E não, ele não estava tentando ser simpático.
Uma vez, fazendo também uma pesquisa qualitativa em algumas cidades do nordeste (Maceió, Aracaju, Recife e Salvador) para um pessoal de São Paulo, eles tentaram elogiar o meu trabalho assim: "Nem parece que é baiana, seu trabalho é tão bom. Ah é, bem que você disse que nasceu no Paraná!"
Procurando emprego em multinacionais na Bahia: nenhum gerente era do estado.
Tirando o fato de não ser negra (ah vá, o mundo É racista), tenho quase o "combo" completo da discriminação no Brasil: pobre, do interior (o que pode ser igual a morar numa favela, depende dos olhos de quem vê) e nordestina.
Preciso responder à pergunta?
Aqui na Alemanha, nunca me senti discriminada até o dia que tive a abertura da minha conta bancária negada por sabe se lá qual motivo. Tirando isso, na empresa, o que percebo é que dois colegas nem se esforçam pra conversar comigo porque, na cabeça deles, meu alemão não é suficiente. O fato deles serem metidos e riquinhos (leiam filhinhos de papai engomadinhos - nem fui "racista" agora, nem) pesa nesse comportamento.
Você vai encontrar alguns alemães assim por aqui também. Eles querem que, se você mora na Alemanha, saiba falar alemão. Ponto. No dia a dia, no contato direto com as pessoas, essa é a única "exigência" que sinto da parte deles. Não é porque sou brasileira, "chocolate" ou "pobre". É porque não falo alemão como eles acham que eu deveria falar.
Eu entendo e não considero, tanto assim, discriminação. Porque eu conheci casos de pessoas, inclusive brasileiros, que já estão aqui há 20 anos e não falam quase nada de alemão. Pra mim, também é inadmissível. Por isso mesmo, me esforço pra melhorar todo dia um pouquinho mais.
Eu já cheguei aqui "vacinada". Não é o fato de ser discriminada por ser "estrangeira" que vou me deixar abalar. Eu já me sentia assim no meu próprio país, falando a mesma língua, só com sotaque diferente. Porque eu estranharia agora, né mesmo?
Assim como passei no vestibular, trabalhei no sul e para pessoas do sul, vou viver aqui e não vou permitir que a opinião de pessoas de cabeça pequena me abale.
Azar deles, não meu.
Eu sou do interior da Bahia e estudei em escola particular, paga com muito custo pelos meus pais, em Feira de Santana (falo mermo). Na minha turma ainda tinham mais algumas outras meninas da minha cidade. Éramos 4. Por meus pais não terem muito dinheiro, a escola, apesar de particular, não era A melhor. Nós éramos chamadas de "As Internacionais", por sermos do interior. E não era uma brincadeira saudável. Não éramos chamadas para os programas da turma, porque morávamos longe e, na cabeça dos colegas, não podíamos participar, por exemplo. No final, fomos as únicas a passarem no vestibular (e em universidade pública) sem fazer cursinho antes.
Uma vez, fui fazer uma pesquisa qualitativa e etnográfica (antropólogos e sociólogos de plantão, óia eu aqui, hein?) em Porto Alegre, depois de já ter feito a mesma pesquisa em Recife e no Rio. Eu ouvi do recepcionista do hotel em que fiquei: "Por que não contrataram alguém daqui pra fazer esse trabalho? Por que tinha que ser uma nordestina?". E não, ele não estava tentando ser simpático.
Uma vez, fazendo também uma pesquisa qualitativa em algumas cidades do nordeste (Maceió, Aracaju, Recife e Salvador) para um pessoal de São Paulo, eles tentaram elogiar o meu trabalho assim: "Nem parece que é baiana, seu trabalho é tão bom. Ah é, bem que você disse que nasceu no Paraná!"
Procurando emprego em multinacionais na Bahia: nenhum gerente era do estado.
Tirando o fato de não ser negra (ah vá, o mundo É racista), tenho quase o "combo" completo da discriminação no Brasil: pobre, do interior (o que pode ser igual a morar numa favela, depende dos olhos de quem vê) e nordestina.
Preciso responder à pergunta?
Aqui na Alemanha, nunca me senti discriminada até o dia que tive a abertura da minha conta bancária negada por sabe se lá qual motivo. Tirando isso, na empresa, o que percebo é que dois colegas nem se esforçam pra conversar comigo porque, na cabeça deles, meu alemão não é suficiente. O fato deles serem metidos e riquinhos (leiam filhinhos de papai engomadinhos - nem fui "racista" agora, nem) pesa nesse comportamento.
Você vai encontrar alguns alemães assim por aqui também. Eles querem que, se você mora na Alemanha, saiba falar alemão. Ponto. No dia a dia, no contato direto com as pessoas, essa é a única "exigência" que sinto da parte deles. Não é porque sou brasileira, "chocolate" ou "pobre". É porque não falo alemão como eles acham que eu deveria falar.
Eu entendo e não considero, tanto assim, discriminação. Porque eu conheci casos de pessoas, inclusive brasileiros, que já estão aqui há 20 anos e não falam quase nada de alemão. Pra mim, também é inadmissível. Por isso mesmo, me esforço pra melhorar todo dia um pouquinho mais.
Eu já cheguei aqui "vacinada". Não é o fato de ser discriminada por ser "estrangeira" que vou me deixar abalar. Eu já me sentia assim no meu próprio país, falando a mesma língua, só com sotaque diferente. Porque eu estranharia agora, né mesmo?
Assim como passei no vestibular, trabalhei no sul e para pessoas do sul, vou viver aqui e não vou permitir que a opinião de pessoas de cabeça pequena me abale.
Azar deles, não meu.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
FAQ - 19. Quais as dificuldades para arrumar um emprego?
Muitas. Ou algumas. Ou nenhuma. Depende de cada um, do mercado, das expectativas e exigências, do currículo...
No meu caso, é a língua. Eu ainda não falo alemão suficiente para um emprego. Por isso, me foquei mais em vagas de estágio, aonde a exigência é mais baixa e, como estagiária, tenho a oportunidade de melhorar o alemão para conseguir emprego.
Mas, se eu fosse fluente em inglês, poderia já ter arrumado um emprego. Já fiz entrevista em empresas com ambiente internacional em que a língua oficial era o inglês, ao invés do alemão. Só que meu inglês é tão bom quanto o meu alemão (eu quis dizer que não é bom, tá?) e está travado. Ou eu falo alemão, ou eu falo alemão... rs
Minha área também é um problema, pois, como sou administradora, com pós em marketing e trabalhei com consultoria, comunicação é um fator chave. Eu não posso me comunicar errado, né?
A postura na entrevista também é importante. E definitiva. Mesmo que eu estivesse com minha auto-estima abalada, não podia demonstrar isso. Mesmo que a vaga de estágio não fosse a dos meus sonhos, não podia deixar o entrevistador perceber. Mesmo que o entrevistador fosse um mala, precisava que ele pensasse que estava adorando e assim vai...
Enviei 10 a 12 currículos e recebi 7 retornos para entrevistas. A primeira pergunta que faziam era porque um estágio. Aí eu explicava. Depois elogiavam o currículo. Por fim, escolhiam alguém que falasse alemão melhor que eu (ou inglês). Podia ser outro estrangeiro, podia ser um alemão. Até que as duas últimas deram certo...
