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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Formas de integração

Para a minha família no Brasil, mudei para a Alemanha, torço automaticamente para a seleção alemã. Minha mãe ainda me perguntou se iria torcer para o Brasil, caso jogasse contra a Alemanha. O.o

Claro, né? Meu coração é verde e amarelo.

Para os alemães que convivem comigo é assim:
- E seu Brasil, hein?

Depois do primeiro jogo do Brasil, encontrei umas pessoas num evento que não me conheciam, mas quando souberam que eu era brasileira...

Eles me parabenizaram!!

Ou seja:
Para os alemães, sempre serei brasileira.
Para os brasileiros, já sou alemã.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Um caso para separação

História quase velha que esqueci de contar... rs

Amiga foi para o Brasil e perguntou o que eu queria que ela trouxesse para mim. Amiga é mineira e não pensei duas vezes:
- Ah, traz doce de leite em barra pra mim, daquele "de fazenda".

Amiga fofa trouxe o doce de leite. Experimentei lá na casa dela mesmo. Coisa de outro mundo. Só que ela trouxe só uma barra. Uma unicazinha.

Guardei no fundo do armário. Queria que fosse só pra mim, não ia dividir com ninguém, ora bolinhas. Sou dessas, não esqueçam.

Pois. Cada dia ia comendo um pouquinho. Até que dias depois...
- Amor, cadê meu doce de leite?
- Que doce de leite?
- O que estava no armário.
- Ah, aquilo velho que estava no armário?
- Ai, meu Deus!! O que você fez??
- Fui arrumar o armário, pensei que ninguém estivesse comendo, joguei fora.
- Como assim jogou fora? Como assim ninguém estava comendo? Como assim velho?

Sangue subiu. Quase pulei no pescoço dele, só não fiz porque eu lembrei que ele é maior e mais forte.

- Eu pensei que ninguém quisesse mais.
- Eu ganhei esse doce outro dia, que a Isa me deu!!!
- Mas, mas...
- %$§#&!%?$§#&!!! 

Escrevo pra amiga:
"Marido jogou o doce de leite fora! Vou me separar!"

Era ou não era um bom motivo?

sexta-feira, 28 de março de 2014

Das coisas suaves da vida

De você ver alguém chorar na sua frente, de emoção.
De saber que essa emoção foi você que causou.
De saber que a pessoa em questão acompanhou seus últimos dois anos. Acompanhou suas dores e seus problemas.
Mas, também acompanhou seus desempenhos, os esforços e as recompensas.

Porque ela é sua amiga e sua professora de inglês. Depois de uma apresentação feita como "homework", sobre um tema sensível para mim, ela se emocionar e ver que o fruto do seu trabalho super bem feito, resultou numa apresentação "de nível internacional", como ela disse. Por saber que sua pupila começou pequenininha, já que tinha esquecido todo o inglês que sabia e mau conseguia formular uma frase por causa do alemão, mas que daqui a pouco está indo ali fazer apresentações em inglês.

Porque não foram só dois anos tendo aulas de inglês. Foram dois anos com intervalos de hospital, crises, dores, chororô, mas com o "homework" sempre sendo entregue e as aulas religiosamente sendo visitadas.

A dedição era tanta, que ela vinha na minha casa me dar aulas, quando eu não podia sair.

Porque a professora-amiga é uma ótima profissional, com uma sensibilidade incrível, um feeling que nunca vi.

E aí, ela chora na minha frente. Mas, eu sou boba e eu só percebo tudo o que isso significa quando chego em casa. Quando penso no meu progresso. Quando penso no orgulho que ela deve sentir do trabalho dela.

"Tá vendo aquela moça ali!? Eu contribui para que ela chegasse aonde chegou!"

Estou aqui fazendo a minha parte: Cássia, obrigada!

segunda-feira, 17 de março de 2014

Nunca pensei...

...que teria mais amigos na Alemanha do que tive quando vivia no Brasil.
E fora da Alemanha.
Fora da Europa.

Claro que muitas dessas amizades conquistei através do blog. Mas, outras, principalmente com alemães, foram por meios diferentes.

Aí me peguei pensando qual a diferença, o que mudou para que eu tenha mais amigos aqui do que tive no Brasil? As pessoas? As amizades?

