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domingo, 27 de julho de 2014

Não sumi, só estava por aí! - Parte 01

Passei as últimas duas semanas viajando, de férias. Sabe como é, marido professor, tem que aproveitar as férias escolares...

Fomos assistir à final da Copa na cidade aonde a minha cunhada mora, com o resto da família alemã. Ficamos lá 3 dias. Não vou dizer que foi aquela animação digna de uma família brasileira e baiana como a minha, mas foi legal. hehehehe

Depois voltamos para casa, arrumamos as malas e colocamos os pés na estrada. E, olha, foi mara!

Em um pouco mais de uma semana, passamos por 4 países. De novo, escolhemos o leste europeu. Por dois motivos: sou fascinada por esse lado não muito "mainstream" e é mais barato. Eu ainda não estou ganhando rios de dinheiro, então, temos que economizar nas gotinhas. :)

Primeira parada foi Varsóvia. Gente, que cidade gostosa de se ficar. Parte antiga linda, parte moderna muito arrumada, limpa e os poloneses também são uns fofos. Mulher bonita para carambra, chiques, finas, magras, jovens e ahh, lindas. Fiquei apaixonada. Pela cidade, tá?

Ficamos lá 3 noites. Depois seguimos viagem para Cracóvia, também na Polônia, aonde ficamos 2 dias. Quem já esteve em Praga, vai gostar muito dessa cidade. Tem quase os mesmos elementos. Mas, o castelo de Praga é muito mais bonito. :)
Aproveitamos que estávamos lá e visitamos Auschwitz, um dos campos de extermínio usado pelos nazista na segunda guerra mundial. Não aguentei ver tudo. Entrei no museu, quando vi os pertences das vítimas, suas história, arriei e saí...
Em outro texto conto mais sobre o resto da viagem, se não fica muita informação de uma vez só. Mas, eu recomendo muuuitttoooo visitar essas cidades. São lindas e, assim como Berlin, têm muita história. Vale à pena!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Mundo pequeno

Lembra desse texto, em que o menininho fofo paralisou por saber que tinha uma brasileira ao lado? Pois. Dessa vez, fui eu quem paralisou.

Estava num café com o colega do tandem (ele querendo aprender português e eu, melhorando o inglês). Conversa vai, conversa vem, um cara sentado no canto, com o laptop aberto e parecendo estar trabalhando, fala:

- Olha, se você ensinar errado eu vou perceber, viu?

Lógico que ele falou em português. Lógico que eu tomei um susto.

- Ah, porque você falou isso? Agora eu fiquei com vergonha.

E me encolhi toda na cadeira, me escondendo atrás do meu lenço. Parecia uma criança.

Ele:

- Imagina, estava só brincando. De onde você é?
- Bahia. E você?
- São Paulo.

Pronto, ficamos por aí e eu tentei me concentrar no português sem me preocupar em estar falando besteira.

Cuidado! Pode ter um brasileiro agora, aí do seu lado! :)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Tem gente que não colabora

Estava no quarto lendo à noite, quando escuto a campanhia da porta tocar. Dois minutos depois, entra marido no quarto e diz que, aparentemente, tinha um apartamento pegando fogo no prédio.

Vizinho de cima veio bater na nossa porta para avisar e saber se não era o nosso. Saí no corredor e tinha uma fumaça escura e fedorenta acumulada. Vizinho fofo já tinha batido em todos os apartamentos para saber se era em algum e não era. Só que havia dois apartamentos fechados e ficamos imaginando que pudesse ser neles. Um dos apartamentos era o do vizinho do nosso andar.

Resolvemos chamar os bombeiros. Aí, né, para uma suspeita de incêndio chegam, fechando a rua: três carros de bombeiros, uma ambulância e dois carros da polícia. Berlin, minha gente.

Bombeiros fizeram a mesma coisa: passaram em cada apartamento e perguntaram se estava tudo ok. Só que tinha esses dois fechados, né? A fumaça, nesse meio tempo, já tinha se disperçado. A gente acreditava que alguém deixou a comida queimar no fogo e agora era o gás que estava escapando.