Ainda tinha o fato de que, para um estágio, sou super-qualificada. Já tive cargo de gerência no Brasil. Contraditório, né? Não arrumo trabalho porque não tenho alemão suficiente. Não arrumava estágio porque tenho muita experiência...
Se existem vagas para onde encaminhava o meu currículo e fiz entrevistas, existe emprego.
Aqui em Berlin, por exemplo, existem muitas vagas de estágio para marketing on line, webdesign e eventos. Faltam professores na cidade, são 1100 vagas abertas. O término da construção do aeroporto internacional Berlin-Brandenburgo está abrindo cerca de 40 mil vagas de emprego, serão os atendentes, os carregadores, os técnicos, o pessoal da limpeza... Eles têm um programa específico para jovens até 35 anos que vivem de ajuda social/ seguro desemprego. Emprego tem.
Contudo, no momento, nada se encaixa pra mim. O jeito é continuar tentando e esperar as cenas dos próximos capítulos nesse estágio ou depois dele.
No meu caso, é a língua. Eu ainda não falo alemão suficiente para um emprego. Por isso, me foquei mais em vagas de estágio, aonde a exigência é mais baixa e, como estagiária, tenho a oportunidade de melhorar o alemão para conseguir emprego.
Mas, se eu fosse fluente em inglês, poderia já ter arrumado um emprego. Já fiz entrevista em empresas com ambiente internacional em que a língua oficial era o inglês, ao invés do alemão. Só que meu inglês é tão bom quanto o meu alemão (eu quis dizer que não é bom, tá?) e está travado. Ou eu falo alemão, ou eu falo alemão... rs
Minha área também é um problema, pois, como sou administradora, com pós em marketing e trabalhei com consultoria, comunicação é um fator chave. Eu não posso me comunicar errado, né?
A postura na entrevista também é importante. E definitiva. Mesmo que eu estivesse com minha auto-estima abalada, não podia demonstrar isso. Mesmo que a vaga de estágio não fosse a dos meus sonhos, não podia deixar o entrevistador perceber. Mesmo que o entrevistador fosse um mala, precisava que ele pensasse que estava adorando e assim vai...
Enviei 10 a 12 currículos e recebi 7 retornos para entrevistas. A primeira pergunta que faziam era porque um estágio. Aí eu explicava. Depois elogiavam o currículo. Por fim, escolhiam alguém que falasse alemão melhor que eu (ou inglês). Podia ser outro estrangeiro, podia ser um alemão. Até que as duas últimas deram certo...
Ainda tinha o fato de que, para um estágio, sou super-qualificada. Já tive cargo de gerência no Brasil. Contraditório, né? Não arrumo trabalho porque não tenho alemão suficiente. Não arrumava estágio porque tenho muita experiência...
Se existem vagas para onde encaminhava o meu currículo e fiz entrevistas, existe emprego.
Aqui em Berlin, por exemplo, existem muitas vagas de estágio para marketing on line, webdesign e eventos. Faltam professores na cidade, são 1100 vagas abertas. O término da construção do aeroporto internacional Berlin-Brandenburgo está abrindo cerca de 40 mil vagas de emprego, serão os atendentes, os carregadores, os técnicos, o pessoal da limpeza... Eles têm um programa específico para jovens até 35 anos que vivem de ajuda social/ seguro desemprego. Emprego tem.
Contudo, no momento, nada se encaixa pra mim. O jeito é continuar tentando e esperar as cenas dos próximos capítulos nesse estágio ou depois dele.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Pergunte ao Caramelo
A Gisley, queridona, criou um novo quadro em seu blog e uma das indicadas a dar prosseguimento à história foi a pessoa que vos escreve, mais conhecida como Eu.
Pra quem não sabe, Caramelo é o sofá da Gisley, tá? Agora, não me perguntem porque foi que ela inventou o quadro com esse nome. Pra saber mais, só indo lá no blog da moça.
E a pergunta inicial foi: Como é ser casada com um estrangeiro? (que vai entrar também no meu FAQ)
Eu sou casada com um a mais de sete anos. Pra mim, não foi difícil me habituar, pois marido já morava há nove anos no Brasil e ele já estava mais baiano que alemão. Mas, mesmo assim, vivi algumas coisas que não estava acostumada.
Por exemplo:
"Amor, vou ali no cinema com o pessoal, tá?"
"Tá."
"Ué? Você não vai perguntar com quem eu vou?"
"Você não vai com seus amigos?"
"Sim. Mas... Mas, a maioria é homem."
"E daí?"
"Você não vai reclamar ou sentir ciúmes porque vai um monte de homem e você não?"
"Não."
"Certeza?"
"Absoluta."
"Então, tá. Fui."
Na Alemanha, tudo se "joga fora". Porque tem lugar pra se depositar tudo, até a roupa que você não quer mais. No Brasil, ele queria jogar tudo fora. Tudo. Uma vez, separei uns pares de sandálias para levar a um sapateiro para trocar os saltos ou colar umas tiras. Eram quatro pares. Eu coloquei no fundo do carro e esqueci de tirar. Dias depois que eu procuro a sacola, cadê? Marido tinha JOGADO fora. Eu quase arranquei o pescoço dele. Ele disse que ficou muito tempo no fundo do carro e achou que fosse pra jogar fora. Muito tempo no fundo do carro, porque eu ainda não tinha achado um bom sapateiro, ora bolas! E era assim com tudo que ele achasse que não tinha serventia. Agora, eu que fosse mexer na papelada dele...
Culturalmente falando, algumas brasileiras podem estranhar muito o fato de alemão ser direto, falar o que pensa e você que digira aí o negócio. Ainda mais se perguntou. Então, se não quer ouvir que está gorda, não pergunte.
Alemão não sabe elogiar. Portanto, não estranhe se ele disser que você está linda com esse vestido azul, MAS, ficaria muito melhor com o estampado porque combina mais com o seu tom de pele. Sim, sempre terá um MAS depois de cada elogio alemão.
Eu sou safa nesses assuntos. Eu gosto de ouvir críticas, também sou muito direta e, dificilmente, deixo algum comentário sem resposta. Marido já sabe disso e, às vezes, gosta de me provocar.
O segredo mesmo é o bom humor. A gente não tem tabus. Até porque, sabemos quais são nossos pontos fracos e rimos deles. Afinal, nossa história já começou na quebra desses tabus, né mesmo?
E quando existir alguma diferença, o melhor é conversar, expor a situação e chegar a um acordo. Porque existem diferenças dos dois lados, tenham certeza disso.
Vou aproveitar e deixar o espaço aberto. Quem quiser fazer alguma pergunta específica sobre o homem alemão, pode deixar nos comentários que eu respondo. (Ui! A expert em "homem alemão". Gente, abafa!)
Pra quem não sabe, Caramelo é o sofá da Gisley, tá? Agora, não me perguntem porque foi que ela inventou o quadro com esse nome. Pra saber mais, só indo lá no blog da moça.
E a pergunta inicial foi: Como é ser casada com um estrangeiro? (que vai entrar também no meu FAQ)
Eu sou casada com um a mais de sete anos. Pra mim, não foi difícil me habituar, pois marido já morava há nove anos no Brasil e ele já estava mais baiano que alemão. Mas, mesmo assim, vivi algumas coisas que não estava acostumada.
Por exemplo:
"Amor, vou ali no cinema com o pessoal, tá?"
"Tá."
"Ué? Você não vai perguntar com quem eu vou?"