No Brasil, sempre tive poucos amigos. Hoje, tenho "uma porrada" de amigos na Alemanha/Internacionais. Gente para quem eu me abro, encosto a cabecinha no ombro e choro/rio/conto piada.

Além dos amigos alemães-alemães. Esses ainda são mais especiais, porque várias barreiras foram quebradas. Foram pessoas que eu conheci porque corrí atrás. Que começaram, talvez, querendo algo de mim (ui! - aprender português, por ex.) e que hoje são meus amigos. E que fofos que são.

Tudo isso para falar que a diferença nada mais é do que eu mesma. Ter mudado de país me transformou numa pessoa mais aberta. Numa pessoa que aprendeu a valorizar e fazer contatos, as pequenas vitórias e sorri de forma mais leve, mesmo com todas os problemas que a vida de expatriada traz.

Eu rio melhor, eu converso mais, eu me preocupo mais com os outros. Como consequência, ganho amigos.

Enfim, tornei-me uma pessoa melhor. Cheers!

sábado, 15 de março de 2014

Seis meses e um pouquinho de cara de pau

Estava passeando com um brasileiro (Oi Luiz!), conversando em português, claro, quando fomos abordados por um cara:
- Vocês falam português? (em português, daaahhnnn
- Sim.
- Toma aqui. Dia 22 vai ter uma festa com ritmos angolanos no lugar tal, se vocês estiverem interessados...
E eu que não perco a oportunidade:
- Você é alemão?
- Sou.
- Aonde aprendeu português assim tão bem? Na Angola?
- Não, no Brasil.
- Aonde?
- Rio de Janeiro.
- Quanto tempo ficou lá?
- Seis meses.
- Aposto que aprendeu o português que você sabe nesses seis meses que ficou lá, né?
- Ah não, fiz dois meses de curso antes.
- Você está de sacanagem, né? Eu estou aqui há quatro anos e ainda não parei de aprender alemão...
- Ahhh, mas alemão é mais difícil.
- Não vem, não, que português é difícil também.
- ... (Acho que ele ficou com medo de eu bater nele nessa hora)

E aí tínhamos 3 sotaques juntos: o paulista, a baiana e o carioca fajuto...

Seis meses, cara... que depressão...

terça-feira, 11 de março de 2014

Nunca é tarde...

... para assistir o show da sua boyband da era de 1900 e bolinhas.

Eu tinha 14 anos quando eu descobri que, além do bom e velho rock, ainda existiam outras bandas interessantes para meninas da minha idade naquela época, como Take that, Boyzone e Backstreet Boys, a minha preferida.

Lembro que eu não tinha um CD-Player na época, mas fiz meus tios comprarem um pra mim de presente de 15 anos. Olha só. Juntava o troco do lanche da escola, já que eu não ganhava mesada, para comprar o CD deles. Ficava na contagem regressiva para comprar as revistas "capricho" da vida, que prometiam posteres e fotos, também com aquelas moedas trocadas e guardadas com tanto custo. Imaginar que poderia ir a um show deles, então, fora de cogitação. Morando no interior do interior, pior ainda.

Esse amor todo durou uns dois ou três anos. Depois mudei o foco. Até que, conversando com uma amiga alemã sobre isso, descobrimos que éramos fãs da mesma banda. E que, por coincidência, haveria um show deles em breve em Berlin. Meu coração voltou a ter 15 anos.

Sabe aquela sensação nostálgica e ao mesmo tempo redentora em que você pensa "eu não podia naquela época, mas agora eu posso!". Eu fui e cantei todas as músicas daquela época a plenos pulmões. Lavei a alma.

Cheguei à conclusão, de novo, de que nada é impossível, de que nunca é tarde. Mesmo que você tenha 32 anos, esteja assistindo um show de quase-quarentões se comportando no palco como se ainda tivessem 20 e se sentisse velha toda vez que eles falavam "esse sucesso é de 94, 99...".

18 anos depois, em Berlin. O mundo dá voltas. Graças a Deus! :D

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Expressando ideias (ou não)

Sabe quando você tem aquela ideia extraodinariamente maravilhosa, mas que só funciona na sua cabeça? Pois é!