Bombeiros desesperados para saber o que estava acontecendo, tiveram que arrombar as portas dos dois apartamentos fechados.

Coisas que aprendi com isso:
- Posso ficar tranquila em fechar a porta do meu apartamento e sair pra viajar. O trabalho que deu para eles conseguirem abrir a porta não está no gibi. Foi necessário desmanchar a fechadura. Além de ter feito muito barulho.
- Bombeiros não são sempre lindos e maravilhosos.
- Mas, são super bem humorados. Depois que eles abriram o apartamento do meu vizinho e viram que não era lá, eles chamaram o policial e o chefe da ação disse rindo: "Aí ó, arrombamos e agora o trabalho é de vocês, se vira aí.".
- A polícia colocou fechaduras novas e as chaves tinham que ser recolhidas pelo morador na delegacia.
- Tem gente que acha que paga a conta caso os bombeiros sejam chamados. Porque só isso justifica, segundo o chefe, o fidamãe do vizinho do segundo andar não ter admitido que o problema tinha sido na casa dele.

Se ele tivesse dito logo, os bombeiros não teriam tido trabalho nenhum, nem o nosso vizinho passaria pelo estresse de encontrar, à noite, seu apartamento arrombado e ainda ter que ir à delegacia.

Aliás, nem teria sido necessário chamar os bombeiros, se o cara do segundo andar tivesse dito logo pro nosso vizinho que estava tudo sob controle, que tinha sido só uma bendita panela.

Tem gente que eu não sei não, viu?

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Uma chuva de fofura

Tava lá sentadinha no trem, esperando chegar ao meu destino, quando entra um rapaz e um menininho de uns 3 anos com essas bicicletas de criança sem pedal. Sabem como é? Pois. Eles estavam conversando em português e sentaram bem ao meu lado.

O pai colocou a bicleta encostada e o menino: "mas, não esquece ela, tá?" e, conversa vai, conversa vem, o pai começa a explicar o porquê deles estarem sentados lá, que era a área para bicicletas do trem e por aí... Achei super fofo o jeito como o pai conversava com o filho. Mas, fofo ainda foi o menino perguntando a cada estação se já podia descer, porque ele estava doido para brincar com sua "bicicletinha". Nessa hora, não aguentei. Olhei para o menino e disse:

- Estou achando o seu sotaque tão bonitinho...
O pai:
- Olha, filho, uma brasileira bem do nosso lado!
O menino:
- ...

Ele paralisou. Juro para vocês. Ele se assustou tanto em ter alguém falando em português com ele que ele não sabia como reagir. Eu não tive outro opção a não ser rir e achá-lo ainda mais fofo.

Perguntei o nome dele, aí ele respondeu. Disse que era um nome lindo, e era mesmo.

Conversei um pouco com o pai e descobri que o sotaque era uma mistura do mineiro com o goiano e que eles estavam indo comprar massa para pão de queijo. Eles desceram primeiro que eu, e o menino:

- Mas, ela não vai descer junto?
O pai:
- Não, filho, ela vai seguir viagem.
- Por quê?
- Porque ela vai para outro lugar.
- Ah, mas eu quero que ela venha juntoooooo....

E se foram.
Eu fiquei com um sorriso no rosto o dia todo. Quanta fofura!

sábado, 12 de abril de 2014

Indo muito rápido. Que bom!

As últimas semanas têm sido muito intensas. Novidade atrás de novidade.

Fui a um evento aqui no bairro no "dia da mulher" e de lá para cá muita coisa aconteceu. Conheci pessoas super legais e comecei um trabalho voluntário numa ONG. Só que o que seria voluntário, pode crescer para outras direções. Porque eu sou da área, porque eu terminei um curso que vai ajudar e porque eu decidi que serei senhora do meu destino.

Não espero mais aquele emprego dos sonhos. Vou lá criar o meu. Vou fazer o que quero.

E aí, que desde que tomei essa decisão que as coisas acontecem. Muito rápido. Marido diz que é o momento certo, a hora certa. Eu também tenho essa impressão. É como se o universo, as estrelas e os planetas estivessem alinhados para que, depois de tanta espera, a minha vida começasse a entrar nos eixos.