"Você não vai com seus amigos?"
"Sim. Mas... Mas, a maioria é homem."
"E daí?"
"Você não vai reclamar ou sentir ciúmes porque vai um monte de homem e você não?"
"Não."
"Certeza?"
"Absoluta."
"Então, tá. Fui."
Na Alemanha, tudo se "joga fora". Porque tem lugar pra se depositar tudo, até a roupa que você não quer mais. No Brasil, ele queria jogar tudo fora. Tudo. Uma vez, separei uns pares de sandálias para levar a um sapateiro para trocar os saltos ou colar umas tiras. Eram quatro pares. Eu coloquei no fundo do carro e esqueci de tirar. Dias depois que eu procuro a sacola, cadê? Marido tinha JOGADO fora. Eu quase arranquei o pescoço dele. Ele disse que ficou muito tempo no fundo do carro e achou que fosse pra jogar fora. Muito tempo no fundo do carro, porque eu ainda não tinha achado um bom sapateiro, ora bolas! E era assim com tudo que ele achasse que não tinha serventia. Agora, eu que fosse mexer na papelada dele...
Culturalmente falando, algumas brasileiras podem estranhar muito o fato de alemão ser direto, falar o que pensa e você que digira aí o negócio. Ainda mais se perguntou. Então, se não quer ouvir que está gorda, não pergunte.
Alemão não sabe elogiar. Portanto, não estranhe se ele disser que você está linda com esse vestido azul, MAS, ficaria muito melhor com o estampado porque combina mais com o seu tom de pele. Sim, sempre terá um MAS depois de cada elogio alemão.
Eu sou safa nesses assuntos. Eu gosto de ouvir críticas, também sou muito direta e, dificilmente, deixo algum comentário sem resposta. Marido já sabe disso e, às vezes, gosta de me provocar.
O segredo mesmo é o bom humor. A gente não tem tabus. Até porque, sabemos quais são nossos pontos fracos e rimos deles. Afinal, nossa história já começou na quebra desses tabus, né mesmo?
E quando existir alguma diferença, o melhor é conversar, expor a situação e chegar a um acordo. Porque existem diferenças dos dois lados, tenham certeza disso.
Vou aproveitar e deixar o espaço aberto. Quem quiser fazer alguma pergunta específica sobre o homem alemão, pode deixar nos comentários que eu respondo. (Ui! A expert em "homem alemão". Gente, abafa!)
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
FAQ - 18. Por que você foi para o Brasil?
Eu vim para o Brasil por vários motivos: saudades, praia, férias, pendências etc.
Mas, o principal motivo mesmo foi e é outro: meus pais. E não é por conta de saudade. Eu poderia ter feito essa viagem em qualquer tempo, inclusive quando a passagem estivesse mais barata do que nesse período de férias.
A questão é mais sensível do que apenas saudades. Depois de quase um ano, meus pais ainda não realizaram que eu estou MORANDO na Alemanha. Eles acham que é só um período de férias prolongadas. Eles acham que eu só estou aqui enquanto meu casamento durar (independente de estarmos juntos já há mais de 7 anos). Eles acham que foi marido que me trouxe pra cá (quem chamou marido fui eu). Eles acham que eu sou só um apêndice de marido e faço tudo que ele quer. Eles não levam em consideração que EU quero ficar na Alemanha, que aqui eu tenho perspectivas e uma qualidade de vida que nunca tive no Brasil. Que toda a minha vida é fruto de minhas escolhas.
E, desde que cheguei, já ouvi muita coisa de meus pais. Aliás, eu já ouvi muito durante todo o ano (os curiosos podem ir na tag Família e procurar). Eles não entendem que eu nunca voltaria a morar na cidadezinha em que eles moram e que eu sempre detestei, assim como nunca escondi isso deles.
Eles acham que viemos para Alemanha "juntar dinheiro" e depois voltaremos para o Brasil. Mas, alguém me diga, qual o professor de qualquer terra que consegue juntar dinheiro? Ele é professor de ensino médio, gente! Pelamordedeus! Os tempos são outros também, né? Quem consegue isso sustentando mulher e dois filhos adolescentes levanta a mão pra eu chamar de herói.
Eles alimentam a esperança de que vou voltar. Independente da minha felicidade, o que importa é que vou voltar. Eu sei que o desejo da maioria dos pais é que seus filhos estejam por perto. Eu só queria que os meus pais desejassem que eu fosse feliz, mesmo se perto ou longe.
E estou aqui pra isso, pra tentar fazê-los enxergar/aceitar que eu não quero voltar. E que, se voltar, não será pelos motivos que eles acham que eu voltaria. Eu quero virar essa página na minha vida para poder prosseguir.
Eu não posso ser responsável pelas escolhas deles. Eles escolheram a vida que têm, a casa que têm, a cidade aonde moram, a aposentadoria (que eles nunca planejaram). Eu não sou responsável por isso e eles não podem esperar que eu volte de onde quer que eu esteja (podia estar no Haiti agora, ajudando no combate à cólera, desde que fosse isso que estivesse escolhido para mim) para me responsabilizar pela vida que é deles. Porque é isso que eles esperam e para isso que muitos pais criam os filhos, com a intenção de que "não morram sozinhos". No sistema brasileiro, é até um pecado deixar os idosos por conta do sistema, mas também é um pecado condicionar a vida dos filhos aos "pecados" dos pais. Eu sou responsável pelas minhas escolhas e pelo que desejo pra mim e, de jeito nenhum, desejo me enterrar numa cidade de 20 mil habitantes no interior da Bahia.
Só estou aqui esperando a oportunidade correta para tocar nesse assunto. Não, não quero magoar os meus pais. Só não quero que eles me magoem com a transferência de suas frustrações pra mim. E a vida é assim, uma hora o filho bate asas do ninho. A diferença é que alguns fazem voos mais longos que outros.
Mas, o principal motivo mesmo foi e é outro: meus pais. E não é por conta de saudade. Eu poderia ter feito essa viagem em qualquer tempo, inclusive quando a passagem estivesse mais barata do que nesse período de férias.
A questão é mais sensível do que apenas saudades. Depois de quase um ano, meus pais ainda não realizaram que eu estou MORANDO na Alemanha. Eles acham que é só um período de férias prolongadas. Eles acham que eu só estou aqui enquanto meu casamento durar (independente de estarmos juntos já há mais de 7 anos). Eles acham que foi marido que me trouxe pra cá (quem chamou marido fui eu). Eles acham que eu sou só um apêndice de marido e faço tudo que ele quer. Eles não levam em consideração que EU quero ficar na Alemanha, que aqui eu tenho perspectivas e uma qualidade de vida que nunca tive no Brasil. Que toda a minha vida é fruto de minhas escolhas.
E, desde que cheguei, já ouvi muita coisa de meus pais. Aliás, eu já ouvi muito durante todo o ano (os curiosos podem ir na tag Família e procurar). Eles não entendem que eu nunca voltaria a morar na cidadezinha em que eles moram e que eu sempre detestei, assim como nunca escondi isso deles.
Eles acham que viemos para Alemanha "juntar dinheiro" e depois voltaremos para o Brasil. Mas, alguém me diga, qual o professor de qualquer terra que consegue juntar dinheiro? Ele é professor de ensino médio, gente! Pelamordedeus! Os tempos são outros também, né? Quem consegue isso sustentando mulher e dois filhos adolescentes levanta a mão pra eu chamar de herói.