Aí, você senta com pessoas (alemãs) para tentar explicar, tendo todos os argumentos (em português) na cabeça e na hora de falar (em alemão, claro), por mais que você use o vocabulário adequado, a pessoa te olha ainda com cara de interrogação e faz uma pergunta que não tem nada a ver com o que você realmente queria dizer? Pois é!²

Ando assim ultimamente. Estou com uma ideia "supimpa" na cachola, preciso da opinião alheia, mas o povo não entende o que eu quero realmente dizer.

Eu sei que o problema está em mim. Eu ainda preciso estruturar a ideia direito, sair da fase de empolgação e partir para a razão. Não achar que as pessoas são obrigadas a olhar para a ideia com o mesmo entusiasmo. Às vezes, quando os amigos fazem o papel do advogado do diabo é muito bom. E é isso que preciso também.

Agora estou aqui, com o Word aberto, tentando transformar pensamentos em palavras e só consigo pensar em: no restaurante vietnamita que marido e eu vamos conhecer amanhã.

Tipo, minha filha, assim não dá, né? Povo vai continuar sem te entender.

Eu não tenho conserto.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Uma visita diferente

Recebi visita de amigos do Brasil. Estavam em Paris e vieram passar quatro dias em Berlin. Não sei se foi por minha causa, ou por conta da cidade mesmo, mas eles saíram daqui apaixonados e querem voltar para ficar mais tempo.

Foi uma visita muito boa, pessoas simples que apreciam pequenas coisas e que me fizeram ver Berlin de um jeito que, ou eu já tinha esquecido ou nunca tinha percebido. Foi um exercício muito legal para mim.

Exemplo: o casal ficar besta e meio perdido na área de papelaria de uma loja de departamentos (não vou fazer propaganda) e não conseguir decidir qual canetas comprar. Casal ficar UM HORA nesse setor escolhendo TRÊS canetas. E eu achar a coisa mais fofa do mundo uma pessoa conseguir ficar deslumbrada com marcas alemãs de canetas que eu nem sabia que existiam. E o deslumbramento não tem nada a ver com o fato de serem "matutos". Era alegria mesmo. Pareciam crianças. Olhos brilhando e sorriso no rosto.

Eu me senti leve ao lado deles. Como dá pra ser feliz com pouca coisa, né?

P.S. Esse foi um dos motivos do meu sumiço essa semana. O outro motivo conto num próximo post.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Fim de ano no Brandenburger Tor

Foi a primeira vez em quase 4 anos de Berlin que fomos passar a virada do ano no Brandenburger Tor. Segundo os organizadores, a maior festa da virada na Europa. 2 milhões de pessoas eram aguardadas. Ok...
Fonte: visitberlin.de
Chegamos às 20h. A avenida toda enfeitada e iluminada, cheia de barracas, mas parecia uma quermesse. Antes do palco principal, passamos por mais dois palcos menores. O som de qualidade, a música duvidosa. Muito "Schlager", a música brega alemã. Sim, senhoras e senhores, aqui também tem isso.

Nunca vi tanto brasileiro numa festa "não-brasileira" junto. Pra todo canto que eu olhava, eu via ou escutava meus conterrâneos. Se você, leitor ou leitora, esteve por lá, sinta-se abraçado!

Não estava tão frio. Sério. Só depois de duas horas em pé e sem se mexer muito é que você começa a congelar. Hehehehe

Antes de congelarmos, decidimos ir pra casa de uma amiga que nos acompanhava. Para nós, estava sem graça, apesar de estar muito bonito e iluminado.

E o sacrifício que foi para achar uma saída às 22h30? Eles cercam a região do Tiergarten (o parque), claro, para o povo não se espalhar, nem estragar o parque e eles poderem controlar mais a multidão. Mas, se você quer ir embora mais cedo, tem que nadar contra a correnteza. Flórida.

Chegamos no apartamento da amiga faltando UM minuto para a meia-noite. Sorte que ela mora numa cobertura (ou algo assim). Subimos para o "telhado" e acompanhamos quase meia hora de fogos em todos os lados e direções possíveis de Berlin. Foi tanto que, em determinado momento, já não conseguíamos mais enxergar alguns prédios por conta da fumaça no ar. As ruas de Berlin ficam cheias de pessoas e fogos e bombas e policiais e... gente! Parece uma guerra civil!