Está sendo tudo muito dinâmico. Estou tirando o pó da minha cabeça e estou me divertindo muito.

O melhor de tudo é aquela sensação que se tem de desenvolver projetos para o bem, de trabalhar por convicção e de poder interagir com as pessoas. Aí, em meio a tantos pensamentos e acontecimentos, entro no FB e leio a seguinte frase:

"Empower yourself and realise the importance of contributing to the world by living your talent. Work on what you love. You are responsible for the talent that has been entrusted to you." Catharina Bruns

Faz sentido!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Na oficina...

Levei minha magrela na terça-feira para uma oficina pertinho aqui de casa, que faz parte de um projeto social (vou falar mais sobre isso depois).

Marido tinha me dito que eu contasse com um custo de 50 euros, no mínimo, porque, além da mão de obra, claro, tinha que trocar as câmaras de ar, a borracha dos freios, lubrificar etc etc etc.

Quando eu cheguei pra deixar a bicicleta, umas 10h15, o cara fala: "Ah, é só para encher o pneu?" e eu: "Não, ela ficou dois anos num porão..." e ele: "Ahhhhh, já sei o que tenho que fazer. Passa aqui às 14h que vai estar pronta."

Às 14h tinha outro compromisso e não podia buscar, busquei no dia seguinte. Aí encontro a "bichinha" lá fora sorrindo pra mim querendo ser usada. Ele tinha trocado até o farol que estava queimado.

Pergunto quanto é e ele:
- Se você tiver, me dá aí 5 euros.

Olhei pra ele com a cara mais assustada do mundo:
- O quê!?!?! 5 euros?

Eu acho que ele pensou que eu não ia pagar... hahahaha

Um cara que estava próximo da gente falou:
- Se você cobrasse 15 ela pagava sem nem reclamar.

E ele:
- Ah, mas esse dinheiro é pro caixinha da Ong.

Pois, paguei os 5 euros e segui pedalando pra casa.

No próximo problema com a bicicleta, já sei exatamente para onde correrei. :)

terça-feira, 25 de março de 2014

Se ficar o bicho pega?

Estava eu, linda, galega (Rosa!!!) e serelepe, voltando para casa quando vi uma bicicleta caída. Ela estava acorrentada num poste, parte dela estava no passeio, outra parte no meio da rua. Por isso, resolvi parar para erguer a bicicleta antes que algum carro passasse por cima, ou desviasse/freasse e causasse um acidente.

Quando estava lá erguendo a bicicleta, para um carro da polícia bem ao meu lado.

No primeiro segundo pensei: Coooorrrreeeeee, §$#%&'§#!!!!
No segundo: Bota mão na cabeça, chama por Deus e diz "Moço, eu não queria roubar, eu juro!"
Mas aí, no terceiro segundo, o policial abaixa o vidro e diz sorrindo: "Obrigado. Eu já queria fazer isso."

Bom, eu não tive mais nenhuma outra reação a não ser sorrir um sorriso bem amarelo (esqueci até que sabia falar com o susto, o que me faz pensar que a opção dois não daria certo) e segui meu caminho.

Depois foi que a ficha caiu com a gentileza do moço de uniforme. Que diferença. Imagina que em outros lugares, pessoa sai para comprar pão e morre arrastada por um camburão, né?

sábado, 15 de março de 2014

Seis meses e um pouquinho de cara de pau

Estava passeando com um brasileiro (Oi Luiz!), conversando em português, claro, quando fomos abordados por um cara:
- Vocês falam português? (em português, daaahhnnn
- Sim.
- Toma aqui. Dia 22 vai ter uma festa com ritmos angolanos no lugar tal, se vocês estiverem interessados...
E eu que não perco a oportunidade:
- Você é alemão?
- Sou.
- Aonde aprendeu português assim tão bem? Na Angola?
- Não, no Brasil.
- Aonde?
- Rio de Janeiro.
- Quanto tempo ficou lá?
- Seis meses.
- Aposto que aprendeu o português que você sabe nesses seis meses que ficou lá, né?
- Ah não, fiz dois meses de curso antes.
- Você está de sacanagem, né? Eu estou aqui há quatro anos e ainda não parei de aprender alemão...
- Ahhh, mas alemão é mais difícil.
- Não vem, não, que português é difícil também.
- ... (Acho que ele ficou com medo de eu bater nele nessa hora)

E aí tínhamos 3 sotaques juntos: o paulista, a baiana e o carioca fajuto...