Eles alimentam a esperança de que vou voltar. Independente da minha felicidade, o que importa é que vou voltar. Eu sei que o desejo da maioria dos pais é que seus filhos estejam por perto. Eu só queria que os meus pais desejassem que eu fosse feliz, mesmo se perto ou longe.
E estou aqui pra isso, pra tentar fazê-los enxergar/aceitar que eu não quero voltar. E que, se voltar, não será pelos motivos que eles acham que eu voltaria. Eu quero virar essa página na minha vida para poder prosseguir.
Eu não posso ser responsável pelas escolhas deles. Eles escolheram a vida que têm, a casa que têm, a cidade aonde moram, a aposentadoria (que eles nunca planejaram). Eu não sou responsável por isso e eles não podem esperar que eu volte de onde quer que eu esteja (podia estar no Haiti agora, ajudando no combate à cólera, desde que fosse isso que estivesse escolhido para mim) para me responsabilizar pela vida que é deles. Porque é isso que eles esperam e para isso que muitos pais criam os filhos, com a intenção de que "não morram sozinhos". No sistema brasileiro, é até um pecado deixar os idosos por conta do sistema, mas também é um pecado condicionar a vida dos filhos aos "pecados" dos pais. Eu sou responsável pelas minhas escolhas e pelo que desejo pra mim e, de jeito nenhum, desejo me enterrar numa cidade de 20 mil habitantes no interior da Bahia.
Só estou aqui esperando a oportunidade correta para tocar nesse assunto. Não, não quero magoar os meus pais. Só não quero que eles me magoem com a transferência de suas frustrações pra mim. E a vida é assim, uma hora o filho bate asas do ninho. A diferença é que alguns fazem voos mais longos que outros.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
FAQ - 17. Você fala alemão?
Não.
Eu me comunico em alemão. É diferente.
Eu tenho o certificado do nível B2. E esse nível não é sinônimo de fluência, mas de comunicação. Eu cometo muitos erros quando falo e escrevo. Eu ainda tenho dificuldades em entender sotaques e dialetos. Ainda gaguejo muito pra procurar a palavra certa. A construção das frases sai, muitas vezes, errada.
Mas...
Já é um começo. As pessoas me entendem. E para eu chegar à fluência, preciso falar.
Eu leio revistas, artigos, livros etc. mas não tenho uma compreensão 100% de tudo que eu leio, pois eu não conheço todas as palavras alemãs. Nem as da minha língua materna, né? Tudo faz parte do exercício diário de aprender alemão. Tem quem diga que é um aprendizado eterno.
Quando eu digo que converso com as pessoas em alemão, é uma tentativa de entender e ser entendida. E, muitas vezes, os diálogos que reproduzo aqui refletem o que entendi de uma conversa. Não estão ao pé da letra. Até porque, existem palavras que nem existem em português. Quer fazer um teste? Vai no dicionário e procura o significado em português das palavras Sehnsuchte, Fernweh e Heimweh. Vai ser tudo saudade. O primeiro é mesmo saudade, o segundo é um tipo de nostalgia, mas alemão diz que não é a melhor tradução. E o último é saudade do lar/país de origem. Mesmo que você ache uma tradução que satisfaça, não é com UMA palavra em português que se explica a tradução.
Eu sempre deixei claro aqui as minhas dificuldades com a língua, as minhas frustrações. Estive travada até dias atrás, depois de tantos meses de curso. Agora é que o negócio começa a evoluir, que eu começo a sair da conversa de elevador.
Para vocês terem uma ideia, eu nunca liguei para ninguém que tivesse que falar exclusivamente alemão. Eu nem atendia telefone. Fiz isso a primeira vez, duas semanas atrás, porque precisava ligar pra ONG pra dizer que não poderia ir. Mais um ponto pro trabalho voluntário que estou fazendo, né? Alguma coisa estou aprendendo...
Mas, não se desespere. Todo mundo tem seu tempo. Tem gente que destrava mais cedo, tem quem destrave mais tarde. Tem gente que aprende alemão em meses, tem quem aprenda em anos... Tem quem já fale 3, 4, 5 línguas, o que facilita o processo de aprendizagem de uma nova. Cada pessoa reage de um jeito. Mas, todo mundo passa pelos mesmos desafios.
É só seguir em frente.
Eu me comunico em alemão. É diferente.
Eu tenho o certificado do nível B2. E esse nível não é sinônimo de fluência, mas de comunicação. Eu cometo muitos erros quando falo e escrevo. Eu ainda tenho dificuldades em entender sotaques e dialetos. Ainda gaguejo muito pra procurar a palavra certa. A construção das frases sai, muitas vezes, errada.
Mas...
Já é um começo. As pessoas me entendem. E para eu chegar à fluência, preciso falar.
Eu leio revistas, artigos, livros etc. mas não tenho uma compreensão 100% de tudo que eu leio, pois eu não conheço todas as palavras alemãs. Nem as da minha língua materna, né? Tudo faz parte do exercício diário de aprender alemão. Tem quem diga que é um aprendizado eterno.
Quando eu digo que converso com as pessoas em alemão, é uma tentativa de entender e ser entendida. E, muitas vezes, os diálogos que reproduzo aqui refletem o que entendi de uma conversa. Não estão ao pé da letra. Até porque, existem palavras que nem existem em português. Quer fazer um teste? Vai no dicionário e procura o significado em português das palavras Sehnsuchte, Fernweh e Heimweh. Vai ser tudo saudade. O primeiro é mesmo saudade, o segundo é um tipo de nostalgia, mas alemão diz que não é a melhor tradução. E o último é saudade do lar/país de origem. Mesmo que você ache uma tradução que satisfaça, não é com UMA palavra em português que se explica a tradução.
Eu sempre deixei claro aqui as minhas dificuldades com a língua, as minhas frustrações. Estive travada até dias atrás, depois de tantos meses de curso. Agora é que o negócio começa a evoluir, que eu começo a sair da conversa de elevador.
Para vocês terem uma ideia, eu nunca liguei para ninguém que tivesse que falar exclusivamente alemão. Eu nem atendia telefone. Fiz isso a primeira vez, duas semanas atrás, porque precisava ligar pra ONG pra dizer que não poderia ir. Mais um ponto pro trabalho voluntário que estou fazendo, né? Alguma coisa estou aprendendo...
Mas, não se desespere. Todo mundo tem seu tempo. Tem gente que destrava mais cedo, tem quem destrave mais tarde. Tem gente que aprende alemão em meses, tem quem aprenda em anos... Tem quem já fale 3, 4, 5 línguas, o que facilita o processo de aprendizagem de uma nova. Cada pessoa reage de um jeito. Mas, todo mundo passa pelos mesmos desafios.
É só seguir em frente.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
FAQ - 16. Porque eu gosto de Berlin?
Berlin é uma cidade de 3,5 milhões de habitantes. Esse número pode assustar quem cresceu numa cidade de 20 mil, morou em uma média e sai de repente pra cá. Já falei disso aqui.
Mas, ao contrário do que parece, Berlin não é uma verdadeira metrópole. Como cidade-estado (pensem no DF), seus bairros são pequenos distritos, cada um com sua prefeitura e administração descentralizada. Cada um tem seu comércio, seu centro. Não há caos de cidade grande.