Os últimos segundos de 2013 e os primeiros minutos de 2014 foram olhando pro céu, contemplando os fogos de artifício e desejando profundamente que meus sonhos sejam realizados.

Que assim seja!
Fonte: www.berliner-zeitung.de

sábado, 21 de dezembro de 2013

Quando a criança é o marido

Aviso a marido que vou sair com uma amiga.
- Vocês vão aonde?
- Naquele italiano que te falei, lembra?
- Aquele? Mas, eu queria ir lá pra conhecer com você.
- Ahhh, mas eu mostrei para essa amiga primeiro.

Aí ele olha para mim com a cara mais fofa possível:
- Você deixa eu ir? Afinal, é Natal!

Sabe aquele argumento que criança usa para ganhar presente? Pois...

Eu disse que perguntaria à minha amiga. Escrevi pra ela:
- Se ele não puder ir, sem problemas. Eu digo a ele que ele não se comportou bem durante o ano e por isso vai ficar em casa.

E ela:
- Diga a ele que ele pode ir. Que ele tem um incentivo para se comportar melhor no ano seguinte.

Eu tenho um marido fofo e uma amiga que entra na brincadeira. :)

sábado, 14 de dezembro de 2013

Das desvantagens e suas soluções alternativas

Chega o final do ano e a saudade aperta. Natal na cidade dos meus pais é muito mais legal! A família toda reunida, primos, tios, agregados, cachorros, papagaios, piriquitos e aquela farra. O pessoal que já mudou de estado viaja pra lá, nem que seja pra passar só a noite de Natal. Fazem a festa e vão embora.

Eu adorava, não perdia uma. E as fotos mais palhaças eram minhas e de um tio igualmente palhaço. Os anos que passei Natal aqui na Alemanha foram sem graça. Ano passado, para eu me sentir um pouco mais perto, ligava pra lá o tempo todo e meu irmão, que mora em SP, mas estava na Bahia com a família, deixava a webcam ligada e eu me sentia lá, na sala, fazendo parte.

Depois do São João, essa é a época do ano em que eu sinto mais falta de estar com a minha família. Dessa vez, adicionando o fato de que eu tenho um sobrinho que ainda não conheço pessoalmente. Dói vê-lo crescendo, aprendendo a falar meu nome, sem eu nunca tê-lo pego no colo. Um ano e meio já, daqui a pouco casa. rsrs

Mas, aí, esse ano eu resolvi que meu Natal não seria apenas quatro pessoas jantando, trocando presentes e indo dormir. Eu decidi que eu ia ter minha família por perto, do jeito que fosse possível. Aí, chamei pessoas que também estariam sozinhas na noite de 24 e faremos um Natal à brasileira. E o melhor de tudo é que outras pessoas também aderiram espontaneamente. Será uma noite internacional, cheia de comida, música, brincadeiras e alegria.

Nesse dia, meu coração estará mais quente e eu terei a certeza que o de outras pessoas também.

E as melhores fotos serão as minhas! Rá!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Uma questão de território

Lembram desse colega de Tandem? Então. Eu gosto dele. Eu dei uma sorte danada por ter encontrado pessoas legais para fazer tandem (encontros em que aprimoramos as línguas. Eu, alemão. Ele, português). São pessoas queridas que quero manter como amigos. Mas, né? Não era sobre isso especificamente que eu queria falar.

Tempos atrás, encontrei-me com esse colega e ele me disse que tinha uma coisa para me contar. Eu, toda apreensiva, achei que fosse algo sério. Ele, sem graça:

- Estou me encontrando com outra brasileira para fazer tandem.
Eu:
- O quê!?!?!?! Você está me traindo??? - e a cara de espanto estampada.
- Eu sabia! Eu estava em casa, pensando num jeito de te contar, sem que você reagisse assim.

E caímos os dois na gargalhada.

Porque é assim, eu não sou uma pessoa ciumenta. Não mesmo. Eu só gosto de marcar território. Eu vi primeiro, é meu! :)

Não sou muito fã em dividir amigos. A não ser que estejam todos num círculo e uns sejam amigos dos outros. Dividir com um estranho, não! Humpf!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Histórias de uma festa - Parte final

O amigo que deu a festa é amigo de marido desde o ginásio. Eles se conhecem há mais de 40 anos (abafa). Esse amigo tem quatro irmãs. A mais velha foi pra Namíbia, lembram? As duas mais novas conheci também, mas foram conversas rápidas. A segunda do meio sentou à mesma mesa e ficamos conversando a festa toda. Super simpática, pastora, mãe de duas filhas, casada com um holandês.