Seis meses, cara... que depressão...

quinta-feira, 6 de março de 2014

Igualzinho

Estava eu, loira, linda e serelepe, querendo atravesssar uma rua. Enquanto esperava que o sinal ficasse verde para pedestres, as pessoas foram se aglomerando ao meu redor. Do meu lado, um casal de idosos.

O sinal estava demorando a abrir, e antes que isso acontecesse, uma menina com fones nos ouvidos atravessou a rua. Segundos depois, ficou verde.

Ao atravessarmos, o idoso falou para a mulher:
- Aí ó, atravessa a rua no sinal vermelho e ainda com fones de ouvido. Depois morre e não sabe porque foi.

Eu juro que eu me segurei para não cair na gargalhada, porque eu uso essa mesma expressão. Ás vezes, só para fazer piada mesmo: "Vai tomar suco de manga com leite? Olha, cuidado viu? Depois morre e não sabe porque foi." Expressão que eu repito por osmose né? Já que aprendi com minha mãe.

Será eu eu vou me tornar uma velha ranzinza? Ou já sou? hihihihi

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Da necessidade de uma constante autoafirmação

Eu posso!
Eu consigo!
Eu sou capaz!

Outro dia minha enteada veio me contar sobre um documentário que ela assistiu, em que um diretor de dança, no intervalo de cinco semanas, fez com que crianças de uma escola alemã aprendessem e apresentassem um difícil espetáculo de dança, com, entre outras coisas, o trabalho de autoafirmação. Mostrando e convencendo os alunos de que eles eram capazes.

Fiquei pensando em como nós, enquanto sociedade, duvidamos das capacidades dos outros e de nós mesmos. Quando um aluno de escola pública chega para um professor e conta querer estudar medicina. Talvez, a primeira reação do professor seja rir e dizer que o aluno deve tentar outro curso mais "fácil". Enquanto o que deveria acontecer mesmo era que ele dissesse: "é difícil sim, mas se você se esforçar um pouco mais, quem sabe você não consegue?"

É provável que ele não consiga. Mas, quem tem que decidir (ou experimentar) é a própria pessoa, não o outro. Não temos o direito de destruir sonhos. Devemos mostrar alternativas. Ou facilitar o caminho.

Decidir mudar de país também é um processo constante de autoafirmação. Ao invés de repetirmos o mantra de todo estudante de uma nova língua "nunca vou conseguir aprender essa língua difícil", poderíamos mudar o discurso para "eu vou aprender, mesmo que seja difícil".

No início, estamos perdidos, voltamos a ser a criança que tem que aprender a andar sozinho nas ruas novas, que não sabe falar, que não consegue decidir sozinho. A insegurança em pessoa. Com a diferença de que somos adultos e não temos mais a mente sem julgamentos e preconceitos de uma criança. Travamos. Nós, ao contrário, somos nossos maiores críticos. "O que será que essa pessoa está pensando de mim?", "Estou fazendo isso certo?", "Porque eu não consigo como o meu colega consegue?" Toda crítica nos derruba. Todo fracasso nos desanima.

Esquecemos que, para quem acabou de chegar, errar é uma forma de aprender. No fundo, não existe uma forma certa. Fracassos são experiências. Críticas podem ser descartadas ou trabalhadas. Aí, quando chegarmos aos 60 anos é que perceberemos que passamos uma vida inteira vivendo nos adequando, como achamos que os outros queriam que vivêssemos e resolvemos chutar o balde. Já ouvi de alguns que é nessa idade que a vida fica mais leve.