Como a cidade não é rica como Hamburg ou München, as pessoas são mais simples e despreocupadas. Você pode sair de pijama e ninguém irá notar. Ok, irão notar. Mas, não irão perder tempo olhando com criticidade.
A cidade é bonita. Tem beleza para todos os gostos. Tem natureza, cultura, arte, história... Você está andando por uma rua e descobre um monumento. Está no metrô e entra um músico que te faz sorrir.
Por ter muitos estrangeiros, existe tolerância (tolerância é diferente de aceitação, hein!). Se eu falo alemão errado, não vão me olhar de cara feia. Vão rir, às vezes me corrigir e, principalmente, vão entender.
Eu adoro descobrir coisas em Berlin. Espero continuar nesse ritmo por muito tempo ainda.
Mas, ao contrário do que parece, Berlin não é uma verdadeira metrópole. Como cidade-estado (pensem no DF), seus bairros são pequenos distritos, cada um com sua prefeitura e administração descentralizada. Cada um tem seu comércio, seu centro. Não há caos de cidade grande.
Como a cidade não é rica como Hamburg ou München, as pessoas são mais simples e despreocupadas. Você pode sair de pijama e ninguém irá notar. Ok, irão notar. Mas, não irão perder tempo olhando com criticidade.
A cidade é bonita. Tem beleza para todos os gostos. Tem natureza, cultura, arte, história... Você está andando por uma rua e descobre um monumento. Está no metrô e entra um músico que te faz sorrir.
Por ter muitos estrangeiros, existe tolerância (tolerância é diferente de aceitação, hein!). Se eu falo alemão errado, não vão me olhar de cara feia. Vão rir, às vezes me corrigir e, principalmente, vão entender.
Eu adoro descobrir coisas em Berlin. Espero continuar nesse ritmo por muito tempo ainda.
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Neve? Que neve? Vou fingir que nem vi! |
domingo, 24 de outubro de 2010
Sobre a prova de certificado alemão - Parte 02
Primeiro, um pouco sobre o certificado B2. Eu fiz a prova pelo TELC, instituição reconhecida, inclusive, pelo governo alemão. Como a minha escola de idiomas é uma das escolas em Berlin autorizadas a aplicar esse teste, fiz por lá e foi mais barato para mim (80 euros). Eles fazem os testes no final de cada turma, ou seja, a cada dois meses, caso tenham 3 ou mais interessados.
FAQ - 15. Porque eu fiz o teste?
Para o B2 e antes de fazer o teste de cidadania, não sou obrigada a fazer uma prova de certificação para testar meus conhecimentos em alemão. Poderia, inclusive, esperar para fazer do C1 ou o TestDAF (que é tipo o TOEFL). Mas, eu preferi fazer o B2 agora, e deixar para fazer o TestDAF depois que estiver mais segura com o idioma, coisa para mais seis meses ou um ano (ou mais, depende do "click").
O nível B2 já é aceito no mercado de trabalho para algumas profissões e/ou vagas e, também, em algumas universidades. (Quanto melhor a universidade ou mais complexo o curso, maior a exigência de conhecimento da língua, geralmente a partir do C1).
Como eu quero começar a trabalhar ontem (rsrs), quero ter o certificado para ter como provar para o meu futuro empregador que já tenho um nível adequado de comunicação. Isso quer dizer que já estou apta a me expressar claramente, capaz de discutir e negociar com sucesso (bom saber), já tenho vocabulário razoável para áreas específicas e situações cotidianas. Além de uma boa gramática. (Sim, copiei do site.)
E também fiz para provar para mim mesma que não investi dinheiro e tempo num curso de alemão em vão. Eu preciso ter certeza, através de um teste, que fiz a minha parte no processo de aprendizagem.
Eu preciso acertar apenas 60% das questões para ter direito a receber o certificado, de um total de 300 pontos. Só que eu sei que alemão se importa muito com notas e eu não quero um simples "suficiente". Eu quero um "bom". Um "muito bom/ótimo", sei que não receberei, pois os modelos que fiz sempre me deixaram na média entre 80 e 90% de acertos. Teria que conseguir mais que isso. Como sou consciente, sei que perfeição não é o meu forte (sou tudo, menos perfeccionista), minha meta é ter 80% de aproveitamento. E foi isso que me deixou nervosa antes, durante e depois do teste. =D
Eu vou tentar não me descabelar se ficar com menos de 80% e tentar não me matar se nem alcançar 60%, prometo.
O resultado sai em 6 ou 8 semanas, eles enviam pra minha casa. Ainda bem que não tenho mania de roer a unha...
FAQ - 15. Porque eu fiz o teste?
Para o B2 e antes de fazer o teste de cidadania, não sou obrigada a fazer uma prova de certificação para testar meus conhecimentos em alemão. Poderia, inclusive, esperar para fazer do C1 ou o TestDAF (que é tipo o TOEFL). Mas, eu preferi fazer o B2 agora, e deixar para fazer o TestDAF depois que estiver mais segura com o idioma, coisa para mais seis meses ou um ano (ou mais, depende do "click").
O nível B2 já é aceito no mercado de trabalho para algumas profissões e/ou vagas e, também, em algumas universidades. (Quanto melhor a universidade ou mais complexo o curso, maior a exigência de conhecimento da língua, geralmente a partir do C1).
Como eu quero começar a trabalhar ontem (rsrs), quero ter o certificado para ter como provar para o meu futuro empregador que já tenho um nível adequado de comunicação. Isso quer dizer que já estou apta a me expressar claramente, capaz de discutir e negociar com sucesso (bom saber), já tenho vocabulário razoável para áreas específicas e situações cotidianas. Além de uma boa gramática. (Sim, copiei do site.)
E também fiz para provar para mim mesma que não investi dinheiro e tempo num curso de alemão em vão. Eu preciso ter certeza, através de um teste, que fiz a minha parte no processo de aprendizagem.
Eu preciso acertar apenas 60% das questões para ter direito a receber o certificado, de um total de 300 pontos. Só que eu sei que alemão se importa muito com notas e eu não quero um simples "suficiente". Eu quero um "bom". Um "muito bom/ótimo", sei que não receberei, pois os modelos que fiz sempre me deixaram na média entre 80 e 90% de acertos. Teria que conseguir mais que isso. Como sou consciente, sei que perfeição não é o meu forte (sou tudo, menos perfeccionista), minha meta é ter 80% de aproveitamento. E foi isso que me deixou nervosa antes, durante e depois do teste. =D
Eu vou tentar não me descabelar se ficar com menos de 80% e tentar não me matar se nem alcançar 60%, prometo.
O resultado sai em 6 ou 8 semanas, eles enviam pra minha casa. Ainda bem que não tenho mania de roer a unha...
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
FAQ - 14. Você não vai procurar trabalho, preguiça?
Eu vou procurar. Só não sei se vou achar. ;)
Está chegando a hora de começar a procurar um emprego aqui em Berlin. Não só pelo tempo que se passou, mas pelo alemão que já aprendi, pelo dinheiro que preciso ganhar e pelas experiências que preciso adquirir.
Neste momento, principalmente, o emprego servirá para ter experiência no mercado daqui e para melhorar o meu alemão. Porque eu preciso ter contato com as pessoas, ora bolas, para que isso aconteça.
Não adianta ir para o curso, assistir quatro horas de aula todo dia e chegar em casa falando português. Assim, nunca vou ter um bom alemão.