Uma das filhas, inclusive, fala português e teria ficado muito feliz em ter me conhecido, segundo a mãe, se o carro dela não tivesse quebrado no meio do caminho e ela ficasse sem poder ir à festa. Ela estava vindo da Holanda, aonde estuda.

No meio de um papo, a filha mais velha senta conosco e a mãe nos apresenta, e a filha, sem nem pensar, pergunta apontando para marido:

- Era por ele que você era apaixonada na infância???

A mulher deu um pulo na cadeira, ficou vermelha, roxa, lilás, azul e gritava:

- Oh meu Deus! Oh meu Deus! Que vergonha!

Marido, obviamente, vermelho também. Eu na maior gargalhada, achando o máximo a mulher estar envergonhada por conta de um amor de juventude. Que, segundo eles, nunca foi correspondido porque ela era menor e ele tinha namorada. E ainda vem me pedir desculpas.

Mas, gente, e eu lá vou me incomodar por uma coisa que aconteceu quando eu nem era nascida ainda? hahahahahahaha

domingo, 10 de novembro de 2013

Histórias de uma festa - Parte 2

Ainda na festa de bodas de prata de amigos...

Fomos apresentados à vizinha do casal, que bem poderia ser parente da Donatella Versace (o mal é a língua!). Foi uma apresentação bem rápida, porque era muita gente para conhecer, reencontrar e fazer small talk.

A festa foi num salão de festas não muito grande, mas apropriado para a quantidade de pessoas e para a programação. Tempo passou e fui ao banheiro. Quem eu encontro lá? Essa vizinha, que puxa papo comigo toda simpática:

- Ai, será que você teria um pente?
- Infelizmente, não.
- Que pergunta boba a minha. Claro que você não precisa de pente. O jeito é pentear o meu com os dedos mesmo...
- Cabelo curto é mais prático. - digo.
- Ah, mas se eu tivesse esse tipo de cabelo e esse rosto que você tem, eu também usaria o cabelo assim. - E saiu sorrindo.

Posso dizer que deu vontade de abraçar a mulher? 

Apidêiti: Atendendo a pedidos, fotos!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Histórias de uma festa - Parte 1

Semanas atrás, fomos marido e eu para a festa de um casal de amigos em uma cidade perto de Hamburgo. Eles comemoravam suas bodas de prata. Foi uma festa chic. Marido aproveitou a festa para reencontrar velhos amigos, amigos da época da escola, vejam só.

Num desses encontros, a irmã mais velha do amigo de marido contava para a gente da sua última viagem de férias para a Namíbia. Perguntamos se ela gostou. Se arrependimento matasse...

Ela:
- Ah, os negros ficavam lá, nos empurrando coisas para comprar. Os negros isso, os negros aquilo... Um dia, teve um acidente e nós passamos de carro por ele, uma amiga que estava conosco, que é enfermeira, parou para ajudar. Mas, já tinham muitos negros lá e a gente não tinha muito o que fazer. Nós seguimos viagem e no posto mais próximo, avisamos do acidente.

Ela contava e eu passava mal. Primeiro, que ela não precisava usar a palavra "negro" para definir os moradores do país. Por que ela não falava "pessoas", por exemplo? Segundo, ela estava como "estrangeira" lá, um pouquinho mais de respeito seria esperado. Terceiro, ela estava falando com uma brasileira. O que ela achou que eu fosse pensar?

Como era uma festa e eu não estava a fim de criar climão, simplesmente ignorei-a o resto do dia. Quem quer contato com esse tipo de pessoa? Eu mesmo não!