Precisamos mesmo esperar até os 60 anos?

Não foi à toa que eu escrevi esse texto aqui há mais de dois anos. Um outro problema da falta de ou pouca autoafirmação é estarmos mais preocupados com o que ainda não temos e duvidarmos da nossa capacidade de conseguir: o emprego dos sonhos, aquela viagem para a Grécia, a tese de mestrado, o artigo a ser publicado, o curso inacabado... E tudo aquilo que já conquistamos fica esquecido. Voltamos a questionar nossas capacidades. A autoafirmação (positiva*) é esquecida. É mais difícil? É. Pode demorar? Pode. No entanto, quem é que disse que é impossível? Eu não disse.

Pois, agora eu te desafio: faça esse exercício. Surpreenda-se!

*Positiva: porque não adianta usar a autoafirmação para se achar melhor que outros. Se é assim, alguma coisa está errada.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Acaso ou força do pensamento?

Num curso de redação que fiz no início do ano passado, conheci uma boliviana super simpática que tinha interesse em melhorar o português. Ela mora na Alemanha há 5 anos, eu acho.

Nós saímos uma vez, e uma segunda vez que tínhamos marcado, ela precisou desmarcar. De lá para cá nunca mais nos falamos.

Semana passada lembrei dela e pensei em escrever um email, convidando-a para sair. Pensamentos vão e vêm, né? Esqueci.

Eis que ontem estava indo para o centro de metrô e quem senta exatamente ao meu lado? A própria.

Eu fiquei olhando pra ela, sorrindo, esperando ela me notar, eu percebi que quanto mais eu olhava, mais incomodada ela ficava, até que decidiu olhar pra mim e deu um grito. Sou dessas.

Conversamos, trocamos rapidamente algumas novidades e prometi que ia mandar um email para ela. Já mandei, antes que perguntem. Dessa vez, eu não iria deixar o acaso passar despercebido.

Ou será que foi a força do meu pensamento?

Um Jedi eu sou.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A média que saiu torta

Pessoa está voltando pra casa e quer fazer uma média com o seu povo. Aí resolve passar numa padaria pra comprar torta.

Para (do verbo parar) na primeira, olha na vitrine e acha as tortas um pouco sem graça. Segue o caminho e entra na padaria seguinte. Tortas lindas, chamativas, de vários sabores. Escolhe uma de chocolate com laranja. Pede 3 pedaços. A moça começa a cortar os pedaços e arrumar para que pessoa pudesse pagar e levar.

Nessa padaria, as pessoas também podiam sentar para tomar café e comer bolo tranquilamente. Havia umas 12 pessoas. Enquanto a mocinha concluia o pacotinho, levanta uma mulher da sua cadeira e aponta para um canto:

- Ali! Ali! Ali!

As outras:
- O quê? O quê?

Ela, ainda apontando:
- Um rato! Bem ali embaixo daquela mesa.

E foi aquele rebuliço, vocês podem imaginar. Pessoa virou pra ver e não é que era um ratinho mesmo? Um camundongo de uns 5 centímetros, que com uma patada, um gato já faz a festa.

Nesse tempo, a vendedora:
- Mãe, tem um rato na loja!

A mãe, que estava na cozinha/sei lá, sai para ver e fala:
- Sim, e você quer que eu faça o quê?

Fim da picada. As mulheres se levantaram e eu fui para casa pensando: quem tanto escolhe, fica com pouco... Tinha eu que comprar numa padaria habitada por ratos??

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Olhares indiscretos

Saí pra jantar com marido. Fomos a um restaurante típico alemão, para chegar à conclusão que marido cozinha muito melhor e a comida dele é muito mais gostosa. : )

Sentamos em frente ao bar. Sabem como é? Pois. Tinha algumas pessoas esperando que as mesas ficassem vazias e outras só bebendo mesmo. Provavelmente, clientes já conhecidos do local. Até que eu percebo um senhor me olhando. Ele olhava, olhava... E eu olhava de volta e ficava me perguntando qualédemermo desse cara.