Já estou fazendo o B2 e, segundo as minhas pesquisas, é o nível de alemão que começa a ser aceito em algumas empresas. No final de outubro farei a prova para o certificado.
Mas, eu tenho quase certeza que não irei arrumar diretamente um emprego. O que vou conseguir, se e quando conseguir, será um estágio. Aqui, está na moda contratar estagiários (não precisam estar estudando), para fazer o mesmo que o empregado faria, só que por 1/5 do que seria pago para um, ou menos ainda.
Eu já pensei em me oferecer para trabalhos voluntários, em dar aulas de português para alemães, em entrar em contato com instituições para estrangeiros, etc etc etc. Já pensei um monte de coisas, mas ainda tenho muito o que fazer antes disso. Nem o currículo em alemão tenho ainda.
Para mim, o que importa nesse momento é quebrar barreiras. Antigamente, quando eu pensava que estava chegando a hora de arrumar um estágio/emprego/whatever, eu ficava morrendo de medo, angustiada, achando que não daria conta. Hoje em dia, graças a Deus, esse sentimento mudou e estou ansiosa para ter uma oportunidade.
Como já disse uma vez, tudo vem com o tempo, inclusive a segurança que eu preciso. O certo é respeitar isso, já que não tem ninguém e nenhuma circunstância me pressionando senão eu mesma.
Se souberem de algum trabalhinho pra mim (que não seja sujo. rsrs), podem me dizer. ;)
Está chegando a hora de começar a procurar um emprego aqui em Berlin. Não só pelo tempo que se passou, mas pelo alemão que já aprendi, pelo dinheiro que preciso ganhar e pelas experiências que preciso adquirir.
Neste momento, principalmente, o emprego servirá para ter experiência no mercado daqui e para melhorar o meu alemão. Porque eu preciso ter contato com as pessoas, ora bolas, para que isso aconteça.
Não adianta ir para o curso, assistir quatro horas de aula todo dia e chegar em casa falando português. Assim, nunca vou ter um bom alemão.
Já estou fazendo o B2 e, segundo as minhas pesquisas, é o nível de alemão que começa a ser aceito em algumas empresas. No final de outubro farei a prova para o certificado.
Mas, eu tenho quase certeza que não irei arrumar diretamente um emprego. O que vou conseguir, se e quando conseguir, será um estágio. Aqui, está na moda contratar estagiários (não precisam estar estudando), para fazer o mesmo que o empregado faria, só que por 1/5 do que seria pago para um, ou menos ainda.
Eu já pensei em me oferecer para trabalhos voluntários, em dar aulas de português para alemães, em entrar em contato com instituições para estrangeiros, etc etc etc. Já pensei um monte de coisas, mas ainda tenho muito o que fazer antes disso. Nem o currículo em alemão tenho ainda.
Para mim, o que importa nesse momento é quebrar barreiras. Antigamente, quando eu pensava que estava chegando a hora de arrumar um estágio/emprego/whatever, eu ficava morrendo de medo, angustiada, achando que não daria conta. Hoje em dia, graças a Deus, esse sentimento mudou e estou ansiosa para ter uma oportunidade.
Como já disse uma vez, tudo vem com o tempo, inclusive a segurança que eu preciso. O certo é respeitar isso, já que não tem ninguém e nenhuma circunstância me pressionando senão eu mesma.
Se souberem de algum trabalhinho pra mim (que não seja sujo. rsrs), podem me dizer. ;)
sábado, 28 de agosto de 2010
FAQ - 13. Por que você parece sempre tão otimista?
Sagitarianos são otimistas. Fato.
Eu também já deixei claro muitas vezes nas minhas postagens que coisas boas estão acontecendo conosco. Tudo se encaixa, tudo se ajeita. Mesmo que não vá pelo caminho que a gente espera, no final, é o melhor resultado.
Tenho dificuldades, problemas? Claro. Mas, o blog não foi criado para lamúrias - apesar de você encontrar uma ou outra por aí - e, sim, para que eu possa enxergar por um lado mais relaxado e divertido as dificuldades que eu passei, passo e passarei.
Desde que eu cheguei, levei um tempo para fazer coisas sozinhas, sair, fazer compras, sair com amigos, pedir numa padaria... o que é simples parecia uma complexidade do tamanho do mundo porque eu não conseguia pronunciar Sonnenblumenbrot, ou outras palavrinhas alemãs mais complicadas.
Aos poucos, vou tomando outras iniciativas também. Devagar, no meu tempo, com a segurança que eu preciso e vou chegando lá.
E mais: eu escolhi estar aqui. Eu não vim obrigada. Então, se foi uma escolha, eu sou responsável por torná-la válida e transformar o meu ambiente em algo acolhedor e confortável.
Se eu vou continuar otimista quando começar a receber minhas negativas de emprego? Não sei. Aí é outro processo. Um dia de cada vez. E de volta sempre das cinzas....
Eu também já deixei claro muitas vezes nas minhas postagens que coisas boas estão acontecendo conosco. Tudo se encaixa, tudo se ajeita. Mesmo que não vá pelo caminho que a gente espera, no final, é o melhor resultado.
Tenho dificuldades, problemas? Claro. Mas, o blog não foi criado para lamúrias - apesar de você encontrar uma ou outra por aí - e, sim, para que eu possa enxergar por um lado mais relaxado e divertido as dificuldades que eu passei, passo e passarei.
Desde que eu cheguei, levei um tempo para fazer coisas sozinhas, sair, fazer compras, sair com amigos, pedir numa padaria... o que é simples parecia uma complexidade do tamanho do mundo porque eu não conseguia pronunciar Sonnenblumenbrot, ou outras palavrinhas alemãs mais complicadas.
Aos poucos, vou tomando outras iniciativas também. Devagar, no meu tempo, com a segurança que eu preciso e vou chegando lá.
E mais: eu escolhi estar aqui. Eu não vim obrigada. Então, se foi uma escolha, eu sou responsável por torná-la válida e transformar o meu ambiente em algo acolhedor e confortável.
Se eu vou continuar otimista quando começar a receber minhas negativas de emprego? Não sei. Aí é outro processo. Um dia de cada vez. E de volta sempre das cinzas....
quinta-feira, 15 de julho de 2010
FAQ - 12. Visto de residência na Alemanha
E então que hoje foi o dia de ir apresentar a papelada para receber o meu visto/autorização de residência, como falei aqui.
Levamos tudo que nos foi pedido e mais um pouco. Chegamos às 13h50 e tivemos que procurar a sala, pois o prédio está em reforma e houve um remanejamento de salas e departamentos. Não foi difícil encontrar.
Eu tinha a senha 199 e deveria ser chamada às 14h em uma das salas de atendimento. Às 14h02 meu número foi chamado. Entramos na sala e um homem simpático e bem-humorado nos recebeu. Primeiro bom sinal. Ele pediu meu passaporte e perguntou se era visto em função de casamento. Dissemos que sim e ele procurou meu registro no sistema.
(Ponto importante: a lei para casamento de brasileiro(a) com alemã(o) mudou. É possível entrar como turista, realizar o casamento aqui e depois mudar o visto, com menos burocracia do que se ainda tivesse que pedir visto de noiva(o) no Brasil. E menos tempo de espera também. Assim eu fiz. Como já tinha feito um prolongamento do visto de turista por mais três meses, já existia um processo meu no sistema com foto, cópias de outros documentos e a solicitação de visto preenchida.)
