Da janela da minha casa
Da janela da minha casa eu via quase tudo
Carros e pessoas passando depressa pela rua
A vizinha distraída andando pela sala nua
Pássaros voando aos montes
Nuvens se perdendo na linha do horizonte
A lua, a chuva, o sol
Solitários fumando na sacada enrolados em lençol
Da janela da minha casa eu via quase tudo
E por muito tempo eu olhei
Tudo que aconteceu eu analisei
Esperava que algo viesse de fora a toda velocidade
Sonhava que esse algo traria junto a minha felicidade
Eu praticamente não dormia
E sonhava mais com este milagre a cada dia
Da janela da minha casa eu via quase tudo
Até que um dia eu a fechei
De tanto olhar para fora, cansei
Parei na frente do espelho e abri o olho devagar
Me assustei quando vi que tinha um estranho a me encarar
A tempos que ele forçava a esse duelo e eu sempre fugia
Mas algo tinha mudado e já não mais o temia
Da janela da minha casa eu via quase tudo
Mas me dei conta de que "quase" não é tudo e sai porta à fora
Sem dor, sem rumo, sem hora
Não sei quantos rostos diferentes já encarei
Não faço idéia de quantos caminhos eu já passei
Agora eu ando pelo mundo todo dia
E a cada passo crio meu próprio milagre com pitadas de alegria
(De Ricardo R. Um dos caras mais sensíveis da net. O artista.)
Depois dessa, dá licença que estou indo ali andar pelo mundo!
Lindo hein... quanta sensibilidade...
ResponderExcluirBeijos!
Lindo texto!
ResponderExcluirBeijos
Mas olha só!!! Quanta honra para mim!!!
ResponderExcluirFico muito feliz que tenha gostado da minha humilde poesia. Obrigado por ter publicado e muito obrigado pelos elogios!
Vamos andar pelo mundo, pois só a janela da alma é a que deve permanecer sempre aberta!
Beijão, guria!