Aí, a cena mais patética que poderia acontecer comigo, claro, aconteceu. Por que, né? Eu sou a pessoa que atrai essas coisas, só pode.

Acompanhem comigo:
O senhor estava sentado no bar. Eu conseguia perceber que ele estava me olhando, porque pra olhar na minha direção, ele tinha que virar o corpo.
Determinado momento, a criatura pega um jornal e coloca em frente ao rosto. Sabe aquela coisa de espião em filme? Não era nem assim.
Interpretação zero. Porque ele continuava olhando pra mim. E para isso ele tinha que abaixar o jornal. Aí, como ele fazia? Abaixava o jornal como se fosse uma criança naquela brincadeira de "Cadê Fulano? Achou!"
Não posso esquecer do sorriso no rosto. Que nem era bem um sorriso, era sei lá o quê. Em alemão, eu chamaria de "Grinsen", mas também não chegava a tanto.
Falei pra marido. Marido olhou, percebeu e ficou encarando o senhor. Jacaré parou de olhar? Ele também não.
E a cena de abaixar o jornal se repetia. Eu querendo só comer em paz e conversar com marido.
Até que terminamos e resolvi causar um infarto no "véio". Marido segurou minha mão e eu:

- Quer saber? Me dá um beijo que esse cara vai cair da cadeira agora.

Tasquei um beijão no marido. E acho que o senhor só não escorregou pra debaixo da cadeira porque não tinha espaço.

Agora vê se pode? Eu, hein?

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Histórias de uma festa - Parte final

O amigo que deu a festa é amigo de marido desde o ginásio. Eles se conhecem há mais de 40 anos (abafa). Esse amigo tem quatro irmãs. A mais velha foi pra Namíbia, lembram? As duas mais novas conheci também, mas foram conversas rápidas. A segunda do meio sentou à mesma mesa e ficamos conversando a festa toda. Super simpática, pastora, mãe de duas filhas, casada com um holandês.

Uma das filhas, inclusive, fala português e teria ficado muito feliz em ter me conhecido, segundo a mãe, se o carro dela não tivesse quebrado no meio do caminho e ela ficasse sem poder ir à festa. Ela estava vindo da Holanda, aonde estuda.

No meio de um papo, a filha mais velha senta conosco e a mãe nos apresenta, e a filha, sem nem pensar, pergunta apontando para marido:

- Era por ele que você era apaixonada na infância???

A mulher deu um pulo na cadeira, ficou vermelha, roxa, lilás, azul e gritava:

- Oh meu Deus! Oh meu Deus! Que vergonha!

Marido, obviamente, vermelho também. Eu na maior gargalhada, achando o máximo a mulher estar envergonhada por conta de um amor de juventude. Que, segundo eles, nunca foi correspondido porque ela era menor e ele tinha namorada. E ainda vem me pedir desculpas.

Mas, gente, e eu lá vou me incomodar por uma coisa que aconteceu quando eu nem era nascida ainda? hahahahahahaha

domingo, 10 de novembro de 2013

Histórias de uma festa - Parte 2

Ainda na festa de bodas de prata de amigos...

Fomos apresentados à vizinha do casal, que bem poderia ser parente da Donatella Versace (o mal é a língua!). Foi uma apresentação bem rápida, porque era muita gente para conhecer, reencontrar e fazer small talk.

A festa foi num salão de festas não muito grande, mas apropriado para a quantidade de pessoas e para a programação. Tempo passou e fui ao banheiro. Quem eu encontro lá? Essa vizinha, que puxa papo comigo toda simpática:

- Ai, será que você teria um pente?
- Infelizmente, não.
- Que pergunta boba a minha. Claro que você não precisa de pente. O jeito é pentear o meu com os dedos mesmo...
- Cabelo curto é mais prático. - digo.
- Ah, mas se eu tivesse esse tipo de cabelo e esse rosto que você tem, eu também usaria o cabelo assim. - E saiu sorrindo.

Posso dizer que deu vontade de abraçar a mulher? 

