quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ainda é diferente

Dias atrás, estava no metrô (estava demorando com mais casos de metrô, né?), em pé, quando entra uma alemã de meia idade, um menino no carrinho se esbaldando na maçã, acho que nem tinha dois anos ainda e uma menina de uns 5 ou 6 anos. O menininho era a coisa mais linda. Ela, como estava com o carrinho, ficou em pé ao lado da porta, a menina senta.

Ao meu lado, uns três pré-adolescentes sentados. Eles estavam conversando sobre sei lá o quê. Passa-se uma ou duas estações e a mulher fala para a menina que se preparasse que já iam descer.

Enquanto isso, os pré-adolescentes conversavam entre si, um cutucando o outro e dando risadinhas, quando o mais corajoso de todos se dirige à mulher:
- Desculpa...
- Pois não?
- Esse menino é seu filho?
Ela ri sem graça e responde:
- Sim, ele é meu filho. A menina também.

Saem do metrô.

O mais corajoso vira para os outros e diz:
- Viu? Eu disse.

E qual o mistério?
As crianças eram negras. A mulher, branca.

Estranho pra mim é que a pergunta tenha vindo de três "estrangeiros". Pois, os meninos tinham traços turcos/árabes. Chupa essa manga!

O que me faz pensar também em quantas vezes essas crianças terão que passar por essa pergunta na vida...

12 comentários:

  1. A história poderia ter se passado aqui no Brasil.
    Acontece muito mesmo. Minha mãe já foi questionada se era a minha babá, só pq eu era mais clara e ela negra.
    A curiosidade e o estranhamento do que seria fora do"normal" ainda é grande em qualquer lugar do mundo.
    As pessoas ainda cham que os filhos tem que vir da barriga e se por acaso, exista alguma diferença de raça, a curiosidade aumenta.

    bjs
    VeRônica

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  2. "O que me faz pensar também em quantas vezes essas crianças terão que passar por essa pergunta na vida... " passei por esse tipo de pergunta TANTAS e TANTAS vezes na minha infância... Quando saia apenas com a minha mãe, loiríssima e branquinha... Certa vez uma senhora chegou pra ela e disse: "ai.. que alma caridosa você eh! Adotou os 3 irmãozinhos!" (se referindo a mim e meus irmãos), dai minha mãe responder: "não, eu casei com um negro mesmo... ".

    E a mulher - o.O

    Como se ela tivesse dito: "casei com um ET de marte, canibal e gosmento"

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  3. Oi Eve! Infelizmente passa no Brasil, concordo com a Veronica J. Mais precisamnete em Curitiba, lembro claramente o dia, anos atras, mas espero que tenha mudado. Foi em Curitiba, uma cidade que particularmente adoro, mas presenciei uma cena chata no biarticulado sentido Agua Verde Centro, umas senhorinhas charmosas, entra uma familia, pais, avos, 3 filhos, todos negros. As senhorinhas, nada discretas, olhava aquela familia dos pes a cabeca, a principio achei que era devido ao sotaque deles, essa familia notou e ficou sem jeito, simplesmente parou de conversar entre eles a respeito do Biarticulado. Quando a familia saiu na parada do Estacao, uma senhorinha falou baixo "que cor mais escura, nunca vi negros tao escuros", baixei os olhos e nao acreditei no que havia acabado de escutar, muito triste. xxx

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  4. Antes de aulas de integracao social, as escolas deveriam ensinar genetica!!!!!!!!! Porque se as pessoas nem isso entendem, nao vao entender integracao nunca :(

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  5. Preconceito mesmo... mas isso não acontece somente com negros, com orientais tb... O mundo precisa aprender que o mundo está miscigenando cada vez mais.

    Kisu!

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  6. Achei bem interessante a história. Moro na Alemanha há quase 2 anos e já deu pra percerber um pouco do preconceito dos alemães em relação a estrangeiros (sem generalizações, por favor). Mas o mais engraçado é o quanto 'os estrangeiros' são preconceituosos. Já perdi a conta de quantas vezes vi pessoas estrangeiras fazerem esse tipo de questionamento. Certa vez, conheci um homem almeão numa festa e uma conhecida minha, vinda da Romênia, perguntou de onde ele era. Eu disse que era alemão, nascido na Alemanha, filho de alemães. Mas, por ele ser negro ela ainda emendou: "Nossa, nunca que eu pensaria que ele é alemão de verdade. Ele não é o típico alemão". E, assim como essa, já vi muitas outras histórias...

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  7. Aqui na Holanda também tem preconceito - de toda parte: tanto dos holandesess como dos imigrantes estrangeiros! Este tipo de pergunta (reação) é bastante comum...só que nem sempre é quesstão de genética como a Mel comentou aqui encima. As crianças são adotadas por pais holandeses. Muito comum ver casais holandeses com crianças negras, adotadas.

    Uma vez ou outra vejo uma mãe holandesa casada com africano com uma criança de pele morena (essas crianças geralmente são lindas). Nesse caso é genética mesmo. Enfim, pena que exista tanta discriminação aqui na Holanda, na Alemanha, no Brasil...e por toda parte.

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  8. Haa que raiva! Ainda passamos por esse tipo de coisa todos os dias, em todos os lugares. Difícil acreditar mas o pré conceito permanece implícito em todos nós por muito tempo =/

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  9. Preconceito existe por toda parte e não é só na cor da pele. É também em relação a sua cidadania, a sua estatura, ao seu peso, a sua religião, e assim vai...infelizmente o SER humano é preconceituoso por natureza! E até parece que nós brasileiros que moramos fora do País não sofremos preconceitos por sermos MULHER e BRASILEIRA. Já escutei tantas coisas sobre isto já.
    Eu vivo direto estes comentários, pois sou diferente da minha irmã apesar de ser filha natural do mesmo pai e mesma mãe. Hoje brincamos falando que eu sou adotada e acredite, as pessoas fazem cada cara. Ainda pedem desculpas. rsrsr
    E acho que ai deve entrar mais um preconceito: a aquele que é adotado.

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  10. Ai Eve quanto tempo, já voltou né?
    Faz tanto tempo que não tiro as teias do blog e ainda dizem que trabalho dignifica, o que isso quer dizer?
    Chato isso de fazer parte do lugar onde está/nasceu adquirindo os maus costumes do lugar sem pensar que isso tá errado, é entrar pela porta dos fundos e estrangeiros não notam isso.
    É o que mais vejo, gente que quer se integrar tentando ser como os locais em TUDO, sem perceber ou percebendo e batendo de ombros, que perpetuam problemas que tiveram seus pais, avôs.
    bj

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  11. Realmente é impressionante como o preconceito ainda é latente e isso se pode encontrar em todo lugar. Entre países, regiões dentro dos países e etnias. Um rótulo que se criam sobre os outros que são dos próprios de quem se cria. Porque vamos e convenhamos, distratar as pessoas é uma falta de educação das grandes, partindo geralmente de pessoas que não se amam e nunca vão se amar, enquanto tiverem nestas atitudes estúpidas. Eu acho é bem-feito quando encontra alguém que humilha passa a ser humilhado, só assim se acorda, nem que seja por alguns instante e passa a amadurecer.
    Bjs! Miry.

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