Depois, ele pediu a certidão de casamento e, enquanto ele olhava o documento, perguntou a marido se eu falava alemão. Eu nem esperei a pergunta acabar e respondi: "Ein bisschen." (Um pouco). Com alegria, ele respondeu: "Já passou no teste de alemão, você falou com muita espontaneidade." Segundo bom sinal.
Marido perguntou se ele não queria ver os outros documentos que havíamos levado. Ele olhou a papelada na nossa mão e disse que não precisava, confiava que estava tudo ali. Terceiro bom sinal.
Ele tirou cópia da certidão de casamento e voltou com dois formulários para preenchermos e assinarmos. Pediu que saíssemos da sala e voltássemos quando fóssemos chamados novamente com o papel preenchido.
O papel era uma declaração em que ambos afirmavam serem casados, que moravam juntos no mesmo endereço, se comprometendo em avisar caso a situação mudasse. Preenchemos com nossos dados e fomos chamados na sala novamente pelo sistema de senhas.
Quando entramos, meu visto já estava impresso em cima da mesa, ele assinou a declaração que entregamos e colou o visto no meu passaporte. Quarto bom sinal.
A surpresa vem agora. Ele me deu um visto de TRÊS ANOS. Eu não preciso voltar lá no próximo ano, nem no seguinte para fazer a renovação. Só preciso voltar para ter o visto de permanência e entrar com o processo de cidadania, caso eu queira. O normal seria voltar a cada um ano para a renovação, até completar os três anos. Nesse caso, não sei se a lei mudou ou se eu fui agraciada mesmo.
E também, o visto já traz a autorização de trabalho. Não preciso ir no Arbeitsamt para pedir isso e passar por toda uma burocracia novamente. É automático. Está escrito no visto: Erwerbstätigkeit gestattet, que quer dizer que tenho autorização para trabalho e/ou montar um negócio na Alemanha. Aqui, eu acho que é mudança de lei pois, eles integraram os sistemas.
Voltamos para o carro às 14h35. Ou seja, em meia hora resolvemos tudo para os próximos três anos!!!!!
Imagina a leveza que estou sentindo agora. Posso dizer que finalmente cheguei na Alemanha. Agora, só faltam mais dois pontos para ter todos os meus planos concretizados: o Test-DAF (teste de proficiência alemã) e um trabalho. O resto é consequência.
E a vida continua, bela e feliz. =D
Levamos tudo que nos foi pedido e mais um pouco. Chegamos às 13h50 e tivemos que procurar a sala, pois o prédio está em reforma e houve um remanejamento de salas e departamentos. Não foi difícil encontrar.
Eu tinha a senha 199 e deveria ser chamada às 14h em uma das salas de atendimento. Às 14h02 meu número foi chamado. Entramos na sala e um homem simpático e bem-humorado nos recebeu. Primeiro bom sinal. Ele pediu meu passaporte e perguntou se era visto em função de casamento. Dissemos que sim e ele procurou meu registro no sistema.
(Ponto importante: a lei para casamento de brasileiro(a) com alemã(o) mudou. É possível entrar como turista, realizar o casamento aqui e depois mudar o visto, com menos burocracia do que se ainda tivesse que pedir visto de noiva(o) no Brasil. E menos tempo de espera também. Assim eu fiz. Como já tinha feito um prolongamento do visto de turista por mais três meses, já existia um processo meu no sistema com foto, cópias de outros documentos e a solicitação de visto preenchida.)
Depois, ele pediu a certidão de casamento e, enquanto ele olhava o documento, perguntou a marido se eu falava alemão. Eu nem esperei a pergunta acabar e respondi: "Ein bisschen." (Um pouco). Com alegria, ele respondeu: "Já passou no teste de alemão, você falou com muita espontaneidade." Segundo bom sinal.
Marido perguntou se ele não queria ver os outros documentos que havíamos levado. Ele olhou a papelada na nossa mão e disse que não precisava, confiava que estava tudo ali. Terceiro bom sinal.
Ele tirou cópia da certidão de casamento e voltou com dois formulários para preenchermos e assinarmos. Pediu que saíssemos da sala e voltássemos quando fóssemos chamados novamente com o papel preenchido.
O papel era uma declaração em que ambos afirmavam serem casados, que moravam juntos no mesmo endereço, se comprometendo em avisar caso a situação mudasse. Preenchemos com nossos dados e fomos chamados na sala novamente pelo sistema de senhas.
Quando entramos, meu visto já estava impresso em cima da mesa, ele assinou a declaração que entregamos e colou o visto no meu passaporte. Quarto bom sinal.
A surpresa vem agora. Ele me deu um visto de TRÊS ANOS. Eu não preciso voltar lá no próximo ano, nem no seguinte para fazer a renovação. Só preciso voltar para ter o visto de permanência e entrar com o processo de cidadania, caso eu queira. O normal seria voltar a cada um ano para a renovação, até completar os três anos. Nesse caso, não sei se a lei mudou ou se eu fui agraciada mesmo.
E também, o visto já traz a autorização de trabalho. Não preciso ir no Arbeitsamt para pedir isso e passar por toda uma burocracia novamente. É automático. Está escrito no visto: Erwerbstätigkeit gestattet, que quer dizer que tenho autorização para trabalho e/ou montar um negócio na Alemanha. Aqui, eu acho que é mudança de lei pois, eles integraram os sistemas.
Voltamos para o carro às 14h35. Ou seja, em meia hora resolvemos tudo para os próximos três anos!!!!!
Imagina a leveza que estou sentindo agora. Posso dizer que finalmente cheguei na Alemanha. Agora, só faltam mais dois pontos para ter todos os meus planos concretizados: o Test-DAF (teste de proficiência alemã) e um trabalho. O resto é consequência.
E a vida continua, bela e feliz. =D
segunda-feira, 28 de junho de 2010
FAQ - 11. Você depende do seu marido?
Algumas mulheres que desejam vir pra Alemanha, devem se perguntar se é bom largar a vida no Brasil, onde muitas têm trabalho e um bom salário, para seguir o marido (alemão ou não) para outro país.
Sabe que eu nunca me preocupei com isso? Não que eu não tenha pensado sobre isso, só que nunca foi uma preocupação, pois eu sempre soube que seria por algum tempo apenas, que eu encontraria um trabalho depois de aprender o alemão, depois do primeiro ou segundo ano e tudo estaria resolvido.
O problema não é depender financeiramente do marido. O problema é, se ele - ou o dinheiro - faltar um dia, eu poderei recomeçar de algum jeito? Como a resposta é sempre positiva, não me preocupei.
Eu posso voltar pro Brasil a qualquer momento, posso retomar meus projetos, posso criar novos, posso ter tudo novo ou de volta. Ponto. Eu NÃO dependo do meu marido. Mas, estamos juntos. Apostamos nessa vida nova e ela está funcionando. Isso é o que importa.
Você quer ter o seu dinheiro? Claro que sim. Porém, contudo, todavia, não é porque eu sou orgulhosa e não aceito esmola de marido, é porque eu quero construir algo, realizar coisas, ter objetivos, uma rotina profissional da qual eu sinto falta, ajudar meus pais, poder contribuir para o orçamento de uma viagem de férias, quero tornar NOSSA vida mais fácil. E ter um "pé de meia" nunca é ruim.