Pena dela, que ainda define o mundo em cores.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Rapidinhas

- Aquele momento em que você não sabe o que é concentração, mas precisa muito dela. Vários dias assim. Quem aguenta?
- Feliz que nem pinto no lixo: identificar um par de brincos dentre os que você tem e nunca mais tinha arriscado a usar que não inflama sua orelha. Sendo "mocinha" de novo.
- Quebrar a unha bem no meio, daquela forma que não tem conserto, só dor mesmo, no momento de ir para uma festa e o único curativo à mão é um gigante e nada chamativo.
- Seu pai fazer aniversário de 60 anos, enquanto o de casamento é 34. Duas semanas depois é a vez da sua mãe, 58 e você, mais uma vez, não está por lá pra abraçá-los. Nessas horas, a saudade aberta.
- Fazer uma entrevista toda em inglês, mais de uma hora falando e terminar se sentindo a última bala do pacote, mesmo sabendo que falou um monte de coisa errada. Falei, né? Isso que importa.
- Ter amiga mostrando Berlin pro povo com estilo. Na verdade, duas. A Bela Isa também.
- Não conseguir dormir antes de marido vir para a cama. Porque está frio e ele é meu cobertor de orelha, como diria a senhora minha mãe.
- Estar desejando um bolo de cenoura, daquele brasileiro, e ainda não ter feito por não ter liquidificador em casa. Pode isso, Arnaldo? Comprarei um. Prometo. E farei o bolo também, ora bolinhas.
- Árvores mudando de cor e eu achando tudo lindo. Como sempre. :)
- E só!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Histórias de banheiro (oi?)

Caso 01:
Durante as minhas viagens, já reparei que sempre encontro brasileiros nos trens/vôos/ônibus em que estou. Nessa última viagem não foi diferente. Estava no banheiro do aeroporto quando entram duas brasileiras. Cada uma em sua cabine,  uma grita pra outra bem alto (gritar alto já é redundante o suficiente, né?):
- Olha! A descarga é automática!
Dica: quer comentar, comente. Mas, de pé de ouvido, você nunca sabe se terá um espião por perto. =D

Caso 02:
Num café em Amsterdam, com as "minas", na porta do banheiro do local esperando que ficasse vazio, porque só tinha um. Chega um cara e fala em inglês com a gente:
- Vocês podem usar o banheiro masculino. Aqui na Holanda não nos importamos com isso.
- Está limpo?
- Sim.
- Então, eu vou.
E lá foi a Line usar o banheiro masculino. Ela, viu? Eu, não. hahahahaha

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Um final de semana dutch

Um final de semana prolongado, diga-se.

Então que, como vocês sabem, eu sou uma pessoa muito ousada e se você me convidar um dia para ir na sua casa, cuidado, eu irei!

Não foi diferente com a Line. Há tempos ela comentava para ir visitá-la, há tempos eu dizia que queria ir e enrolava. Até que um dia, mandei email pra ela e pedi que escolhesse um final de semana que ela tivesse tempo para mim. E nesse "impulso", fui parar na casa da Brisa. Porque, é óbvio, que a casa não pertence à Line e seu marido. A cachorrinha é sucesso garantido.

Eu teria uma porrada de histórias para contar dos dias que passei lá. Mas, vou ficar com algumas curtinhas:
- primeira noite, jantando na casa dela, comendo uma melancia docinha de sobremesa, depois de duas taças de vinho, arrumei um jeito "adorável" de descobrir que a Brisa adora frutas. Não entendi meu estado de bebedeira até agora para ter conseguido fazer com que a melancia saltasse da minha mão e se espatifasse no chão. Dizem as más línguas que tem fantasma naquela casa, só pode.
- Amsterdam foi o máximo, se levarmos em conta que passamos mais tempo sentadas batendo papo num museu do que vendo as próprias obras. Até que a Si levanta e grita: "gente, o museu vai fechar!" Muitas gargalhadas, muitas histórias, inclusive daquelas que se conta para os netinhos. (Si, eu sei o que você fez no verão passado! hahaha) Além de chuva.
- Mulher na estação de trem me deixa comprar um ticket que não será impresso sem me avisar, porque ela queria ter a certeza de que a máquina estava quebrada mesmo. Eu não queria estar no lugar dela, quando Line disse poucas e boas. Mulé burra da peste!
- De todas que eu queria encontrar, inclusive a Beth, ficou faltando a Eliana. Do jeito que eu me conheço, capaz de bater na porta dela de surpresa um dia desses. Pois, me aguarde, mocinha.