Apidêiti: Atendendo a pedidos, fotos!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Histórias de uma festa - Parte 1

Semanas atrás, fomos marido e eu para a festa de um casal de amigos em uma cidade perto de Hamburgo. Eles comemoravam suas bodas de prata. Foi uma festa chic. Marido aproveitou a festa para reencontrar velhos amigos, amigos da época da escola, vejam só.

Num desses encontros, a irmã mais velha do amigo de marido contava para a gente da sua última viagem de férias para a Namíbia. Perguntamos se ela gostou. Se arrependimento matasse...

Ela:
- Ah, os negros ficavam lá, nos empurrando coisas para comprar. Os negros isso, os negros aquilo... Um dia, teve um acidente e nós passamos de carro por ele, uma amiga que estava conosco, que é enfermeira, parou para ajudar. Mas, já tinham muitos negros lá e a gente não tinha muito o que fazer. Nós seguimos viagem e no posto mais próximo, avisamos do acidente.

Ela contava e eu passava mal. Primeiro, que ela não precisava usar a palavra "negro" para definir os moradores do país. Por que ela não falava "pessoas", por exemplo? Segundo, ela estava como "estrangeira" lá, um pouquinho mais de respeito seria esperado. Terceiro, ela estava falando com uma brasileira. O que ela achou que eu fosse pensar?

Como era uma festa e eu não estava a fim de criar climão, simplesmente ignorei-a o resto do dia. Quem quer contato com esse tipo de pessoa? Eu mesmo não!

Pena dela, que ainda define o mundo em cores.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Modéstia à parte

Fui na Agá e Eme pra comprar um cinto e uma meia-calça. No meio do caminho, peguei duas blusinhas. Quatro peças, anotem aí.

Fui para o caixa. Menina do caixa tira os dispositivos de segurança, os cabides e passa as mercadorias. Eu percebi que ela só tinha passado três peças. Enquanto ela terminava o procedimento, eu pensava:

- Vixe, a moça esqueceu a blusinha.
- Ah, mas são só 4,95.
- Ih... e se eu passar pela porta e apitar? Vai ser um vexame.
- Será que eu vou dormir em paz sabendo que eu estou levando a blusinha de graça?
- Coitada da moça, e se penalizarem ela de alguma forma depois?
- Mas, são só 4,95.

Aí ela informa o valor das compras e eu entrego meu cartão. Pensamentos a mil.
- Moça, você cometeu um erro.
- Oi?
- Você só passou três peças, são quatro.
- Oh, foi mesmo! Obrigada por avisar.

Refaz a compra, olha pra colega e diz:
- Não é mais todo dia que encontramos pessoas honestas assim.

Eu saí de consciência leve. Melhor assim. Quem tem que dar satisfações para o meu travesseiro depois sou eu.

Chamem-me de besta. Nem ligo.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Nani deles

Desde que decidi cortar o meu cabelo curto, frequento um salão alemão, antes ia num turco do meu bairro.

Nesse salão, só pode ir com horário marcado que você faz pelo site deles ou por telefone. Eu, claro, prefiro fazer pelo site, porque telefone, ainda mais em alemão, não é muito a minha praia. Essa semana, o site estava com problemas e tive que ligar.

Quem me atendeu foi um rapaz e fez as perguntas rotineiras. Aí eu disse que queria que fosse com a Susanna, a cabelereira que sempre corta o meu cabelo.

Aí, ele fala:
- Com a nossa Nani?
Eu:
- Sim, com a Nani. - e dei uma risadinha.

Eu achei tão fofinho o jeito que ele disse "nossa Nani". Ainda mais porque eu a acho super fofa, tem cara de "Nani" mesmo.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Bons amigos, boas ideias!

Então que esse final de semana estive num casamento alemão. O primeiro em que vou. A sobrinha de marido casou oficialmente no início do ano e fez a cerimônia religiosa e a festa agora pra poder reunir todo mundo. Porque, claro, ela não podia só casar, ela tinha que convidar família e amigos para o fim de mundo aonde ela mora. Sete horas de carro daqui de Berlin, óia só e ainda na Alemanha.