Eu tenho que pedir dinheiro pra comprar calcinha, absorvente, esmalte, shampoo? Tenho. Sofro com isso? Nem um pouco. Porque somos uma família. E quando eu estiver trabalhando de verdade, ganhando em euros, serão dois salários para as mesmas compras, a mesma vida. Só vai facilitar e não separar.
Concordam?
Sabe que eu nunca me preocupei com isso? Não que eu não tenha pensado sobre isso, só que nunca foi uma preocupação, pois eu sempre soube que seria por algum tempo apenas, que eu encontraria um trabalho depois de aprender o alemão, depois do primeiro ou segundo ano e tudo estaria resolvido.
O problema não é depender financeiramente do marido. O problema é, se ele - ou o dinheiro - faltar um dia, eu poderei recomeçar de algum jeito? Como a resposta é sempre positiva, não me preocupei.
Eu posso voltar pro Brasil a qualquer momento, posso retomar meus projetos, posso criar novos, posso ter tudo novo ou de volta. Ponto. Eu NÃO dependo do meu marido. Mas, estamos juntos. Apostamos nessa vida nova e ela está funcionando. Isso é o que importa.
Você quer ter o seu dinheiro? Claro que sim. Porém, contudo, todavia, não é porque eu sou orgulhosa e não aceito esmola de marido, é porque eu quero construir algo, realizar coisas, ter objetivos, uma rotina profissional da qual eu sinto falta, ajudar meus pais, poder contribuir para o orçamento de uma viagem de férias, quero tornar NOSSA vida mais fácil. E ter um "pé de meia" nunca é ruim.
Eu tenho que pedir dinheiro pra comprar calcinha, absorvente, esmalte, shampoo? Tenho. Sofro com isso? Nem um pouco. Porque somos uma família. E quando eu estiver trabalhando de verdade, ganhando em euros, serão dois salários para as mesmas compras, a mesma vida. Só vai facilitar e não separar.
Concordam?
sexta-feira, 18 de junho de 2010
FAQ - 10. Como é que fica o visto?
Depois do casamento, arrumamos toda a documentação para solicitar o visto de residência.
Só que já fomos lá duas vezes, já mandamos dois e-mails, já telefonamos e nada. Não conseguimos marcar um horário para sermos atendidos no Ausländerbehörder.
A última vez que fomos lá foi ontem. A gente tinha que tentar falar com alguém já que meu visto vence no dia 07/07. Conseguimos falar com o chefe do setor. Ele nos atendeu muito bem, mas avisou que só teríamos horário a partir do dia 12/07 e que, como meu visto vence antes, ele providenciaria um prolongamento na próxima semana.
Ok. Tudo bem. Ajudou. Mas, não foi o suficiente.
Eu saí de lá chateada e frustrada. Principalmente, porque eu não quero só um papel. Eu quero ter o direito completo a ter a minha vida na Alemanha. Inclusive, com o visto de trabalho - que só consigo depois do visto de residência.
Eu sei que poderiam existir problemas maiores. Eu poderia nem ter conseguido casar, por exemplo. Mas, ter planos paralisados é chato. Vai que aparece uma oportunidade de viagem, ou de trabalho e eu não posso fazer porque não tenho o visto certo?
Vixe! Não gosto nem de pensar.
O máximo que posso fazer agora é ter paciência, continuar aprendendo alemão e ir seguindo em frente. Mais cedo ou mais tarde, esse visto sai. Ô se sai!
Só que já fomos lá duas vezes, já mandamos dois e-mails, já telefonamos e nada. Não conseguimos marcar um horário para sermos atendidos no Ausländerbehörder.
A última vez que fomos lá foi ontem. A gente tinha que tentar falar com alguém já que meu visto vence no dia 07/07. Conseguimos falar com o chefe do setor. Ele nos atendeu muito bem, mas avisou que só teríamos horário a partir do dia 12/07 e que, como meu visto vence antes, ele providenciaria um prolongamento na próxima semana.
Ok. Tudo bem. Ajudou. Mas, não foi o suficiente.
Eu saí de lá chateada e frustrada. Principalmente, porque eu não quero só um papel. Eu quero ter o direito completo a ter a minha vida na Alemanha. Inclusive, com o visto de trabalho - que só consigo depois do visto de residência.
Eu sei que poderiam existir problemas maiores. Eu poderia nem ter conseguido casar, por exemplo. Mas, ter planos paralisados é chato. Vai que aparece uma oportunidade de viagem, ou de trabalho e eu não posso fazer porque não tenho o visto certo?
Vixe! Não gosto nem de pensar.
O máximo que posso fazer agora é ter paciência, continuar aprendendo alemão e ir seguindo em frente. Mais cedo ou mais tarde, esse visto sai. Ô se sai!
segunda-feira, 31 de maio de 2010
FAQ - 9. Você casou. E agora?
Casei. Uhuuu!
Agora é ir no Ausländerbehöder e pedir meu visto de residência. Para isso, preciso levar meu passaporte, certidão de casamento, certificados do curso de alemão, comprovante de residência e cópia traduzida do meu diploma universitário. Se irão pedir outras coisas, ainda não sei. Depois que passar por isso, conto aqui.
Marido já foi no Krankenkasse para me incluir no plano de saúde dele. Daqui a pouco recebo minha carteirinha. E a fila de médicos em que irei já está pronta... =P
Depois de conseguir o visto de residência, vou na Secretaria de Trabalho, pedir meu visto de trabalho, claro. Quem é casada(o) com alemão(ã) pode trabalhar na Alemanha.
Agora, é só colocar a mão na massa! E continuar estudando alemão. Ai...
Agora é ir no Ausländerbehöder e pedir meu visto de residência. Para isso, preciso levar meu passaporte, certidão de casamento, certificados do curso de alemão, comprovante de residência e cópia traduzida do meu diploma universitário. Se irão pedir outras coisas, ainda não sei. Depois que passar por isso, conto aqui.
Marido já foi no Krankenkasse para me incluir no plano de saúde dele. Daqui a pouco recebo minha carteirinha. E a fila de médicos em que irei já está pronta... =P
Depois de conseguir o visto de residência, vou na Secretaria de Trabalho, pedir meu visto de trabalho, claro. Quem é casada(o) com alemão(ã) pode trabalhar na Alemanha.
Agora, é só colocar a mão na massa! E continuar estudando alemão. Ai...
domingo, 30 de maio de 2010
Contatos de 3o. grau
Agora, quem quer fazer contato direto comigo, fazer perguntas, saber mais sobre Berlin ou Alemanha, ou quer mandar coisas interessantes por e-mail, tem uma forma de entrar em contato direto comigo.
Ali do lado, tem um e-mail criado só para esse blog.
Madame Eve resolve todos os seus problemas, traz seu marido de volta, arruma emprego ou resolve questões financeiras! Serviço garantido ou seu dinheiro de volta!
ET, minha casa, ET, minha casa...
P.S. Só eu mesma para, às 23h de um domigo, inventar e-mail e misturar cartomante com ET. Não, eu não bebi e nem fumei orégano.
Ali do lado, tem um e-mail criado só para esse blog.
Madame Eve resolve todos os seus problemas, traz seu marido de volta, arruma emprego ou resolve questões financeiras! Serviço garantido ou seu dinheiro de volta!
ET, minha casa, ET, minha casa...
P.S. Só eu mesma para, às 23h de um domigo, inventar e-mail e misturar cartomante com ET. Não, eu não bebi e nem fumei orégano.
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