Foram dias ótimos, conversas maravilhosas e momentos que guardarei na memória.

Ainda mais que as meninas, além de lindas, são suuuuper fofas! Brisa inclusa.

sábado, 7 de setembro de 2013

Pão e sal

É muito provável que eu não tenha contado essa história aqui, porque eu não me lembro e porque eu já procurei nos arquivos e não achei. Então, lá vai:

Quando nos mudamos pra cá, nos idos de janeiro de 2010 e entramos no nosso apartamento, uma das primeiras visitas que recebemos foi a de cunhado. De presente de "boas vindas", ele nos deu pão e sal.

Aí vocês pensam: "What!? Que presente mais doido! O que se faz com pão e sal?" Mas, nãooooo. Explico:

Provavelmente não só na Alemanha, como em outros países europeus (estou chutando pra ver se faço gol), essa tradição existe: quando se visita alguém que acabou de casar ou de se mudar para uma casa nova, costuma-se levar pão e sal. Eu digo "costuma-se", porque meu cunhado foi o único que fez isso conosco e nunca vi em outras ocasiões acontecendo também. Devo ressaltar que cunhado também é um cara conservador? Pois é.

E o que significa ganhar pão e sal? Significa desejar, para as pessoas que recebem, prosperidade e fartura. Legal, né?

Agora, porque será que estou contando essa história mais de três anos depois?

Simples. Porque resolvi ir ali entregar a minha porção de prosperidade e fartura pra essa mocinha aqui e seu marido. Sejam bem vindos na Batatolândia!

Seré que eu alemanizei? :)

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Ramadã e a Tapioca

Na sexta-feira, convidei ladies para a minha casa, três brasileiras e uma alemã. A promessa era que seria uma tarde de chá e café, que foram devidamente substituídos por champagne e suco porque estava calor e tapioca (que na Bahia, chama-se beiju também). Dondocas!

Fofa 1 e Fofa 2 (eu só conheço gente fofa, tá?) chegaram quase que ao mesmo instante e fomos para a cozinha preparar as tapiocas. Quer dizer, a Fofa 1 foi, porque cozinha e Eve não combinam. Olhem o nível da exploração da amizade.

Prepara a massa, coloca a panela no fogão, acende o fogo e...
"Esse fogo está muito fraquinho, não?"
"É......"
"Gente, eu acho que estamos sem gás!!!" (meu fogão é a gás)

E meu mundo caiu! A gente estava sem gás pra fazer as benditas e desejadas tapiocas!! Eu estava sendenta de vontade! Só tinha tomado café da manhã para aproveitar e, de repente, descubro que não tinha gás!

Famintas, depois que as outras chegaram, atacamos os biscoitinhos que tínhamos e ficamos de bate-papo. Até que eu lembrei de uma máquina de fazer Waffles que temos. Foi o que salvou a tarde. Máquina na tomada, massa sendo preparada e a gente disfarçando a frustração de não termos as tapiocas pra comer.

Mas, Eve, o que tem o Ramadã a ver com tudo isso?? Explico:

Toca a campanhia. Era a vizinha do meu andar perguntando se também estávamos sem gás. Disse que sim. Ela fala: "Minha mãe convidou a família e agora não tem como cozinhar." Eu: "E eu convidei amigas e estou com o mesmo problema!". Rimos. Ela pergunta se tinha como entrar em contato com a empresa. Desço pra pegar o número que fica no mural do prédio. Volto e ela já está ligando e me avisa que eles iam demorar mais um pouco para reestabelecer a ordem. O que não foi novidade pra mim. Essas coisas, quando acontecem, demoram horas apenas.

Volto para as "minhas" meninas, eram 17h por aí, me dou conta que é Ramadã, período em que os muçulmanos jejuam durante o dia e só podem comer com o pôr do sol. Aí bateu o desespero: gente, eles ficam o dia todo sem comer, as famílias se reúnem à noite nas casas pra "bater aquele prato" e estão sem gás? Tadinhos...

Por sorte, às 18h, quando fui conferir novamente, o gás já estava de volta aos devidos canos do prédio. Nós ficamos sem as tapiocas, mas a vizinha libanesa aposto que fez a festa dela.

Da próxima, antes de fazer essas promessas, compro um fogão elétrico!