sábado, 28 de novembro de 2009

O que eu queria ter escrito

Da janela da minha casa

Da janela da minha casa eu via quase tudo
Carros e pessoas passando depressa pela rua
A vizinha distraída andando pela sala nua
Pássaros voando aos montes
Nuvens se perdendo na linha do horizonte
A lua, a chuva, o sol
Solitários fumando na sacada enrolados em lençol

Da janela da minha casa eu via quase tudo
E por muito tempo eu olhei
Tudo que aconteceu eu analisei
Esperava que algo viesse de fora a toda velocidade
Sonhava que esse algo traria junto a minha felicidade
Eu praticamente não dormia
E sonhava mais com este milagre a cada dia

Da janela da minha casa eu via quase tudo
Até que um dia eu a fechei
De tanto olhar para fora, cansei
Parei na frente do espelho e abri o olho devagar
Me assustei quando vi que tinha um estranho a me encarar
A tempos que ele forçava a esse duelo e eu sempre fugia
Mas algo tinha mudado e já não mais o temia

Da janela da minha casa eu via quase tudo
Mas me dei conta de que "quase" não é tudo e sai porta à fora
Sem dor, sem rumo, sem hora
Não sei quantos rostos diferentes já encarei
Não faço idéia de quantos caminhos eu já passei
Agora eu ando pelo mundo todo dia
E a cada passo crio meu próprio milagre com pitadas de alegria

(De Ricardo R. Um dos caras mais sensíveis da net. O artista.)

Depois dessa, dá licença que estou indo ali andar pelo mundo!

3 comentários:

  1. Lindo hein... quanta sensibilidade...

    Beijos!

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  2. Mas olha só!!! Quanta honra para mim!!!
    Fico muito feliz que tenha gostado da minha humilde poesia. Obrigado por ter publicado e muito obrigado pelos elogios!
    Vamos andar pelo mundo, pois só a janela da alma é a que deve permanecer sempre aberta!
    Beijão, guria!

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