À princípio, estávamos meio "assim-assim", achando que ia ser uma coisa brega, porque, segundo as más línguas, casamento alemão é meio chato e marido já conhecia outros de outros carnavais. Como eu nunca tinha ido em um, não poderia dizer nada.

Casamentos alemães são famosos pelas brincadeiras que fazem com os noivos ou que os noivos fazem com os convidados. Não tinham bricandeiras nesse, mas boas ideias.

Como a da árvore de desejos, que eu já conhecia, aonde você escreve desejos para os noivos e pendura numa árvore de verdade. Ou numa muda, no caso deles. Essa árvore deve crescer com eles, dentro de casa ou no jardim. E quando eu escrevo árvore, pense em um arbusto, uma palmeira ou coisa assim. Não pensem numa jaqueira ou numa castanheira, façam-me o favor. :)

Outra boa ideia foi o coração de gelo. Os noivos desejaram dinheiro. Aí, os amigos juntaram um monte de moedas e colocaram pra congelar em forma de um coração. Numa estrutura, penduraram o coração e colocaram velas embaixo, para que, no decorrer da festa, o coração fosse derretendo e as moedas caíssem num balde. Representando uma "constante prosperidade".

Mas, a mais legal na minha opinião foi a ideia dos cartões postais. Os amigos juntaram 52 cartões postais, escreveram o endereço do casal e marcaram em qual semana determinado cartão deveria ser mandado. Caberia aos convidados apenas colocar uma mensagem. Assim, no decorrer de um ano, uma vez por semana, o casal receberá um cartão postal com uma mensagem amiga que o fará lembrar de um dia especial em suas vidas. Espero que todos mandem. Eu, claro, peguei o meu.

A festa foi simples, com comida gostosa, um bom ambiente, para cerca de 100 pessoas. Saí de lá bem leve, com a certeza que quem tem amigos criativos e presentes assim, não precisa de muito mais coisas na vida.

Cheers!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Um final de semana dutch

Um final de semana prolongado, diga-se.

Então que, como vocês sabem, eu sou uma pessoa muito ousada e se você me convidar um dia para ir na sua casa, cuidado, eu irei!

Não foi diferente com a Line. Há tempos ela comentava para ir visitá-la, há tempos eu dizia que queria ir e enrolava. Até que um dia, mandei email pra ela e pedi que escolhesse um final de semana que ela tivesse tempo para mim. E nesse "impulso", fui parar na casa da Brisa. Porque, é óbvio, que a casa não pertence à Line e seu marido. A cachorrinha é sucesso garantido.

Eu teria uma porrada de histórias para contar dos dias que passei lá. Mas, vou ficar com algumas curtinhas:
- primeira noite, jantando na casa dela, comendo uma melancia docinha de sobremesa, depois de duas taças de vinho, arrumei um jeito "adorável" de descobrir que a Brisa adora frutas. Não entendi meu estado de bebedeira até agora para ter conseguido fazer com que a melancia saltasse da minha mão e se espatifasse no chão. Dizem as más línguas que tem fantasma naquela casa, só pode.
- Amsterdam foi o máximo, se levarmos em conta que passamos mais tempo sentadas batendo papo num museu do que vendo as próprias obras. Até que a Si levanta e grita: "gente, o museu vai fechar!" Muitas gargalhadas, muitas histórias, inclusive daquelas que se conta para os netinhos. (Si, eu sei o que você fez no verão passado! hahaha) Além de chuva.
- Mulher na estação de trem me deixa comprar um ticket que não será impresso sem me avisar, porque ela queria ter a certeza de que a máquina estava quebrada mesmo. Eu não queria estar no lugar dela, quando Line disse poucas e boas. Mulé burra da peste!
- De todas que eu queria encontrar, inclusive a Beth, ficou faltando a Eliana. Do jeito que eu me conheço, capaz de bater na porta dela de surpresa um dia desses. Pois, me aguarde, mocinha.

Foram dias ótimos, conversas maravilhosas e momentos que guardarei na memória.

Ainda mais que as meninas, além de lindas, são suuuuper fofas! Brisa inclusa.